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Espaço do Leitor

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Uma homenagem para “Um Pai e Avô Amoroso”

Vicente 8.0

Poeta Janssen Rebouças homenageia seu pai com um bonito poema, em honra de suas oito bem vividas décadas. .

A idade quando avança
E o tempo nos acena
Sopesamos na balança
Tudo que valeu a pena
 
Como parte da sua prole
Testemunha ocular
Vi o quanto não foi mole
A família sustentar
 
Trabalhando noite e dia
Nessa luta tão insana
Muitas vezes eu lhe via
Só no final de semana
 
Combateu o bom combate
Com fé e perseverança
Foi exemplo na sua arte
Agora colhe a bonança
 
Filhos bem encaminhados
Cada qual na sua lida
Netos lindos, bem cuidados
São orgulhos da sua vida
 
Agora vem os oitenta
A Deus muita gratidão
Pela idade que aumenta
E ver cumprida a missão
 
Agora é viver em paz
Esse é o objetivo
Regozijo e nada mais
No bom ócio criativo
 
Deus permita, tu viveres
Muito além dessa idade
Partilhando teus saberes
Que nos traz felicidade
 
JANNSEN REBOUÇAS PEREIRA
NOV/24

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Dia do Livro - 29 de outubro
 

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“O livro é um mudo que fala, 
Um surdo que responde,
Um cego que guia,
Um morto que vive. 
Antônio Vieira


O livro é um mudo que fala, comunicando em silêncio suas ideias e sentimentos, revelando mundos inteiros entre as linhas cuidadosamente escritas. Em suas páginas, ele compartilha segredos, sonhos e realidades que ultrapassam o tempo e o espaço, convidando-nos a ouvir uma voz que não se pronuncia, mas que, mesmo em seu mutismo, ressoa profundamente em nossas mentes. O livro transforma o silêncio em palavras vivas, entrelaçando histórias que nos falam ao coração sem jamais emitir um único som.

 

É um surdo que responde, escutando com a alma e devolvendo respostas através das histórias que carrega. Embora incapaz de ouvir o som de nossa voz, ele parece captar cada uma de nossas perguntas, nossos medos e anseios, como se pudesse sentir as emoções que trazemos ao abri-lo. E assim, responde-nos de forma única, trazendo respostas nas entrelinhas, nas reflexões dos personagens, nos dilemas e soluções que propõe. Mesmo sem ouvir, o livro compreende e nos fala diretamente, revelando, página a página, as respostas que buscamos em nós mesmos.

 

É um cego que guia, conduzindo-nos por caminhos desconhecidos e iluminando nossas mentes com sua sabedoria silenciosa. Mesmo sem ver o mundo ao nosso redor, ele nos leva por paisagens imaginárias, repletas de cores, formas e detalhes que transformam nossa percepção da realidade. O livro, com sua “cegueira” às experiências do mundo físico, abre nossos olhos para novos horizontes, culturas e perspectivas, conduzindo-nos em uma viagem interior que ilumina nossos pensamentos e nos faz enxergar além do que imaginávamos ser possível.

 

E é um morto que vive, pois, mesmo estático nas prateleiras, revive cada vez que alguém o lê e o traz de volta à vida. Encerrado em si mesmo, o livro repousa aparentemente imóvel, como algo já terminado, esquecido pelo tempo. Mas, ao ser aberto e lido, ele desperta, trazendo à tona toda a vitalidade de suas palavras. A cada leitura, o livro renasce, seus personagens respiram, suas histórias voltam a acontecer, e, em cada coração que o acolhe, ele vive uma nova existência, eternizando-se através daqueles que o leem.

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Descobrindo a Riqueza Histórica do Ceará:

A Influência dos Mendes Ribeiro na Formação Cultural de Fortaleza

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Fortaleza, conhecida por suas belas praias e vibrante vida cultural, também esconde uma rica história de influência e prestígio de figuras proeminentes de seu passado. Um nome em particular que ressoa através dos séculos é o do comendador Joaquim Mendes e sua esposa Joaquina Mendes Ribeiro, cujo legado ainda permeia as tradições locais. No século XIX, eles foram figuras centrais no desenvolvimento social e cultural da região.

 

O Palacete Mendes Guimarães, propriedade da família, além de uma residência, era ponto focal para eventos que definiram a sociedade de Fortaleza da época. Localizado em uma posição estratégica da cidade, o palacete foi palco de festas, bailes e reuniões que reuniam a elite da cidade, criando uma atmosfera de exclusividade e sofisticação.

 

Especificamente, as festas organizadas pelo casal Mendes Ribeiro eram notáveis pela presença do Corpo Musical da Prefeitura e do Batalhão de Segurança, destacando a importância e o alto nível dos eventos. Esses eventos eram tão grandiosos que o próprio Diário do Ceará em 1868 noticiou detalhes sobre os encontros que ocorriam nos salões do palacete, revelando a influência da família no cenário cultural local.

 

As festividades eram conhecidas pela música ao vivo, danças e jogos de cartas, características que atraiam membros de todo o estado, mostrando como a residência dos Mendes Ribeiro era um centro de encontro cultural significativo para a sociedade da época. Além disso, a tradição do casal em promover encontros que misturavam música, arte e política, permitiu a criação de um espaço onde ideias eram trocadas e relações fortalecidas, aspectos que contribuíram para moldar o caráter social de Fortaleza.

 

Essa herança cultural deixada pelo Comendador Joaquim e sua esposa Joaquina ainda é evidente na Fortaleza moderna, não só na arquitetura e nos espaços históricos, mas também no espírito vibrante das festas e encontros culturais que continuam a ser uma parte essencial da vida na cidade.

 

 O legado dos Mendes Ribeiro serve como um lembrete da importância da preservação histórica e do impacto que indivíduos e famílias podem ter no tecido cultural de uma cidade.

 

Ao mergulhar na história dos Mendes Ribeiro, descobrimos as raízes de algumas tradições cearenses, além da importância de valorizar e conservar esses relatos para as futuras gerações. O portrait encontra se no Instituto do Ceará. Com informações de Marcus Lage-Jornalista/Colunista

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Conferencista Profº. Luís Távora,

tema: “Os Renascimentos na Idade Média”

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O poeta e escritor Carlos Augusto Viana,  recebeu em nome da Diretoria de Cultura e Arte do Ideal Clube e  da Academia de Letras e Artes do Nordeste (ALANE), o conferencista Luís Távora Furtado Ribeiro, professor titular da Faculdade de Educação da UFC, para uma palestra sobre o tema “Os Renascimentos na Idade Média”.

 

O evento, realizado no prestigiado Salão Macambira do Ideal Clube, reuniu um grande e qualificado público, tornando-se um dos destaques do calendário cultural da cidade. A expressiva adesão de participantes, provenientes de diferentes áreas acadêmicas e artísticas, reforçou a relevância do tema e o interesse pelo pensamento renascentista abordado na palestra.

 

Luís Távora, além de professor, é também poeta e cordelista, o que conferiu à sua apresentação uma singularidade envolvente. Com uma combinação de vasta erudição e uma comunicação acessível, ele conduziu a plateia por uma análise profunda dos renascimentos medievais, entrelaçando história e cultura de maneira instigante. Sua fala foi uma verdadeira aula de história, enriquecida pela sua sensibilidade literária.

 

O conhecimento acadêmico do conferencista, aliado à sua capacidade de envolver o público com reflexões e insights poéticos, transformou a palestra em um momento memorável. Os aplausos calorosos ao final reforçaram o impacto de sua exposição, consolidando Luís Távora como uma das grandes referências no campo da educação e das artes no cenário contemporâneo.

 

Essa versão enriquece a descrição do evento, enfatizando a importância cultural e o carisma do palestrante.  A noite cultural foi encerrada com a declamação da poesia Mar Revolto, de Célia Maria Leite, parte do Projeto Poemas de Mesa 2024, declamada por Ricardo Guilherme, poeta, dramaturgo e Professor Emérito da UFC.
Colaboração de Célia Maria Leite.

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Jovens talentos despertam

para o mundo literário

O Mundo Cultural World incentiva adolescentes a participarem ativamente de suas edições literárias, promovendo o desenvolvimento do talento jovem e oferecendo uma plataforma para que novas vozes se expressem e brilhem no cenário literário.

 

Os jovens manauaras Emanuela e Leonardo, filhos de Érika e Paulo Carvalho, vivem em Fortaleza e carregam consigo o brilho das descobertas da pré-adolescência. 

 

Acompanhados de perto pela madrinha literária, a escritora Célia Maria Leite, eles são inspirados a explorar o universo das palavras e dos sonhos.

 

Estudiosos e criativos, destacam-se pelo apreço à literatura e à música, além do carinho por animais como cães, cavalos e pássaros. Adoram explorar novos lugares, sempre em busca de aventuras e aprendizados.

 

Com talento nato para história, geografia e matemática, Emanuela e Leonardo têm diante de si um futuro promissor e repleto de conquistas, guiados pela sensibilidade de quem aprecia o mundo e a determinação de quem sonha alto.

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“I Conferência Livre Interestadual de Cultura

na Economia Popular e Solidária”

A Casa de Cultura Capistrano de Abreu sediou a I Conferência Livre Interestadual de Cultura na Economia Popular e Solidária, realizada no dia 25 de setembro. O evento contou com a participação de 65 pessoas provenientes de Maranguape, Maracanaú, Caucaia, Fortaleza e Icapuí. 

 

Durante a conferência, foram debatidos os seguintes temas:
- Realidade socioambiental, cultural, política e econômica;
- Produção, comercialização e consumo;
- Financiamento: crédito e finanças solidárias;
- Educação, formação e assessoramento técnico;
- Ambiente institucional: legislação, gestão e integração de políticas públicas.

 

Paralelamente, estava em cartaz a Exposição Fotográfica de Personalidades da Comunidade Surda, parte da programação do "Setembro Surdo – Valorizando os Surdos na Sociedade Maranguapense". A exposição é gratuita e ocorre até esse dia 26 de setembro, das 8h às 18h.

 

A Casa de Cultura Capistrano de Abreu está localizada na Rua Major Agostinho, 290, Centro, Maranguape, e é sede da Fundação Viva Maranguape de Turismo, Esporte e Cultura – FITEC.

 

Colaboração de Célia Maria Leite.

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Noite Cultural promovida pela Academia de Letras

do Litoral Leste Cearense (ALLILC)

A residência do casal Anastácia e Bernivaldo Carneiro, em Eusebio-CE, foi o palco de um importante evento cultural: o lançamento da Antologia "Vozes do Leste", editada pela ALLILC – Academia de Letras do Litoral Leste Cearense. 
Academia, que representa os municípios de Eusébio (do qual Bernivaldo Carneiro é um dos representantes), Aquiraz, Pindoretama, Cascavel, Beberibe, Fortim, Aracati e Icapuí; celebrou com grande êxito essa noite especial.

 

O evento foi um enorme sucesso, reunindo quase duas centenas de pessoas que prestigiaram o lançamento de "Vozes do Leste".  Uma noite marcada também por aplausos às 10 personalidades que receberam, o "Troféu Adolfo Caminha" e um casal que foi agraciado com o "Troféu Dragão do Mar - Força do Leste" –, todos reconhecidos por suas significativas contribuições à cultura, à literatura e o bem-estar do povo eusebiense.

 

Os homenageados foram, o casal  CARLOS RUBENS BARBOSA e IVONETE PIRES DE SOUSA BARBOSA (contribuição histórica na Cultura Religiosa); EVANDRO SÁ (Contribuição Literária); KLAUBER BEZERRA ROCHA (contribuições literária e causas indígenas); ANA PAULA FREITAS DE SOUSA (contribuição literária); RITA ELITA DAMASCENO ABREU (contribuições cultural e social); FRANCISCO ALBERTO DE JESUS SILVA - BETO JESUS (contribuições artística e cultural); FRANCISCO WYLTON MACIEL COELHO - 0 TITO (contribuição  Religiosa); OZENETE DOS SANTOS ABREU, (contribuição preservação do meio ambiente); ANA RAQUEL RODRIGUES MAGALHÃES
(contribuição Ações Culturais); MARIA DO CARMO LIMA DA SILVA (contribuições cultural e social) e MARIA BALTAZAR FERREIRA DE PAULA (contribuição cultural).

 

Após a solenidade de lançamento e entrega dos prêmios, o público foi presenteado com atrações musicais, declamação de poesias e contação de causos. A lua cheia brilhou no céu, inspirando brindes e celebrações que se estenderam até o romper da aurora.
    
Por Célia Maria Leite.

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Afilhados literários 

Por Célia Maria Leite

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Ser madrinha de batismo é uma honra inestimável, pois significa assumir o compromisso de guiar o afilhado ou afilhada no caminho da fé cristã. Este papel vai muito além de uma cerimônia simbólica; ele exige presença, apoio e, sobretudo, o exemplo constante de vida. A cada passo, a madrinha deve ser uma referência, mostrando o valor da espiritualidade e do amor ao próximo, ao mesmo tempo que fortalece os laços familiares e de amizade.

 

Neste registro fotográfico especial, tenho o privilégio de apresentar dois talentosos poetas e escritores, Erivan Aguiar e Fátima Duarte, que também se tornaram meus afilhados literários. Durante anos, eles mantiveram nas profundezas de suas almas as mais belas inspirações poéticas, aguardando o momento certo para compartilhá-las com o mundo. Suas palavras, repletas de sensibilidade e beleza, estavam à espera de um impulso que os ajudasse a romper o silêncio e alcançar um público maior.

 

Como madrinha literária, tive a imensa alegria de conduzi-los ao universo das publicações. Por meio da editora Mundo Cultural World e da plataforma @saleteemsociedade, conseguimos ampliar significativamente a visibilidade desses dois valiosos escritores. Ver o talento de Erivan Aguiar e Fátima Duarte florescer e tocar tantas vidas foi, sem dúvida, uma experiência enriquecedora e gratificante para mim.

 

Hoje, ambos têm suas obras apreciadas por mais de cem mil leitores, e sinto que cumpri meu papel de madrinha, tanto no sentido espiritual quanto no literário. A jornada deles apenas começou, e saber que fiz parte desse processo é algo que me enche de orgulho e felicidade. Assim como na fé, acredito que as palavras têm o poder de transformar e iluminar vidas, e espero que essas inspirações poéticas continuem a alcançar e emocionar cada vez mais pessoas.

(Escritora Célia Maria Leite)

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Presença de Maria

Por Célia Maria Leite

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Que a sua fogueira seja acesa com a chama da fé, da esperança, da generosidade, do acolhimento e da caridade. Cada uma dessas virtudes é como uma centelha que mantém viva a fogueira da vida, iluminando os caminhos e aquecendo os corações.

 

Eu sou uma fogueira sem chão.

Maria: Eu sou o chão da sua fogueira. Quando tudo parece desmoronar, sou eu que lhe dou firmeza, sustentando sua existência para que não se perca.

Eu sou uma fogueira sem lenha.

 

Maria: Eu sou a lenha da sua fogueira. Quando suas forças parecem esgotar, sou eu que lhe forneço o combustível necessário para continuar ardendo, mantendo viva a chama da sua alma.

Eu sou uma fogueira sem fogo.

 

Maria: Eu sou o fogo da sua fogueira. Quando o frio do desânimo tenta apagar seu espírito, sou eu que lhe trago o calor da vida, acendendo a chama da coragem e da determinação.

Eu sou uma fogueira sem abano.

 

Maria: Eu sou o abano da sua fogueira. Quando a brasa parece minguar, sou eu que lhe sopro a vida, renovando seu vigor para que a chama nunca se apague.

Eu sou uma fogueira sem milho.

 

Maria: Eu sou o milho da sua fogueira. Quando falta o sustento, sou eu que lhe trago alimento, nutrindo sua alma com o essencial para seguir em frente.


Eu sou uma fogueira sem brasa.

Maria: Eu sou a brasa da sua fogueira. Quando parece que tudo está prestes a se apagar, sou eu que mantenho a chama acesa, ainda que seja apenas um resquício de calor, mas que tem o potencial de reacender toda a sua força.

Eu sou uma fogueira sem lua.

 

Maria: Eu sou a lua da sua fogueira. Quando a escuridão envolve, sou eu que lhe ilumino, oferecendo a luz que orienta e a beleza que consola nas noites mais sombrias.

Eu sou uma fogueira sem fumaça.

 

Maria: Eu sou a fumaça da sua fogueira. Quando o calor se dissipa, sou eu que levo para longe as marcas do passado, permitindo que você respire aliviado e continue a trilhar seu caminho.

Eu sou uma fogueira sem amor.

 

Maria: Eu sou o amor da sua fogueira. Quando tudo parece vazio, sou eu que preencho seu coração, trazendo sentido e calor, para que você nunca se sinta sozinho.

Eu sou uma fogueira sem música.

 

Maria: Eu sou a música da sua fogueira. Quando o silêncio pesa, sou eu que lhe trago a melodia, envolvendo seus dias com harmonia e paz, fazendo com que sua vida dance ao ritmo da felicidade.

 

Desejo a todos que, em momentos de tristeza, surja uma Maria para apoiar, trazendo conforto e esperança. Que ela ilumine a fogueira dos dias sombrios com carinho e amor, oferecendo a mão amiga que nos ajuda a encontrar o caminho de volta à luz.

(Célia Maria Leite)

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Homenagem ao meu pai

Por José Maria Bonfim

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Meu pai, filho dos sertões de Crateus, nasceu em fevereiro de 1907. Morreria em julho de 2007. Uma caminhada longa de 100 anos e 6 meses. Sua morte foi como sua vida. Simples. Sem alarde. Teve uma vida dura de luta, suor, lágrimas e alegria. Tinha apenas 15 anos, quando começou a trabalhar. 

 

Em 1922, era telegrafista na RVC, e ganhou este lugar por seu talento como funcionário dedicado. Aos 29 anos perdeu subitamente o seu pai, que era agente dos correios de Crateús. Como varão mais velho, teve de cuidar de seus cinco irmãos.

 

Perseguições políticas, na Ditadura de Vargas, o afastaram do trabalho que ele amava tanto. Foi ser comerciante sem qualquer vocação. Casou-se com sua prima e foi morar em Cachoeirinha, hoje Parambu.

 

Minha mãe se viu obrigada a perder e interromper sua profissão de professora. Em 5 anos teve momentos inesquecíveis. 

 

Voltou para Crateús com a esperança de retomar sua carreira de ferroviário. Foi grandioso no ofício que exerceu. Ao se aposentar, foi laureado por sua conduta grandiosa como ferroviário. Hoje que a leitura litúrgica, nos mostra o grande profeta Elias, desanimado. Elias se cansa. Desanima. E dorme com a sua falta de estímulo. O que soergue o Profeta do Carmelo, é o Pão dos Céus.

 

Hoje, invade-me uma revoada de saudades. Um bando de memórias invade meu pensamento. Como Deus foi bom, ao deixar que eu nascesse numa família tão abençoada, que nos fartou de pão na mesa da vida. O Seu pão era a mesa sempre farta. O seu pão era seu amor ao trabalho. O seu pão era o seu exemplo. O seu pão era sua inteireza como cidadão. A sua estação era o nosso Santuário. Nós éramos as contas do seu Rosário. E a nossa via na sua ferrovia, fez da nossa vida uma eterna romaria. A todos os pais, meu terno e caloroso abraço. Deus é bom

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Não às drogas 

Por Gonzaga Mota

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A produção e a venda de drogas, bem como a lavagem de dinheiro do tráfico. Constituem, sem dúvida, um dos principais elementos de complicação dos entendimentos políticos, econômicos e sociais do século XXI no mundo. Vale ressaltar que a atividade criminosa vem sendo estimulada, em muitos pontos, pelo processo de globalização, baseado num relacionamento perverso do tipo centro-periferia, pelos problemas éticos e morais de determinadas autoridades públicas, bem como pela certeza de impunidade, principalmente no que diz respeito aos crimes do “colarinho branco”.

 

Sem dúvida, é lamentável, o narcotráfico tornou-se em importante atividade econômica para alguns países. Passando dos aspectos macros, para aqueles relacionados intrinsecamente com as famílias e as pessoas, percebemos com mais nitidez o mal causado pelas drogas. A desarticulação familiar, filhos matando pais e vice-versa e irmãos destruindo literalmente a vida de irmãos, leva-nos a prever dias de angústia, de desesperança e de mais violência.
 

Estamos perplexos e com medo. Sem deixar de reconhecermos a importância da repressão, acreditamos na eficácia da prevenção, mediante investimentos na área social, criação de empregos, melhoria na distribuição de renda, redução da pobreza, enfim, no desenvolvimento integrado e sustentável. A droga deixou apenas de ser um negócio escuso, para se tornar, contra a vontade da maioria das nações, num problema cultural.
 

Devemos aproveitar a globalização para combater o narcotráfico e não, como já foi mencionado, para facilitar. Precisamos ter cr consciência de que o sentido da vida é ser útil e feliz. A vida é assim. “Não às drogas”.
 

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Apagão Cibernético 

Por Fátima Duarte

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No dia 19 de julho de 2024, os Estados Unidos e outras partes do mundo enfrentaram um grande apagão tecnológico que afetou diversos setores.  Esse evento, causado por uma falha em uma atualização de software da empresa de segurança cibernética CrowdStrike, interrompeu serviços críticos, incluindo linhas de emergência, sistemas de check-in em aeroportos,  operações bancárias, hospitais. 
 
Embora inicialmente tenha havido especulações sobre um ataque cibernético, a CrowdStrike esclareceu que o apagão foi resultado de um defeito em uma atualização de sistema e não de uma brecha de segurança. 

 

Diante de tudo isto, devemos refletir: onde irão parar nossas memórias? 

No passado recente, os registros fotográficos de momentos com a família e amigos estava todos guardados em álbuns. Muitas residências tinham um espaço para guardar seus livros, uma biblioteca. Para onde irão nossos filmes prediletos, músicas e jornais para futuras pesquisas?  

 

Os registros das futuras gerações estão em risco de extinção, pois estão armazenamos em computadores e pendrives. Com apenas um clique na tecla “deletar”, tudo poderá ser relegado ao esquecimento. 

 

Fátima Duarte

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Julho pesaroso

Por José Maria Bonfim

Há 17 anos, Felipe Ferreira de Moraes, meu pai, finava-se. No mesmo mês que nos levava para nos longes de sertão. Sempre ou quase sempre, íamos para o Riacho do Mato. Uma espécie de Domus Mater da família Bonfim, Leitão, Moraes, Araújo, Lopes, Bezerra e outras que se ajuntavam. Era o nosso Pentecostes, o tempo da colheita.

 

O presente que Deus fazia brotar do chão. Era o milagre da natureza se derretendo em nós. Quando retornávamos, vinha-nos cheios de afeto e ternura. Hoje, a alegria se fez pranto. E a saudade sofrida fez morada em nos. Hoje, vemos esta clareira vazia. Murcha. De brasas frias. Solvet saeculum In favila. Tudo dissolvido em cinzas.

 

De repente das brasas frias. Do fogo mudo, surge uma pobre fumaça. Anunciando a nossa dor. A nossa saudade que corrói a nossa alma. Um vazio que nos fez perder o julho saudoso. O julho alegre com o verde espalhado por todo canto. E quando, no cair do dia, a noite balbuciava suas primeiras palavras, o céu se tingia de estrelas. Estrelado, espreitando a ponta da lua que brotava atrás da mata.

 

De repente, surgia uma viola. De repente, um exercito desafinado de cantores de todas as idades. Não tinha luz elétrica. Luz, bastava o clarão da lua. Brilho, um punhado de estrelas. E se a noite esfriava, brotava um amor que se espalhava em cada um de nós. Hoje, muitos dormem sob o clarão divino. E meu pai vive no clarão de amor do meu coração. E do coração de todos os filhos. Deus é bom!

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O Valor de Um Amigo

Por Rejane Costa Barros

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Tua amizade é nuvem sobre o campo de girassol
a desvendar as lavouras do meu destino.
Onde nasce o sol de todos os dias
oferecendo pão e vinho
para a solidão de minha mesa.
Tua amizade ergue as paredes de minha casa
segura todas as vigas e mede os roçados
que germinam trigos entre as pedras.
Quando meu riso se esconde e vejo tua face
esculpida em poema,
logo, meu riso vira redondilha maior
em múltiplos acordes.
Os utensílios de minha casa
estão de mudança para novo endereço,
as paredes amarelaram e só tua presença
para as novas cores.
Tua amizade é vento em meus cabelos
balouçando aromas de alfazema
na tarde adormecida de tons vermelhos.
É o azul dos canteiros onde voam os pássaros,
sol que marca os corpos secretos das virgens,
tua amizade é bálsamo para todas as horas
as de alegria e tristeza e aquelas em que sonhamos
com dias melhores.

Rejane Costa Barros

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Dia Internacional do Amigo 

Célia Maria Leite 

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O Dia Internacional do Amigo é uma oportunidade perfeita para homenagear figuras históricas e culturais que exemplificam o valor da amizade. Princesa Isabel, por exemplo, renunciou ao trono por amizade e empatia, libertando nossos antepassados africanos. Milton Nascimento e Fernando Brant, em sua parceria, compuseram tão bem a letra e a melodia de “Canção da América”.

 

Alberto Santos Dumont, nosso conterrâneo, eternizou-se com fios dourados ao presentear a humanidade com suas criações, pois, por amizade, ele não as patenteou.

 

E, por fim, Vinícius de Moraes, nosso eterno poetinha, que não só descreveu a amizade com maestria em suas poesias, mas também usou suas habilidades poéticas para enriquecer o mundo diplomático brasileiro.

 

Certamente, não podemos deixar de mencionar o amor que suporta, renuncia e ama eternamente, conhecido como o “nosso porto seguro” — o amor materno. Vinícius eternizou o sentimento da amizade em seu poema.


"Morram os meus amores, mas enlouquecerei se morrerem os meus amigos." Sem amigos, a vida perde seu sentido e cor, pois são eles que nos apoiam e nos entendem, compartilhando tanto as alegrias quanto as tristezas.

 

Concordo plenamente com as reflexões de Vinícius: uma amizade verdadeira é um tesouro inestimável, que resiste ao tempo e às adversidades. Enquanto os amores podem ser passageiros, uma amizade bem cuidada e valorizada pode durar uma vida inteira, oferecendo apoio, compreensão e alegria em todos os momentos.

 

" … morram os meus amores, mas enlouquecerei se morrerem os meus amigos... Pois não há nada mais precioso do que uma amizade…”

 

Eu lhe respondo - Meus amores podem morrer, mas enlouquecerei se meus amigos se forem. A ausência deles criaria um vazio insuportável, pois a presença dos amigos é o que dá sentido e cor à vida.

 

Não há nada mais precioso do que uma amizade verdadeira. Os amigos são aqueles que nos apoiam, nos entendem e compartilham tanto os momentos de alegria quanto os de tristeza.

 

“… Uma amizade verdadeira vale mais, muito mais do que qualquer amor. Pois os amores vem e vão... Uma amizade , se bem valorizada, dura uma vida inteira…”

 

Vinicius, concordo plenamente com as suas reflexões, pois uma amizade verdadeira é um tesouro inestimável, que resiste ao tempo e às adversidades. Enquanto os amores podem ser passageiros, uma amizade bem cuidada e valorizada pode durar a vida inteira, oferecendo apoio, compreensão e alegria em todos os momentos.

 

De: Célia Maria Leite 

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Festival de Parintins reúne turistas no Amazonas para ver

apresentações dos bois Caprichoso e Garantido

Por Célia Maria Leite

No Brasil, temos uma variedade de expressões culturais, e uma das mais marcantes nas regiões norte e nordeste acontece no mês de junho, com as apresentações folclóricas das noites juninas, incluindo as danças regionais e o boi-bumbá. 

 

Essas festividades são uma verdadeira celebração da identidade e da diversidade cultural do nosso país, reunindo pessoas de todas as idades para participar e apreciar as tradições locais. As quadrilhas juninas, por exemplo, são danças típicas que encantam pela alegria e pela coreografia elaborada, onde os participantes vestem trajes coloridos e dançam ao som de músicas animadas. O boi-bumbá, por sua vez, é uma manifestação cultural rica em simbolismo e história, que mistura elementos indígenas, africanos e europeus, resultando em espetáculos emocionantes e cheios de vida.

 

Vamos destacar os bois de Parintins, que este ano comemoram cinquenta e nove anos de existência. Um festival que divulga e eterniza a história da sua ancestralidade com respeito, valorizando a mistura de etnias. Etnias estas que nos trazem os genes do amor fraternal, do profundo e do sagrado. 

 

Este festival é um dos eventos culturais mais importantes do Brasil, conhecido por suas apresentações espetaculares e pela intensa rivalidade entre os bois Garantido e Caprichoso. Cada boi tem sua própria história, seus próprios símbolos e uma legião de fãs apaixonados que se dedicam de corpo e alma para ver seu boi vencer. 

 

O Festival de Parintins não é apenas uma competição, mas uma celebração da cultura amazônica, da resistência e da união entre os povos. Para chegar à ilha de Parintins, a jornada começa com a difícil escolha: vir pelas águas da deusa Uiara - em tupi-guarani, Senhora das Águas ou Mãe D’Água - ou nas asas do pássaro de aço da Azul. 

 

Ambas as opções proporcionam experiências únicas. Navegar pelo majestoso Rio Amazonas é uma aventura por si só, permitindo aos viajantes contemplar a beleza exuberante da floresta, a imensidão das águas. Do nascer ao por-do-sol é de tirar o fôlego. Já o voo oferece uma visão panorâmica da vastidão amazônica, com suas densas florestas e rios sinuosos. Independentemente da escolha, a chegada a Parintins é sempre um momento de emoção, marcado pela expectativa de participar de um dos festivais mais vibrantes e autênticos do Brasil.

 

Outra escolha complicada é entre os bois Garantido - o vermelho - e Caprichoso - o azul. Sim, essa decisão é difícil até para os próprios parintinenses, que misturam emoção, amor e razão.

 

 A rivalidade entre os dois bois é uma parte essencial do festival, alimentando a paixão e a dedicação dos participantes. Garantido, com sua cor vermelha, é conhecido por seu estilo mais tradicional e pela devoção à figura do boi. Caprichoso, por outro lado, com sua cor azul, é famoso por suas inovações e pela busca constante de surpreender o público. Cada apresentação é cuidadosamente preparada, com cenários deslumbrantes, fantasias elaboradas e performances cativantes, resultando em um espetáculo inesquecível.

 

A razão é a mais forte, pois, para a existência do Festival, é necessário que haja a concorrência dos bois. Então, deixe o boi lhe escolher. Essa competição saudável e respeitosa entre Garantido e Caprichoso é o que mantém viva a chama do Festival de Parintins, estimulando a criatividade e a excelência em cada detalhe das apresentações.  É um verdadeiro espetáculo de cores, sons e emoções, onde a cultura e a tradição se encontram para criar uma experiência única.

 

Nos corações dos visitantes, eternizam-se as emoções vivenciadas, culturais e únicas. O acolhimento dos parintinenses nos leva a dizer em bom som "até o próximo ano", e muitos voltam há mais de trinta anos. O festival não é apenas um evento, mas uma experiência transformadora que deixa marcas profundas na memória de todos que participam. 

 

A hospitalidade dos moradores, a riqueza das apresentações e a atmosfera de celebração fazem com que Parintins seja um destino inesquecível, que convida a retornar e a reviver essa magia ano após ano.

De Célia Maria Leite

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Salve, salve, junho!

Por Célia Maria Leite

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Junho é um mês especial nele comemoramos quatro santos que marcaram profundamente a tradição cristã. Primeiro, Santo Antônio, conhecido como o "santo casamenteiro", que veio para batizar os convertidos e realizar milagres.

 

Depois, São João Batista, que anunciou as boas novas e batizou Jesus nas águas do rio Jordão. Em seguida, São Pedro, o turrão e impulsivo, escolhido por Cristo para ser o guardião da porta do céu e a pedra fundamental da Igreja. Por fim, São Paulo, inicialmente conhecido como Saulo, um militar que se converteu e, mesmo preso, evangelizou o mundo através de suas cartas, compartilhando seu dia de celebração com São Simão, o pescador que se tornou um dos pilares da fé cristã.

 

Neste mês de junho, também celebramos a vida de uma verdadeira dama. Sim, uma verdadeira Lady: Selma Pagneretti, cuja presença e elegância iluminam nossa amizade fraterna. Selma é uma mulher de notável graça e dignidade, que sempre demonstra uma generosidade sem igual e um coração cheio de bondade. 

 

Celebrar sua vida em junho é uma maneira de reconhecer e agradecer por tudo o que ela representa e pela profunda influência positiva que exerce sobre todos nós.

 

Na família Leite, junho é um mês repleto de celebrações. Aiche e Marconi abrem o mês com alegria, seguidos por Maria Marques, minha mãe biológica, que sempre nos enche de alegria. Tiago Moreno vem logo em seguida, trazendo mais motivos para festejar. Encerramos o mês com uma homenagem à minha irmã do coração, a saudosa Sandra Garrido, cuja memória vive em nossos corações.

 

Os festejos nordestinos de junho são uma atração à parte, encantando brasileiros e pessoas de além-mar. A dança do forró e das quadrilhas juninas, além das delícias da culinária regional, como pamonha, canjica e bolo de milho, estendem a alegria segue até o mês de julho. Na verdade, o sexto mês é o mais alegre do ano. Suas comemorações se tornaram festividades populares, culturais e religiosas, que acolhem e encantam a todos com sua diversidade e riqueza de tradições.

 

Junho, com seu calor humano e suas celebrações vibrantes, é verdadeiramente um mês para ser celebrado. As festas juninas, com suas fogueiras, danças típicas e música contagiante, trazem uma energia única que reúne famílias, amigos e comunidades inteiras em torno de tradições que passam de geração em geração. As ruas se enchem de cores com as bandeirinhas, as barracas de comidas típicas oferecem delícias como pamonha, canjica, quentão e milho cozido, e o som das sanfonas, zabumbas e triângulos cria uma atmosfera festiva e acolhedora. 

 

Além disso, junho é um mês que celebra a fé e a devoção popular, com procissões, missas e novenas em honra aos santos festejados. É um tempo de renovação de laços afetivos e de fortalecimento da cultura local, onde cada festa é uma expressão de alegria, devoção e pertencimento. 

 

O clima friozinho, típico dessa época do ano, convida a momentos de aconchego ao redor das fogueiras, onde histórias são contadas e memórias são relembradas. Em resumo, junho é um mês que aquece os corações e enche de vida as tradições, sendo um período de intensa celebração e união.

Salve, salve as fogueiras reluzentes nos terreiros brasileiros!

 

De autoria de: Célia Maria Leite

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Mulheres que Saem das Sombras 

Por Célia Maria Leite

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Mulheres heroínas, são as que trabalham incansavelmente no anonimato do lar, motivadas pelo amor, desdobrando-se em múltiplas funções, a fim de dar sustentação ao crescimento dos filhos e apoio ao trabalho e função social dos maridos, com administradoras e esposas - MÃE, garantindo a harmonia e o êxito familiar. Outras precisaram ir além, pela necessidade de conseguir o sustento ou por responder ao chamado do seu próprio dom, ultrapassa as fronteiras e tornando-se professoras, enfermeiras, orientadoras, educadoras, entre tantas outras profissões.


As mulheres dedicadas à família e ao lar são líderes verdadeiras, sem o devido reconhecimento social por não ocuparem cargos de destaque. Costumam ser conhecidas num círculo pequeno, apenas como mãe ou esposa de alguém, salvo se o seu marido figurar entre os ilustres. Na velhice, costumam ser esquecidas, a maioria reside no anonimato.  Assim, a criação divina mais sublime transforma-se em "Sombra de Mulher".


No entanto, ao longo da história, muitas mulheres saíram das sombras ao pronunciarem um simples "Sim", iniciando um novo caminho. Maria abrigou o Salvador, Elizabeth II renunciou à juventude pela coroa de um vasto Império, e Cacique Pequena representou a esperança de seu povo.


Com determinação, milhares de mulheres têm conquistado espaços, além das fronteiras da imaginação, com elegância e inteligência, ingressando nas diversas ocupações que até um tempo recente eram ambientes do mundo masculino.

Entre os exemplos de mulheres que ampliaram sua atuação, destacamos a fala de Sandra Elena Carneiro Gadelha de Gois que discorro com entusiasmo sobre sua mãe, Dra. Berenice de Sousa Carneiro - a primeira médica a atuar em uma ambulância, realizando atendimentos clínicos fora do consultório no Ceará. Maria Iacy Carneiro de Oliveira, a primeira toxicologista do Estado do Ceará, exerceu o cargo de Perito Legista Especial no Instituto Médico Legal (IML) e foi classificada em primeiro lugar no concurso da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Iacy viveu também sob o prisma da caridade e tornou-se uma eterna fonte de inspiração nas poesias e contos poéticos de sua primogênita, Rosa Virginia Carneiro de Oliveira. 

 

Recentemente, no mundo literário, destacou-se uma paraense que ergue a estrela do saber: Professora Emérita Dra. Maria de Nazaré dos Santos Sarges, com uma carreira de quase meio século no magistério superior.
No dia 10 de maio de 2024, Maria de Nazaré recebeu o título de Professora Emérita da Universidade Federal do Pará - UFPA. 

 

A honraria, proposta pelo IFCH ao Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão - CONSEPE, foi entregue no auditório do ICJ, no campus Guamá.
 

Conhecida como Naná, Sarges é a 52ª docente e a nona mulher a receber essa distinção na instituição. Ao longo de sua carreira, orientou inúmeros estudantes, liderou projetos de pesquisa e publicou 15 livros, destacando-se "Belém: Riquezas Produzindo a Belle-Époque, 1870-1912". Antes de se aposentar, Sarges foi chefe do Departamento de História, coordenadora de cursos de especialização e do Doutorado Interinstitucional em História com a PUC/SP, além de diretora-geral do IFCH. Ela também desempenhou um papel fundamental no Programa de Interiorização na década de 1980. Atualmente, Sarges ocupa a cadeira 65 do Instituto Histórico e Geográfico do Pará - IHGP e é diretora da Cátedra João Lúcio de Azevedo na UFPA/ Instituto Camões/PT.

 

Célia Maria Leite
Fortaleza, Ceará - Brasil.

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TRADIÇÕES NORDESTINAS
MOSTRA DE CORDEL 2024 – VERSOS DA PFN

Por Pedro Gurjão

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Cordel exposto na ASSEFAZ Galeria de Artes

Nesta Procuradoria,
da Fazenda Nacional,
com zelo e categoria,
cobra-se o débito legal.
Para uns, Dívida Ativa,
para outros, inscrição,
a malha é uma roda-viva,
caiu lá, não sai mais não.

 

Você pode parcelar,
cento-e-oitenta prestações,
mas seu nome vai constar
em todas as certidões.
É certidão positiva,
sem algumas restrições,
efeito de negativa:
entenda as legislações.

 

A Chefe é a Rafaela,
sobrenome Franco Abreu,
todos gostam muito dela,
e entre tantos, também eu.  
O Sub é o Expedito,
da Guaiúba, Ribeir(ã)o,
seu esporte favorito
é interromper prescrição.

 

Perguntam-me, sem floreios,
quê que eu procuro e acho não,
propiciamos os meios ()
para a Administração.
Agimos para aumentar
a nossa arrecadação,
proativos, pra evitar
a tal da sonegação.

 

Reunidos na mesma sede  
- Ministério da Gestão -,
um modelo em que se mede
sinergia e integração.
Nesse Espaço Cultural,
de confraternização,
soa a linguagem local
dos elos do coração.
Trabalho, Saúde &$ Real,
hiper Administração,
com Receita Federal,
Patrimônio da União.
Muita comemoração,
pé-de-moleque e cajuína,
cordéis em exposição,
é tradição nordestina.

 

Paulo Sérgio Santos Sarges,
nosso Superintendente,
leu Suassuna e Bocage,
conhece a alma da gente.
Célia Leite é professora,
tem amor pela função,
nossa colega escritora,
Viva São Pedro e São João.

 

Com Apoio da Casciana,
por sobrenome Carneiro,
A PÊ ÉFE ÉNE se irmana
junho, julho e o ano inteiro.
E com esse trocadilho,
nossos festejos juNinos
viraram, num estribilho,
novos festejos juLinos.

 

Roberth, em arte é um ás,      
não faz que babado é bico,
criou o belo cartaz,
xilogravando o Samiko.
Tirando fotografia
do cactos, da igrejinha,
Halina criou capinha
para a Procuradoria.

 

Brinque no nosso arraiá,
traga o(a) consorte e o filho,
prove do bolo-de-milho,
grude, pamonha e aluá.
E pra você se lembrar,
guarde o folheto na estante,
espiche bem seu barbante,
pendure esse cordel lá.


Espaço Cultural do Ministério da Gestão e Inovação em Serviço Público
(MGI). Rua Barão de Aracati, 909 - Meireles - Fortaleza-CE. Térreo:
ASSEFAZ Galeria de Artes e Centro da Memória. Período: de 04 de junho a 31 de julho de 2024.

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Cultura Popular Nordestina

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E NÓS...?!

 

E nós, que não temos ouro
E respeitamos as leis?!
E nós que não somos reis?!
Nós que não temos tesouro.
Nós de carne, osso e couro...
Nós que vagamos na estrada.
E nós nessa encruzilhada
Onde o mal encontra o bem?
Nós que não somos ninguém.


E nós que não temos nada?!

E nós que somos decentes?
Nós que cuidamos da terra,
Nós que não fazemos guerra
Nós os céticos e crentes.
Nós que plantamos sementes
De vida e dignidade...
Nós que cremos na bondade
Que a nossa espécie perdeu?
Nós que a história esqueceu
Nessa desumanidade.

 

E nós que não temos planos,
Nem sonhos, nem utopia,
Nem riso, nem alegria,
Conquistas, nem desenganos?
E nós que causamos danos
À avareza e à usura?
Nós que sofremos tortura
Na carne e dentro da alma?
Nós que perdemos a calma
Enquanto nos chega a cura.

 

E nós de fora da dança?
Nós de memória esquecida,
Nós que lutamos na vida
Sem sonho e sem esperança?
Nós, sem procela ou bonança
Nesse mundo tão atroz.
Nós que seguimos a sós
E ao mesmo tempo irmanados
Nós livres e escravizados...
O que espera por nós?!

 

E nós...?!
A nós resta a arte,
A arte que incomoda o Sistema.

 

Autor: Arlando Marques
Madalena-CE

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"Na Arte de Ser Mulher:

Uma Homenagem à Minha Mãe"

(por Fátima Duarte)

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Ela era a personificação da força, da autenticidade e das virtudes que adornam a essência feminina. Minha mãe, uma guerreira em todos os sentidos, deixou um legado que transcende gerações e ressoa na alma de todos que tiveram o privilégio de conhecê-la.

 

Em sua jornada pela vida, enfrentou desafios que muitos considerariam insuperáveis, mas para ela, cada obstáculo era apenas mais uma oportunidade de mostrar sua resiliência e determinação. Seu olhar irradiava coragem, sua voz ecoava sabedoria e seu coração transbordava amor incondicional.

 

Ela não se encaixava nos moldes predefinidos pela sociedade, pois era uma mulher que desafiava convenções e abraçava sua autenticidade com orgulho. Sua presença era uma celebração da diversidade, uma ode à individualidade, uma inspiração para aqueles que ousavam sonhar além das expectativas impostas.

 

Sua jornada foi marcada por sacrifícios silenciosos e sorrisos resilientes. Ela era a arquiteta de sua própria felicidade, construindo cada momento com gratidão e gratificação. Sua determinação era uma luz guia em meio à escuridão, seu amor uma âncora em tempos de tormenta.

 

Na arte de ser mulher, minha mãe era uma mestra inigualável. Ela tecia os fios da compaixão, da empatia e da compreensão, criando um tecido de conexão que unia corações e almas. Sua presença era um bálsamo para os aflitos, uma inspiração para os desanimados, uma bússola para os perdidos.

 

Hoje, enquanto reflito sobre sua vida e legado, percebo que minha mãe não apenas viveu a arte de ser mulher, ela a personificou em sua totalidade. Ela era a personificação da beleza, da graça e da fortaleza feminina, uma obra-prima esculpida pela mão divina.

 

À minha mãe, mulher de Fé , autêntica e cheia de virtudes, dedico estas palavras como um tributo sincero à sua memória eterna. Que seu espírito continue a guiar nossos passos, inspirando-nos a abraçar plenamente a arte de ser mulher, cada dia, em cada gesto, em cada respiração.

 

(Maria de Fátima Borges Duarte - Escritora)

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Só quem tem a origem sertaneja
vê beleza nas coisas do sertão

por Arlando Marques

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Quem nasceu pelas mãos de uma parteira
Se criou com a sustança de um gomoso
Se comporta de um jeito corajoso
Da colher de pau faz a mamadeira
Uma banda de cuia é a banheira
Montar jegue é a sua animação
Desde cedo já veste o seu gibão
Ao pegar barbatão, vibra e festeja
Só quem tem a origem sertaneja
Vê beleza nas coisas do sertão.

 

Só quem monta um cavalo bem celado
Campeiando sem rumo na campina
Adentrando à caatinga nordestina
Aboiando a cantar vida de gado
Quem conhece a fartura de um roçado
Da colheita de milho e de feijão
Quem na seca inclemente cava o chão
Padecendo não foge da peleja
Só quem tem a origem sertaneja
Vê beleza nas coisas do sertão.

 

Quem de longe faz susto ao carcará
Protegendo um borrego ou um cabrito
Joga pedra de funda e dá um grito
Arma fojo em vereda de preá
Quem faz pesca com um simples landuá
Segurando a traíra com a mão
Faz tarrafa, espinhel, solta o galão
No clarão quando a nuvem relampeja
Só quem tem a origem sertaneja
Vê beleza nas coisas do sertão.

 

Quem golpeia a machado o paubrancal
E arrasta nas costas dando um tombo
Pra lascar e fazer cerca de lombo
Construção mais bonita do curral
Quem escuta o sucesso nacional
Um forró pé de serra ou um baião
Se deleita com a voz de Gonzagão
Asa branca não canta, mas solfeja
Só quem tem a origem sertaneja
Vê beleza nas coisas do sertão.

 

Quem conhece o rangido da porteira
Faz sabão com o caroço da oiticica
No começo do inverno faz a bica
Duma lasca de pau da catingueira
Quem após ver ao fim da aroeira
Aproveita o seu caule e faz mourão
Lapidado vai dar sustentação
Pra curar gado manso da vareja
Só quem tem a origem sertaneja
Vê beleza nas coisas do sertão.

 

Quem faz limpa de mato com a enxada
Chama a rua de milho de carreira
Não se esconde da lama e da poeira
Mas se alegra ao pisar terra molhada
Sente o cheiro da terra preparada
Esperando a semente, a plantação
Como a dama a bailar pelo salão
Entre os braços do solo que lhe beija
Só quem tem a origem sertaneja
Vê beleza nas coisas do sertão.

 

Quem contempla o nascer e o por do sol
Vendo o astro esconder-se atrás da serra
E o verdume espalhar-se sobre a Terra
Que se acalma entre as velas do arrebol
Quando a flor do pau branco faz lençol
Dando à mata a beleza e a proteção
Só quem teve uma safra de algodão
Com saudade da planta que viceja
Só quem tem a origem sertaneja
Vê beleza nas coisas do sertão.

 

Só quem viu uma festa de farinha
Puxou roda e bebeu na farinhada
Fez beiju no final de uma fornada
Massa puba da goma mais fresquinha
Quem contempla um terreiro de galinha
Um chiqueiro de engorda de capão
O roncado na farra de um barrão
Ou de um Pai de Chiqueiro que bodeja
Só quem tem a origem sertaneja
Vê beleza nas coisas do sertão.

 

Só quem sua no amanhecer do dia
Passa o dia na luta e não se entrega
Bebe pinga entre amigos na bodega
Conta causo, faz verso e poesia
Quem se encanta com a bela cantoria
No alpendre da casa do patrão
Fica quieto ao ouvir mote e canção
Deixa o seu pagamento na bandeja
Só quem tem a origem sertaneja
Vê beleza nas coisas do sertão.

 

Quem celebra com fé o novenário
Com louvor devotado ao padroeiro
Quem assiste ao reisado no terreiro
Quem carrega no peito o escapulário
No pescoço um enfeite é um rosário
Apetrecho ou auxílio de oração
Santo Antonio, São Pedro e São João
Padim Cisso, Jesus louvado seja...


Só quem tem a origem sertaneja
Vê beleza nas coisas do sertão

Quem bateu uma senha em vaquejada
Quem puxou touro forte, grande e liso
Quem fez verso na hora de improviso
Correu prado, aboiou, cantou toada
Quem pulou numa pesca de enxurrada
Quem pegou com destreza um barbatão
Quem armou carretel num cacimbão
Pra colher líquido santo que ele almeja
Só quem tem a origem sertaneja
Vê beleza nas coisas do sertão. (Arlando Marques)

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Poemas

do Gonzaga Mota

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REALIDADE

 

Meu sonho 
teu sonho 
nosso sonho 

Meu amor 
Teu amor 
Nosso amor 

Minha felicidade 
Tua felicidade 
Nossa felicidade 

Minha vida 
Tua vida 
Nossa vida. 

Sonho, amor, felicidade e vida; nossa linda realidade querida.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Uma homenagem aos cearenses

abolicionistas

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Neste mês dedicado às mulheres, é essencial reconhecer e homenagear figuras marcantes como Maria Tomásia Figueira Lima, uma generosa mulher aristocrata, notável e grande oradora, é uma das protagonistas dessa história. Nascida em Sobral (CE) em 6 de dezembro de 1826, seu legado perdura, embora a data de seu falecimento seja objeto de controvérsia, registrada tanto em 1902, na cidade de Recife, quanto em 22 de julho de 1903, no Rio de Janeiro. Não podemos deixar o legado esta mulher nas prateleiras do esquecimento.

 

Maria Tomásia casou-se aos 15 anos com Rufino Furtado de Mendonça, ficando viúva aos 20 e mãe de oito filhos. Mais tarde, uniu-se ao abolicionista Francisco de Paula de Oliveira Lima e mudou-se para Fortaleza. Lá, com o apoio de 22 mulheres de famílias influentes, fundou a Sociedade Cearense Libertadora, crucial na luta contra a escravidão de seres humanos que sofriam na alma e na carne, contando com o suporte do Barão de Studart, entre outros.

 

O imperador Dom Pedro II, sua esposa Teresa Cristina e sua filha Princesa Isabel contribuíram financeiramente. A Família Imperial realizava bingos com as joias da família para comprar cartas de alforria e ajudar os jangadeiros cearenses.

 

Maria Tomásia convenceu-os, incluindo o famoso Chico da Matilde - conhecido por “Dragão do Mar” a não colaborar mais com o transporte de escravos para a terra alencarina, oferecendo apoio financeiro e assim, foi firmado o acordo.

A presença líder Maria Tomásia no púlpito Assembleia Legislativa em 25 de março de 1884, contribuiu para incentivar o poder legislativo na realização do ato oficial declaratório assinado por Manuel Sátiro de Oliveira Dias, presidente da província cearense, que marcou um evento histórico que impulsionou a campanha abolicionista em todo o país.

 

O Ceará recebeu o título nacional de "Terra da Luz" em reconhecimento ao seu pioneirismo na abolição da escravatura.

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A Mulher encantada e a Flecha 

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Ela era vermelha, assim Rosa nascera. Nascera para ser feliz, como tudo que nasce e sonha. Criou-se nas águas do rio da saudade e banhava-se de estrelas. 


Um dia, de Lua cheia, lembro: - ela, fez-se rosa com os ventos de velas e anjos. Há uma luz vinda de seu coração, somente alguns a vê, os que acreditam em mistérios. Um dia, no alvorecer das montanhas, ela, viu um Lobo segurando um Violão Di Giorgio, feito de jacarandá, tocava lindos acordes. Ela, jogou-lhe os cabelos e ele, neles, foi andando a cada dia, colhendo notas de sua música. O Lobo trazia-lhe as mais raras belezas do mundo humano.

 

 A mulher encantada o chamou de Lobo Cortês,  por ele beijar-lhe a alma, deixar-lhe sonhos, os desejos do amor nos lábios e o gosto das castanhas assadas no Dia de São Martinho, nas ruas lusitanas.


Numa tarde de nuvens douradas de Sol, Lobo Cortês estava tocando seu violão que trazia um segredo, por um momento, o instrumento se fizera flecha e o levou para as estrelas. É por isso, que ouvimos uma música, sempre maior que nós e estrelas caem de vez em quando como flechas na terra. É ele a sua procurar e não a encontrando, ao céu retorna.


Conta-se que em noites de São João, ela, em esperança e amor, mistura-se a brincar entre os apaixonados, escutando a Canção dos Martelinhos. Em seu perfume de rosa anda pelas ruas do Porto - Portugal, só para ouvir o nome de Lobo Cortês: João!  (Rosa Virgínia Carneiro de Castro).

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Juros e inflação

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Entendemos por política monetária a fixação de determinados instrumentos pelas autoridades, visando ao controle dos meios de pagamentos. Dessa maneira, o objetivo básico é influenciar o nível de oferta de moeda, mediante mecanismos expansionistas ou contracionistas. Ao longo do tempo, aqui no Brasil, foram usados instrumentos como as operações de redesconto e de mercado aberto, os recolhimentos compulsórios, principalmente com relação aos depósitos à vista e as modificações diretas nas taxas de juros. A Utilização desses instrumentos pode variar de governo para governo e de época para época.

 

As dificuldades com a aplicação da política monetária estão associadas à complexidade dos elementos integrantes do mercado financeiro e, notadamente, à existência, quase sempre, de objetivos conflitantes relacionados com crescimento econômico, inflação e emprego. De maneira geral, pode-se dizer que os principais efeitos da política monetária são levados ao setor real da economia por meio de alterações nas taxas de juros e na disponibilidade de crédito. As principais aplicações da política monetária dizem respeito a três situações: tendência deflacionista, tendência inflacionista e déficits orçamentários.

 

No Brasil, nos últimos anos, com receio da volta da inflação, as autoridades vêm adotando políticas contracionistas, ou seja, reduções na oferta de moeda, motivando o desestímulo à produção, à redução do nível de emprego, bem como ao arrefecimento da procura. Vale ressaltar que uma política monetária fortemente antiinflacionária pode levar a economia de um país de uma situação com perspectiva de elevação de preços para uma depressão. Dessa forma, sua aplicação deve ser feita, criteriosamente, levando-se em conta uma dosagem adequada, como também as peculiaridades sociais do país.

 

Por outro lado, acreditamos que a política monetária, isoladamente, apresenta eficiência duvidosa, sendo que sua aplicação deve ser concretizada dentro de uma política econômica ampla, abrangendo componentes fiscais, cambiais etc. Ademais é preciso levar em consideração o tipo de inflação, isto é, se de demanda, de custo ou setorial.

 

Outro ponto significativo, por exemplo, diz respeito à estrutura de passivo das empresas, de vez que unidades pouco capitalizadas necessitam de empréstimos a qualquer taxa de juros, transferindo o custo financeiro para os compradores, o que poderá realimentar um processo inflacionário em vez de conter.

Por fim, consideramos, de um lado, ser a inflação um processo circular em que é difícil o estabelecimento de relações de causalidade e, por outro, que a interação existente entre as forças de mercado, mesmo diante de interferências das autoridades governamentais, podem distorcer a sistemática de análise.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Fundamentos da moral

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Observando-se o pensamento de filósofos clássicos, neoclássicos e modernos, como Pitágoras, Aristóteles, Platão, Max Weber, Kant, Heidegger, Hegel, Marx e mais recentemente Sartre, nota-se uma preocupação básica com a verdade e a existência. Por isso, todos foram formadores de Escolas que serviram e ainda servem de orientação a muitas pessoas. Apesar das controvérsias, todos buscaram formas para justificar, de acordo com suas teses e convicções, o sentido da vida, da moral, da ética, etc.

 

Detendo-se na análise do comportamento moral, a máxima maquiavélica, "o fim justifica os meios", no nosso entender não vale, pois para uma ação ser julgada moralmente boa é preciso que seja alcançada com nenhum outro objetivo além daquele a cumprir o próprio dever. A moral e a política, por exemplo, deslocam-se dentro do âmbito de dois sistemas éticos distintos.

 

A política é mutável ou dinâmica, conforme o Estado e o Governo, já a moral é permanente. O importante é compatibilizar a política e a moral dentro de princípios éticos que respeitem a lei e a liberdade com responsabilidade. Tanto Platão como Aristóteles afirmaram que o objetivo da política não é o viver, mas o viver bem, ou seja, a convivência ordenada. Já Kant, faz a distinção entre o moralista político e o político moral, condenando o primeiro e enaltecendo o segundo. Merece reflexão e cuidado a afirmativa de que por "razão de Estado", será aceito um conjunto de princípios baseados nas ações que não seriam justificadas se cumpridas por um indivíduo isolado.


Mas exaltadas e enaltecidas se cumpridas pelo governante, ou por qualquer pessoa que exerça o poder em nome do Estado. Em qualquer sociedade é importante observar o que é moralmente lícito ou ilícito ressaltando-se a ética política, profissional, familiar, sexual, enfim a ética comportamental.

 

Devemos obedecer a um código de regras e normas compatíveis com a verdade divina. Não estamos nos referindo a uma religião, doutrina ou seita, mas fundamentalmente à espiritualidade representada pelo amor, solidariedade, perdão, compaixão dentre outros sentimentos. A vida é mais agradável e bela quando percebemos a presença de amor e a ausência da inveja.


Toma-se básico a exaltação dos valores internos e morais, para que possamos buscar a felicidade e a esperança.
Por sua vez, o conceito de violência está ultrapassado. A destruição de nossos semelhantes é a nossa própria destruição. O sentido da vida é ser feliz e útil.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Para as mulheres no seu dia …

Por Bia Jucá.   

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Afinal, o que quer uma mulher? Freud confessou à Marie Bonaparte não ser capaz de responder a esta pergunta e nos comparou a um “ continente negro.” E hoje, passados, cinco séculos, estamos aptas a responder a esta questão?  Fomos vistas de diferentes formas ao longo dos tempos. Deusas,musas, heroínas, vilãs, feiticeiras, fadas diáfanas e sedutoras ameaçadoras. Beijamos sapos que se transformaram  em príncipes (e vice-versa…) e com uma maçã condenamos a humanidade a ser expulsa do paraíso! Mas principalmente, sempre fomos rodeadas de mistério! Se o objetivo deste texto fosse fazer uma análise do feminino para a psicanálise poderíamos dizer que o inalcançável à primeira vista é o fato da mulher “ não ser” e sim ser um constante “devir a ser”!

 

Poderíamos divagar sobre os aspectos edípicos  e a castração …Mas aqui queremos fazer uma reflexão sobre o que a mulher quer nos dias atuais com o acúmulo exaustivo de funções.    Somos e sempre fomos inseridas na cultura! A nossa, ainda hoje é feita e pensada por homens. Nem por isso podemos ignorar os avanços e conquistas das mulheres! Elas se libertaram da ideia de que seu único valor era a maternidade e as atividades domésticas!

 

O trabalho fora de casa não combinava com a maternagem! Isto gerava dependência e aprisionamento a relações desgastadas e submissas! Hoje a mulher sabe que para ser uma mãe “suficientemente boa” o que importa não é a quantidade de tempo que passa com os filhos e sim a qualidade deste tempo! Abriu portas,entrou no meio acadêmico, conquistou espaços antes ocupados apenas pelos homens e continua na luta pela igualdade salarial. Exige respeito, grita contra a violência e a injustiça em todas as suas formas e mostra que ter conceitos lúcidos e equilibrados é o oposto de ter preconceitos.

 

Programa o melhor momento para ser mãe e se apropriou do seu corpo como  um veiculo que causa e dá prazer e portanto deve ser cuidado! Entendeu a importância do autoconhecimento psíquico e iniciou uma viagem em direção a si mesma. Voltou mais inteira …Acordou mas se permite sonhar mesmo acordada! Assumiu a força que sempre esteve por trás dela!São reconhecidas por seus talentos e criatividade e se permitem brilhar… jamais debilitar!

 

São internacionalmente aplaudidas nas artes e projetos por um mundo sustentável .Quando ocupam cargos políticos fazem valer seus direitos e não esquecem que as mulheres menos favorecidas, aquelas que lutam pela vida do dia a dia, sentem-se entorpecidas e hesitantes (por sorte,nem todas) e precisam ser representadas e ajudadas! Acredito que hoje o que uma mulher quer é ser autônoma,reconhecida, segura,livre, amada e desejada como ela é! Quer continuar trilhando novos caminhos e não aceita retrocessos nas suas conquistas! E quem não quer isto??? Será que ainda é muito o que uma mulher quer? Será que é pouco o que ela não quer ? Fica em aberto a questão! Feliz Dia das Mulheres!!!!  (Bia Jucá)

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A questão política

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A conceituação de desenvolvimento econômico pressupõe o aprimoramento do processo político, em que se incluem os conceitos de justiça e liberdade. As relações entre variáveis políticas e socioeconômicas, envolvendo intrinsecamente o Estado, afetam de forma cada vez mais decisiva a Nação.

 

Nesse aspecto, aliás, verifica-se uma verdadeira simbiose, pela qual as variáveis políticas influenciam e são influenciadas pelas variáveis socioeconômicas. Tradicionalmente, mencionado problema tem sido enfocado por determinados analistas sob dois ângulos: de um lado, a abordagem sociopolítica, que procura penetrar na raiz da questão.

 

De outro lado, a análise socioeconômica, detendo-se na descrição das características do atraso nacional, nas suas inter-relações e nas propostas de política econômica. Assim, parece-nos claro que os problemas inerentes ao desenvolvimento econômico e social do Brasil, além de conotações de natureza cultural, estão relacionados a pontos como: desigualdades entre as áreas urbana e rural; disparidades inter e intra regionais; bem como distribuição perversa de renda, em termos pessoal e setorial.

 

A estes desequilíbrios distributivos estruturais, conjugam-se problemas conjunturais, dentre outros: dívida financeira, taxas de inflação, níveis de desemprego, reduzidos índices educacionais; como também péssimas condições de saúde e sancamento básico. A problemática nacional não é de fácil solução e também não será resolvida com demagogia. As expectativas dos agentes econômicos e políticos muitas vezes se conflitam e, para tornar a situação mais complexa, exitem fatores que fogem ao domínio das autoridades constituídas.

 

Com a permanência deste quadro, ocorre a insatisfação da população, provocando tensões sociais e, naturalmente, desestimulando a colaboração no esforço nacional de retomada do desenvolvimento, de que o Brasil tanto necessita. Em outras palavras, existe uma relação direta entre o fator psicossocial e a produtividade geral da economia. Faz-se necessária uma maior identidade entre Nação e Estado ou entre os vários segmentos da sociedade e o Governo, com isso proporcionando bases mais sólidas para o desejado entendimento nacional.

 

Entendemos que a viabilização do mencionado objetivo, entretanto, somente acontecerá na medida em que prevaleçam o espírito público, a independência e a harmonia dos poderes constituídos e a valorização das representações políticas, consolidando um verdadeiro Estado democrático com justiça social e investimentos públicos e privados.

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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União familiar

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Sagrada Familia representa um exemplo para nós, mediante os sentimentos do amor, da humildade, da esperança, enfim, da solidariedade humana. 

 

É difícil viver fora do ambiente familiar. Na medida em que tenhamos uma familia bem constituida, com certeza, as dificuldades e os problemas da vida cotidiana serão ultrapassados com mais facilidade e menos sofrimento. Dentro desta linha de pensamento, é básico reconhecermos a importância dos valores espirituais sobre os materiais. Aqueles sãoduradouros e nos conduzirão, sem dúvida, à vida eterna. Estes são efêmeros e, nem sempre, nos proporcionam, apesar do conforto, a alegria permanente. Os bons pais sabem a oportunidade de aconselhar, perdoar, compreender, a importância da paciência e da sinceridade, os momentos de repreensão - sem denegrir a imagem dos
filhos - a prudência nos julgamentos, bem como a liberdade com responsabilidade. 

 

Os ensinamentos e os exemplos paternos são fundamentais para uma educação saudável. A união familiar é importante para que possamos educar nossos filhos dentro de um ambiente de paz e concórdia. Segundo Coelho Neto, "é na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais". Por sua vez, os filhos devem respeitar a autoridade dos
pais, sem contudo apresentar uma atitude de subserviência, mas de amor e carinho. 

 

Quando falamos em educação, não pretendemos nos deter apenas no aspecto relativo ao conhecimento formal. Porém, principalmente, à educação comportamental, representativa do caráter, do modo de ser, de amar o próximo, isto é, aquela educação que, muitas vezes, não se aprende nos bancos escolares e sim, em sua grande parte, no
dia a dia da familia unida.

 

A melhor forma de se obter solidez num relacionamento familiar é mediante a união. Podemos dizer que uma familia bem constituída segue a palavra de DEUS, pois semeia o amor.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Pesquisador e genealogista Assis Arruda

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Grande pesquisador e genealogista Assis Arruda ganhou homenagem por seu trabalho, assinada por Pedro Mariano. Confira!

 

Prezado Dr. Assis Arruda,

É com imenso respeito e admiração que me dirijo a você, um renomado escritor e genealogista cearense, cuja obra e contribuições têm deixado uma marca indelével na cultura e na literatura de nossa região.

 

Para mim, é uma verdadeira honra e um privilégio poder estabelecer este contato e expressar minha profunda reverência por sua notável trajetória e pelo legado que você tem construído ao longo dos anos.

 

Admiro profundamente sua vasta experiência e conhecimento no campo da genealogia, assim como sua dedicação incansável em preservar e promover a história e as raízes culturais do nosso querido Ceará.

 

Fiquei sabendo de sua personalidade notável através do Sr. Eudes de Sousa, presidente da Academia Massapeense de Letras e Artes - AMLA, que sempre fez questão de destacar sua integridade, sua humildade e seu compromisso inabalável com a arte e a literatura.

 

Sua obra é um verdadeiro tesouro, repleto de detalhes e narrativas que nos transportam para tempos e lugares distantes, enriquecendo nossas mentes e nossos corações com sabedoria e beleza.

 

Que sua jornada continue a ser iluminada pelo sucesso e pela realização pessoal e que seu legado perdure através das gerações, inspirando novos escritores e amantes da cultura cearense.

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Aniversário do falecimento da Beata Maria Araújo, 

Beata Mocinha

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Dia 17 de janeiro, homenageamos o centésimo décimo aniversário do falecimento da Beata Maria Araújo, também conhecida como Beata Mocinha. Este é um relato histórico e religioso por Célia Maria Teixeira.

 

Maria de Magdalena do Espírito Santo de Araújo, nascida em 23 de maio de 1863, no vilarejo de Juazeiro do Norte, era filha de negros agricultores, Antônio da Silva Araújo e Ana Josefa do Sacramento. Desde a infância, trabalhou em olarias fazendo tijolos e fiava algodão para ajudar no sustento da família.

 

Após ficar órfã de pai e mãe, foi acolhida pelo Padre Cícero e passou a viver na casa paroquial, onde desenvolveu habilidades artesanais. O Padre Cícero incentivou-a a ensinar outras jovens a confeccionar bonecas de pano, proporcionando uma fonte de renda através do artesanato.

 

Em 1º de março de 1889, durante uma missa celebrada pelo Padre Cícero, ocorreu um fenômeno nunca antes visto na região. Maria passou a experimentar fenômenos sobrenaturais, como a transformação da hóstia consagrada em sangue vivo, que escorria de sua boca e era limpada com o lenço do Padre Cícero, e o desaparecimento de chagas sem deixar marcas.

 

Após relatos dos acontecimentos, uma comitiva liderada por Dom Joaquim foi enviada para investigar os fenômenos. Médicos e padres atestaram a natureza divina dos eventos, mesmo diante da destruição das provas, o que dificultou a comprovação científica e arqueológica dos milagres.

 

No entanto, Dom Joaquim, ao ler o relatório final, investiu-se impiedosamente contra Maria de Araújo, suspendendo o Padre Cícero de suas práticas sacerdotais. Mesmo com tentativas de defesa por parte de pessoas influentes, Maria sofreu castigos físicos e psicológicos, mantendo-se firme em sua fé.

 

Diagnosticada com câncer em metástase, Maria foi autorizada pela igreja a passar seus últimos dias em paz na casa paroquial, onde faleceu em 17 de janeiro de 1914. Seus restos mortais foram violados e enterrados em local desconhecido em 1930, mas sua memória continua viva entre os devotos que visitam a Igreja do Socorro em Juazeiro do Norte.

 

Apesar das tentativas de anular seus milagres, o número de fiéis continua a aumentar ano após ano. A história de Maria de Araújo, assim como a de outras mulheres notáveis, não deve ser esquecida, e é nosso compromisso buscar a verdade para que suas memórias não se percam no tempo.

 

Mas, enquanto existirem pessoas como Antônio Gomes de Araújo, Renato Dantas, Manoel Diniz, Maria do Carmo Pagan Forti, Amália Xavier de Oliveira, Azarias Sobreira, Daniel Walker, Francisco Valquimar de Oliveira e eu, Célia Maria Leite, incluo-me nesta seleta equipe, porque somos comprometidos em desenvolver pesquisas e estudos sem tendências, nosso objetivo é chegar o mais próximo possível dos fatos reais, para que a história da Beata Maria de Araújo, assim como as histórias de outras mulheres, não fiquem nas prateleiras do esquecimento.

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PLÁCIDO E PIERINA, UMA HISTÓRIA DE AMOR.

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Plácido de Carvalho era um rico comerciante cearense, dono de terras e casas em Fortaleza. Todos os anos ele viajava à Europa, visitando diferentes países. Maria Pierina Tacconi Rossi era italiana, de Milão, mas vivia e trabalhava num estabelecimento em Paris. Os dois se conheceram, justamente, na "cidade do amor". Apaixonado, Plácido propôs casamento a Pierina e, de acordo com o pesquisador e memorialista Nirez, a italiana avisou que só se casaria se ele construísse um castelo para ela.


O projeto do palácio, então, foi encomendado ao artista plástico e engenheiro João Sabóia Barbosa, com uma planta de um castelo que havia em Florença, na Itália. Em 1917, Pierina desembarca em Fortaleza, aos 28 anos, para viver com o marido no palácio. Os dois tiveram uma filha, Zaíra.


O monumental castelo reunia características do requinte europeu, como mármores e vitrais importados, com traços das mais belas madeiras brasileiras. A torre alta era o símbolo principal, que passava ares de castelo, bem como as escadarias e mobílias luxuosas. No entorno do palácio, havia inúmeros canteiros de rosas, dálias e plantas regionais, além de duas fontes de água, que deixavam o lugar ainda mais encantador. Sem dúvidas, era o imóvel mais imponente da Avenida Santos Dumont.


Em 1933, Plácido de Carvalho adoece e a família decide se mudar para o Centro de Fortaleza, onde havia uma facilidade maior de acesso à atendimento médico. Eles ficaram vivendo no Hotel Excelsior, também um imóvel do comerciante. Um ano depois, no entanto, Plácido de Carvalho morre aos 60 anos de idade.
Fonte: amlef.com.br/Nirez

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Hidrogênio verde e neoindustrialização
Jurandir Picanço Jr

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A indústria mundial se encontra diante de um grande desafio. Seus processos atuais são os grandes responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa (GEE), resultantes da queima de combustíveis fósseis. Sucessivas Conferências do Clima (COP) e estudos consolidaram a necessidade imperiosa de redução dessas emissões, que impactam o fenômeno de aquecimento global.


Grande parte da solução para o problema passa pela eletrificação dos processos: uso da energia elétrica oriunda de energias renováveis em substituição aos combustíveis fósseis. Nessa realidade, a produção do hidrogênio verde por eletrólise da água se destaca como uma alternativa promissora, e o Brasil é apontado em diversos estudos como o centro da solução mundial por seu potencial de geração dessa energia.


Entre os diversos setores industriais, rotas tecnológicas com o uso do hidrogênio verde já estão sendo desenvolvidas com foco na descarbonização, como é o caso da indústria do aço, do cimento e de produtos químicos. Essas indústrias são responsáveis por 37% das emissões industriais globais, conforme estudo realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.


Na mobilidade, o uso de hidrogênio verde como combustível em veículos terrestres e na fabricação de combustíveis sintéticos vem sendo amplamente estudado. Na aviação, despontam tecnologias de conversão da biomassa ou resíduos e a síntese de hidrogênio verde e CO2.


A Nova Política Industrial apresentada pelo Governo Federal estabelece, entre suas prioridades, a meta de “cortar em 30% a emissão de gás carbônico por valor adicionado do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria”. O alcance dessa meta demandará tecnologias menos poluidoras, entre elas o hidrogênio verde.
Com tantas oportunidades promissoras, o hidrogênio verde estará no cerne da neoindustrialização brasileira, ancorada em nossa abundância em energias renováveis. Nossas melhores chances, entretanto, dependem do domínio, por parte da indústria nacional, das novas rotas tecnológicas de descarbonização com hidrogênio verde, o que nos demandará um grande esforço em pesquisa e desenvolvimento tecnológico.

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Esperança

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Amigas e amigos

Estamos vivenciando no Brasil uma época onde predomina a diáspora de ideias e de objetivos. O ideal decadente mostra a falta de perspectiva das novas gerações e deixa num clima de perplexidade os mais idosos. Com certeza, sem pessimismo, o País continuará com grandes injustiças e desigualdades conforme relatórios de Organização das Nações Unidas e de outras entidades internacionais.

 

Quais seriam então os princípios básicos para que possamos alcançar uma situação melhor?

A pergunta não é de fácil resposta; bastante complexa, todavia tomamos a liberdade de apontar cinco pontos substanciais: democracia, ética, espiritualidade, respeito aos direitos humanos e paz. Reconhecendo o elevado grau de utopia, precisamos ter esperança. São conceitos interdependente e necessitam ser observados dentro de um contexto sistematico, permitindo assim o surgimento de uma sociedade dos cidadões, insto é, da cidadania.

 

Sem dúvida, a ideia democrática se opõe a ideologias, opacas em que o poder é, na maioria das vezes, exercido mediante força, mídia tendenciosa e dinheiro. Já a ética evidencia diretrizes da natureza moral de uma pessoa, de um grupo social ou de uma sociedade. 

 

A espiritualidade leva o cidadão a procurar o melhor caminho, em razão da força interior, através da mediação e de oração. A universalidade dos direitos humanos se opõe às teses e propostas dos egoístas e daqueles que buscam a solidariedade. A paz vai de encontro à violência física e moral. Não devemos desanimar, pois diz a sabedoria popular "muitas vezes a última chave do molho é aquela que abre a porta".

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Mino, o bom!

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O amigo irmão Herminio Macedo Castelo Branco possui qualidades várias: desenhista, artista plástico, cartunista, programador visual, projetista gráfico, poeta, jornalista, editor e outras de que, com certeza, me esqueci em razão dos meus 80 anos de idade. Pertencia com muito orgulho, ao grupo daqueles que estão na quarta idade. 

 

Tenho o privilégio de manter uma sólida amizade com o Mino. Seu pai era colega e amigo do meu, ambos funcionários do Banco do Brasil, possuimos uma grande quantidade de amigos comuns e minha admiração por ele aumenta,
cada vez mais, pois sempre está vendo o mundo com os olhos do coração.

 

O artista Mino participou de várias exposições de humor, individuais e coletivas, não só no Brasil, mas nos EUA, Japão, Bulgária e Bélgica. Possui também trabalhos publicados em países da Europa e da Ásia. Herminio com a sua cearensidade graciosa e sem malícia honra o povo brasileiro.

 

Se todos pensassem e agissem como ele, o mundo seria diferente. Sinceramente, acho o Mino, em face de suas atitudes e do seu comportamento ético, desprendido e generoso, parecido com o homem, para mim, mais importante do século passado, Mahatma Gandhi.

 

Sua mulher Inês e seus filhos podem se vangloriar do esposo e pai. É verdadeiramente um homem bom. A tristeza nunca perturbou o Mino, pois ele sempre pensou em Deus. Sempre distribuiu esperança e amor, nunca guardou ódio nem rancor, dessa forma nunca deixou de encontrar o caminho da felicidade.

 

Para ele, é possível reencontrar a esperança mesmo depois de perdas e desilusões significativas. Sua fortaleza de inteligência não lhe permite fracassar. Sonhando vai criando o futuro, e sua sabedoria e humildade o
fazem uma pessoa extremamente solidária.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Trazemos para os nossos leitores uma bela poesia 

do multiartista Totonho Laprovitera

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Fortaleza, Amante

Totonho Laprovitera

 

As ruas descalças contam mil histórias
Da menina, mulher, dourada de sonhos
Da pureza da calma de um grande amor
À natureza da alma de um pescador

Traçadas as praias pela beira do mar, 
Em desenho pintado pelo verde das águas
São beijos de língua com gosto de sal,
Pecados, vontades, razões de viver

Sopra a brisa com cheiro do amar
Embalando os corpos a navegar
Tem fachos de sol o calor dos desejos
Dos namorados banhados de luar

O brilho no olhar da luz das estrelas
É clarão de farol que guia a certeza
E norteia a beleza da delicadeza,
Para amante ser minha a Fortaleza!

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O que a memória ama fica eterno,

por Adélia Prado

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A memória é contrária ao tempo. Enquanto o tempo leva a vida embora como vento, a memória traz de volta o que realmente importa, eternizando momentos.

 

Crianças têm o tempo a seu favor e a memória ainda é muito recente. Para elas, um filme é só um filme; uma melodia, só uma melodia. Ignoram o quanto a infância é impregnada de eternidade. Diante do tempo, envelhecemos, nossos filhos crescem, muita gente parte. Porém, para a memória, ainda somos jovens, atletas, amantes insaciáveis.

 

Nossos filhos são crianças, nossos amigos estão perto, nossos pais ainda vivem. Quanto mais vivemos, mais eternidades criamos dentro da gente. Quando nos damos conta, nossos baús secretos – porque a memória é dada a segredos – estão recheados daquilo que amamos, do que deixou saudade, do que doeu além da conta, do que permaneceu além do tempo.

 

A capacidade de se emocionar vem daí, quando nossos compartimentos são escancarados de alguma maneira.

Um dia você liga o rádio do carro e toca uma música qualquer, ninguém nota, mas aquela música já fez parte de você – foi o fundo musical de um amor, ou a trilha sonora de uma fossa – e mesmo que tenham se passado anos, sua memória afetiva não obedece a calendários, não caminha com as estações; alguma parte de você volta no tempo e lembra aquela pessoa, aquele momento, aquela época.

 

Amigos verdadeiros têm a capacidade de se eternizar dentro da gente. É comum ver amigos da juventude se reencontrando depois de anos – já adultos ou até idosos – e voltando a se comportar como adolescentes bobos e imaturos.

 

Encontros de turma são especiais por isso, resgatam as pessoas que fomos, garotos cheios de alegria, engraçadinhos, capazes de atitudes infantis e debilóides, como éramos há 20 ,30 ou 40 anos. Descobrimos que o tempo não passa para a memória. Ela eterniza amigos, brincadeiras, apelidos. Mesmo que por fora restem cabelos brancos, artroses e rugas.

 

A memória não permite que sejamos adultos perto de nossos pais. Nem eles percebem que crescemos. Seremos sempre as crianças, não importa se já temos 30, 40 ou 50 anos.

 

Pra eles, a lembrança da casa cheia, das brigas entre irmãos, das estórias contadas ao cair da noite ... Ainda são muito recentes, pois a memória amou, e aquilo se eternizou.

Por isso é tão difícil despedir-se de um amor ou alguém especial que por algum motivo deixou de fazer parte de nossas vidas.

 

Dizem que o tempo cura tudo, mas não é simples assim. Ele acalma os sentidos, apara as arestas, coloca um band-aid na dor. Mas aquilo que amamos tem vocação para emergir das profundezas, romper os cadeados e assombrar de vez em quando.

 

Somos a soma de nossos afetos, e aquilo que amamos pode ser facilmente reativado por novos gatilhos: somos traídos pelo enredo de um filme, uma música antiga, um lugar especial.

 

Do mesmo modo, somos memórias vivas na vida de nossos filhos, cônjuges, ex-amores, amigos, irmãos.

E mesmo que o tempo nos leve daqui, seremos eternamente lembrados por aqueles que um dia nos amaram.

(Adélia Prado)

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Consciência 

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Entendemos por ética a parte da filosofia que trata de disciplinar e orientar o comportamento humano, ou seja, é a ciência da moral. Esta, por sua vez, representa os bons costumes e boa conduta, de acordo com os preceitos socialmente fixados pela sociedade.

 

Já a "governabilidade" pode ser entendida pela qualidade intrínseca do governante, significando a importância de tranquilidade política e socioeconômica para que um governo possa desempenhar suas atividades básicas. Em todos os tempos e sob qualquer regimea governabilidade só alcançou sucesso na medida em que se apoiou em procípios éticos. "O fim justifica os meios" conforme Maquiavel, não é uma atitude estratégica e muito menos ética, mas uma conduta incorreta que não leva uma sociedade a uma situação de justiça, bem como baseada na essência da democracia.

 

Como disse Noberto Bobbio: "a ética distinguiu os deveres em relação aos outros e os deveres para consigo mesmo. No debate sobre o problema da moral em política aparecem exclusivamente os deveres em relação aos outros".

 

Nos dias atuais existem muitos países ditos democráticos, elegeram seus governantes, todavia, não apresentam uma sincera e clara harmonia entre aspectos éticos e de governabilidade. Defendemos que ética e governabilidade caminhem juntas, buscando uma sociedade politicamente aberta, soberana, de economia forte e socialmente justa.

 

Por fim, voltamos a insistir, governabilidade é atender as reais necessidades e carência do povo e e não fazer concessões e acordos que possam prejudicá-lo.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Em busca da democracia

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Existem três eixos fundamentais (políticos, social e econômico) que servem de apoio ao progresso de um Estado democrático. De nada adianta um País ser forte do ponto de vista econômico e sua população viver em condições precarias e sem libertadade politica. Dentro desta linha de raciocinio, seria fundamental alcançar a cooperação entre o governo, sociedade e setores empresariais e trabalhistas, para que ocorra o desenvolvimento responsável, integrado e sustentavel.

 

Particularmente, no caso brasileiro, é urgente a necessidade de programas e ações estruturantes que promovam e consolidem os direitos e obrigações da população. Por sua vez, sem crescimento econômico, não há de que se falar em geração de renda ou de empregos, e nem de melhorias que repercutam significante na vida do cidadão, seja quanto a educação, a saúde ou a quaisquer outros temas que o afeta diretamente. A busca de estabilidade macro ecômica e de eliminação da corrupções vitais para a retomada do desenvolvimento.

 

Ao Brasil será impossível destacar-se em meios a economias avançadas se mantida a miséria e a exclusão social de que somos testemunhas. O desenvolvimento precisa ser integral, abrangendo todas as áreas, ou seja, visando bem-estar da coletividade e o equilíbrio ambiental. Nada do que foi dito pode ter resultados concretos, sem o envolvimento de toda a sociedade brasileira. Deseja se que o engajamento se der em forma crítica e atuante, garantindo a transformação de nossa realidade. Assim estaremos participando de transformações esperadas, respeitando se o regime democrático e a liberdade que lhe é intrínseca.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Melancolia de final de ano!

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Dezembro não é fácil para os psicólogos. Alguns pacientes ficam ansiosos com o recesso de final de ano e são afetados pelo clima natalino, apresentando diferentes manifestações de angústia. Afinal, como por encanto, todas as pessoas se transformam em mensageiras do bem, os sentimentos negativos são esquecidos e surge uma grande e única família irmanada pelo amor universal. Pelo menos ,é o que dizem as inúmeras mensagem que hoje não chegam mais às nossas mãos ...(saudades dos belos cartões que eram entregues pelos simpáticos carteiros ...)

 

Bem, muitos pacientes nem sempre se identificam com estas emoções natalinas. Abismados e impotentes se sentem excluídos e desamparados. Surgem sentimentos de vazio, solidão, lutos e perdas. Há um incremento dos sintomas e da dor ! É para estas pessoas, pacientes ou não, que envio meus mais sinceros votos de Boas Festas ! E o que lhes desejo é que não percam nunca a esperança e não desistam de lutar por vocês !!!!  Bia Jucá 

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Assis Arruda:

“garimpeiro de memórias”

A memória é atributo fundamental ao homem e à sociedade, meio (e fim) pelo qual a humanidade constrói suas sagas e narrativas pretéritas, faz-se e efetiva-se como fenômeno histórico inteligível, vivificada concretamente para preservação e transmissão às gerações sucessivas, no decurso das eras. A história dos grandes povos e civilizações tem sido a história da capacidade de culto e difusão das memórias. Pelas práticas e iniciativas do gênero, os antigos egípcios são reconhecidos, até hoje, em seus mausoléus piramidais, suas múmias e utopias de eternidade.

 

De igual modo, os hebreus conceberam e professaram sua crença no Deus único, a despeito de inominado, e eternizaram seus profetas e ensinamentos por milênios, resistindo a eras de escravidão, degredos, expatriações, pelo exercício da tradição e transmissão oral, a gravação em pedra/pergaminho com o fim de guardar seu legado aos pósteros e firmar-se como uma das culturas que mais influencia o comportamento hodierno. Contando e cultuando a memória de seus feitos, mitos e personagens foi que os antigos gregos se tornaram nascedouro dos principais saberes remanescentes, cravaram suas digitais nas metodologias e aprenderes futuros e marcaram definitivamente o devir.

 

Já os nascidos nos tempos XX d.C. em diante, absorvemo-nos em contextos atrozes da cultura de massas e de consumo, metropolização populacional, mercantilização dos valores materiais e/ou espirituais, tecnologias galopantes que atiram, impiedosamente, todo o ontem no abismo do obsoletismo, de forma que o viver e seus sujeitos nos parecem cada vez mais descartáveis, efêmeros e perecíveis. Em tal cenário, os do agora desaprendemos a olhar para o atrás, a desprezá-lo, a tê-lo como imprestável, inútil, insignificante. E na vala comum do descarte do passado, perece inclusive o legado ancestral, de modo que quase ninguém hoje sequer se interessa em saber os nomes de seus predecessores consanguíneos, muito menos o que foram e fizeram em seu espaço e tempo.

 

E foi neste compasso voraz de mudanças galopantes que cresci e assimilei a realidade e, embora oriundo de uma família tradicional que se orgulhava de professar sua ascendência portuguesa, cujos genitores mantinham o hábito de falar sobre o passado e seus ancestrais e contarem aos jovens suas sagas, venturas e desventuras, eu não dava muita importância a tais memórias, nem buscava situarme nas respectivas linhagens. Até que, eu já com quase a idade de meio século, uma autoridade pública, a quem as mídias dão muita cobertura, foi transferida para o município de Crateús, onde nasci e sempre vivi. O fato não me teria nada de especial, se o mesmo não tivesse os meus sobrenomes, idênticos e na mesma ordem de assinatura, como se irmãos de pai e mãe fôssemos.

 

Não tardou a que muitos viessem me fazer indagações, como: se eu o conhecia, qual o nosso grau de parentesco, qual sua naturalidade... para as quais eu não tinha respostas exatas. Ao conhecer pessoalmente o “famoso” parente, pelo pouco que eu e ele sabíamos até o terceiro grau ancestral, descobrimos que tínhamos em comum praticamente as mesmas raízes e linhagens. E já quase ao final da conversa, ele me disse ter encontrado seu nome num PDF que havia detectado numa busca através do Google e que, certamente, meu nome também constaria lá.

 

Deu-me as palavras-chaves: “OS FROTA, TOMO VI”. Fui para casa refletindo o que poderia ter a ver meu nome com tais Frota e por que raios alguém me citaria em dito livro. E não é que, ao escrever na busca as palavras-chaves, pude encontrar lá o meu nome, e não só o meu, mas de meus pais e vários de meus irmãos? Ao folhear detalhadamente o citado PDF, descobri que alguns de meus ancestrais portugueses e seus descendentes, segundo catalogava o texto, se assinavam com sobrenomes com que nunca imaginei ter parentesco, como Gomes, Frota, Cunha, Linhares, Teles, Menezes, Pinto, Cardoso, Nepomuceno…

 

Foi então que, voltando ao início da busca, descobri que o tal PDF fazia parte de uma página eletrônica denominada “Genealogias Sobralenses”, que, além do tomo VI dos Frota, continha mais cinco capítulos acerca deste mesmo sobrenome e muitos outros de várias linhagens, entre elas os “Ferreira da Ponte”, com quem eu já sabia ter parentesco, e que tudo aquilo era obra de uma pessoa chamada Francisco de Assis Vasconcelos Arruda.

E um tanto envergonhado de não ser capaz de explicar acerca da relação parental com alguém que tem meus sobrenomes, dei-me conta de que havia no mundo um tipo de pessoa que eu sequer conhecia e que – sabia-se lá como – disse de mim e de meus pares vivos e sobre muitos dos meus entes queridos mortos. E foi além: soube dizer detalhadamente de onde eu vim, de quem descendia, desde os mais longínquos graus parentais, do outro lado do Oceano, e desde séculos aquéns, deste tempão tão comprido e que não para de correr.

 

Foi aí que me dei conta de que havia um ramo da pesquisa chamado genealogia, muito mais significativo do que meu (des)interesse em atentar para memorização dos nomes dos meus ancestrais, que meus pais tanto insistiam em mencionar, valorizar as histórias e suas sagas e recontá-las aos meus filhos. Pois que, alguém de que eu nunca ouvi falar e que não me consta ter qualquer interesse consanguíneo, o fez muito mais e melhor do que eu. E por que o fez?

 

Certamente por compreender quão valioso é o passado, quão importante é conhecer os caminhos ancestrais e suas trilhas, marcas e rastros impressos na história, tempo e espaço aquém-além. Desde então, o nome “Assis Arruda” passou a me simbolizar um aventureiro que se embrenha no desconhecido e, com as ferramentas da pesquisa, escava, do cascalho das lembranças, verdadeiras joias, tão caras ao conhecimento da jornada humana no seu espaço e tempo, em síntese, um típico garimpeiro de memórias.

 

A descoberta da obra de Assis Arruda motivou a mim e a muitos parentes a buscar informações ancestrais e até a cogitar produção de livro com registro memorial, histórico e genealógico da família, desde os desbravadores portugueses que se instalaram nas ribeiras do Rio Coreaú, no entorno da antiga Palma, até a parentada que se espalhou pelo mundo, seja na Amazônia do ciclo da borracha, no início do século XX, ou nas ribeiras do Rio Poti, metrópoles e rincões. Passamos a realizar reuniões com o fim de planejar e desenvolver meios de pesquisar, mas a falta de traquejo com o assunto e a carência de estratégias metodológicas nos deixavam a andar em círculo. Foi aí que decidimos procurar o próprio Assis, informados que fomos de sua simplicidade e solicitude.

 

Na companhia de um primo, fui encontrá-lo, em seu apartamento, num fim de tarde. Esperamos cerca de uma hora nos parapeitos do seu condomínio, até o vermos chegar de uma caminhada de sete quilômetros e sermos recebidos e acolhidos, ele com simpatia e disposição de quem acabava de acordar. De imediato, aceitou frequentar a nossas reuniões e, logo na sua segunda participação, tomou conta do processo e delegou obrigações aos presentes, para que, no encontro seguinte, já fosse apresentado um rascunho inicial de um dos troncos genealógicos.

 

As informações que cada um tinha foram sendo passadas ao Assis e, um mês depois, na reunião seguinte, ele já nos apresentou um esboço de genealogia do citado tronco, a que chamou de “primeira prova”. Daí em diante, tive a oportunidade de ver ele próprio em ação, desenvolvendo seu garimpo de memórias, quando realizamos juntos duas excursões de pesquisa.

 

Na primeira, o acolhi em minha casa, por três dias, em abril de 2016. Fosse durante o movimento de entrada e saída de parentes para serem entrevistados ou nas visitas que realizamos pelas fazendas da região, o então sexagenário Assis Arruda parecia-nos um menino entusiasta, acordando cedo e dormindo tarde, intercalando longas horas de trabalho com as sobras de tempo livre, já no alongar das noites, com ar e humor sempre festivo e descontraído, e com boa disposição, ainda, para o papo à toa ou roda de violão. Realizava as entrevistas com uma atenção e disciplina impressionantes. Sentado frente a frente com o interlocutor, permanecia por horas, se necessário fosse, como num exercício de conexão transcendental com as faculdades cerebrais do informante, alumiando os grotões senis das lembranças, levando-as a despertarem, como num canto de ninar invertido.

 

No compasso do movimento de suas mãos, os traços da caneta iam registrando as informações como se lapidassem instantaneamente jazidas colhidas das profundezas, quais diamantes a refletirem-se em brilho nos seus olhos. E quando o derredor começava a atrapalhar em conversas paralelas, fazia uso de sua autoridade e experiência para chamar à atenção e responsabilidade os demais, nós – os calouros aprendizes de pesquisadores, sem se furtar de sua ternura e serenidade constantes.

 

Na segunda excursão, fomos à região da velha Palma, em novembro de 2016. Foram mais quatro dias intensos de aprendizagem mesclada a entusiasmo e alegres encontros. Visitamos residências, alcovas, lugarejos de que eu só sabia pelas histórias dos meus pais. Visitamos cemitérios, entre eles o de Cajueirinho, também chamado Cemitério dos Carneiro, fundado a partir do Sepultamento de meu trisavô Antônio Carneiro  da Silva, em maio de 1857.

 

Apesar dos percursos carroçáveis e das extensas caminhadas pelas trilhas estreitas, até chegar às catacumbas ancestrais, a empolgação do velho Assis e de todos nós, ao nos debruçarmos sobre os túmulos para ler as lápides, era a de meninos subindo em brinquedos de parque de diversão, para espanto dos moradores das proximidades, que não eram acostumados a presenciar tamanha euforia em cemitérios.

 

E assim o grande Assis Arruda chega aos seus 75 anos, completos aos 18 de outubro deste 2023, muitos anos de trajetória, de andanças por estas ribeiras sobralenses e derredores, grande parte dos quais dedicados ao legado histórico dessas gentes, cujos ancestrais vieram d'além-mar e por cá se instalaram, se miscigenaram aos clãs nativos, procriaram e tornaram-se o povo de Sobral, da Região Norte do Ceará, de um pedaço do Brasil.

 

Os caminhos que trilhou com a ponta de sua caneta são incomparavelmente maiores do que os que caminharam seus pés cálidos por estes torrões sertanejos. O tempo registrado no relógio da sua obra e seus tantos livros é imensurável, pois volta ao passado por séculos, resgata marcas da aventura social humana e de seus personagens, tornando-as vivas no presente, e estruturadas para subsistir nos sem-fim dos amanhãs. Elias de França - Escritor

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Consciência Negra é Ser Firmina 

 

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Ser Firmina,
É ser símbolo de firmeza.
Nas rodas do bem querer 
Até o amanhecer do saber

Ser Firmina,
É ser gazela a saltitar,
Voar no vento  morno
Nos campos dos giras-sol e milharada.

Ser Firmina,
É seguir nas estradas tortuosas
Nas tábuas da velha carroça
Carregada de sonos, livros,
Meninos e meninas.

Ser Firmina,
É ensinar o bêabá para
Os filhos do vizinho e do distante
Sem esquecer o dois mais dois
Para a vida ficar mais forte.

Ser Firmina,
É ser gerada do ventre 
Da bela jovem alforriada 
Nascer nos porões da escravidão 
Fazer da réstia uma saída.

Ser Firmina,
É ser Maria Firmina dos Reis 
A primeira romancista negra do Brasil
A luz do candeeiro, perpetuou poemas, 
Contos e livros, o mais famoso - Úrsula.

Ser Firmina,
É ser jornalista e firme professora
Que ensinou o tempo a ladrilhar 
A Rua São Pantaleão, na “Cidade dos Azulejos”
Para a menina Élle passar a brilhar!

 

Autora: Célia Maria Leite

 

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CECÍLIA MEIRELES

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Em 09/11/1964 falecia a grande poeta Cecilia Meireles. Após décadas do seu desaparecimento, ainda não surgiu no Brasil uma pessoa com sentimento poético tão profundo. Nasceu na Tijuca, bairro de classe média do Rio de Janeiro, três meses depois da morte do pai e, lamentavelmente, ficou órfà aos três anos de idade quando faleceu sua mãe. Sua avó materna, D. Jacinta, como tutora, cuidou da menina Cecília. 

Diplomou-se na Escola Normal em 1917, passando a exercer o magistério. Na juventude estudou história, línguas, filosofia e manifestações orientais, dentre outros ramos do conhecimento.
 

Seu primeiro livro de versos, Espectros, foi publicado em 1919, quando ainda contava 18 anos de idade, recebendo muitos elogios por parte da crítica. A partir de então, passou a escrever de forma intensa e ganhou prêmios, condecorações e ficou famosa internacionalmente.
 

Quando falamos de Cecilia Meireles, lembramo-nos de Criança meu amor; Poema dos Poemas; Vaga Música; Retrato Natural; Pequeno Oratório de Santa Clara; Romanceiro da Inconfidência e tantas outras obras.
 

A poesia lírica de Cecilia é uma das mais perfeitas e bonitas da literatura contemporânea. Traduzida para vários idiomas e musicada por muitos compositores famosos, como Lamartine Babo.
Em Romanceiro da Inconfidência, que acreditamos ser sua criação mais bela, vejamos: "Liberdade, essa palavra que sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda". "Tudo me fala e entendo: escuto as rosas e os girassóis desses jardins, que um dia foram terras e areias dolorosas". Como são lindos os versos de Cecília Meireles! Sua obra poética é, ainda hoje, inigualável.

 

Em seus livros, Cecilia sempre revelou sua preocupação com os problemas sociais.
Sua poesia é considerada, pelos críticos, intemporal, pois vivendo sob a influência do modernismo mostra aspectos do simbolismo e criações literárias do classicismo, do romantismo, do parnasianismo, do realismo e também do surrealismo.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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FAMÍLIA

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A Sagrada Família representa um exemplo para nós, mediante os sentimentos do amor, da humildade, da esperança, enfim, da solidariedade humana.E dificil viver fora do ambiente familiar.

 

Na medida em que tenhamos uma familia bem constituída, com certeza, as dificuldades e os problemas da vida cotidiana serão ultrapassados com mais facilidade e menos sofrimento.

 

Dentro desta linha de pensamento, é básico reconhecermos a importância dos valores espirituais sobre os materiais. Aqueles são duradouros e nos conduzirão, sem dúvida, à vida eterna. Estes são efêmeros e, nem sempre, nos proporcionam, apesar do conforto, a alegria permanente. 

 

Os ensinamentos e os exemplos paternos são fundamentais para uma educação saudável. A união familiar é importante para que possamos educar nossos filhos dentro de um ambiente de paz e concórdia.

 Segundo Coelho Neto,


"é na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais." Por sua vez, os filhos devem respeitar a autoridade dos pais, sem contudo apresentar uma atitude de subserviência, mas de amor e carinho.


Quando falamos em educação, não pretendemos nos deter apenas no aspecto relativo ao conhecimento formal. Porém, principalmente à educação comportamental, representativa do caráter,


do modo de ser, de amar o próximo, isto é, aquela educação que, muitas vezes, não se aprende nos
bancos escolares e sim, em sua grande parte, no dia a dia da família unida.

 

Assim disse Clóvis Beviláqua: "Na luta pela vida foi sucumbido o que não tinha consistência". A melhor forma de se obter solidez num relacionamento familiar é mediante a união. Podemos dizer que uma família bem constituída segue a palavra de Deus, pois semeia o amor.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Machado de Assis

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Certa vez, em Brasília, estava participando de uma roda de amigos. Assuntos variados, bem como temas polêmicos eram debatidos. Política, economia, cultura, religião, futebol, etc. Cada um tentava mostrar suas ideias, pensando convenceros demais.


Num determinado momento, como bom cearense, resolvi enaltecer os valores da minha querida terra, comparando-a com os do Brasil; maiorjurista - Clóvis Beviláqua; maiores maestros - Alberto Nepomuceno e Eleazar de Carvalho; maior escritora - Rachel de Queiroz; maior poeta popular - Patativa do Assaré; maior sacerdote - Padre Cícero; maior romancista - José de Alencar, maior educador - Martins Filho; maior humorista - Chico Anysio; maior heroína - Bárbara de Alencar, maior historiador - Capistrano de Abreu.

 

Pediram para eu parar, senão os outros Estados não teriam figuras para mencionar. Atendi ao apelo e disse que o sentimento de cearensidade que me dominava naquele momento era também de brasilidade, de vez que em todas as unidades da Federação existiram, existem e existirão mulheres e homens dignos de nossa admiração, respeito e orgulho.


Todavia, a presença de um carioca arrogante, porém boa gente, deu-me estímulo para voltar a falar, pois o cidadão havia esquecido o que de melhor já nos deu o Rio de Janeiro: Machado de Assis. Moleque mestiço do Morro do Livramento e descendente próximo de escravos, lutou e venceu no Rio na segunda metade do século XIX e no primeiro decênio do século XX. Contista, poeta, cronista, jornalista, Machado foi tudo que uma pessoa poderia ser no
exercício das atividades intelectuais.

 

Amou e foi amado, faleceu quatro anos depois de sua mulher. Disse em uma das estrofes do soneto Carolina: "Trago flores - restos arrancados / da terra que nos viu passar unidos / e ora mortos nos deixa separados".

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Chão de estrelas

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Muitos são os bons compositores brasileiros cuja importância ultrapassa os limites da música popular. Alguns, porém, revelam-se de tal maneira talentosos que se incluem na galeria dos nossos grandes poetas, pela indiscutível qualidade literária dos versos que escreveram. Fica dificil para qualquer brasileiro apontar os melhores compositores e também as melhores composições, sem correr o alto risco de cometer injustiças. Na realidade, são muitos os músicos e letristas que, com suas canções, enchem as nossas vidas de amor e de alegria.

 

Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Noel Rosa, Pixinguinha, Luiz Gonzaga, Mário Lago, Orestes Barbosa, Ataulfo Alves, Ary Barroso, mais ainda Lupícínio Rodrigues, Paulinho da Viola, Chico Buarque, Edu Lobo, Tim Maia, Roberto Carlos, Vinicius, Tom, Erasmo Carlos, Gonzaguinha, tantos, tantos, tantos.

 

Com certeza cometo uma grande injustiça quando me perguntam os três nomes de minha preferência e digo: Noel Rosa, Lupicínio Rodrigues e Paulinho da Viola. Peço desculpas a todos os outros. Se há uma manifestação valorosa neste querido País, é a música brasileira.

 

Não citei Pixinguinha, mas sei que "Carinhoso" é um clássico da música mundial.
Porem Não destaquei Cartola, cruel engano, pois "as rosas não falam simplesmente exalam o perfume que roubam de ti" Não citei Dorival Caymmi, uma vez que ficaria com saudades da Bahia, de Marina e até passaria a gostar de morrer no mar. Esqueci o Lua, lamentável, vez que sua "Asa Branca" é o hino do meu Nordeste. Não escolhi Orestes Barbosa, companheiro de Sílvio Caldas com quem assinou algumas das mais belas páginas do cancioneiro nacional.

 

"Tu pisavas nos astros distraída", segundo Manuel Bandeira uma das mais altas criações da poesia em lingua
portuguesa. Elogio que vale por um diploma, considerando-se quem o fez.
De Noel, Lupiscinio e Paulinho lembro-me dentre outras, de meu "Último Desejo", de "Nunca" pensar em "Vingança" e ter "Argumento" para imaginar que "Foi um Rio que passou em Minha Vida".


P.S. Lembro "Canção de Amor", belíssima composição do cearense Elano de Paula e do Chocolate, interpretada pela divina Elizabeth Cardoso.

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Carlos Drummond de Andrade

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Carlos Drummond de Andrade, mineiro de Itabira, bem cedo externou o interesse pelos livros. Aos 18 anos de idade, passa a residir em Belo Horizonte, fazendo amigos como Milton Campos, Pedro Nava, Gabriel Passos e João Pinheiro Filho, frequentadores da Livraria Alves e do Café Estrela. Seus primeiros trabalhos foram publicados no "Diário de Minas", na seção "Sociais". Dai pra frente sua vida intelectual crescia dia após dia.
Sua obra abrangia amor, solidariedade, música, dificuldade, enfim, sentimentos que somente um
poeta seria capaz de possuí-los e interpretá-los nos momentos certos.

 

Pode-se dizer que o modernismo de Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira, e de outros, serviu de referência literária a Drummond. Dedicou sua vida às letras, escrevendo poemas, contos e textos antológicos. Preferia viver como um cidadão comum, passeando e pensando pelas calcadas da Avenida Atlântica, em Copacabana.
 

Certa vez, encontrei-me com Drummond, por acaso, numa floricultura do Rio. Era o ano de 1968.
estava eu cursando a Fundação Getúlio Vargas.
Lembro-me exatamente do dia: 3 de setembro. Fiquei nervoso, não era para menos. Ali estava o grande poeta brasileiro. Trocamos um rápido olhar e sorri como se estivesse pedindo permissão para comprar algumas rosas para minha mulher Mirian, pois estávamos fazendo dois anos de casados. Após ser atendido pela dona da loja de flores,
não tive inspiração nem tranquilidade para redigir o pequeno cartão. A senhora educada, percebendo minha angústia, perguntou ao poeta se ele podia me ajudar. Disse sim.

Escreveu uma conhecida estrofe de sua autoria: "A gente sempre se amando / nem vê o tempo passar, O amor vai-nos ensinando / que é sempre tempo de amar".
 

Obrigado, grande poeta. Se hoje pudesse, diria ao senhor que já estou com 57 anos de casado, com a mesma mulher, e possuo 4 filhos 9 netos e 3 bisnetos. 

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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A frágil discussão da pauta de costumes

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A pauta de costumes no Brasil veio rapidamente à tona em 2023, momento no qual o pêndulo do viés progressista e de esquerda está novamente dominante, com alvo nas drogas e no aborto.
 
No caso do aborto, para entendermos este estrato da sociedade que a defende, precisamos resgatar parte da história da legalização. Para isto, basta dizer que em 1920 se tornou legal na União Soviética, e, 15 anos após, na Alemanha Nazista. Em nosso país, é proibido desde o Código Penal de 1940, porém autorizado em caso de estupro, risco de morte para a mãe e em casos de anencefalia. Em 2004, integrou as discussões no Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, onde o poder executivo à época fez a seguinte referência: “O Governo Federal se empenhará na agenda legislativa que contemple a descriminalização do aborto.”
 
Soma-se a isto o fato do próprio poder judiciário ter sede, neste momento de país, por resgatar esta pauta como prioritária, mesmo em detrimento de tantas outras inconstitucionalidades deveras mais urgentes, como ações que atenuem a fome, a pobreza e os desafios do crescimento econômico ou mesmo da equidade na educação dos brasileiros.
 
Pontuaria, ainda, que falta consistência de ambos os lados aos argumentos que revolvem o debate. A favor: a decisão da mulher sobre o próprio corpo, questões de saúde física e psicológica, comprometimentos socioeconômicos e discussões sobre o início da vida. Contrário ao aborto: ética, responsabilidade, religião e proteção à vida.
 
Minha crítica vai para a não legitimidade dos representantes que se sentem imbuídos do poder para tomar decisão de tamanha magnitude.
 
Antes disto, e com enorme atraso, seria necessário o país restaurar o ensino básico, oferecer um atendimento à saúde digno à população, criar políticas e leis de proteção efetivas no combate à violência contra a mulher; lembrando que, em sua maioria, juristas, políticos e servidores em geral, que se arvoram na defesa da descriminalização do aborto, são homens, e as poucas mulheres alinhadas com a pauta não podem achar que representam a grade parcela das brasileiras. Estas, sim, devem opinar sobre seus direitos e crenças.
 
Enquanto essa pauta não for isenta e consistente e não houver proximidade de equilíbrio de opiniões nos quatro poderes - executivo, legislativo, judiciário e imprensa - a meu ver, não deve ser debatida.
 
Emília Buarque é Presidente do Lide Ceará. presidencia@lideceara.com.br

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História de São Francisco de Assis

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São Francisco de Assis nasceu em 1181, em Assis de Francesco, converteu-se ao cristianismo em 1206, renunciando aos bens paternos e iniciando uma vida de pregação do Evangelho. A forma da mensagem e do estilo de vida e de apostolado de Francisco causou, num primeiro momento, perplexidade aos seus contemporâneos.


Com certeza, Francisco analisou e debateu a religião, a civilização e a sociedade, observando os valores espirituais e materiais. Sempre valorizou o diálogo, principalmente, mediante as palavras simples, o amor de Deus, a caridade, a cautela nos julgamentos, a firmeza nas resoluções, a fidelidade nas obrigações, a humildade e a sabedoria.

 

Segundo Jacques Le Goff, um dos biógrafos de Francisco, "A fraternidade franciscana, a consagração à pobreza e uma liderança dinâmica alternando a solidão e a inserção social a partir da pregação nas cidades de Umbria o fixaram como uma das mais cultuadas figuras religiosas do Ocidente". Ainda de acordo com Le Goff, São Francisco seria o santo
mais moderno da Igreja por defender a ecologia, o anticonsumismo, a simplicidade, a liberdade, de aspirita, sendo um feminista de primeira hora na relação com Santa Clara e a ordem das clarissas.


Realmente, São Francisco sempre desenvolveu e estudou uma proposta de paz, o que é visível em sua conhecida oração: "Senhor, fazei-me um instrumento de vossa paz". Acredito que, se fizessemos uma análise do conteúdo da oração, teríamos um mundo melhor, onde a solidariedade e o amor ao próximo prevaleceriam. É por isso que chamamos essa oração de ecumênica, ou seja, não se conflita com nenhuma outra religião.

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Mino, o bom!

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O amigo irmão Herminio Macedo Castelo Branco possui qualidades várias: desenhista, artista plástico, cartunista, programador visual, projetista gráfico, poeta, jornalista, editor e outras de que, com certeza, me esqueci em razão dos meus 80 anos de idade. Pertencia com muito orgulho, ao grupo daqueles que estão na quarta idade. 

 

Tenho o privilégio de manter uma sólida amizade com o Mino. Seu pai era colega e amigo do meu, ambos funcionários do Banco do Brasil, possuimos uma grande quantidade de amigos comuns e minha admiração por ele aumenta,
cada vez mais, pois sempre está vendo o mundo com os olhos do coração.

 

O artista Mino participou de várias exposições de humor, individuais e coletivas, não só no Brasil, mas nos EUA, Japão, Bulgária e Bélgica. Possui também trabalhos publicados em países da Europa e da Ásia. Herminio com a sua cearensidade graciosa e sem malícia honra o povo brasileiro.

 

Se todos pensassem e agissem como ele, o mundo seria diferente. Sinceramente, acho o Mino, em face de suas atitudes e do seu comportamento ético, desprendido e generoso, parecido com o homem, para mim, mais importante do século passado, Mahatma Gandhi.

 

Sua mulher Inês e seus filhos podem se vangloriar do esposo e pai. É verdadeiramente um homem bom. A tristeza nunca perturbou o Mino, pois ele sempre pensou em Deus. Sempre distribuiu esperança e amor, nunca guardou ódio nem rancor, dessa forma nunca deixou de encontrar o caminho da felicidade.

 

Para ele, é possível reencontrar a esperança mesmo depois de perdas e desilusões significativas. Sua fortaleza de inteligência não lhe permite fracassar. Sonhando vai criando o futuro, e sua sabedoria e humildade o
fazem uma pessoa extremamente solidária.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Moeda: Aspectos históricos

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Nesse resumido texto, observa-se que a origem da moeda está relacionada com a evolução dos sistemas econômicos. A natureza dinâmica das atividades produtivas e as forças de mercado forçaram o surgimento da moeda. Com efeito, os sistemas mais rudimentares caracterizavam-se pela ausência de trocas e consequentemente de moeda, tendo-se, portanto, a chamada economia natural. As pessoas produziam tudo aquilo de que necessitavam e, por conseguinte, eram auto- suficientes.

 

Como segundo tipo de sistema surgiu a economia de escambo, a qual apresentava a característica de serem as trocas realizadas diretamente, sem a existência de intermediário monetário. Não obstante o progresso verificado, a economia de escambo ainda apresentava uma de problemas que impedia uma expansão mais acelerada das atividades produtivas. Entre esses problemas, valeria destacar: indivisibilidade dos bens, coincidência de interesses e dificuldade de transportes.

 

O terceiro tipo de sistema foi chamado de economia monetária, caracterizando-se por um mecanismo de trocas indiretas, isto é, havia um intermediário monetário. Nesse tipo de economia, já foi possível a especialização.


Acredita-se que a moeda surgiu como uma necessidade de sobrevivência dos sistemas econômicos. Fatalmente se estaria diante de economias estagnadas, por não apresentarem taxas de crescimento. Dentro da economia monetária, a moeda apresentou duas formas: moeda-mercadoria e moeda fiduciária.


A moeda-mercadoria caracterizava-se por apresentar valor intrínseco. Já a moeda fiduciária, que não possui valor intrínseco, mas de face, depende exclusivamente da confiança, assumiu as seguintes modalidades: moeda- papel, que era conversível; papel-moeda que era inconversível, e, finalmente, a moeda bancária. Observando-se a evolução das várias formas, contata-se uma gradativa desmaterialização da moeda.

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O que a memória ama fica eterno,

por Adélia Prado

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A memória é contrária ao tempo. Enquanto o tempo leva a vida embora como vento, a memória traz de volta o que realmente importa, eternizando momentos.

 

Crianças têm o tempo a seu favor e a memória ainda é muito recente. Para elas, um filme é só um filme; uma melodia, só uma melodia. Ignoram o quanto a infância é impregnada de eternidade. Diante do tempo, envelhecemos, nossos filhos crescem, muita gente parte. Porém, para a memória, ainda somos jovens, atletas, amantes insaciáveis.

 

Nossos filhos são crianças, nossos amigos estão perto, nossos pais ainda vivem. Quanto mais vivemos, mais eternidades criamos dentro da gente. Quando nos damos conta, nossos baús secretos – porque a memória é dada a segredos – estão recheados daquilo que amamos, do que deixou saudade, do que doeu além da conta, do que permaneceu além do tempo.

 

A capacidade de se emocionar vem daí, quando nossos compartimentos são escancarados de alguma maneira.

Um dia você liga o rádio do carro e toca uma música qualquer, ninguém nota, mas aquela música já fez parte de você – foi o fundo musical de um amor, ou a trilha sonora de uma fossa – e mesmo que tenham se passado anos, sua memória afetiva não obedece a calendários, não caminha com as estações; alguma parte de você volta no tempo e lembra aquela pessoa, aquele momento, aquela época.

 

Amigos verdadeiros têm a capacidade de se eternizar dentro da gente. É comum ver amigos da juventude se reencontrando depois de anos – já adultos ou até idosos – e voltando a se comportar como adolescentes bobos e imaturos.

 

Encontros de turma são especiais por isso, resgatam as pessoas que fomos, garotos cheios de alegria, engraçadinhos, capazes de atitudes infantis e debilóides, como éramos há 20 ,30 ou 40 anos. Descobrimos que o tempo não passa para a memória. Ela eterniza amigos, brincadeiras, apelidos. Mesmo que por fora restem cabelos brancos, artroses e rugas.

 

A memória não permite que sejamos adultos perto de nossos pais. Nem eles percebem que crescemos. Seremos sempre as crianças, não importa se já temos 30, 40 ou 50 anos.

 

Pra eles, a lembrança da casa cheia, das brigas entre irmãos, das estórias contadas ao cair da noite ... Ainda são muito recentes, pois a memória amou, e aquilo se eternizou.

Por isso é tão difícil despedir-se de um amor ou alguém especial que por algum motivo deixou de fazer parte de nossas vidas.

 

Dizem que o tempo cura tudo, mas não é simples assim. Ele acalma os sentidos, apara as arestas, coloca um band-aid na dor. Mas aquilo que amamos tem vocação para emergir das profundezas, romper os cadeados e assombrar de vez em quando.

 

Somos a soma de nossos afetos, e aquilo que amamos pode ser facilmente reativado por novos gatilhos: somos traídos pelo enredo de um filme, uma música antiga, um lugar especial.

 

Do mesmo modo, somos memórias vivas na vida de nossos filhos, cônjuges, ex-amores, amigos, irmãos.

E mesmo que o tempo nos leve daqui, seremos eternamente lembrados por aqueles que um dia nos amaram.

(Adélia Prado)

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Recomeçar

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Nos dias de hoje, fatores como a globalização perversa, aquela conduzida pela supremacia do setor financeiro sobre o setor produtivo; a busca do poder pelo poder; religioso; o corporativismo autoritário; o capitalismo selvagem, priorizando os compromissos financeiros especulativos em relação aos gastos nos setores sociais básicos; a corrupção; os estelionatos eleitorais e administrativos motivados por alguns mecanismos de "marketing" e da falsa mídia; dentre
outros elementos, estão conduzindo tanto as nações ricas, emergentes e pobres, para uma crise abrangendo aspectos morais, sócio-econômicos, de desesperança, de irresponsabilidade, de distanciamento dos valores espirituais, de injustiça, de violência, etc.

 

Precisamos, estrategicamente, pensar o futuro. Para tanto, sem preconceitos, é fundamental a leitura de
filósofos e cientistas como Aristóteles, Santo Agostinho, Kant, Hegel, Engala, Ricardo, Weber e tantos outros. Foram verdadeiros formadores de "Escolas de Pensamento" que serviram e ainda servem de orientação a muitas pessoas.

 

Apesar das controvérsias, todos buscaram formas para justificar, de acordo com suas teses e convicções, o sentido da vida, da moral, da ética, etc. Cremos, por sua vez, a grande crise mundial é consequência do aumento do pragmatismo tático e da redução das correntes de pensamento filosófico preocupadas com a verdade e a existência.

 

 A coerência programática, baseada em princípios cristãos, é o remédio capaz de combater com eficácia essa doença. Conforme Jacques Maritain: "O Cristianismo ensinou aos homens que o amor vale mais do que a inteligência.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Homenagem ao Bicentenário + um ano de Nascimento de  Anita Garibaldi.

“Uma mulher à frente de seu tempo”

Por Célia Maria Leite - Escritora e Pesquisadora

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No dia 21 de agosto em retrospectiva, debrucei-me nas dobras do tempo em brumas, foi chamada a realidade, às 22h31m do dia 28 de julho, no momento em que a quarta-feira se cumpria, ao som de uma mensagem convidativa para participar de um grupo e no impulso festivo, confirmei ao ler que o convite tinha a assinatura Dioni Fernandes Virtuoso. O grupo batizado por: Classificadas no Concurso (“das Anitas”), o Grupo informativo, tornou-se repleto de brincadeiras movidas pela alegria, com postagens de figurinhas hilariantes, muitas delas foram acrescentadas às favoritas.
 

Em tempo sombrio vivi a pandemia, passados quase dois anos envelheci. Perdi parentes e amigos, fiquei aqui sentada ao lado do vazio, tendo como companhia o controle da TV, e o canto da sala que outrora recebia a visita da brisa do mar e dos raios do sol, hoje é clareada pela tímida tela do computador. O computador companheiro incansável nas horas das criações literárias.   As imortais envelhecem, choram, morrem (revitalizam/reinventam), nas construções literárias, nossos livros ultrapassam a barreira e nos eternizam.
 

O Grupo administrado pelas ajebianas Dioni, Marilene, Marlene, Maria Regina, Renata, Jane e Sissa, com riqueza de conhecimentos sobre o casal Garibaldi e a preciosa bibliografia da “A heroína dos Dois Mundos”, ‘Ana/Aninha/Anita”. Ele, estimulou a nossa chama jovial, e acendeu a vontade de brincar, de sorrir, de sonhar, de criar… como se despertasse a ardente juventude, mantendo a menina sapeca, viva, dentro de nós. Também, nos proporcionou a diversão virtual, além de brindar a vida, sem medo de ser feliz.
 

Ao refletir sobre a importância do grupo “Classificadas no Concurso”, ele nos trouxe dias movimentos e noites animadíssimas. Digo, já estou acostumada com as horas do repouso vespertino para ficar em forma e não perder o resultado do sorteio da meia noite.  Para a minha alegria, recebi como prenda um dos meus textos classificados e assim as 31 vão sendo apresentadas.  Meu Deus!  No baú estão guardadas as mais belas escritas tecidas com fios dourados e pelas sensíveis inspirações. Na fé, esperamos pelo “tempo de Deus”, por enquanto, vivemos sem os almoços comemorativos e os dominicais sem as serestas dançantes, sem abraços ritmados com o pulsar dos corações. Estamos a sós desfrutando o mundo interno, a florear com as benditas lives e a riqueza de muitos livros.
 

No início caímos no laço das parábolas representadas por registros fotográficos, por infogravuras, tudo muito bem elaborado e nós embarcamos nas viagens da turista Dioni. Porém a escritora Rosanni Guerra (CE), soltou as pontas dos laços dos enigmas dos passeios da nossa Di, daí entrei no clima das brincadeiras. Os laços afetivos estreitaram-se com as histórias, as poesias e o acróstico esplendorosos. Ao lê-los, sinto que as amizades foram fortalecidas entre as ajebianas.  Os tambores em frenesi anunciam que o 28 de agosto que se aproxima, acompanhado da “Noite de Gala” em tapete vermelho.

E virtualmente vamos participar das entregas, de medalhas, de certificados e de um suntuoso troféu. O que imaginamos em relação aos dias que seguirão? Tristonhos?  - Com certeza não, no balaio das memórias ficarão guardados os momentos com muito humor e as escritas inesquecíveis em nossos corações.                        

Gratidão, gratidão ao Cosmo! Sonhos vivos! “Nada é por acaso”!

(Grupo “Classificadas no Concurso” -  AJEB-SC)

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Mas que serve para todos nós!

 

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Deliciosa Carta de Vinícius de Moraes para Tom Jobim.

 

"Caro Tonzinho, estou em Paris, num hotel com sacada sobre uma praça, que dá para toda solidão do mundo e diz:

Procura-se um amigo. Não precisa ser homem, basta ser humano, ter sentimento, ter coração. Precisa saber falar e saber calar no momento certo. Sobretudo, saber ouvir. 

 

Deve gostar de poesia, da madrugada, de pássaros, do sol, da lua, do canto dos ventos e do murmúrio das brisas. Deve sentir amor, um grande amor por alguém, ou sentir falta de não tê-lo. Deve amar o próximo e respeitar a dor alheia. Deve guardar segredo sem sacrifício. 

 

Não precisa ser puro, nem totalmente impuro, porém, não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e sentir medo de perdê-lo. Se não for assim, deve perceber o grande vazio que isso deixa. Precisa ter qualidades humanas. Sua principal meta deve ser a de ser amigo. Deve sentir piedade pelas pessoas tristes e compreender a solidão. 

 

Que ele goste de crianças e lastime as que não puderam nascer e as que não puderam viver. Que goste dos mesmos gostos. Que se emocione quando chamado de amigo. Que saiba conversar sobre coisas simples e de recordações da infância. 

 

Precisa-se de um amigo para se contar o que se viu de belo e triste durante o dia; das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças d’água, de beira de estrada, do cheiro da chuva e de se deitar no capim orvalhado.

 

 Precisa-se de um amigo que diga que a vida vale a pena, não porque é bela, mas porque já se tem um amigo. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo. Deve ser Dom Quixote sem contudo desprezar Sancho. Precisa-se de um amigo para se ter consciência de que ainda se vive.”

Essa carta, quem compartilha conosco é a nossa querida amiga médica dermatologista Cinira Cruz.

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União Familiar

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A Sagrada Família representa um exemplo para nós, mediante os sentimentos do amor, da humildade, da esperança, enfim, da solidariedade humana. É difícil viver fora do ambiente familiar. Na medida em que tenhamos uma família bem constituída, com certeza, as dificuldades e os problemas da vida cotidiana serão ultrapassados com mais facilidade e
menos sofrimento. Dentro desta linha de pensamento, é básico reconhecermos a importância dos valores espirituais sobre os materiais.


Aqueles são duradouros e nos conduzirão, sem dúvida, à vida eterna. Estes são efèmeros e, nem sempre, nos proporcionam, apesar do conforto, a alegria permanente. Os bons pais sabem a oportunidade de aconselhar, perdoar, compreender, a importância da paciência e da sinceridade, os momentos de repreensão - sem denegrir a imagem dos filhos, a prudência nos julgamentos, bem como a liberdade com responsabilidade.

 

Os ensinamentos e os exemplos paternos são fundamentais para uma educação saudável. Quando ressaltamos educação, estamos nos referindo ao conhecimento formal cognitivo, bem como aos aspectos comportamentais.

 

A união familiar é importante para que possamos educar nossos filhos dentro de um ambiente de paz e concórdia. Segundo Coelho Neto, "é na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais." Por sua vez, os filhos devem respeitar a autoridade dos pais, sem contudo apresentar uma atitude de subserviência, mas de amor e carinho. Podemos dizer que uma família bem constituída segue a palavra de Deus, pois semeia o amor.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Caminho da felicidade

 

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O Estado brasileiro enfrenta momentos de dificuldades envolvendo os três Poderes Constituídos podendo comprometer, infelizmente, os objetivos fundamentais da República. 

É claro que os desajustes decorrentes dessa situação aflitiva se projetam nas estruturas da sociedade e da família. Para que possamos refletir, desprovidos de qualquer conotação partidária, acerca do grau de inquietação nacional, bem como da necessidade de cada brasileiro ter sua parcela de responsabilidade na solução da problemática, apresentaremos algumas ideias de pensadores relacionadas com atitudes e comportamentos das pessoas:

 

« É surpreendente o quanto você pode realizar se não estiver preocupado em saber quem receberá os elogios." (Abraham Lincoln). 

«Como é estranho ambicionar o poder e perder a liberdade." (Francis Bacon).

"O supérfluo dos ricos é o necessário dos pobres.» (Santo Agostinho).

"Há homens cuja fraqueza de inteligência não lhes permitiu ir além das coisas corpóreas." (Santo
Tomás de Aquino).

"Recorda-te do rosto do homem mais pobre e necessitado que haja visto.
Vê se o passo que pensas em dar lhe servirá de alguma ajuda". (Mahatman Gandhi).

" Por que a política tem mais sucesso quando remeve o ódio que quando promove a concórdia?" (Bertrand
Russel). 

"O único fim em vista do qual um poder exerce-se legitimamente sobre um membro de uma comunidade civilizada é o de impedi-lo de prejudicar os outros." (Stuart Mill).

«Abra o coração para que entre mais amor." (Goethe).

"Ah! Como dói viver quando falta a esperança.  (Manuel Bandeira). 

Não estamos perdidos. Se a tristeza e a desilusão o perturbam, pense em Deus, que se encontra dentro de todos nós. Depois de vencer, distribua solidariedade e amor, não guarde ódio nem rancor, somente assim, pode-se encontrar o caminho da felicidade. Pensemos nos valores espirituais e não apenas nos valores materiais.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Tempo, tempo, tempo...

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O tempo, para mim, sempre foi motivo de inquietações. Esse correr dos segundos, minutos, horas, dias, meses, anos permearam minha existência desde muito cedo, seja como estilo de vida ou como objeto de estudo na literatura. 

Desde criança, eu marcava o tempo no velho calendário que ficava pendurado na parede da cozinha lá de casa. Todos os dias, eu fazia questão de, no dia seguinte, arrancar a folha que marcava o dia anterior. Todos já estavam devidamente avisados. Não mexam no calendário. Eu faço questão de tirar a folha de ontem e jogar no lixo. O ontem já passou, não existe mais. Hoje é um novo dia. 

 

Quando completei nove anos, pedi à minha mãe um relógio de presente de aniversário. Pedido negado. Relógio não é coisa para crianças. Frustração das frustrações. 

Quando arranjei meu primeiro emprego, comprei o meu primeiro relógio. Era meu aniversário. Foi uma grande conquista! A partir daí, todo aniversário, eu me presenteava com um relógio. Consegui fazer uma coleção de quarenta relógios. 

 

Durante esse tempo, a obsessão pelo tempo continuou. Então decidi estudar sobre o tema, desde a sua conceituação básica, cuja origem vem do latim tempus e que significa uma sucessão de anos, meses, dias, horas, minutos, segundos, que remete ao homem a noção de passado, presente e futuro, ou a sensação do momento ou circunstância apropriada para que algo se realize. O tempo pode ser, também, fixado por convenções. Prazo. Tempo disponível. Época, relativamente ao estado das coisas. Noção de contemporaneidade (ao mesmo tempo) ou a noção de pressa (antes do tempo) ou, ainda, intempestivamente (fora do tempo marcado). Mas, essas convenções temporais são meramente objetivas. 

 

Foi na literatura que eu percebi novos tempos, que não coincidem, necessariamente, com o tempo do relógio. Na literatura, além do cronológico, há diversos tempos como o psicológico, o objetivo, o subjetivo, o misto, o tempo do narrador, do personagem e, até, o tempo do leitor.

 

Os estudos sobre o tempo avançaram e ainda rendem bons frutos Quanto à coleção de relógios ficou estagnada por algum tempo. Depois foi diminuindo. Hoje restam apenas dois. Não tenho mais pressa. Já vivi mais tempo do que o tempo que eu tenho para viver.

 

 Agora é só aproveitar o presente, pois o passado não é mais, e o futuro não é ainda. Mas todas essas dimensões temporais interferem na dinâmica do nosso viver. Carpe diem! 
   
Vládia Mourão – Presidente da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil-AEB CEARÁ, membra efetiva da Academia Fortalezense de Letras

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O Poeta Encantado

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Nossa amiga escritora e psicóloga Célia Maria Leite nos presenteia com esse belo texto, de sua autoria, no Dia do Escritor. Vem ler

 
“Que tesouro na terra há  que a iguale?
Quero-a mil vezes, de joelhos — sim!
Bendita a vida que tal preço vale,
E que merece de acabar assim!” 
Antônio Gonçalves Dias


O ilustre poeta embarcara no navio francês Ville de Boulogne, de volta para Brasil. Próximo ao destino final, teria apreciando as nossas palmeiras a sombrear as praias brasileiras, no balanço do mar, fôra levado a visitar as lembranças do coração. Lá estavam guardados os seus amigos da majestosa Coimbra, onde cursou Direito  e a sua inesquecível noiva Ana Amélia Ferreira do Vale. 

 

Também vieram à tona as noites parisienses, tendo como testemunhas a lua e as discretas estrelas. Nesse borbulhar de recordações, teria pensado o Gonçalves Dias - “Paris, em vão busquei contigo a minha cura, volto para a Ilha do Amor mais debilitado e sem forças". 

 

No ritmo das ondas do mar, os ouvidos insanos, teriam ouvido o canto do sabiá, ou o som dos tambores maranhenses. Ou, quem sabe, sentido o gosto do arroz de cuxá, misturado com os frutos do mar? Ou talvez, sentido o sabor azedinho da planta vinagreira, presente na culinária da sua terra natal?

 

Nesse momento, teria sentido saudade de Ana Amélia, que ficara nas terras lusitanas. Por ele ser mestiço, não puderam se casar. Também não houve o ritual da despedida, antes de fazer a travessia marítima para São Luís, capital do Maranhão - cidade nomeada pelos europeus por “La petite ville de la porcelaine” – A pequena cidade de porcelana.

É possível que o poeta Gonçalves Dias tenha ficado em pé na meia-nau do navio, apoiado por alguém da tripulação; e ficado inerte, a contemplar a terra que tanto amou e muito o inspirou. Sem saber que aquele ato seria o último adeus. Nesse momento silencioso, a brisa da madrugada teria sentido a dor dele e, suavemente, o acalentou.

 

O navio naufragou nas águas do Maranhão, antes de chegar ao destino planejado.  Antônio Gonçalves Dias, abatido pelas doenças, se afogou dentro da cabine onde viajava. Como seu corpo não foi encontrado, sua morte virou lenda. Uns cantam que ele se encantou nas águas e outros que o poeta foi morar na estrela do amor – um lugar sagrado, onde o preconceito não pode entrar. E num milagre supremo, o casal de enamorados, finalmente puderam se encontrar.

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Minha mãe : Lembrança

 

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Mãe é sinônimo de amor. Para reflexão, gostaria de iniciar este pequeno texto com duas citações:
"O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei" (Rm 13,10) e "Amor de mãe é a mais elevada forma de altruísmo" (Machado de Assis).

 

Que beleza! Säo pensamentos que evidenciam quanto é importante para um filho ter certeza da dedicação maternal. A falta de uma mãe é uma dor cruel para um filho.

 

Em 21.11.2017, Deus levou, para ficar ao seu lado, minha querida mãe Helenita. Quanta saudade! Com cem anos e dois meses de idade, ainda lúcida, dava aos filhos conselhos baseados nos ensinamentos de Cristo, sempre ressaltando o Sermão da Montanha. Dona Helenita, juntamente com pai Fernando (falecido há 25 anos), constituiu, uma bela família formada por 10 filhos, 37 netos, 69 bisnetos e três trinetos. Pensava nos descendentes, antes de pensar em si própria. Quando completou 100 anos, em 26 de agosto do deiciente, tive a satisfação de lançar, em sua residência, apenas com a presença de parentes próximos, um livro em sua homenagem, contendo, com quatro estrofes, o poema "Mãe: dom de Deus". Eis a transcrição:

 

1-Bondosa e querida mãe Helenita, guardas os filhos dentro do coração, mostrando atitude pura e bonita.

2-Es linda como uma flor, não sei se hortênsia ou rosa, sempre dando amor. 3-Bela como as ondas do mar, agitando carinhosamente os filhos, para que nunca deixem de amar. 4- Generosa, pois acompanha e vigia, aqueles que dela nasceram, seguindo o exemplo de Maria. Mamãe, Deus lhe pague.

 

Gonzaga Mota
Prof, aposentado da UFC

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Somos do Dia da Amizade

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“Ninguém, antes de mim, fizera igual.
Inventar é imaginar o que ninguém pensou;
é acreditar no que ninguém jurou; 
é arriscar o que ninguém ousou;
é realizar o que ninguém tentou”.     

Alberto Santos Dumont
                                                                  
Num lampejo de imaginação, me encontro a pensar que o dia 20 de julho de 1952, data em que fui registrada no cartório do município Quixeramobim, seria o mesmo em que a Princesa Imperial Isabel Cristina - a Dama das Camélias, estaria a comemorar em alguma estrela, no espaço sideral, os 79 anos do inventor Alberto, seu amigo pessoal. Como sempre, eles costumavam brindar a vida com o chá da tarde, no Rio de Janeiro, ou mesmo em Paris, regando o momento cultural ao som de um bem executado piano de calda. Naquele  mesmo dia, eu teria enchido os meus pulmões com o ar morno do sertão central do Ceará, Brasil, pela primeira vez, o choro da vida, em um horário incerto, só se sabe que foi antes do almoço.

 

Voando nas lembranças do passado, planeio, ora nos campos verdejantes mineiros, ora nos sertões cearenses. Fico a contemplar a Fazenda Facão do Agrimar, onde nasci e dei os meus primeiros passos. Sigo na agradável viagem e aterrizo na Vila de Santa Luzia do Rio das Velhas, nas Minas Gerais, berço de Alberto, que executou com louvor o dom das criações. 

 

Alberto Santos Dumont, nascido em solo brasileiro, era filho de pai francês e de mãe brasileira. Sua missão foi científica e, também, solidária. Ele, por ser de estatura média, usava, em suas vestimentas, tecidos com finas listras na vertical, criação dele, porque o favorecia. Tais listras, conhecidas no estilismo como risca de giz, costumam alongar a silhueta de quem as veste.

 

Entre as muitas graças cumpridas por Alberto, citamos algumas de suas benditas invenções, como: o chuveiro elétrico que nos proporciona deleitáveis banhos de água quente. O relógio de bolso, um privilégio dos homens; então, ele criou o relógio de pulso para dar às mulheres a oportunidade de usar este útil acessório, que teve a assinatura do seu amigo Louis Cartier.

 

Para eternizar-se, Santos Dumont criou o útero de aço, grandioso, imponente, arejado, um abrigo seguro que foi batizado por hangar - o primeiro do planeta Terra! E lá foram acolhidos seus célebres inventos: o Balão a gás, o dirigível, o 14-bis ou Oiseau de Proie - Ave Rapina.

 

Neste recordar, lembramos que antes de Santos Dumont e  dos norte americanos os irmãos Wilbur e Orville Wright, existiu o brasileiro nascido em Santos, São Paulo, o Padre Bartomeu Lourenço de Gusmão, conhecido por o padre Voador, que, em 1783, fez subir um balão. Já os irmãos Wright, usaram uma catapulta para apresentação da invenção deles. Como o avião não saiu do chão por conta própria, muitos não consideram esse evento como tendo sido o primeiro voo do mundo. 

 

Santos Dumont não usou rampa ou catapulta, o aparelho saiu do chão com os recursos próprios.

Portanto, a aeronave a tornar-se a primeira a levantar vôo, foi a invenção do Alberto.

Com certeza, Deus enviou o anjo da criação para auxilia-lo; e Alberto, sabiamente ouviu e executou todas as orientações vindas do sagrado. 

 

A memória popular conta que Santos Dumont era desprovido de vaidade, por isto, as suas realizações, verdadeiras obras-primas, são presentes deixados para a humanidade, já que ele não as patenteou.

De: Célia Maria Leite

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Recomeçar é um processo difícil !

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A psicóloga Bia Jucá traz uma reflexão sobre os muitos recomeços da vida da gente. Confira

Recomeçar não é fácil. Somos tomados por angústia e hesitação, além do medo do desconhecido. É neste momento que devemos ter como aliada a nossa criatividade. Se você superar esta etapa de indecisão vai ter a oportunidade de descobrir novos talentos e realizar diferentes projetos que estavam abandonados! Não associe ao fracasso a necessidade de ter que recomeçar. Melhor ter como referencial o sucesso de muitos que um dia se encontraram na mesma situação que você! Aliás, sucesso e fracasso fazem parte da vida de todos nós! Não seja refém da ideia atual de ser vitorioso, bem sucedido e vencedor em tudo! Provavelmente, o máximo que você conseguirá é ser um vitorioso angustiado e ansioso incapaz de usufruir dos prazeres alcançados com suas realizações! Bia Jucá

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Caminho da Felicidade

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Estado brasileiro enfrenta momentos de dificuldades envolvendo os três Poderes Constituídos podendo comprometer, infelizmente, os objetivos fundamentais da República. É claro que os desajustes decorrentes dessa situação aflitiva se projetam nas estruturas da sociedade e da família. Para que possamos refletir, desprovidos de qualquer conotação partidária, acerca do grau de inquietação nacional, bem como da necessidade de cada brasileiro ter sua parcela de responsabilidade na solução da problemática, apresentaremos algumas ideias de pensadores relacionadas com atitudes e comportamentos das pessoas: surpreendente o quanto você pode realizar se não estiver preocupado em saber quem receberá os elogios." (Abraham Lincoln).

 

Como é estranho ambicionar o poder e perder a liberdade." (Francis Bacon).
"O supérfluo dos ricos é o necessário dos pobres. (Santo Agostinho).
"Háhomens cuja fraqueza de inteligência não lhes permitiu ir além das coisas corpóreas." (Santo
Tomás de Aquino).
"Recorda-te do rosto do homem mais pobre e necessitado que haja visto.
Vê se o passo que pensas em dar lhe servirá de alguma ajuda". (Mahatman Gandhi).

Por que a política tem mais sucesso quando promove o ódio que quando promove a concórdia?" (Bertrand
Russel). "O único fim em vista do qual um poder exerce-se legitimamente sobre um membro de uma comunidade civilizada é o de impedi-lo de prejudicar os outros." (Stuart Mill).
«Abra o coração para que entre mais amor."(Goethe)."Ah! Como dói viver quando falta a esperança.(Manuel Bandeira).

 

Não estamos perdidos. Se a tristeza e a desilusão o perturbam, pense em Deus, que se encontra dentro de todos nós. Depois de vencer, distribua solidariedade e amor, não guarde ódio nem rancor, somente assim, pode-se encontrar o caminho da felicidade. Pensemos nos valores espirituais e não apenas nos valores materiais.

 

Gonzaga Mota
Prof, aposentado da UFC

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Crise Nacional

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Como preliminar deste resumido texto, podemos afirmar que a crise brasileira, antes de tudo, é ética e moral. Sem generalizar, não existe decência, desculpe o termo, na cara de muitos brasileiros e brasileiras. Há escassez de solidariedade, de amor à pátria, de honestidade e também de consciência crítica. É preocupante a situação do nosso querido Brasil.

 

Há tempos Rui Barbosa disse algo que atualmente se aplica com nitidez. Eis final do conhecido pensamento do ilustre jurista: o homem chega desanimar da virtude, a rir-se da honra, vergonha de ser honesto". É impossível alcançarmos um Estado desenvolvido quando enfrentamos momentos de dificuldades envolvendo, de forma "intra"e"inter", os três poderes constituídos, conforme estabelecido no Art. 2° de nossa Carta Magna; independência e harmonia. Cremos que toda problemática decorre dessa,cruel desarticulação. Não é isso que deseja o povo brasileiro. E sim, uma sociedade democrática, sem violência, justa, bem como sem desequilíbrios políticos e sócio-econômicos.

 

O momento que vivemos traduz a falta de perspectiva das novas gerações e deixa num clima de perplexidade os mais velhos. Infelizmente, precisamos renascer a cada dia. Por sua vez, ao longo do tempo, muitas decisões tomadas pelo poder público visaram e visam atender ou agradar mais ao chamado mercado do que ao povo, o que è lamentável. Queremos um Estado Democrático de Direito onde governantes e governados assumam atitudes compatíveis
com a solidariedade, o progresso e a justiça, mas jamais com a concessão de privilégios e a formação de conluios.

 

Gonzaga Mota
Prof, aposentado da UFC

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Comportamento

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Já ressaltamos, também de forma resumida, que o capital social poderia ser analisado sob dois aspectos complementares: tradicional e comportamental.

Acreditamos, inclusive, que os investimentos e gastos sociais só evidenciarão eficácia permanente e estratégica desde que Ocorram modificações no comportamento do setor público, bem como no das pessoas. Ademais, valeria a pena destacar que é importante não confundir a educação cognitiva- capacidade de adquirir conhecimento mediante métodos convencionais- com a educação comportamental. Com relação ao setor público não é conveniente a busca do poder pelo poder, pois os integrantes daquele setor são escolhidos para servir e não para serem servidos.

 

Por sua vez, orientações "maquiavélicas" não conduzem um povo a uma situação de tranquilidade política, democrática, de ordenamento jurídico, de crescimentodas pessoas (aspecto individual) a manifestação da justa solidariedade somente será alcançada quando houver a valorização dos sentimentos espirituais e não apenas materiais.

Como disse São Tomás de Aquino:
"Há homens cuja fraqueza de inteligência não lhes permitiu ir além das coisas corpóreas"
A existência humana não significa viver, sentido da vida é observado por aqueles que possuem boas atitudes. Portanto, o comportamento (capital social) da humanidade precisa ser repensado para termos paz, justiça e amor. Segundo Albert Einstein: "O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade "e mais:
"A imaginação é mais importante que o conhecimento".

 

Gonzaga Mota
Prof, aposentado da UFC

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Sou um pequeno Rio

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Médico José Maria Bonfim voltou de uma excursão para o Rio Nilo, no Egito, cheio de inspiração. Ainda embevecido com as paisagens que viu por lá, escreveu uma crônica contando alguns detalhes.👇

Sou um pequeno Rio
Os rios e os cantares…
O Rio e sempre festa. Unção e batismo. A água saGrA-se por si mesmo. A Água banha e saNtifica. A água brotou da Rocha e fez sedento o povo seu. A água brotou do lado de Cristo e libertou o povo seu.

Jesus encontrou a samaritana que o fartou. E quando mergulhou no Jordão fez o trio Sagrado triunfar. Este é meu filho amado. Os rios tem encantos não dados aos mares. Os rios são nossos carinhos e nossas saudades. São nossas lágrimas que se afogam em nos. Carrego os rios no seio caudaloso do Coração.


O Rio é a vida de cada um de nós. Somos rios nadando em ondas de esperança. Somos rios magoados é maltratados. Machucados. Chupados. Derruídos e assassinados. Espremidos entre margens que nos sufocam a todo instante.
Vamos caminhando entre seixos e corredeiras. Muitas vezes desabamos para morrermos nos braços do mar. Na minha escola primária, Professora Rosa Moraes e professora Delite nos falavam dos rios que corriam pelo mundo. O Rio Poty que rugia nas cheiaS para logo se calar nos poços que fartavam nossa sede de alegria. Aprendíamos do maior rio seco do mundo: Jaguaribe. Depois sabemos do Amazonas sua riquezas e seus mistérios. E depois fui contemplar o Por do Sol do Guaíba.


Eu me banho em saudades quando falo em rios, riachos, margens e ribeiras. Hoje já no outono da vida deslizo sobre a imensidão do Rio Nilo no Cairo. Do seu frescor Ságrado. Das taboas da lei eM seu leito lavadas. Segurando a ampulheta da história. História de Bet Sabe que entregou o menino no delta do rio.
E o Nilo o fez libertador. Moisés filho das águas lutou por nós. Vivam os rios. Deus é bom.
(Cardiologista José Maria Bonfim)

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ESPERANÇA

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A vida é mais agradável e bela quando percebemos a presença da amizade e a ausência da inveja e do ódio. Torna-se básico a exaltação dos valores internos e morais, para que possamos buscar felicidade e esperança.

 

Vivemos dias de expectativas, para não dizer de intranquilidade e angústia, no contexto mundial. Em todas as nações, da mais rica às mais pobres, existem problemas relacionados com a falta de entendimento, humildade, justiça, amor e paz. Acreditamos que a supremacia dos valores materiais sobre os espirituais é a grande responsável pelo atual desajuste universal.

 

A necessidade de buscarmos e executarmos atitudes sedimentadas em bases espirituais de amor ao próximo evitaria o surgimento de fundamentalistas, bem como a prática de atos incompatíveis com a ética.

Não podemos mais conviver com guerras, terrorismo, corrupção, enfim, com qualquer tipo de violência política, social, econômica, etc. A discriminação entre as pessoas, por exemplo, representa a forma mais cruel de coação, permitindo o constrangimento físico ou moral.  

 

Não queremos um mundo preconceituoso. É bom lembrar que alterações mentais demandam tempo e são dificeis. Goethe disse: "Abra o coração para que entre mais amor". Por sua vez, Manuel Bandeira, o grande poeta nordestino, externou no poema Desesperança: "Ah! Como dói viver quando falta a esperança". Tudo que fazemos para reduzir ou evitar o sofrimento de nossos irmãos é uma prova de estarmos cada vez mais perto de Deus.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Textos sobre a vida

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Apresentamos, para a reflexão do leitor, 2 textos sobre a vida, mostrando atitudes e sentimentos da pessoa humana. 

 

A- Paradoxos da vida:

Dá mais pena um a pessoa poderosa e corrupta na cadeia, que um mendigo vivendo embaixo de um viaduto. É mais triste uma velha senhora milionária morando sozinha no Leblon, que uma viúva sem nenhum recurso, abandonada com filhos no sertão nordestino. A dor é maior ao tirar uma verruga do rico, que amputar, a frio, a perna de uma criança indígena. Revolta mais a lancha para lazer enguiçar no mar de Búzios, do que a jangadinha do pescador cearense virar pela força do vento. É mais grave não orientar no trânsito o homem do carro de luxo, que o trabalhador montado em sua velha bicicleta. É mais melancólico o velório de um cidadão importante, do que sepultar uma criança que morreu de fome.


B- Por quê?:

A vida é um belo dom, não se sabe a hora da partida, passa rápido como o som. Por que ambicionar o poder? Mais vale cumprir o dever. Por que cada vez mais buscar o dinheiro? Importante é ser um cidadão inteiro. Por que tanta vaidade? Nunca traz felicidade. Por que a inveja? Atitude que nada almeja. Por que a ausência da solidariedade? Comportamento que leva a deslealdade. Por que a humildade? Sentimento que demonstra bondade. Por que a harmonia? Para se alcançar a sabedoria. “Quem não tem jardins por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles" (Rubem Alves).

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Maniqueismo

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Carlito Maia foi um intelectual extremamente ativo. Publicitário digno, coerente, foi um dos fundadores do
Partido dos Trabalhadores disse certa vez:"Ouando a esquerda começa a contar dinheiro, converte-se em direita".

 

Por outro lado, sem tomarmos como regra geral, podemos dizer que quando a direita deixa de contar dinheiro vira esquerda. Essas observações mostram a importância dos aspectos monetários na formação do pensamento e das atitudes, ao longo do tempo, de boa parte da humanidade. Estudiosos, cientistas e filósofos abordaram tal comportamento à luz de princípios políticos, éticos e morais. Assim aconteceu na antiguidade, com Sócrates, Platão e Aristóteles, na segunda metade do século XIX, com Engels, e mais recentemente com Max Weber, dentre outros.

 

As duas frases mencionadas, apesar de aparentemente simplórias, concentram mensagens fortes no que diz respeito à conduta das pessoas. O Estado existe não para ser ditatorial, tampouco de direita ou de esquerda, mas para assegurar os princípios básicos da democracia. Precisamos nos voltar para o conhecimento das verdades essenciais, objetivando alcançar os valores éticos indicadores de um mundo social baseado nos conceitos de justiça e de igualdade de oportunidades. Ressaltamos, não ao maniqueísmo direita e esquerda mas sim a defesa da democracia apoiada na liberdade e na paz.

 

A política é mutável ou dinâmica, conforme o Estado e o Governo, já a moral é permanente. O importante é compatibilizar a política e a moral dentro de bases éticas que respeitem a democracia, a estrutura legal e a justiça. Aliás, vale lembrar Alexis de Tocqueville: "Creio que, em qualquer época, eu teria amado a
liberdade; mas, na época em que vivemos, sinto-me propenso a idolatrá-la".

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Saúde e Cultura

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Saúde e Cultura são dois setores de significativa importância para qualquer sociedade. Particularmente no Brasil, fazendo-se uma resumida observação histórica, encontramos muitas figuras de expressão mundial nas duas áreas.

 

Alguns gênios já falecidos e outros, felizmente, estão entre nós. Se fossemos citar todos poderíamos cometer injustiças pelo esquecimento. No entanto, tomamos a liberdade de destacar apenas quatro personalidades já falecidos que contribuíram de forma brilhante em cada setor, pedindo desculpas ao leitor discordante. Na saúde: Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Adib Jatene e Paulo Niemeyer; na Cultura: Machado de Assis, Noel Rosa, Villa Lobos e Rachel de Queiroz. As personalidades ressaltadas, juntamente com dezenas de outras, colaboraram com as populações do Brasil e de vários países.

 

Todavia, apesar do esforço e dedicação de alguns, os dois setores não veem merecendo, ao longo do tempo, um apoio prioritário. Profissionais competentes da área de saúde e o povo de forma generalizada, chegam a reconhecer o elevado custo, bem como a falta de condições para se atender um paciente. O SUS, por exemplo, do ponto de vista técnico foi bem concebido, no entanto não há recursos financeiros. Como está sofrendo a grande maioria de nossa população! Já com relação à Cultura estamos num processo de decadência.

 

A lei Rouanet, idealizada para favorecer as manifestações culturais, em vários casos, foi desvirtuada técnica e financeiramente, basta fazer uma auditoria. É angustiante.  Por sua vez, triste é aquele País que sistematicamente abre farmácias e fecha livrarias. Convém refletir sobre a frase.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Harmonia e Independência

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O Estado brasileiro enfrenta momentos de dificuldades envolvendo os três Poderes Constituídos, podendo comprometer, infelizmente os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, conforme o art. 2° de nossa Carta Magna. É claro que os desajustes decorrentes dessa situação aflitiva se projetam nas estruturas da sociedade e da família. Para que possamos refletir, desprovidos de qualquer conotação partidária, acerca do grau de inquietação
nacional, bem como da necessidade de cada brasileiro ter sua parcela de responsabilidade na solução da problemática, apresentaremos algumas ideias de pensadores relacionadas com atitudes e comportamentos das pessoas:

 

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto." (Rui Barbosa);
"É surpreendente o quanto você pode realizar se não estiver preocupado em saber quem receberá os elogios." (Abraham Lincoln);
"Como é estranho ambicionar o poder e perder a liberdade."* (Francis Bacon);
"Por que a politica tem mais sucesso quando promove o ódio que quando promove a concórdia?" (Bertrand Russell);

"A nação que preza outros valores acima da liberdade perderá sua liberdade; e, ironicamente, se forem o conforto e
o dinheiro que ela preza mais, ela os perderá também." (Somerset Mangham)
Pensemos mais nos valores interiores e não apenas nos valores materiais.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Momentos de meditação

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Segundo Voltaire, "Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males". Muitas vezes, refletir sobre uma simples frase pode ser mais importante do que a análise de um texto
consubstanciando ideias sofisticadas e de dificil interpretação. Falar ou escrever demonstrando saber por vaidade é fácil; no entanto, pensar de forma justa e criteriosa É um desato comportamental significativo ligado à formação ética e moral de uma pessoa. Infelizmente, pode acontecer que decisões sejam tornadas som uma base reßexiva, mas ao sabor das ondas e distantes de sentimento da solidariedade. E fundamental o surgimento de boas sementes no
Dentro desta linha de referência, elaboramos 10 pensamentos para o leitor meditar e, concordando ou não, procurar a
sabedoria, pois como disse Sócrates, "A sabedoria na reflexão"

 

Eis os pensamentos:

1-Geralmente, a paciência nos leva à alegria e a impaciência à tristeza.

2-Perdoar chega a ser fácil; esquecor nom tanto.

3- Para alguns, a vida significa desilusão; para outros, esperança, confiantes nas forças do coração.

4-A verdadeira liberdade, encontra-se nas atitudes tomadas com dignidade. F-No sorriso de uma criança, percebe-se a virtude da pureza e a vontade de viver. E- Os ensinamentos de Dons não significam obrigação, mas indicam o bem e o
verdadeiro caminho para a vida.

7-O amor sincero é aquele que nada pede e tudo dá &- A fé é o caminho
da verdade; a razão é consequência do julgamento interior. Unidas mostram o saber viver. ›- Deve-se buscar o
sentido da vida e não a vida sem sentido. 10-Os bens materiais devem ser um meio e não um fim. Encerramos Este pequeno texto lembrando Victor Hugo: "Admiro as pessoas que pensam, mesmo aqueles que pensamn diferente de mim”
.  

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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O causo Simonsen

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Cursei a Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE) da FGV nos anos de 1968 e 1969. Fui para o Rio de Janeiro com minha mulher e nosso primeiro filho, com apenas 6 meses de vida. Conseguimos nos acomodar em um pequeno
apartamento. Recebia reduzida bolsa de estudos paga pela FGV. Vida dura!

 

Vencemos o primeiro ano. Em abril de 1969 nasceu o segundo filho. A situação financeira ficou muito dificil. Duas alternativas: Mirian voltaria para Fortaleza com as crianças ou eu abandonaria o curso (já havia feito cerca de 75%) e também retornaria para o Ceará. Minha mulher não concordava que após tanto estorço eu largasse a EPGE. Prevaleceu a vontade dela. Passei a morar numa "república" com cinco colegas.
 

Grandes amigos, muito me ajudaram. Não bastasse a dor da saudade, no início de junho/1969, o filho de um mês de vida teve a saúde comprometida. Fiquei desesperado e resolvi abandonar tudo e voltar. Procurei o professor Ney Oliveira (coordenador do curso) e contei o meu problema e a minha decisão. Ele pediu para eu aguardar o Simonsen e relatasse o fato. O professor Simonsen chegou e mandou me chamar na Diretoria. Já sabendo do problema, disse-me: vocês do 2° ano estão devendo três provas (Macroeconomia, Economia Internacional e Econometria). Você, cearense, está precisando do mínimo (nota 3) em todas. Vá para a sala 2 e vamos fazer as três provas agora. Eu vou examiná-lo.

 

O professor iniciou o exame oral, eu muito nervoso, mas para alegria minha tirei 8,7 e 7. Ele bateu na mesa e disse: volte em meados de julho, para o quarto e último semestre. Perguntou-me: você está precisando de dinheiro? Respondi: não, Professor, meus amigos já compraram a passagem aérea. Se precisar diga, insistiu Simonsen. Não, muito obrigado.

Já se passaram mais de 50 anos, essa cena de grande generosidade sempre tira lágrimas dos meus olhos e nunca sairá da minha mente. Professor Simonsen, o maior economista brasileiro, em todos os tempos, minha eterna gratidão. Esteja com Deus.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Para onde vamos?

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Atualmente, no mundo, sem querermos ser pessimistas, fatores como a globalização perversa; a busca do poder pelo poder, não respeitando os  princípios éticos; o fundamentalismo religioso; o corporativismo não solidário
e autoritário; 0 capitalismo selvagem, priorizando os compromissos financeiros especulativos em relação aos gastos nos setores sociais básicos; os estelionatos eleitorais e administrativos motivados por alguns mecanismos de marketing e da falsa mídia, dentre outros elementos, estão conduzindo nações ricas, emergentes e pobres para uma crise que abrange aspectos políticos, morais, socioeconômicos, de desesperança, de irresponsabilidade, de injustiça e de violência.

 

Se o avanço científico e tecnológico, para certos segmentos da humanidade proporcionou melhores condições de vida, para outros não aconteceu o mesmo. Não somos contra o progresso, todavia não concordamos quando, em consequência, ocorre uma expansão no número de pessoas excluídas e oprimidas. Tais inquietações fazem nos lembrar de Santo Tomás de Aquino: "Há homens cuja fraqueza de inteligência não lhes permite ir além das coisas corpóreas".

 

Precisamos, estrategicamente, pensar no futuro.Não obstante as diferenças culturais dos povos, existem características básicas que devem ser comuns: a justiça; a liberdade; a mobilidade social; a soberania popular, evidenciada por convicções democráticas e não por forças autoritárias; também a busca permanente da paz.

 

Concordamos que O modelo do Estado Democrático de Direito está esgotado. Na verdade, muitas vezes é injusto, pois permite privilégios. É importante que se coloque nas agendas de debates, em fóruns nacionais e internacionais, a criação de Estado Democrático de Justiça. Segundo Cícero: "Summum jus - summa injuria" (o supremo direito é a suprema injustiça). Viva a democracia!

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Verdade política

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Carlito Maia, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores disse certa: "Quando a esquerda começa a contar dinheiro, converte-se em direita". Sem tomarmos como regra geral, podemos dizer que quando a direita deixa de contar dinheiro vira esquerda. Essas observações mostram a importância dos aspectos monetários na formação do pensamento e das atitudes, ao longo do tempo, de boa parte da humanidade.

 

Estudiosos abordaram tal comportamento à luz de princípios políticos, éticos e morais. As duas frases mencionadas, apesar de aparentemente simplórias, concentram mensagens fortes.

 

Lamentavelmente, nos dias atuais, a exacerbação do pragmatismo está ocupando espaço das opções ideológicas e
institucionais. Acreditamos serem as manifestações pragmáticas influenciadas pelo maniqueísmo direita e esquerda, pela ânsia de poder, pela falta de solidariedade, pelo individualismo e pela ausência de sentimentos espirituais. 

 

O Estado existe não para ser opressor, tampouco de direita ou de esquerda, mas para assegurar os princípios
básicos da democracia. Precisamos nos voltar para o conhecimento das verdades essenciais, objetivando alcançar os valores éticos indicadores de um mundo social baseado nos conceitos de liberdade, de justiça e de igualdade de oportunidades.

 

Ademais, concordamos que um líder não se faz pela força, por instrumentos e mecanismos artificiais, mas pelo reconhecimento livre e soberano do seu povo. Forçar o surgimento de uma liderança, usando segmentos da falsa midia e "marqueteiros" gananciosos poderá gerar uma farsa administrativa e política.

 

Aqueles que assumem um cargo na vida pública pensando em fazer negócios e não trabalhar pelo povo, não são democratas, pelo contrário, são tiranos enrustidos, dominados por forças da corrupção. Por fim, não ao maniqueísmo direita e esquerda, mas sim a defesa da democracia.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Carta ao leitor(a)

 

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Amigas e amigos. Segundo o professor Albert Fishlow, conhecedor profundo da problemática dos países emergentes,
"'investir na educação é a forma mais eficiente para se conseguir uma melhor e mais justa distribuição de renda". A pessoa com maior nível de escolaridade tem melhor possibilidade de acesso ao mercado de trabalho em constante
evolução, característica desta era da globalização. Concordamos com a ideia de que a educação deve ser proporcionada a todos por constituir um direito e uma condição para o pleno desenvolvimento da pessoa humana.

 

Além de ser um direito, a educação também é um dos principais fatores, senão o mais importante, do desenvolvimento dos países. É fundamental que as nações entendam, que a educação não constitui um gasto, mas um investimento de longo prazo que deve expressar o compromisso de gerações e ser elevado a um projeto do Estado Democrático, para além das divergências partidárias das forças politicas que momentaneamente ocupam os papéis de governo e oposição. Com a expansão de novas tecnologias e métodos produtivos são requeridas novas aptidões. Não basta
acompanhar as transformações, há que se ter a capacidade de antecipá-las.

 

Daí a necessidade da educação ao longo de toda a vida. Este é um processo irreversível. Através do caminho da educação, encontramos o verdadeiro desenvolvimento humano abrangendo a solidariedade, a liberdade e a
igualdade de oportunidades. Como disse Paulo Freire: "A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda".


Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Receitas × Despesas

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Não necessita conhecer finanças para que se tenha uma noção preliminar de orçamento. Todos fazem, de uma maneira empírica, as estimativas de gastos arrecadações.


Porém, nem sempre os resultados alcançados são satisfatórios, ou seja, surgem desequilíbrios, conforme o caso, nas contas pessoais, das empresas ou do governo. De maneira resumida e simples, o chamado balanço patrimonial, apresenta, de um lado, o Ativo (Disponível, Realizável e Imobilizado) e, de outro, o Passivo (Não Exigível e Exigível).
Ademais, os grupos de contas do Ativo e do Passivo são decrescentes, respectivamente, à liquidez e à exigibilidade. Com base neste elementar resumo teórico, pode-se ter uma ideia das contas financeiras.

 

Examinando-se, por exemplo, as contas públicas do Brasil torna-se necessário fazer algumas observações. Para se conseguir um saldo positivo são mencionadas duas alternativas óbvias: aumentar receitas ou reduzir despesas.

 

No atual estágio da economia brasileira, aumentar receitas, mediante elevação de tributos, é de uma incompetência extrema e reduzir despesas sacrificando, mais ainda, a população é algo inconcebível. Existem formas mais rápidas e
justas, sem precisar de Emenda Constitucional.

 

Com respeito à arrecadação: priorizar os impostos diretos e não os indiretos, reduzir a corrupção e a sonegação, combater o contrabando, dar ênfase à tributação progressiva e não à regressiva, dentre outras formas. Do lado da despesa: implantar uma gestão eficaz e socialmente correta, eliminar a corrupção, definir prioridades desenvolvimentistas, compatibilizando emprego e renda, etc. É dificil, mas
temos que fazer.


Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Poesia e Filosofia

Nessas poucas linhas, dentro do possível, tentaremos mostrar a riqueza sentimental de um poeta. O que ele pensa e sente, procura escrever com espontaneidade e liberdade, ora relatando um fato real, mas na maioria das vezes usando a fértil imaginação. Senciência é a capacidade de ser feliz ou sofrer, ou seja, envolve o amor e a dor. Estes dois sentimentos representam as inquietações da vida. Com certeza, a bela tristeza ou a triste beleza.

Álvaro de Campos e Alberto Caeiro (heterônimos de Fernando Pessoa) disseram cada um, em 4 versos, o seguinte:

"Não sou nada
Nunca serei nada
Não posso ser nada
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo"

Álvaro de Campos 

 

"Eu queria ter o tempo e o sossego suficientes
Para não pensar em coisa nenhuma
Para nem me sentir viver
Para só saber de mim nos olhos dos outros, refletido"

Alberto Caeiro

 

Quanta sensibilidade poética!

Por sua vez, a primeira estrofe da poesia "Motivo", de Cecília Meireles, apresenta versos com palavras vindas do coração:

Eu canto porque o instante existe
E a minha vida está completa.
Não sou alegre, nem sou triste: 
Sou poeta".

 

Extrema beleza!

Acreditamos ser o poeta e o filósofo figuras bastante parecidas, pois ambos buscam entender o sentido da vida. A vida como alternância entre a religião e a ciência, o ser e o não ser, o eterno e o efêmero, o começo e o fim, etc. No entanto, a harmonização da fé e da razão, manifestações complementares, leva-nos a um estado mental positivo, mostrando a importância do viver, aliás, do saber viver. 

 

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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O causo Simonsen

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Cursei a Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE) da FGV nos anos de 1968 e 1969. Fui para o Rio de Janeiro com minha mulher e nosso primeiro filho, com apenas 6 meses de vida. Conseguimos nos acomodar em um pequeno apartamento. Recebia reduzida bolsa de estudos paga pela FGV. Vida dura!


Vencemos o primeiro ano. Em abril de 1969, nasceu o segundo filho. A situação financeira ficou muito dificil. Duas alternativas: Mirian voltaria para Fortaleza com as crianças ou eu abandonaria o curso (já havia feito cerca de 75%) e também retornaria para o Ceará. Minha mulher não concordava que após tanto estorço eu largasse a EPGE.

 

Prevaleceu a vontade dela. Passei a morar numa "'república" com cinco colegas. Grandes amigos, muito me ajudaram.

Não bastasse a dor da saudade, no início de junho/1969, o filho de um mês de vida teve a saúde comprometida. Fiquei desesperado e resolvi abandonar tudo e voltar. Procurei o professor Ney Oliveira (coordenador do curso) e contei o meu problema e a minha decisão. Ele pediu para eu aguardar o Simonsen e relatar o fato. O professor Simonsen chegou e mandou me chamar na Diretoria. Já sabendo do problema, disse-me: vocês do 2° ano estão devendo três provas (Macroeconomia, Economia Internacional e Econometria). Você, cearense, está precisando do mínimo (nota 3) em todas. Vá para a sala 2 e vamos fazer as três provas agora. Eu vou examiná-lo.

 

O professor iniciou o exame oral, eu muito nervoso, mas para alegria minha tirei 8,7 e 7. Ele bateu na mesa e disse: volte em meados de julho, para o quarto e último semestre. Perguntou-me: você está precisando de dinheiro? Respondi: não, professor, meus amigos já compraram a passagem aérea. Se precisar diga, insistiu Simonsen. Não, muito obrigado. 

 

Já se passaram mais de 50 anos, essa cena de grande generosidade sempre tira lágrimas dos meus olhos e nunca sairá da minha mente. Professor Simonsen, o maior economista brasileiro, em todos os tempos, minha eterna gratidão. Esteja com Deus.

 

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Para onde vamos?

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Atualmente, no mundo, sem querermos ser pessimistas, fatores como a globalização perversa; a busca do poder pelo poder, não respeitando os princípios éticos; o fundamentalismo religioso; o corporativismo não solidário e autoritário;

 

0 capitalismo selvagem, priorizando os compromissos financeiros especulativos em relação aos gastos nos setores sociais básicos; os estelionatos eleitorais e administrativos motivados por alguns mecanismos de marketing e da falsa mídia, dentre outros elementos, estão conduzindo nações ricas, emergentes e pobres para uma crise que abrange aspectos políticos, morais, socioeconômicos, de desesperança, de irresponsabilidade, de injustiça e de violência.

 

Se o avanço científico e tecnológico, para certos segmentos da humanidade proporcionou melhores condições de vida, para outros não aconteceu o mesmo. Não somos contra o progresso, todavia não concordamos quando, em consequência, ocorre uma expansão no número de pessoas excluídas e oprimidas. Tais inquietações fazem nos lembrar de Santo Tomás de Aquino: "Há homens cuja fraqueza de inteligência não lhes permite ir além das coisas corpóreas".

 

Precisamos, estrategicamente, pensar no futuro. Não obstante as diferenças culturais dos povos, existem características básicas que devem ser comuns: a justiça; a liberdade; a mobilidade social; a soberania popular, evidenciada por convicções democráticas e não por forças autoritárias; também a busca permanente da paz.

 

Concordamos que O modelodo Estado Democrático de Direito está esgotado. Na verdade, muitas vezes é injusto, pois permite privilégios. É importante que se coloque nas agendas de debates, em fóruns nacionais e internacionais, a criação de Estado Democrático de Justiça. Segundo Cícero: "Summum jus - summa injuria" (o supremo direito é a suprema injustiça). Viva a democracia!

 

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Unamo-nos no amor

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Entendemos que os dois grandes problemas do nosso tempo são as questoes envolvendo a paz e a justiça, em todos os seus aspectos. No atual estágio dell humanidade, destacam-se como fundamentais os direitos à vida e à liberdade,
como também o direito de se ter o mínimo indispensável para alcançar a cidadania. As políticas precisam ser concebidas visando estimular crescimento econômico e, ao mesmo tempo, buscar uma sociedade justa.

 

A vida será melhor ao percebermos a presença da solidariedade e a ausência da ganância, da corrupção, da inveja e do ódio. Torna-se básico a exaltação dos valores internos e morais, para que possamos ter esperança e alcançar a felicidade. Em todas as nações do mundo existem problemas relacionados com a falta de entendimento, humildade, justiça, amor e paz. Acreditamos que a supremacia dos valores materiais sobre os espirituais é a grande responsável pelo atual desajuste universal. A discriminação entre as pessoas, representa a forma mais cruel de coação.

 

A falta da amizade leva à intolerância e 20 comportamento irracional. O radicalismo tem influenciado de forma negativa as alterações de uma organização social. As crises decorrem de movimentos que não procuram soluções, mas modelos errôneos do ponto de vista político e socioeconômico. É bom lembrar que modificações mentais demandam tempo e são difíceis.

Goethe disse: "Abra o coração para que entre mais amor". Por sua vez, Manuel Bandeira, o grande poeta brasileiro, externou no poema que fazemos com fé para reduzir ou evitar o sofrimento de nossos irmãos, é uma prova de estarmos mais perto de Deus. Como diz o livro do Eclesiastes (9,17):
É melhor ouvir as palavras calmas de uma pessoa sábia do que os
gritos de um líder numa reunião de tolos". Eis o caminho.

 

 

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Na Vida nada é para levar,

tudo é para se viver aqui

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Você já se hospedou em um hotel "all inclusive"? "


Lembro que, quando fizemos o check-in naquele imponente resort, eles colocaram uma pulseira verde-maçã em nossos pulsos. Explicaram-nos que não devíamos perdê-la, pois a pulseira nos daria acesso a todas as facilidades e que, com ela, poderíamos desfrutar de tudo, daquela porta em diante. E assim foi...

 

Todos os dias podíamos passear por aquele lugar incrível e tomar banho em qualquer uma de suas belas piscinas.

Lembro também que algumas pessoas preferiram ficar no quarto. Perguntava-me, como era possível que não queriam aproveitar esse presente se já estava tudo pago?

 

Nesse local, também tivemos acesso aos diferentes restaurantes que faziam parte do complexo. Havia uma variedade impressionante de comidas, sobremesas e bebidas. Só havia uma regra:


'Nada é para levar, tudo é para comer aqui'

Assim é a vida...
Ao nascer, Deus nos dá uma pulseira chamada "Vida" e, através dela, temos acesso a esse fascinante mundo criado por Ele.

Enquanto seu coração bater, você terá  oportunidade de aproveitar a vida que Deus lhe dá, mas, tal como naquele resort, neste mundo vale a mesma regra: 'Nada é para levar, tudo é para se viver aqui'.

A diferença entre um hotel e um Resort é que o primeiro foi feito só para dormir e ficar trancado e, o segundo, para explorar e curtir.
 

A vida não é um hotel! É um Resort 5 estrelas. Portanto, NÃO fique trancado no quarto da sua mente, dos seus problemas, da sua amargura, da sua raiva, do seu medo, da sua dor ou da sua preocupação.
Se você está respirando, é porque ainda tem a pulseira...

Aproveite tudo e aprecie toda a beleza que o Criador oferece para você:
A natureza;
Um telhado;
Um trabalho;
A companhia de seus entes queridos;
Seus amigos;
Comida na mesa, uma deliciosa sobremesa;
Um abraço, um beijo, um sorriso, um eu te amo, um eu preciso de você;
Um perdoe-me ou um Eu perdoo você; e
A possibilidade de deixar o passado no passado.

Viva! Porque ninguém viverá por você!

Aproveite a pulseira... Em vida!
Pois na vida... Nada é para levar, tudo é para se viver aqui.

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O causo do vigário

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Pedro e Catarina estavam casados há 12 anos. Formavam um casal exemplar. Cumpriam rigorosamente o que foi estabelecido, perante o vigário, no dia do casamento. Moravam numa cidade do Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais e possuíam dois filhos, Manuel e Teresa, respectivamente, com 10 e 6 anos.

 

Pedro entrou na politica, apesar das restrições de Catarina, pois tinha receio que a sortida mercearia que eles possuíam pudesse sofrer consequências desfavoráveis e passar a dar prejuízos, até mesmo fechar as portas. No entanto, não deu ouvidos à mulher e foi vereador e depois prefeito municipal.

 

Os negócios, como previa a esposa, passaram a ser deficitários. Com isso, além dos graves problemas políticos, Pedro perdeu seu patrimônio. Começou a beber de forma exagerada e a frequentar "casas suspeitas". Certo dia, depois de retornar da boemia, Catarina percebeu uma mancha de "hatton" na camisa de Pedro. Danou-se.

 

Talvez tenha sido a primeira grande discussão entre o casal. Ela disse para ele que só acreditaria na sua versão se chamassem o bom vigário, amigo do casal, e Pedro recebesse a comunhão. Catarina era muito religiosa. Chegou o padre para dar a comunhão ao perplexo Pedro. Falou ao padre que não conseguiria, uma vez que não queria cometer sacrilégio. O bom vigário, desejando que a paz voltasse ao lar, disse baixinho no ouvido de Pedro: "seu mentiroso e traidor, as hóstias não estão consagradas, mas amanhà bem cedo compareça à Matriz para se confessar e comungar com dignidade".


Catarina se conformou e Pedro atendeu, com vergonha e cabisbaixo, à determinação do pacificador e bom vigário. O casal passou a ter uma vida mais modesta, com poucos recursos, porém Pedro ficou longe da bebida e das
farras.  Ele concluiu que os prazeres humanos são passageros e ilusórios. Assim é a vida. "Qualquer semelhança é mera coincidência".

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Dualismo

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Nos dias atuais, a exacerbação do pragmatismo está ocupando espaço das opções ideológicas e institucionais, o que nos confunde e aumenta as dúvidas relacionadas com a existência e a verdade, analisadas por Jean Paul - Sartre e Jackes Maritain.

Acreditamos serem as manifestações pragmáticas influenciadas pelo maniqueísmo direita e esquerda, pela ânsia de poder, pela falta de solidariedade, pelo individualismo e pela ausência de sentimentos espirituais. 

 

Com as devidas reservas, vale lembrar Michael Bakunin ao dizer: "Sou um amante fanático da liberdade, considerando-a como único espaço onde podem crescer e desenvolver-se a inteligência, a dignidade e a felicidade dos homens, (...) só aceito uma única liberdade que possa ser realmente digna deste nome, a liberdade que consiste no pleno desenvolvimento de todas as potencialidades materiais, intelectuais e morais que se encontrem em estado latente em cada um (...)". O Estado existe não para ser de direita ou de esquerda, mas para assegurar os princípios da democracia. Precisamos nos voltar para o conhecimento das verdades essenciais, objetivando alcançar os valores éticos indicadores de um mundo baseado nos conceitos de justiça e de igualdade de oportunidades. 

 

Ademais, um líder não se faz por instrumentos e mecanismos artificiais, mas pelo reconhecimento livre e soberano do seu povo. Forçar o surgimento de uma liderança, usando segmentos da falsa mídia e "marqueteiros" gananciosos poderá gerar uma farsa administrativa e política. Aqueles que assumem um cargo na vida pública pensando em não trabalhar pelo povo, não são democratas, mas corruptos. Por fim, não ao maniqueismo, sim
mas à defesa da democracia.

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Amor: dois exemplos

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Como seria bom se o mundo tivesse mais Gandhis e mais Teresas. Mahatma Gandhi foi advogado, pacifista e defensor dos pobres; Madre Teresa foi freira, pacifista e defensora dos pobres. Ambos desprezaram os valores materiais e se dedicaram a ajudar o próximo, principalmente os mais humildes, os injustiçados, as crianças, os idosos e os doentes. 

Não há dúvidas, foram iluminados por uma luz divina. O princípio do satyagraha (busca da verdade), sempre deverá inspirar gerações defensoras da democracia, da justiça, da paz, do antirracismo, etc.

Martin Luther King disse: "Gandhi era inevitável".


Einstein ressaltou: "As gerações futuras dificilmente poderão acreditar que alguém assim, de carne e osso, já andou por este mundo". A irmã das favelas, como era conhecida Madre Teresa, dizia não ser nada, mas apenas um instrumento do Senhor e andava nas ruas de Calcutá sem companhia e sem dinheiro, com o objetivo de salvar e consolar os miseráveis. Dizia ela: "É difícil para o pobre vir até nós; devemos ir até ele". 

 

Madre Teresa criou a congregação Missionária da Caridade e, mesmo sendo católica, não fazia distinção entre hindus, muçulmanos, cristãos, etc, todos eram filhos de Deus. Seu trabalho não era de conversão. Ela nunca pediu a ninguém para mudar de religião. Sua missão era revelar Deus, ao fazer o seu serviço. As forças da verdade e do amor
foram os princípios básicos das vidas exemplares de Gandhi e Madre Teresa, abençoadas por Deus. 

 

Eis, respectivamente, um pensamento de Gandhi e outro da Santa Teresa de Calcutá: "Só sei que através da história a Verdade e o Amor sempre venceram" e "Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor."

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Desafios básicos

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Ética e governabilidade devem caminhar juntas, buscando uma sociedade politicamente aberta, soberana, de economia forte e justa. Estas questões estão também associadas ao fenômeno da globalização.

 

Por sua vez, a política é mutável ou dinâmica, já a moral é permanente. O importante é compatibilizar a política e a moral dentro de bases éticas que respeitem a liberdade, a democracia, a estrutura legal e a justiça social. Vale lembrar Bacon: "Como é estranho ambicionar o poder e perder a liberdade". 

 

Ademais, ressalte-se, alcançaremos a verdadeira governabilidade mediante o atendimento das reais necessidades e carências do povo e não fazendo concessões e acordos que possam prejudicá-lo. A rigor, é difícil imaginar soluções para os problemas de uma sociedade.


Enquanto as pessoas não tiverem consciência crítica e visão de mudanças, ela não evolui.  Por outro lado, a coerência programática e de ideias, abrangendo indicadores políticos, administrativos, econômicos e sociais, nos leva ao caminho da justiça e da liberdade. A atividade estatal deve buscar o bem comum e não a vantagem de untà minoria ou de alguns que estão temporariamente no governo.

 

O embate e os jogos dos contrários constituem a essência dos sistemas democráticos, respeitando-se os princípios éticos e morais, bem como evitando-se emboscadas e conjuios. 

 

É claro que a situação hodiernamente ainda é muito grave, porém a desejada harmonia e independência dos poderes constituídos, a liberdade de imprensa, a autoestima e a consciência dos direitos e obrigações das pessoas,
são pontos básicos para a consolidação da democracia e, em consequência, a certeza de uma melhor qualidade de vida.

 

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Gotas de amor

Todos devemos ter a consciência de que hoje é o primeiro dia do final de nossas vidas terrestres. Ela é finita. Portanto, sempre convém pensar na vida eterna, ou seja, aquela alcançada mediante a adoração e o respeito a Deus.
 

Assim, encontramos o caminho, a verdade e a vida. Lembremos da grandeza e da bondade do Senhor, dos sentimentos de fé, esperança e caridade (virtudes teologais) e não esqueçamos da citação Bíblica de Moisés (Dt 11;26:

"Hoje vou deixar que vocês escolham se querem a benção ou a maldição". Obedecendo às Leis de Deus, conseguiremos a benção, rejeitando-as, receberemos a maldição.

 

O amor, ao invés do ódio e da indiferença, deve ser a base do nosso comportamento. No detalhe, busquemos os sentimentos da humildade, da compaixão, da ternura, da misericórdia, da generosidade, da solidariedade e jamais abracemos e aceitemos o orgulho, a ganância, a mentira, a inveja, a truculência, a vaidade, dentre outros. Por sua vez, é importante ter em mente que o bem e o mal praticados por nós, de algum modo, deveram voltar.

 

Como diz o adágio popular: 'quem faz o bem, recebe o bem; quem faz o mal, recebe o mal". É fundamental saber que as sementes de amor e paz atiradas no solo fértil do nosso coração sejam regadas com a palavra de Deus, pois o bom amigo e professor a ensina na escola da vida. A vitória sempre acontece quando as pessoas procuram uma travessia justa e verdadeira. Ademais, felizes são aqueles que se unem pelo coração e buscam alcançar Deus por meio de Jesus Cristo."O Senhor é o meus Pastor: nada me faltará" (S1 23,1). 

 

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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AS VONTADES DE DEUS

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Nunca, jamais, em tempo algum, vamos dizer, caso algo de errado aconteça, que seja feitava "vontade de Deus"!
Nosso Senhor, Pai Celestial fica chateado, pois na vossa Onipotência é prudente, misericordioso e harmonioso!
Vamos cultivar plantando a sementeira divina, de bondade e de compreensão, que dará bons frutos na colheita vital, onde o amor e a paz, vão nutrir a humanidade castigada pela maledicência dos demônios, que nos circundam para tentarnos levar para cometermos os pecados mortais.
Nunca levemos o nome do Senhor em vão, tenhamos fé, que seremos abençoados pela vontade de Deus. Amém, mil vezes! A vontade de Deus.

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Priscila Cavalcanti

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"Perplexo"

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"Perplexo" é um grande país; com mais de 8 milhões de quilômetros quadrados; possuidor de riquezas significativas; é banhado por um oceano importante e possui uma população superior a 200 milhões de habitantes. É um belo e promissor país.

 

Aliás, alguém já disse, há anos, que é o "país do futuro". Todavia, não sabemos quando chegará o futuro. Será, como disse o Sábio: "tudo é ilusão". Ademais, "Perplexo" possui uma democracia recente, mas, infelizmente, existem alguns vícios inerentes aos regimes totalitários. Por exemplo: todos não são iguais perante a Lei. 

 

Convém ressaltar que, mesmo vivendo a maioria da população em condições desfavoráveis (1% dos mais ricos, concentra 13% da renda nacional e, por outro lado, 50% dos mais pobres ficam também com 13%), os "perplexeanos" possuem boa índole, desejam uma pátria ordeira e desenvolvida, porém, rejeitam a formação de conluios de acordos espúrios celebrados por determinadas autoridades do poder público, assim como do setor privado. 

O país está, no momento, além das dificuldades sociais, econômicas e morais, vivenciando uma crise política de consequências imprevisíveis.

 

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Padre Cícero

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Nosso articulista Gonzaga Mota discorre sobre a importância de Padre Cícero. Confira na íntegra.

Padre Cícero, cearense do Cariri, religioso por convicção e sentimento, como também politico em razão de fatores circunstanciais, nunca abandonou os princípios básicos da justiça social, da oração e do trabalho. 

 

Falar ou escrever sobre a vida e a obra do grande Padre Cicero Romão Batista- "Padim Ciço" - poderia ser mais um texto biográfico, dentre vários brilhantes, mostrando sua luta em favor dos mais humildes. Não há dúvida, tornou-se santo pela vontade popular e foi responsável pela expansão da fé não só no Nordeste do Brasil, mas no restante do Pais e com reflexos em outros.

 

Provavelmente, por sua vida não ter sido analisada com a merecida ênfase, tomando-se por base aspectos teológicos e filosóficos, fez-se do ilustre patriarca uma figura polêmica, quando na verdade deveria ser uma unanimidade. 

No entanto, ressalto, polêmica para alguns integrantes da elite, mas nunca para a grande maioria do povo. 

 

Padre Cicero, a rigor, seguiu o tomismo, ou seja, o pensamento de Santo Tomás de Aquino, tendo por ponto fundamental a doutrina escolástica, buscando a harmonia entre o racionalismo aristotélico e os ensinamentos do cristianismo.

 

A doutrina de Aristóteles caracterizou-se pela diversidade e complexidade temática, bem como pela sistematização e aperfeiçoamento de todos os saberes de seu tempo.

 

Ademais, ninguém pode negar que Padre Cicero também se inspirou na filosofia metafisica cristà de Santo Agostinho. Este tomou por base a doutrina de Platão, caracterizada por ideologias eternas e transcendentes, importantes para a consolidação do comportamento moral e da organização politica. 

 

Sem dúvida, pode-se dizer que Padre Cícero foi um discípulo de Santo Tomás de Aquino e de Santo Agostinho. Acredito ser necessária uma análise mais profunda das atitudes e do pensamento de Cicero, envolvendo diretrizes
filosóficas e teológicas.

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Político exemplar

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Já faz algum tempo que ocorreu o trágico falecimento do Dr. Ulysses Guimarães (12.10.1992). Sua memória continua viva para muitos. Na biografia de Ulysses, a eminência do homem apaga o brilho das circunstâncias por maior coruscantes que sejam as luzes destas.

 

Assim, carece de importância o Deputado Federal, o ministro da Industria e Comércio, o presidente da Câmara dos Deputados, o presidente da Constituinte ou qualquer outro galardão da glória e do poder. Seu perfil, analisando suas atitudes e comportamento, mostra a coerência política, a integridade pessoal, a coragem cívica e a obstinada tenacidade na construção de um Brasil maior, democrático, onde prevaleçam entre nós, a justiça, a liberdade,
a honestidade, a paz e o amor à Pátria.

 

Lembro-me, com saudades, do Dr. Ulysses nos anos de 1984 e 1985, trabalhando de forma pacífica e com espírito
público, pela redemocratização do Brasil.  Naquela época, tive a honra de governar o Estado do Ceará e participava de reuniões com Aureliano Chaves, Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro, Marcos Maciel e tantos outros políticos que representavam o desejo e a esperança do povo brasileiro.

 

Ulysses e Aureliano eram os dois principais articuladores do movimento que originou a Aliança Democrática, garantindo a eleição do inesquecível Tancredo Neves, derrotando o então Deputado Paulo Maluf, para Presidente da República.

"Senhor Democracia" sempre gostava de repetir em nossas reuniões a seguinte frase: "A corrupção é o cupim da República". Jamais deixaremos de lembrar e de homenagear Ulysses. Nossos jovens precisam conhecer a verdadeira história contemporânea do Brasil, do Nordeste e do Ceará.

 

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Sobre 2023

 

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Nessa primeira semana do ano, trazemos essa mensagem da psicóloga Beatriz Jucá, que nos leva a refletir sobre o que devemos fazer neste ano que se inicia. Confira!

 

Se 2022 não  foi um bom ano para você, tudo bem, acabou! Se foi bom, parabéns, você fez por merecer!

Vem aí 2023!!!!! Nenhum planeta mudará sua rota por isto, mas, simbolicamente, estes rituais de passagem nos ajudam a reorganizar a casa interna. Fazemos novos planos, promessas, votos, enfim, mostramos que sempre há muito a mudar e a melhorar. Isto é bom, mas gostaria que, antes de escrever sua lista de intenções, você não esquecesse que:

 

1-buscar a perfeição é impossível, você é humano;

2- a vida é uma alternância entre bons e maus momentos;

3-ser forte não exclui o sofrimento;

4-ter medo não faz de você um fraco;

5-amar e ser amado não evita frustrações e decepções;

6- ter conceitos e valores é muito diferente de ter preconceito;

7- ter desejo é o que que nos move e ele nunca será totalmente satisfeito;

8- que nos constituímos como sujeitos na falta e que a plenitude é temporária;

9- que você é responsável pelos seus atos e que muito do que acontece com você é com sua permissão;

10- que na base de qualquer forma de espiritualidade deve estar a caridade e a compaixão !!!

 

Espero que você lembre disso nos dias que virão, que se aceite e se conheça mais e que tenha um Novo Ano repleto de realizações !   (Bia Jucá)

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Ilusão retórica

Já ouvimos e lemos algumas vezes que a cultura brasileira, numa análise mais recente e no seu sentido amplo, está consolidada em cinco ensaios antológicos: Os Sertões, de Euclides da Cunha; Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda; Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre; Formação Econômica do Brasil, de Celso Furtado e História Econômica do Brasil, de Caio Prado Júnior. 

 

Estas obras mostram, a partir da estrutura cultural e organizacional do País, os elementos sociais, econômicos e políticos formadores do processo histórico brasileiro. São livros indispensáveis para qualquer estudioso de temas nacionais. Em cursos de política, direito, economia, história, letras, sociologia, etc., os mencionados textos não podem ficar fora das listas de leitura obrigatória, principalmente, quando se tratar do ensino universitário.

Na análise da cultura brasileira, destaca-se a participação de temas relacionados com o Nordeste. E o sentimento da
"'nordestinidade" até mesmo entre aqueles que não nasceram na Região.

 

Fidelidade, força e dignidade são sentimentos inerentes aos nordestinos, vítimas, ao longo do tempo, de políticas públicas inadequadas e de promessas não cumpridas. Não podemos nos perder e tampouco nos itudir com manifestações retóricas. Só haverá Brasil desenvolvido com Nordeste desenvolvido.

Possuimos, vale repetir, os sentimentos de fidelidade, de força e de dignidade e não mais podemos admitir as injustas desigualdades regionais, bem como os perversos movimentos migratórios. 

 

Lugar de nordestino é no Nordeste, trabalhando para o desenvolvimento da Região e não sendo muitas e muitas vezes explorado em outras áreas do País e até mesmo no exterior. 

 

Meditemos sobre um verso do maior poeta brasileiro, nordestino de Pernambuco: "Ah! Como dói viver quando
falta a esperança". (Manuel Bandeira).

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Minha mensagem de Natal

para você

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Neste Natal não vou lhe enviar mensagens feitas... Elas são lindas e decorativas, mas nunca expressam nossos sentimentos! Eles são muito nossos...

 

Então, independente de suas crenças, espero que meus desejos sejam ouvidos como sinceros! 

Para começar, desejo que você encontre aquilo que só você sabe que precisa. E que ao encontrar isto, você também se encontre e se sinta mais inteiro(a). Que assim você possa se dividir e se doar, multiplicando suas ações no mundo, somando idéias criativas e diminuindo pensamentos e sentimentos negativos. 

 

Desejo muito que você se aceite como é e seja grato(a) por acreditar que é livre para fazer mudanças e escolhas. 

Principalmente, desejo que você saiba que a vida é movimento, que há dias bons e dias ruins mas que tudo sempre passa. 

 

Desejo também que você nunca esqueça que o “confete” e a “purpurina” enfeitam a vida mas são rapidamente levados pelo vento. Valorize quem fica com você quando a música para, as luzes se apagam e as cores desbotam. 

Além disto, te desejo fé na vida e em você mesmo(a). Que você voe alto sem medo de cair, mas se cair confie que a ajuda sempre chega e você se levanta. 

 

Muito importante também é meu desejo que você tenha vivido, esteja vivendo ou ainda vá viver um grande amor! Desejar saúde, paz e um dinheirinho não faz mal a ninguém...

E por fim, desejo que você me deseje ao seu lado, pois se te desejo estas coisas, você é muito importante para mim!

FELIZ NATAL!🌲⛄️⭐️🤶 

 

Bia Jucá

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NATAL

 

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O Mestre chegou para servir
Ensinar o povo, para o bem porvir
Das estrelas a manjedoura 
Do infinito a limitação 
Da grandeza a abnegação 

E tornou-se Jesus homem 
Governador Planetário da terra
Com a sua humildade e sabedoria 
Clamou-se o Mestre dos mestres
Entre doces melodias 

Natal! Bolos e doces festivos a mesa
Alegrando os corações 
Trouxestes Belém de novo
Em grandiosa harmonização 

Tudo é natal! A chegada do grande Rei!
Todas as bençãos se afloram
Envolta da melodia
Que nos envolve e segue além 
Em clara e doce alegria.

 

Bárbara Brady Busgaib

Fonoaudióloga, psicanalista e escritora!!

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Pensamentos

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Deixarei de escrever neste espaço, até o dia 11 de janeiro vindouro, mas antes desejo ao leitor um Feliz Natal e um Próspero 2019.

No presente texto, não consta um artigo, uma crônica ou mesmo um causo, pois fim de ano é uma época adequada para se fazer reflexões mediante a leitura de pensamentos.

Aliás, segundo Voltaire, "Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males". Assim busquei imaginar algumas frases que poderão receber a aprovação ou não do leitor. A cultura literária, em qualquer lugar do mundo, deve ser livre cabendo a quem ler julgá-la. A vida transcorre num clima de alternância: ser ou não ser; esperança ou desesperança; alegria ou tristeza; começo ou fim; etc. Dentro deste quadro de referência, apresento 14 pensamentos extraídos de uma coletânea fruto da minha imaginação: 

 

1. Deve-se buscar o sentido da vida e não a vida sem sentido; 

2. A vaidade conduz à tristeza, a hurildade à alegria;

3. Inveja, ódio e orgulho
formam o tripé da insensatez; 

4. Havendo fé, existe amor, havendo amor surge
a paz, com Deus nada faltará;

5. Recomeçar é uma atitude de inspiração divina;

6. As pessoas que conduzem a idéia do mal, prejudicam mais a elas do que às outras; 

7. A política pode ser tanto uma vocação digna, quanto vulgar; 

8. Não se paga o mal com o mal, mas com justiça e procurando fazer o bem; 

9. A generosidade e a paciência são as colunas da felicidade; 

10. Afaste-se do invejoso e do vaidoso, aproxime-se do sincero e do humilde; 

11. Como o ódio, a calúnia e a difamação são sentimentos gerados pela inveja e pela ganância;

12. O encantamento da boa poesia estimula a vida; 

13. Agradeça sempre a Deus o que se pede, mesmo quando não for atendido; 

14. Seja alegre: ame. De um modo geral, o que somos é consequência do que pensamos.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Época de incerteza

Entendemos que os dois grandes problemas do nosso tempo são as questões envolvendo a paz e a justiça social. São problemas interdependentes abrangendo, principalmente, aspectos dos direitos humanos. No atual estágio da humanidade, destacam-se como fundamentais os direitos à vida e à liberdade, como também o direito de se ter o mínimo indispensável para alcançar a cidadania.

 

Ações de politica econômica precisam ser concebidas visando buscar uma melhor justiça distributiva, consequentemente uma organização social justa. A vida é mais agradável e bela quando percebemos a presença da amizade e a ausência da inveja e do ódio.
 

Vivemos dias de expectativas, para não dizer de intranquilidade e angústia, no contexto mundial. Em todas as nações, das mais ricas às mais pobres, existem problemas relacionados com a falta de entendimento, humildade, justiça, amor e paz. Acreditamos que a supremacia dos valores materiais sobre os espirituais é a grande responsável pelo atual desajuste universal. Quando dizemos valores espirituais não estamos nos referindo e também nos restringindo a uma determinada religião, doutrina ou seita.

 

Vale lembrar Mahatma Gandhi: *Considero-me hindu, cristão, muçulmano, judeu, budista e confuciano". Não podemos mais conviver com guerras, terrorismo, disputas inócuas, enfim, com qualquer tipo de violência política, social, econômica, etc.

 

A discriminação entre as pessoas, por exemplo, representa a forma mais cruel de coação, permitindo o constrangimento físico ou moral. A falta de solidariedade leva ao desentendimento, à intolerância e ao comportamento irracional. Não queremos um mundo preconceituoso. É bom lembrar que alterações mentais demandam tempo e são difíceis. Goethe disse: "Abra o coração para que entre mais amor" para alcançarmos a esperança e a felicidade.


Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Segunda Epístola aos Tessalonicenses

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Timóteo, Tito, Efésios, Colossenses, 2 Tessalonicenses

 

Nas treze Epístolas, estão evidentes o amor a Deus, ressaltando sobretudo a fé, bem como ao próximo, identificado nas propostas de solidariedade, de não corrupção e de justiça (Vide Carta aos Romanos 12:9-10).

Sua missão, foi percorrer diversas comunidades, anunciando o Evangelho. Por sua vez, a incerteza, a ganância e a perplexidade generalizadas, hoje em dia, devem levar as populações a um processo de meditação, visando soluções de paz e de justiça. Como disse São Francisco de Assis:"Não vos esforceis pelas honras do mundo, mas honrai o Senhor".


Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Apóstolo Paulo

 

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Paulo, anteriormente chamado Saulo, dotado de bom nível educacional, ia, certa vez, a caminho de Damasco procurando e prendendo cristãos. 

 

No trajeto, ouviu uma voz dizendo: "Saulo, Saulo, por quê ne persegues"? No mesmo instante uma forte luz brilhou e o cegou. A voz era de Jesus Cristo (At 9: 4-6). Ficou em Damasco, conforme estabelecido. Jesus enviou um homem
chamado Ananias, para devolver-lhe a visão e batizá-lo(At 9: 17-19).

 

Ocorreu a conversão de Saulo. De inimigo cruel, tornou-se um dos grandes teólogos do Cristianismo. Começou a pregar e a escrever sobre os fundamentos básicos anunciados por Cristo. Suas epístolas revelam, no Novo Testamento, a importância da Palavra de Deus, ou seja, da Bíblia.
Paulo, segundo os estudiosos, foi autor de 13 Cartas, escritas a comunidades distintas. A coletânea  "Corpus Paulino" é formada por sete Cartas "'proto-paulinas (ele próprio as escreveu: Romanos, Gálatas, 1 Tessalonicenses, 1 e
2 Coríntios, Filipenses e Filémon) e seis "dêutero-paulinas" (escritas por seus discípulos:1 e 2 Timóteo, Tito, Efésios,
Colossenses, 2 Tessalonicenses).

 

Nas treze Epístolas, estão evidentes o amor a Deus, ressaltando sobretudo a fé, bem como ao próximo, identificado nas propostas de solidariedade, de não corrupção e de justiça (Vide Carta aos Romanos 12:9-10).  Sua missão, foi percorrer diversas comunidades, anunciando o Evangelho. Por sua vez, a incerteza, a ganância e a perplexidade
generalizadas, hoje em dia, devem levar as populações a um processo de meditação, visando soluções de paz e de justiça. Como disse São Francisco de Assis: "Não vos esforceis pelas honras do mundo, mas honrai o Senhor".

 

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Sabedoria 

 

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Os sentimentos de solidariedade e amor com  vista à busca da felicidade e ao propósito da vida são muito importantes. 

Por outro lado, o ódio, a falsidade, a inveja e a ambição, dentre outros, são comportamentos incompatíveis com a existência saudável. 

 

É mediante a oração e a meditação que se encontram os estados mentais positivos e se afastam os negativos. O que somos é consequência do que pensamos. O que alcançamos ocorre da fé em Deus e da força da esperança. 

 

Por exemplo, a verdade e a generosidade foram os princípios básicos da vida exemplar de Madre Teresa de Calcutá. 

São Francisco de Assis é outro exemplo importante. Analisou e debateu a religião, a civilização e a sociedade, observando os valores espirituais e materiais. Como seria bom se, nos dias de hoje, os líderes mundiais e as pessoas que decidem e formam opinião seguissem os ensinamentos de Santa Teresa de Calcutá e de São Francisco. 

 

A violência em todas suas formas - como o desemprego, a fome, o analfabetismo - leva a sociedade a um clima de perplexidade e apatia, motivando mais violência, mais injustiça e menos humildade. 

 

A paciência e a dedicação para com o próximo são importantes, mesmo que ele, naquele momento, não procure o caminho do bem.

 

Seja humilde e despreze o orgulho e a ganância. Dessa forma, semeando bons sonhos e fortalecendo a esperança, pode-se conseguir uma realidade justa. 

 

Muitas vezes, buscam-se as coisas sem valor, efêmeras e ilusórias, não procurando aquelas que proporcionam a verdadeira felicidade. 

A vida é um dom de Deus, e é preciso compreender que tudo pertence a esse dom.

 

Pode-se concluir, citando o Livro Bíblico da Sabedoria de Salomão; no capítulo 3, versículo 11: “É inútil a esperança dos que desprezam a sabedoria e a instrução; o seu duro trabalho não produz nada, e o que eles fazem não traz nenhum proveito.” Unamo-nos no amor a Deus.

 

Gonzaga Mota 
Prof. aposentado da UFC

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Bíblia Sagrada

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Tomamos a liberdade de sugerir, nesse resumido texto, a leitura e interpretação da Bíblia. Conforme estudiosos, é o Livro mais vendido de todos os tempos; todavia, não sabemos se é o mais lido e interpretado.
 

Consideramos o Texto mais sábio da literatura universal. E formado pelo Novo e Antigo Testamentos. Todos os livros bíblicos destacam a importância das análises teológicas, é um convite à reflexão.
 

Existem estudos controversos, no entanto, para nós a Biblia é a palavra de Deus. É bom salientar que a Sagrada Escritura não pertence aos estudiosos, mas ao povo. O Antigo Testamento inclui 46 livros anteriores a Jesus Cristo e o Novo Testamento, abrange 27 livros que exaltam Jesus como enviado de Deus.
 

Acreditamos que a Bíblia Sagrada não se destina somente à leitura, mas principalmente, à oração. Os ensinamentos contidos são vários, no entanto, podemos resumi-los em uma só expressão:' "Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo". A exegese biblica não é fácil, pois os livros foram escritos em várias épocas e em muitos lugares, por pessoas distintas e em línguas diferentes. Para se ter uma idcia, o Antigo Testamento foi escrito em hebraico e, alguns trechos, em aramaico.

 

Já o Novo, foi todo redigido em grego. Sendo a Bíblia um Livro de difícil entendimento e interpretação surgiram, ao longo do tempo, conflitos entre ciência e religião, sanados, quase sempre, com a harmonização da fÉ e da razão. Gostariamos, também, de lembrar uma frase constante de um dos sermões do Padre Vieira: "Semem est verbum Dei" (A semente é a palavra de Deus).

 

Realmente, a palavra de Deus está no Livro Sagrado e na medida em que possamos segui-lo, os frutos surgirão e estaremos nos aproximando da felicidade. Ao interpretarmos e entendermos a Bíblia, nós reconhecemos os nossos erros do passado e do presente e visaremos com fé, esperança e amor o futuro.
 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Filosofia política

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A ganância de determinados países motiva uma desconfiança que prejudica o entendimento, de um lado, e gera desigualdades e desequilíbrios políticos, econômicos, sociais e culturais, de outro. 

 

Surgem a exploração desordenada dos recursos naturais não renováveis, a miséria crescente de milhões de pessoas, a falta de solidariedade humana, a ausência da paz, dentre outros problemas. 

 

O radicalismo tem influenciado de forma negativa as alterações de comportamento e de organização social, nos países socialistas e capitalistas. Corrupção, desemprego, miséria, endividamento e violência decorrem de movimentos radicais que não buscam soluções, mas modelos errôneos do ponto de vista socioeconômico e político. Todavia, é extremamente difícil e controvertido encontrar um modelo perfeito. Observando-se o pensamento de filósofos clássicos, neoclássicos e modernos, nota-se uma preocupação básica com a verdade.

 

 Por outro lado, a hipocrisia é a chaga maior da atividade política. A coerência programática, baseada em princípios cristãos, é um remédio capaz de combater essa doença. De acordo com Jacques Maritain: "O Cristianismo ensinou aos homens que o amor vale mais do que a inteligência" e mais "Se é correto afirmar que sempre haverá temperamentos de direita e de esquerda, também é correto afirmar que a filosofia política não é de direita nem de esquerda; ela deve simplesmente ser verdadeira". 

 

Por sua vez, a democracia é a forma de governo em que o povo exerce a soberania, comprometendo-se com
a liberdade e a igualdade. A disputa democrática não pode ser eventual, mas permanente.

Ademais, democracia não significa apenas votar. Trata-se de um processo bem mais amplo, em que a participação popular, a recusa ao fanatismo, a alternância do poder, a defesa das minorias e da pluralidade, o respeito aos dispositivos constitucionais são atitudes fundamentais.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Irmãs gêmeas
 

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A Política e a Economia são duas Ciências com um grau de correlação significativo e dependem de variáveis endógenas e exógenas. De forma resumida apresentamos apenas duas situações envolvendo fundamentos relacionados com as mencionadas Ciências. Ambas abrangem diversos campos como a filosofia, o social, a justiça, a teoria dos jogos, relações internacionais, direito, administração e gestão, processo legislativo, etc. As duas situações escolhidas ressaltam dois indicadores políticos (estabilidade e incerteza) e um indicador econômico(crescimento).

 

Comentamos, por exemplo, de forma simples, sem auxilio visual, dois gráficos que mostram o comportamento político e econômico de um país. Para tanto, usamos o primeiro quadrante do sistema cartesiano de coordenadas ("abscissas"-eixo horizontal e "ordenadas" - eixo vertical). O primeiro gráfico (estabilidade política "versus" crescimento) nos mostra uma curva ascensional da esquerda para direita, ou seja, quanto maior a estabilidade política, maior será a perspectiva de crescimento econômico.

 

Por outro lado o segundo gráfico (incerteza política "versus" crescimento nos mostra uma curva descencional de esquerda para direita, ou seja, quanto maior a incerteza(instabilidade) política, menor será a perspectiva de crescimento econômico.

 

Um país politicamente instável (com corrupção endêmica, poderes constituídos em desarmonia e não independentes, baixo nível educacional, privilégios, etc) jamais conseguirá bons indicadores. As vezes consegue, como dizem os economistas, um rápido "voo de galinha? Democracia plena é a solução.


Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Dia Nacional da Poesia 

 

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Vamos, não chores.
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.
O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.
Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis carro, navio, terra.
Mas tens um cão.
Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?
A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.
Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento…
Dorme, meu filho.

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Convém pensar

 

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Segundo Voltaire: "Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males". Dentro desta linha de raciocínio, sugiro ao leitor, para reflexão, concordando ou não, 14 citações de minha autoria:

1. É importante compreender que na vida qualquer ação deve ser realizada como se fosse o início, o final e a única vez. 2. A hipocrisia é uma atitude que revela a conduta dos fracos.

3. Os fundamentos éticos de uma justa nação, formam a consciência crítica do cidadão.

4. A verdadeira liberdade, encontra-se nas atitudes tomadas com dignidade.

5. Observar o futuro com paciência, coragem e fé é uma de:nonstração de sabedoria e maturidade.

6. Criticar sem um motivo verossímil é um comportamento desleal.

7. A arrogância, a inveja, a truculência e a vaidade são sentimentos
frívolos, pois no mundo a ilusão prevalece.

8. Desde que na sua vida predomine o amor, ela não será breve, mas eterna.

9. A vitória sempre acontece quando as pessoas procuram uma travessia justa, solidária e verdadeira. 10. A esperança proporciona forças para se vencer as dificuldades e sofrimentos.

11. Na democracia a imprensa é para servir ao
povo e não aos poderosos de plantão.

12. Pessoas que deveriam estar com a
liberdade comprometida, não estão; outras que deveriam estar livres, são
prisioneiras.

13. Não faça julgamentos precipitados, pois a justiça é a base
de qualquer sociedade.

14. Creia em Deus e tenha confiança em si mesmo; dessa forma serão abertos os caminhos para a felicidade. Assim disse Victor Hugo: "Admiro as pessoas que pensam, mesmo aquelas que pensam
diferente de mim".

 

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Político exemplar

 

Já faz algum tempo que ocorreu o trágico falecimento do Dr. Ulysses Guimarães (12.10.1992). Sua memória continua viva para muitos. Na biografia de Ulysses, a eminência do homem apaga o brilho das circunstancias por maior coruscantes sejam as luzes destas. Assim, carece de importância o Deputado Federal, o Ministro da Industria e Comércio, o Presidente da Câmara dos Deputados, o Presidente da Constituinte ou qualquer outro galardão da glória e do poder. Seu perfil, analisando suas atitudes e comportamento, mostra a coerência política, a integridade pessoal, a coragem cívica e a obstinada tenacidade na construção de um Brasil maior, democrático, onde prevaleçam entre nós, a justiça, a liberdade, a honestidade, a paz e o amor à Pátria.

 

Lembro-me, com saudades, do Dr. Ulysses nos anos de 1984 e 1985, trabalhando de forma pacífica e com espírito público, pela redemocratização do Brasil. Naquela época tive a honra de governar o Estado do Ceará e participava de reuniões com Aureliano Chaves, Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro, Marcos Maciel e tantos outros políticos que representavam o desejo e a esperança do povo brasileiro.

 

Ulysses e Aureliano eram os dois principais articuladores do movimento que originou a Aliança Democrática, garantindo a eleição do inesquecível Tancredo Neves, derrotando o então Deputado Paulo Maluf, para Presidente da República. O "Senhor Democracia" sempre gostava de repetir em nossas reuniões a seguinte frase: "A corrupção é o cupim da República". Jamais deixaremos de lembrar e de homenagear Ulysses. Nossos jovens precisam conhecer a verdadeira história contemporânea do Brasil, do Nordeste e do Ceará.

 

Gonzaga Mota

Professor aposentado da UFC

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Elvira Pinho -

Abolicionista em defesa do voto feminino

 

Os desafios do eleitorado feminino, sempre debatidos a cada eleição, quando se questiona a sua relação com o machismo, são mais do que históricos. No Ceará, as ousadas jovens poetisas da década de 1920 já discutiam a possibilidade do direito ao voto igualitário.

 

Destacavam-se as feministas Adília de Albuquerque Moraes e Suzana de Alencar Guimarães, rompendo barreiras preconceituosas e expondo a necessidade de liberdade através de artigos em jornais. 

 

Paralelo a esse movimento revolucionário, a Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno, à frente a sua filha, Dra. Henriqueta Galeno, também voltada à literatura, mas centralizada nas artes em geral, discutia todas as questões que envolviam as mulheres, notadamente o ostracismo a que era relegada, figurando como esposas dos lares, apenas.

 

No centro desses debates acalorados estava a professora da Escola Normal Elvira Pinho, mulher de respeito pelo fato de pertencer à Sociedade das Mulheres Abolicionistas, sucessora de Maria Tomásia nas palestras de aniversário da nossa abolição. 

 

Filha de Tenente Benévolo e irmã de Dabir e de Jaime Benévolo, formada no Colégio da Imaculada Conceição, de coração generoso ao ministrar aulas de piano gratuitamente para qualquer mulher carente, sobressaiu-se com seu temperamento forte e a oratória enriquecida pelos embates sociais, liderando campanhas pelo voto feminino e contra os descalabros da economia.

 

Organizou em 1946, aos 86 anos, a passeata das donas de casa contra a disparada dos preços dos alimentos, parando o Centro de Fortaleza. E da sacada do seu sobrado na Rua Senador Pompeu, próximo às redações dos jornais que flagraram o momento, discursou para uma multidão, pedindo para jamais se calar diante das explorações.

 

Veio a falecer a menos de dois meses, no dia 27 de agosto daquele ano. Uma triste notícia para o povo, notadamente do sexo feminino, que aprendeu com ela a convicção de que não se teme quando se tem razão. E assim, registrou O Povo sobre a sua partida: “Fortaleza assistiu a um dos seus maiores enterros, dessa mulher extraordinária chamada Elvira Pinho, cujo nome a história guardará para sempre”.


Lucas Junior
Pesquisador e Memorialista
Coordenador da Biblioteca do Instituto Tonny Ítalo.

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Evolução

 

Um dos temas mais debatidos e objeto de reflexão, ao longo do tempo, diz respeito à "evolução espiritual". 

Envolve, é claro, conceitos inerentes à fé e à razão. Estudiosos (filósofos, teólogos, cientistas, etc) analisam o
comportamento das pessoas à luz do "crer ou não crer" em uma proposta.

 

Um desafio significativo para todos nós é o de conceber valores sem destruir os outros. A polarização vem aumentando com o passar do tempo. São Bento, por exemplo, foi um grande pensador e um homem alheio a qualquer forma negativa de polêmica, preocupando-se muito com o ser humano.

 

Atualmente, em razão do progresso tecnológico e também do processo de globalização, as pessoas reagem mais aos objetivos diferentes dos seus. Nesta linha de raciocínio, as manifestações ecumênicas, respeitando-se a liberdade de pensamento, são fundamentais para se conseguir um mundomelhor. 

 

Particularmente, sou católico praticante, creio na palavra de Deus, externando o amor a Ele e ao próximo. Todavia, acredito que todos de bom senso e de boa vontade, quer sejam crentes, agnósticos ou ateus devem buscar a solidariedade, ou seja, o amor ao próximo. 

 

Ademais, para Cristo, é preferível um ateu justo e sincero do que um falso cristão. A paz exterior
decorre da paz interior, isto é, da "evolução espiritual". As virtudes teologais (fé, esperança e caridade), assim como as virtudes cardeais ou centrais (prudência, temperança, fortaleza e justiça) podem ser comuns a todos, independentemente, do posicionamento religioso, pois são concedidas pela bondade de Deus. "Tudo neste mundo tem o seu tempo; cada coisa tem a sua ocasião"(Ec 3,1).

 

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Eclesiastes

 

A Bíblia, conforme especialistas, é o texto mais vendido de todos os tempos; todavia, não sabemos se é o mais lido e interpretado.

Consideramos o Livro mais sábio da literatura universal. É formada por centenas de páginas, escritas sob inspiração divina, abrangendo o Antigo Testamento (mostrando a história do mundo) e o Novo Testamento (apresentando os ensinamentos de Jesus Cristo). Todos os livros bíblicos destacam a importância das análises  teológicas. 

 

Existem estudos controversos, no entanto, para nós, a Bíblia é a Palavra de Deus. É bom salientar que a Sagrada Escritura não pertence aos estudiosos, mas ao povo. Para reflexão, neste sucinto texto, gostaríamos de tecer poucos comentários sobre o livro do Eclesiastes, não que seja o mais importante, todos são significativos, porém em razão da empatia com o șer humano: "tudo é ilusão". 

 

Na realidade, na vida, apesar de tudo ter o seu tempo, insistentemente, corremos atrás do vento. Para quê? Por quê? Com vistas a buscarmos, cada vez mais, coisas materiais e/ou figurativas?

 

Acreditamos ser mais relevante dividir do que acumular. Dividir para reduzir desigualdades, como também aumentar oportunidades e justiça. Eis, pois a saudável sabedoria. Por sua vez, "Neste mundo reparei o seguinte: no lugar onde deviam estar a justiça e o Direito, o que gente encontra é a maldade"(Ec 3, 16). 

 

A dor e o sofrimento mostram como evitar as decepções ou os tropeços, bem como valorizar a vida mediante o amor. Por fim, lembramos trecho de um belo pensamento de Florbela Espanca: "desiludida cheia de ilusões..." e outro de Fernando Pessoa: "Pode ser que nos guie uma ilusão...". sou uma.

 

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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O Sermão do Monte

Nosso objetivo em apresentar esse resumido texto é o de estimular a leitura e a interpretação do "Sermão da Montanha", evidenciado no Evangelho de Mateus capítulos 5 a 7 da Bíblia Sagrada. 

 

Nesse Evangelho, Jesus é o Messias, Salvador do mundo, enviado por Deus. Ao perceber uma multidão
que o acompanhava, ao lado dos seus 12 discípulos, subiu a um Monte e passou a ensinar os princípios básicos do Cristianismo, em busca do caminho, da verdade e da vida. "Quid ergo dicit"? (E que diz?). 

 

É evidente que destacamos alguns itens, deixando a exegese bíblica a critério e pesquisa do leitor. As bem-aventuranças são sentenças refletindo a procura da verdadeira felicidade. Nelas, podemos identificar o orgulho e a vaidade de espírito, a esperança, a alegria, a justiça, a misericórdia, a simplicidade de coração, a paz, etc, enfim, citações para análise profunda, visando a seleção de sentimentos que nos conduzam ao amor, ao "Reino do Céu". 

 

Outros ensinamentos significativos: "O sal da terra e a luz do mundo"; e a oração do Pai-Nosso. Ademais, disse Jesus que não veio para acabar com a "Lei de Moisés", bem como com as revelações dos verdadeiros Profetas, mas para que ocorra uma interpretação completa. 

 

Ainda pediu para que se tenha cuidado com os faisos profetas: chegam disfarçados de ovelhas, no entanto são lobos perigosos.

Quando Ele acabou de falar, as multidões ficaram admiradas e felizes. No século XX, por exemplo, disse Gandhi: "Se se
perdessem todos os livros sacros da humanidade, e só se salvasse o "Sermão da Montanha", nada estaria perdido".

 

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Dia Mundial da Amizade

Quem envia um texto reflexivo para o nosso site nesta quarta é o nosso amigo escritor e intelectual Ednilo Soárez..

 

William Shakespeare disse: Eu sinto-me sempre feliz, sabe por quê? Porque não espero nada de ninguém; esperar dói sempre. 

 

Os problemas não duram eternamente, têm sempre solução, a única coisa que não tem remédio é a morte. Não permita que ninguém o insulte, humilhe ou diminua a sua auto-estima.

 

Encontraremos sempre pessoas que nos culpam pelos seus problemas e todos terão o que merecem. Temos que ser fortes e levantar-nos das quedas que a vida nos provoca para lembrar que depois do túnel escuro cheio de solidão, vêm coisas muito boas.

 

Antes de conversar... Respire.
Antes de falar... Ouça.
Antes de criticar, Examine-se a si mesmo.
Antes de escrever... Pense.
Antes que você se magoe... Olhe.
Antes de desistir .... Tente.
Antes de morrer ..... VIVA!

 

O melhor relacionamento não é o de uma pessoa perfeita mas aquele em que cada um aprende a conviver com os defeitos do outro e admirando suas qualidades.

 

Quem não valoriza o que tem, um dia lamentará por tê-lo perdido e quem sofrer, um dia receberá o que merece.

Se quer ser feliz: faça alguém feliz; se quer receber: dê um pouco de si, cerque-se de pessoas boas e seja uma delas.

 

Lembre-se: às vezes, quando menos espera, haverá quem lhe proporcione boas experiências! Nunca desperdice o seu presente por um passado sem futuro.

 

Uma pessoa forte sabe como manter a sua vida em ordem. Mesmo com lágrimas nos olhos ela adapta-se e diz com um sorriso: ESTOU BEM.

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Padre Sadoc e a UVA

É sempre bom lembrar fatos históricos que marcaram as vidas das pessoas e os momentos de uma comunidade, de uma região, etc. 

 

Estávamos na segunda quinzena de março do ano de 1983. Tinha sido eleito governador do Estado do Ceará e formava a minha equipe de trabalho. Contei com a compreensão das três maiores lideranças do meu Partido Político, na época (PDS), ex-governadores Virgílio Távora, Adauto Bezerra e César Cals e consegui formar um secretariado melhor do que muitos ministérios brasileiros. Certa vez, recebi de surpresa no gabinete de trabalho, o "Reitor dos Reitores" Antônio Martins Filho. 

 

Fiquei emocionado, perguntei ao mestre o que ele desejava. De forma objetiva, respondeu: quero ser seu secretário sem pasta e sem vencimentos. Ele continuou, há reciprocidade. Fiquei perplexo.

 

Perguntei então qual seria essa reciprocidade. Respondeu-me de pronto: vamos criar a URCA, melhorar as condições de funcionamento da UECE e, sob a coordenação do Padre Sadoc de Araújo, estadualizar a UVA, em Sobral, que estava para ser extinta, pois era uma Autarquia Municipal cujo funcionamento a Lei Gustavo Capanema não permitia.

 

Minha alegria foi significativa e pedi ao estimado professor que, se possível, iniciasse o trabalho. Criamos a URCA, melhoramos a UECE, inclusive com o piso salarial dos mestres, e o obstinado Padre Sadoc consolidou a UVA. 

 

No dia da assinatura do Decreto Estadual, o querido sacerdote disse: "as duas maiores obras para a zona Norte do Ceará, no século XX, foram a Estrada de Ferro e a Estadualização da UVA (1986)". 

Sem dúvida, pode-se dizer que a zona Norte do Estado muito deve ao Padre Sadoc.

 

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Passado Malogrado

Por que chorar e por que sofrer ?
Se tudo passa logo de repente
E a tristeza que faz doer
Existe consequentemente

Por que lamentar o passado.
E tantas e tantas desolaçoes?
Se o passado foi malogrado
E cheio de muitas decepções ?

Temos que acertar nosso passo
Na existencia e no compasso
Da observação e da experiência 

Em busca da fonte de sabedoria
Que está em nós  no dia a dia
Nos acordando para uma nova vivência.

Padre Tula

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AMOR

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Amor é uma pequena palavra, apenas quatro letras, mas abrange os sentimentos puros e abandona os impuros da pessoa humana.

 

Acredito que "amar a Deus e ao próximo como a si mesmo", resume a verdadeira razãode viver. 

Compreender os limites estabelecidos pela providencia divina conduz à liberdade e à felicidade. Assim, "o amor que visa apenas o sexo é paixão; o que visa o agradecimento é vaidade e o que visa a amizade é verdadeiro". 

 

Mediante a sabedoria - bons pensamentos e boas ações - evita-se tanto a violência interna como a externa. Sem dúvida, o mundo exterior é um reflexo do mundo interior, este baseado em virtudes e em inspirações saudáveis.

Ademais, não só por palavras, mas principalmente através de atitudes, pode-se evidenciar comportamento compatível com os valores interiores e exteriores.

 

 Como disse São Francisco de Assis: "A cortesia é irmã da caridade, que apaga o ódio e fomenta o amor". A rigor, o poeta quando fala em amor, geralmente, está se referindo à solidariedade ou à fuga do sofrimento, bem como buscando o sentido da vida e não a vida sem sentido. Que as flores surjam sobre as ruínas; que as alegrias superem as
desesperanças e as tristezas e que os bons sentimentos e desejos prevaleçam sobre os maus. 

 

Deve-se ressaltar que a inveja, a vaidade, a ambição, dentre outros, não são sentimentos dignos, mas manifestações de sofrimento. Já a generosidade, a misericórdia, a gratidão, etc, representam forças vindas do coração.

Creio que o amor e a sabedoria, virtudes concedidas pelo Senhor, são fundamentais para se vencer os desafios.

 

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Papa Emérito:

resumo histórico

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Em abril de 2005, a Igreja Católica passou a ter um novo papa. O cardeal Joseph Ratzinger, braço direito de João Paulo II, foi eleito e adotou o nome de Bento XVI.

 

Comenta-se ser um homem tímido, com senso de humor, intelectual, poliglota e, principalmente, conhecedor profundo de Teologia. Alguns analistas da personalidade de Ratzinger o chamam de conservador, outros, de liberal e poucos, de progressista. A rigor, tenho muito receio de rotulagens. Se, às vezes, são cometidas injustiças outras podem evidenciar preconceitos. 

 

Creio que Bento XVI deu, a seu modo, continuidade ao trabalho de João Paulo II, notadamente no tocante às questões sociais, ao esforço pela paz, à defesa da liberdade e da justiça, às manifestações ecumênicas, bem como à preocupação com a doutrina da Igreja, imprimindo, é claro, seu estilo de liderança nos campos material e espiritual.

 Como ele próprio se definiu, considera-se "um simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor". Bento XVI, por ser um homem possuidor de uma grande fé, analisou os problemas atuais do mundo à luz do Evangelho, ou seja, da palavra de Cristo, que é ampla, não discriminatória e misericordiosa. 

 

Com certeza lembrou-se de Paulo VI, que disse:
"desenvolvimento é o novo nome da paz", e também do padre Antônio Vieira, que falou: "semen est verbum Dei" (a semente é a palavra de Deus). 

 

Não é aconselhável, portanto, dizer que Bento XVI foi conservador, progressista ou liberal. Ele foi representante de Cristo no mundo e soube compatibilizar os valores materiais com os valores espirituais. O Espírito Santo o iluminou e Nossa Senhora o protegeu. Ademais, acredito que a "Oração de São Bento" serviu de bússola para o Santo Padre: "Dá-me, benigníssimo Jesus, a inteligência que Te entenda, a sabedoria que Te encontre, o espírito que Te ouve, o ato que Te glorifique, os ouvidos que Te ouçam, os olhos que Te vejam, a língua que Te louve, a paciência que suporte os males permitidos por Ti. Dá-me Tua presença; dá-me a feliz ressurreição e como prêmio, a vida eterna. Amém! 

Segundo Bento XVI, "a Igreja precisa se opor às marés de modernismo e das últimas novidades, nem sempre
verdadeiras".

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC
luizgmota@yahoo.com.br

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Candidatos utilizam múltiplas
plataformas para realizar campanhas

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Em tempos de hiperconectividade, é natural que a política também se torne palco de ações inovadoras nos mais variados tipos de mídia, inclusive no mundo digital. Mesmo com as limitações determinadas por lei e fiscalizadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é possível encontrar as mais diversas interações digitais dos candidatos aos cargos eletivos das eleições deste ano.

 

O eleitor recebe de tudo, desde danças coreografadas em 15 segundos até memes. Entre os candidatos que estão concorrendo ao pleito está Emanuel Mota, candidato a deputado federal, o engenheiro civil que marca sua presença nas novas mídias digitais com diversas inovações onde divulga sua história e defende suas propostas com todos os recursos disponíveis nesta nova era. 

 

Sem padrinhos políticos e nem grandes recursos, Emanuel está trabalhando diariamente com ferramentas que podem potencializar seu alcance com o mínimo de investimento, mas muita criatividade e trabalho. O dia do candidato começa cedo com intensa programação de envio de centenas mensagens e respostas para apoiadores, parceiros e eleitores. Tarefa que divide com sua esposa, Sarah, que assumiu toda a assessoria pessoal dele e com seu pai, Manoel Enéas, coordenador da campanha do filho. 
 
Logo após a sequência matinal de envio de mensagens já começa a gravar videos conversando com seus seguidores nas redes sociais e apresentando propostas e soluções para os problemas sociais. O dia é recheado de entrega de material de campanha e mais gravação de videos com tutoriais explicando como seus eleitores podem baixar e utilizar gifs, stickers, emojis, acessar os qr codes da campanha para conhecer mais ele e receber as novidades da campanha em primeira mão. Tudo na ponta dos dedos, disponível para todos que quiserem um contato mais próximo com Emanuel.
 
"Essa campanha estou levando como sempre fiz, inclusive na minha profissão, engenharia civil. A tecnologia sempre está próxima, desde a utilização de drones para medição ao envio de material por programas de mensagens. Na campanha não podia ser diferente, todos os recursos vêm da minha renda pessoal e da vaquinha da campanha, que inclusive abri em um site para arrecadar, sem esses recursos seria impossível falar com todos os eleitores e me manter presente tanto agora quanto no momento do mandato, sempre estarei a um click de distância", promete Emanuel Mota.

 

Promessa que foi comprovada na sua gestão à frente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE), eleito duas vezes para a presidência do conselho, Emanuel revolucionou abrindo um canal de comunicação pessoal e direto com os mais de 30 mil profissionais do conselho, além de modernizar atendimentos, denúncias e divulgação das atividades do Crea-CE que hoje são totalmente digitalizados.
 
Serviço:
Emanuel Mota – Candidato Deputado Federal
@emanuelmotafederal5599

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A ROSA DA ESCÓCIA

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Conta-se que uma senhora rica e muito piedosa, nos EUA, visitava regularmente presídios femininos. Ela sempre tinha uma palavra de conforto e esperança para as detentas.
E, como tinha em sua casa uma estufa de roseiras, ela levava rosas para dar às presidiárias.

 

Certo dia, lendo a Bíblia Sagrada, em João 1:11( “Ele veio para o que era Seu, mas os Seus não O receberam...” ), ela pensou: “O SENHOR deu o melhor para o pior!”, e ficou meditando nessa característica maravilhosa do amor de Deus.
Com essa verdade na mente, ela cantou a primeira estrofe do Hino EXULTAÇÃO (nº 15 do Hinário Cantor Cristão):
A Deus demos glória com grande fervor
Seu Filho bendito por nós todos deu
A graça concede ao mais vil pecador
Abrindo-lhe a porta de entrada no Céu!

 

Comprometida com esse gracioso amor de Deus, notou que uma rosa especial de sua estufa havia brotado: A Rosa da Escócia!
Essa rosa brota apenas uma vez por ano, é muito rara, de uma beleza sem igual e caríssima. E ela decidiu colhê-la e levar aquela joia preciosa para a sua visita ao presídio feminino.
Seu jardineiro se opôs tenazmente, afinal ela já levava muitas lindas rosas. Contudo, ela estava resoluta em seu propósito.

No presídio, ela pediu que a levassem até a mais violenta e difícil detenta. A direção tentou impedi-la, pois a presa era periculosa, violenta e hábil em falar palavrões.
 

Todavia, a senhora insistiu, e, finalmente, foi levada à cela daquela que ostentava a fama de pior prisioneira.

E, como era de se esperar, ela recebeu a boa senhora com muitos gritos, palavrões e ameaças. Porém, calma e amorosa aquela senhora lhe disse: 
- Jesus te ama, e Ele me mandou trazer essa rosa para você!

De repente, aquela presa mudou de cor, ficou pálida, e de forma gaguejante lhe disse:
- Quem lhe contou? Quem lhe disse? Eu sou escocesa, meus pais eram bons, mas, em minha adolescência, entrei para os maus caminhos, álcool, drogas, coisas abomináveis... Decepcionei meus pais que me amavam, e todo ano eles colhiam essa rosa e me davam com amor... Fiz tudo errado! Fiquei viciada, me prostitui, roubei... hoje estou só... minha vida está acabada... Quem lhe contou a minha história e mandou trazer essa rosa especial para mim?

A bondosa senhora disse que Jesus se importava com ela, que a amava, e que tocou em seu coração naquele dia para lhe levar a Rosa da Escócia!
 

A mensagem era clara:
- Jesus te ama! Ele se importa com você! Ele sabe de suas necessidades! Ele move o universo inteiro para que possa tocar você com o Seu maravilhoso amor!

Aquela jovem foi tocada pelo amor de Deus, arrependeu-se de seus pecados, crendo em Jesus como seu Salvador e Senhor! Sua vida foi transformada!
Agora ela tinha um amoroso Salvador, e Deus lhe deu também uma amiga-irmã que lhe ensinou a Palavra de Deus e lhe ajudou a quitar sua dívida com a sociedade. E, ao sair daquele presídio, ela era uma outra pessoa – um grande testemunho do poderoso amor de Deus. 

Obs. Ele me mandou levar hoje para você não uma Rosa da Escócia, mas a mensagem que Ele te ama!
www.facebook.com/ibfcv

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Política econômica

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O pensamento econômico, ao longo do tempo, apresentou modificações significativas. Escolas como a Mercantilista, a Clássica, a Marxista, a Neoclássica, a Keynesiana, a Liberal, dentre outras, mostraram a importância da Filosofia e da Matemática. Sem dúvida, em todas as Escolas, destacaram-se as bases filosóficas objetivando o entendimento da realidade.

 

Já a Matemática foi utilizada com vistas a investigar relações abstratas e lógicas. Com certeza, o progresso econômico e a conscientização das pessoas motivaram o surgimento de teses na área econômica, abrangendo, também, conceitos de ordem política e social.

 

Cientistas e estudiosos como Adam Smith, Stuart Mill, Hegel, Max Weber e mais recentemente Keynes e Friedman desenvolveram teorias fundamentadas em diretrizes filosóficas. Por outro lado, Petty, Quesnay e Leontief, por exemplo, deram ênfase a conceitos matemáticos nas suas teses do equilíbrio econômico geral. A rigor, a Filosofia é dialética, chegando até mesmo a rupturas. A Matemática, no entanto, por ser exata, é Lógica, possuindo normas de raciocínio. Filosofia e Matemática são importantes na formulação de politicas econômicas. Vale lembrar Amatya
Sen, em seu livro "Desenvolvimento como Liberdade", quando ressalta privações econômicas, sociais e políticas.

 

Por sua vez, disse Celso Furtado:
"O debate é saber se o Estado vai sobreviver no Pais, como suprir seu esvaziamento e que consequências esse processo terá para a sociedade".

 

Ademais, aqueles que trabalham na vida pública não devem se preocupar apenas com o poder, mas com o povo. É importante o exercício da democracia. Por outro lado, a coerência programática e de objetivos, abrangendo indicadores políticos, administrativos, econômicos e sociais leva um país ao caminho da justiça e da liberdade, sem opressão física ou moral, mas com capacidade de entendimento ético jurídico.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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O legado de Cecília Meireles

Após mais de cinco décadas do seu falecimento, ainda não surgiu no Brasil uma poeta com sentimentos tão profundos como Cecília Meireles (07/11/1901- 09/11/1964).

 

Carioca, da Tijuca, na juventude estudou história, línguas, filosofia e manifestações orientais, dentre outros ramos do
conhecimento. Seu primeiro livro de versos, "Espectros", foi publicado em 1919, quando ainda contava 18 anos de idade, recebendo muitos elogios por parte da crítica. A partir de então, passou a escrever de forma intensa e ganhou condecorações, prêmios e ficou famosa internacionalmente.

 

Lembramo-nos de "Criança meu amor"; "Poemas dos poemas"; "Pequeno Oratório de Santa Clara"; "Romanceiro da Inconfidência" e tantas outras obras. 

 

A poesia lírica de Cecília é uma das mais perfeitas e bonitas da literatura contemporânea. Traduzida para vários idiomas e musicada por muitos compositores famosos. No caso de  "Romanceiro da Inconfidência", acreditamos ser sua criação mais bela, vejamos alguns trechos: "Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta, que não há
ninguém que explique e ninguém que não entenda". "Tudo me fala e entendo: escuto as rosas e os girassóis desses jardins, que um dia foramterras e areias dolorosas". Como são lindos os versos de Cecília Meireles!

 

Em seus livros, Cecília sempre revelou sua preocupação com os problemas sociais. Sua poesia é considerada, pelos críticos, atemporal, pois vivendo sob a influência do modernismo mostra aspecto do simbolismo e criações
literárias do classicismo, do romantismo, do parnasianismo, do realismo, e também do surrealismo. 

 

Não temos palavras para expressar a nossa admiração literária por Cecília. No entanto, podemos resumir sua
simplicidade e melancolia nesses quatro versos da poesia Atitude: "Minha esperança perdeu seu nome.../ Fechei meu sonho para chamá-la./ A tristeza transfigurou-me/ Como o luar que entra numa sala".

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC.

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Efatá

 

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"Efatá", palavra do aramaico, significa "Abra-se" em português. Segundo o Evangelho de Marcos (Mc 7, 34), foi uma palavra usada carinhosamente por Jesus para curar um surdo-mudo. 

 

As pessoas presentes ficaram admiradas e diziam: "Tudo o que fez, Ele faz bem". Mc (7,37). A fé do homem foi fundamental para sua cura. Por outro lado, nestes dias difíceis porque passa a humanidade é importante ter fé.

 

Acreditamos ser o filósofo e o poeta figuras bastante parecidas, pois ambos buscam entender as inquietações da vida: o ser e o não ser, a esperança e a desesperança, o certo e o errado, a gratidão e a ingratidão, o começo e o fim, etc.

 

Precisamos abrir os nossos corações em busca da paz, assim como do bem e não do mal. O amor é fundamental e o ódio é cruel. 

 

Tentemos, com fé em Deus e nas pessoas, mediante a poesia, superar o que estamos sofrendo no momento. Dessa forma, escrevemos dois poemas prosaicos para análise e crítica do leitor. 

 

1. "Ilusão".

Tudo Passará: 
a vida terrestre,  a glória, a decepção, a paixão,  o ódio e o orgulho, a derrota e a preocupação, o poder e a riqueza, a dor e a satisfação, a tristeza e a alegria, o desespero, a inveja e a calúnia; enfim, qualquer manifestação temporal. Tudo é ilusão. Só não passará a verdade divina, pois nos levará à vida eterna. 

 

2. "Sonhar para Viver"

Sonhando talvez encontre: 
momentos de alegria, o tempo perdido, forças para superar a dor, verdadeiros amigos, a fé, desejo de amar, reconhecimento dos erros, distância da melancolia, a sinceridade, a esperança, corações que ouvem, o carinho da amada, a verdade, o perfume do bem, generosidade, valores vindos d'alma, as veredas, paz. 

 

Enfim, a razão de viver. 
O que devemos fazer, meu Deus, para que existam muitas flores nos jardins de nossos corações? 
Ademais, a vida é muito curta para gastarmos com injustiças, falsidade e inveja.

 

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

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Choro Bandido

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A resposta nem sempre vem, quando fazemos a pergunta. Às vezes, até já nos esquecemos dela, quando a encontramos parada numa esquina qualquer da vida à nossa espera. Aí a gente entende que certas coisas não acontecerem é o melhor que poderia nos acontecer; que choramos e sofremos por nada! 

 

A vida é paga no débito. Não adianta correr pra escapar. A conta virá de qualquer jeito. Penso nisso olhando os carros passando na rua. Estou anônima na janela do meu quarto, imaginando a história de cada pessoa que está dentro deles. O que temos em comum? O medo da vida? A coragem de assumir que somos uma fotografia desfocada de nós mesmos? Quantos não sabem disso...

 

Toca "Choro bandido" e coloco mais vinho na taça. Quero me afogar na voz do Chico, pois, como os cegos, posso ver na escuridão.  Há um abismo em que caem todos os meus sonhos. Conto-os, um a um...  A resposta que a intuição quis antecipar me espera na esquina. Decido não ir até lá e deixo a conta para o próximo mês.  Encho mais uma taça de vinho e faço uma selfie em boa resolução... Desfocada é a vida, não eu.

Aíla Sampaio

Política e dinheiro

Inicio esse pequeno texto ressaltando que as ideias e os conceitos emitidos não dizem respeito a todas as pessoas e instituições participantes ou envolvidas com a pandemia covid-19.

Aliás, a maioria é bem intencionada e se dedica com solidariedade, amor e cientificamente ao combate do cruel novo coronavírus.

 

Existem pessoas e instituições que trabalham obstinadamente e defendem suas teses com convicção e seriedade, porém, ainda não se encontrou, no mundo, uma diretriz consensual sobre o desafiador problema. 

 

De um modo geral, tem-se uma expectativa preocupante, em todos os países, no tocante aos aspectos sociais, econômicos e políticos, gerando crises emocionais e de desesperança. Todavia, uma minoria, de pessoas e de instituições gananciosas e inescrupulosas, está mais obcecada com os seus interesses políticos e
com o dinheiro do que com as dificuldades inerentes ao povo (saúde e emprego, por exemplo). 

 

A má política, do ponto de vista pessoal ou de grupos, e a ambição de se conseguir mais dinheiro constituem os pilares básicos, no momento, dessa angustiante situação porque passa o mundo. Precisa-se ter consciência crítica de ser a vida humana superior às disputas políticas e eleitorais, como também aos lucros exagerados de algumas empresas e laboratórios. A atual crise mundial (covid- 19) não pode ser atropelada por outros objetivos. O debate, realizado de forma séria, diretamente ou através da mídia, visando à união de esforços, é uma coisa saudável.

 

No entanto, a busca odiosa e deplorável do poder político ou monetário é uma atitude irresponsável e mesquinha. Ademais, é bom interpretar o livro do Eclesiastes (capítulo 3, versículo 1): "Tudo neste mundo tem o seu tempo; cada coisa tem a sua ocasião”.  Deus, pedimos-Lhe, a união e a sinceridade de todos, para que consigamos a saúde no corpo e na alma.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Realidade

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Entendemos que os dois grandes problemas do nosso tempo são as questões envolvendo a paz e a justiça social. No atual estágio da humanidade, destacam-se como fundamentais os direitos à vida e à liberdade, como também o direito
de se ter o mínimo indispensável para alcançar a cidadania. 

 

Ações precisam ser concebidas visando buscar uma melhor justiça distributiva, consequentemente uma organização socialmente justa. A vida é mais agradável e bela quando percebemos a presença da amizade e a ausência da inveja e do ódio.

 

 Torna-se básico a exaltação dos valores internos e morais, para que possamos buscar felicidade e esperança. 

Vivemos dias de expectativas, para não dizer de intranquilidade e angústia, no contexto mundial. Em todas as nações, das mais ricas às mais pobres, existem problemas relacionados com a falta de entendimento, humildade, justiça, amor e paz. A supremacia dos valores materiais sobre os espirituais é a grande responsável pelo atual desajuste universal.

 

Quando dizemos valores espirituais, não estamos nos referindo e também nos restringindo a uma determinada religião, doutrina ou seita. 

 

Vale lembrar Mahatma Gandhi: "Considero-me hindu, cristão, muçulmano, judeu, budista e
confuciano". Não podemos mais conviver com guerras, terrorismo, disputas inócuas, enfim, com qualquer tipo de violência política, social, econômica, etc.

 

A discriminação entre as pessoas, por exemplo, representa a forma mais cruel de coação, permitindo o constrangimento físico ou moral. A falta de solidariedade leva ao desentendimento, intolerância e ao comportamento irracional.


Não queremos um mundo preconceituoso.

 

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC

Educação e desenvolvimento

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Concordamos com a ideia de que a educação deve ser proporcionada a todos, por constituir um direito e uma condição para o pleno desenvolvimento da pessoa humana. Além de constituir um direito, a educação também é um dos
principais fatores, senão o mais importante, do desenvolvimento dos países.

 

É fundamental que as nações entendam, em primeiro lugar, que a educação não constitui um gasto, mas um investimento. Em segundo lugar, é um investimento de longo prazo que deve expressar o compromisso de gerações e
ser elevado a um projeto do Estado Democrático, para além das divergências partidárias das forças políticas que momentaneamente ocupam os papéis de governo e oposição, ou seja, a educação não deve ser um programa de Governo, mas de Estado. Ademais, deve-se buscara articulação dos diversos atores sociais, somando esforços de governos, setores empresariais e trabalhistas, enfim, da sociedade em geral. 

 

Há uma evidente correlação entre os níveis educacionais, cognitivos e comportamentais, das populações e o
desenvolvimento dos países. Esse entendimento levou à adoção da educação como um dos fatores na construção do conhecido IDH - Índice de Desenvolvimento Humano, que tem orientado as políticas públicas em váriospaíses e constituído importante indicador de avaliação de seus acertos ou insuficiências. 

 

Resta, pois, o passo mais difícil - transformar a retórica em ações concretas e priorizar os investimentos no setor educacional, nas múltiplas dimensões do acesso, da equidade e da qualidade. Este será o caminho do desenvolvimento equilibrado, com distribuição de renda e participação de todos na riqueza das nações – o verdadeiro desenvolvimento
humano. Devemos nos preocupar menos com a pobreza financeira e mais com a falta de educação. 

P.S. Segundo Kant: "É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade".

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Só tenho hoje para ser feliz

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Vou cultivar mais amizades e neutralizar as inimizades.
Não vou julgar os atos dos meus semelhantes ou companheiros.
Vou aprimorar os meus.
Lembrarei de ligar para alguém para dizer que estou com saudades!
Reservarei minutos de silêncio, para ter a oportunidade de ouvir.
Não vou lamentar nem amargar as injustiças.
Vou pensar no que posso fazer para diminuir seus efeitos.
Terei sempre em mente que um minuto passado, não volta mais.

Vou viver todos os minutos proveitosamente.
Não vou sofrer por antecipação prevendo futuros incertos, nem com
atraso, lembrando de coisas sobre as quais não tenho mais ação.
Não vou pensar no que não tenho e que gostaria de ter, mas em como posso ser
feliz com o que possuo.
E o maior bem que possuo é a própriavida.
Vou lembrar de ler uma poesia e de
ouvir uma canção. Vou dedicá-las a alguém.
vou fazer alguma coisa para alguém,
sem esperar nada em troca, apenas pelo
prazer de ver alguém sorrir.
Vou lembrar que existe alguém que me quer bem.
Vou dedicar uns minutos de
pensamento para os que já se foram
para que saibam que serão sempre uma
doce lembrança, até que venhamos a
nos encontrar outra vez.
Vou procurar dar um pouco de alegria
para alguém, especialmente quando
sentir que a tristeza e o desânimo
querem se aproximar.
E quando a noite chegar, vou olhar o céu, para as estrelas e para o luar e agradecer a Deus, porque hoje eu fui FELIZ!

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Histórica Emoção

Era o ano de 1968. Estava cursando a Escola de Pós- Graduação em Economia da FGV (Fundação Getúlio Vargas), no Rio de Janeiro, no bairro de Botafogo. Casado há dois anos e já tendo um filho, morávamos num pequeno apartamento em Copacabana. Vida dura, mas feliz. As aulas eram de segunda a sexta-feira. Os alunos almoçavam no "bandejão". la e voltava de ônibus, o que era agradável.

 

Completei dois anos de casado no dia 3 de setembro do referido ano. Nossa vida era simples, pois além da escassez de recursos financeiros, dedicava-me de forma significativa aos estudos. Pois bem, no dia 3 de setembro, após as aulas, voltando para casa, resolvi passar numa floricultura, perto de onde morávamos, disposto a comprar um modesto buquê de flores para presentear minha mulher Mirian. O dia tinha sido muito puxado. O professor Mario Henrique Simonsen passou três horas dando uma estafante aula de matemática sobre "equações em diferenças finitas". Apesar da exposição ser dificil e complicada, a preleção do mestre foi fantástica e brilhante.

 

Não obstante o cansaço fisico e mental, fui à floricultura. A dona da loja, uma senhora muito educada, imediatamente preparou o buquê e me deu um cartão para eu fazer o oferecimento. Olhei para o lado e percebi a presença do grande poeta brasileiro, Carlos Drummond de Andrade. Fiquei nervoso e não consegui escrever uma palavra. A senhora, de forma gentil, amiga de Drummond, perguntou ao poeta se ele poderia escrever a dedicatória para mim. Atencioso, redigiu um poema de sua autoria com quatro versos: "A gente sempre se amando/ nem vê o tempo passar/O amor vai nos ensinando/ que é sempre tempo de amar". Agradeci, perplexo e emocionado.

 

Verdade, admirável poeta, penso hoje, pois breve faremos 54 anos de casados, temos quatro filhos, nove netos e um bisneto. Assim é a vida.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Vaidade

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Smith, homem de meia idade, boa aparência, possuidor de recursos econômicos herdados do genitor, graduado - com dificuldade - em Ciências Sociais era extremamente vaidoso.

 

Apesar de casado, procurava ter relacionamentos com moças bonitas e, enganando-as, fazer viagens românticas. Não se dedicava ao trabalho, vivendo ou "vegetando" de rendas auferidas sem esforço. A rigor, mau caráter, pois sua vida era dominada por sentimentos oriundos da vaidade, tais como a inveja, a calúnia, o ódio, a ambição, o orgulho, dentre outros.

 

Por não possuir um interior sadio e consistente, não se importava com o mundo exterior. Coitado do Smith! Não percebia que a vaidade de hoje é a ilusão da grandeza que se transformará em sofrimento amanhā.

 

Pois bem, como sempre, vivendo de aventuras irresponsáveis, procurou o seu "melhor amigo" para pedir uma opinião. Desejava se candidatar a um cargo no Legislativo Federal e gostaria de saber de Pedro Luiz se era uma boa ideia. Ao ouvir a pergunta, o "pseudo-amigo" ficou perplexo. No entanto, Pedro Luiz teve um momento de lucidez do egoísta Smith.

 

Foi mais além, indagando-lhe a razão do seu desejo. Respondeu Smith: "Na vida, consigo tudo o que quero e ficaria feliz, quando falecer, ter meu nome imortalizado numa avenida, numa praça, numa rua, ou até mesmo num municipio". Pobre Smith!

 

Observando-se trechos do poema "Ilusão da Vida" de Francisco Otaviano, pode-se dizer: Smith você "passou pela vida em branca nuvem"; "foi espectro de homem"; "só passou pela vida, não viveu". É importante saber que a humildade é o caminho para se encontrar a verdade e a felicidade, desaconselhou o visionário.

 

Gonzaga Mota

Professor aposentado da UFC

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"...Em que espelho ficou perdida a minha face"...    

(Cecília Meireles )

Às vezes acordo triste e nem sei o porquê dessa tristeza.
Uma angústia, um descontentamento,  uma solidão interior...

Muitas vezes vem uma vontade de chorar, uma fragilidade que nada parece estar bom...

Nós, que já passamos dos 50, muitas vezes nos encontramos assim. O mundo inteiro caminha normalmente, tudo está bem e vem essa tristeza.

Quantas vezes eu me olhei no espelho e me curti, me achei linda e sai dona do mundo esbanjando mocidade e vendendo alegria?

Quantas vezes fui elogiada, fotografada por olhares cheios de admiração? 

E no espelho desfilei caras e bocas...Com a beleza que aos poucos foi se modificando, foi mudando de fases, foi se perdendo e dando lugar a um outro tipo de mulher: a mulher madura, aquela que muitas vezes ouve como elogio: você está conservada. 

Que triste elogio! Diga como você está bonita, que linda você está. Soa melhor, engrandece a alma, que hoje já tem tantas cicatrizes. 

Beleza está em todas as idades, conversem com seu espelho e descubra o seu ponto forte, ele pode estar no seu interior. 

Onde ficou perdida minha face?

Não sei, só sei que vou passar o meu batom vermelho, rimel e lápis nos olhos, deixar meus cabelos ao vento, vestir meu vestido de festa e subir no salto, como sempre fiz e sair linda e maravilhosa curtindo os meus anos. 

Faça o mesmo você de 50, 60, 70, 80, 90...

E não se entristeça vivendo do passado e tendo medo de aproveitar a vida.

Se não usar mais salto, coloque uma rasteirinha ou se preferir fique descalça na areia da praia. 

Você é linda em qualquer idade.

 

Para todas as mulheres que se amam e que amam a vida.

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Monossilabicamente só!

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Para o poeta Belchior

 

Um prédio velho, um homem dentro/ uma paisagem, um momento/ a inspiração é um espírito de luz/ que encanta por ser dom divino/ e na madrugada, abro a janela/ e cheiro o dia com um faro de cão/ busco, cato e encontro, solidão!
Enfim, eu só/versos versus os meus versos/
transo no quarto um espelho pra mim/ onde a cara que faço, não parece comigo/ brinco de me refletir e esqueço que
estou só, monossilabicamente só!
Erivan Aguiar!

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BOM DIA COM POESIA!

 

UM POEMA INCONCLUSO
Tu és palavra que se pronuncia no escuro,
um nome por detrás dos muros da memória,
aprisionando o presente no passado.
E eu,
rio em cheia a procurar um córrego
na claridade do dia,
um poema inconcluso
na solidão de um livro nunca lido.
Aila Sampaio
Arquitetos da Palavra - Prosa e Poesia

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 União familiar

 

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A Sagrada Familia representa um exemplo para nós, mediante os sentimentos do amor, da humildade, da esperança, enfim, da solidariedade humana. 

 

É difícil viver fora do ambiente familiar. Na medida em que tenhamos uma familia bem constituida, com certeza, as dificuldades e os problemas da vida cotidiana serão ultrapassados com mais facilidade e menos sofrimento. Dentro desta linha de pensamento, é básico reconhecermos a importância dos valores espirituais sobre os materiais. Aqueles sãoduradouros e nos conduzirão, sem dúvida, à vida eterna. Estes são efêmeros e, nem sempre, nos proporcionam, apesar do conforto, a alegria permanente. Os bons pais sabem a oportunidade de aconselhar, perdoar, compreender, a importância da paciência e da sinceridade, os momentos de repreensão - sem denegrir a imagem dos
filhos - a prudência nos julgamentos, bem como a liberdade com responsabilidade. 

 

Os ensinamentos e os exemplos paternos são fundamentais para uma educação saudável. A união familiar é importante para que possamos educar nossos filhos dentro de um ambiente de paz e concórdia. Segundo Coelho Neto, "é na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais". Por sua vez, os filhos devem respeitar a autoridade dos
pais, sem contudo apresentar uma atitude de subserviência, mas de amor e carinho. 

 

Quando falamos em educação, não pretendemos nos deter apenas no aspecto relativo ao conhecimento formal. Porém, principalmente, à educação comportamental, representativa do caráter, do modo de ser, de amar o próximo, isto é, aquela educação que, muitas vezes, não se aprende nos bancos escolares e sim, em sua grande parte, no
dia a dia da familia unida.

 

A melhor forma de se obter solidez num relacionamento familiar é mediante a união. Podemos dizer que uma familia bem constituída segue a palavra de DEUS, pois semeia o amor.

 

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC

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Sabe qual é o segredo?

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É acordar cedo e não ter medo de enfrentar um avião de desafios!

É olhar o céu e dar bom dia, mas um bom dia mesmo, positivo e verdadeiro, com todo o amor à vida, que o seu interior possa irradiar.

É estar sempre de boa, sem se importar se é tempo de chuva ou de estio, se vai ser calor ou fazer frio!

Levante a cabeça, olhe para o céu divinamente nublado e gratifique a sua amada(o) com um beijo brando e solidário, tudo em nome do amor!

É sempre bom lembrar que a vida não tem retrovisor e que tempo você tem de sobra, para tocar seu barco em frente!

Portanto, leve o seu espírito para caminhar, tome chuva, agradeça a Deus pelo ar de cada dia, e por favor; não entre nessa onda de matar um leão por dia, isso é cruel e desumano demais com você mesmo!

O segredo é um alento de Erivan Aguiar.

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Política Cambial

 

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