PERFIL SEMANAL
Odontologia e implantodontia
como vocação
Por Kelly Garcia
Nosso entrevistado dessa semana é o cirurgião dentista especialista em implantes dentários, Darcy Mavignier. Casado, pai de três filhos, se dedica há 22 anos a Odontologia e especializou em Implantodontia. Em todo esse tempo, ele já fez mais de 7 mil implantes, reabilitando muitos sorrisos, sempre com as técnicas mais modernas e também realiza procedimentos de harmonização facial em seu consultório. Vem conferir essa nossa conversa leve sobre a importância do sorriso e vocação.
Por que você escolheu o caminho da Odontologia? Essa sempre foi a sua primeira opção?
Escolhi a Odontologia por vocação aos oito anos de idade, quando acompanhei minha mãe em um consultório dentário. Fiquei fascinado com os equipamentos, os materiais e os seus respectivos cheiros, a liberdade do profissional liberal. Desse modo, ser odontólogo sempre foi minha primeira opção.
Qual o diferencial do seu consultório? O que o paciente pode encontrar lá?
Na minha clínica, fazemos uma Odontologia Integrada, aonde ele praticamente não vai precisar sair de lá para fazer outros tratamentos além da Implantodontia. Fazemos canais, remoção de sisos, colocação de aparelhos corretivos, próteses, lentes, clareamento, tratamento das DTMs e harmonização facial. Além de termos o serviço mais tradicional e completo do Ceará no atendimento das urgências dentais. Temos o diferencial também de atendermos sempre no horário marcado, a vida corrida não comporta mais grandes horas de espera, atrasos. Somos conhecidos pelas reabilitações orais de sucesso que fazemos.
Quais são as técnicas de implantodontia que você usa em seu consultório? As cirurgias também são realizadas lá?
Tenho 22 anos de formado pela Universidade Federal do Ceará e sou especialista em Implantodontia. Temos mais de sete mil implantes instalados. Trabalhamos com cirurgia com carga imediata e sem corte/sangramento/sutura. Todavia, nosso diferencial na especialidade é uma larga experiência com resolução dos mais variados casos de complexidade. Contamos com uma equipe capacitada não só para tratar, mas além disso, para acolher pessoas com pontualidade, respeito, profissionalismo, honestidade e individualidade.
Por que você optou por se especializar em reabilitação oral? O sorriso faz muita diferença na vida da pessoa? Você poderia nos contar uma das histórias dos muitos sorrisos recuperados por você?
O sorriso mais largo vem quando a pessoa está se sentindo plena, segura. Poder reunir-se com pessoas queridas e dar boas gargalhadas sem medo, comer seus alimentos prediletos. A reabilitação oral que fazemos permite essa segurança e conforto e o ápice é exatamente esse largo e pleno sorriso.
São inúmeros os casos de pessoas que conquistaram essa felicidade. Afinal, são mais de 7 mil implantes instalados. Histórias muito bonitas, nas quais tenho orgulho em ter contribuído.
Você também faz tratamentos estéticos? Com botox e harmonização facial?
Temos uma especialista em harmonização facial na nossa equipe.
Quais as técnicas de reabilitação oral que você trabalha?
Tudo que é necessário para o paciente conquistar a segurança mastigatória e estética. Implantes, canais, remoção de sisos, colocação de aparelhos corretivos, próteses, lentes, clareamento, tratamento das DTMs e harmonização facial. Além de termos o serviço mais tradicional e completo do Ceará no atendimento das urgências dentais. Atendemos todos os dias, inclusive sábados, domingos e feriados, onde o paciente pode ser atendido por um especialista para tirar sua dor.
Na sua opinião, qual a importância da família? Nos fale um pouco da sua.
Minha família é meu esteio, meu eixo. Sou casado e pai e três filhos. E é na minha família que encontro todos os dias o sentido da minha vida.
Quais os seus hobbies?
Sou faixa preta de Jiu-jítsu, que sempre foi meu hobby favorito. Gosto muito também de fazer churrasco em casa.
O que faz para cultivar a espiritualidade e o bem-estar?
Outro eixo da nossa vida é a fé em Deus. Acreditamos que há uma proteção superior e quanto mais tivermos Jesus como modelo e guia tudo concorrerá para o melhor na nossa vida.
Nos indique um filme, um livro e uma série.
Um filme que adorei, com Al Pacino, foi Perfume de Mulher. O grande livro e manual para todas as gerações sempre será a Bíblia!!
Yoga e Eneagrama para cultivar o
autoconhecimento e o bem-estar
Por Kelly Garcia
Nossa entrevistada desse domingo é com Yelw Felicio, administradora de empresas por formação, yogaterapeuta e instrutora de eneagrama por vocação. Após atuar na área administrativa por 10 anos, ela resolveu seguir sua vocação de ajudar as pessoas a cultivar o seu bem-estar e passou a ensinar Yoga e Eneagrama. O Yoga veio primeiro, há 22 anos, com muitas formações por todo o país.
Entre as suas muitas formações, possui especialização em Meditação, Yoga para Gestantes e Educação Somática, métodos psicossomáticos para o desenvolvimento da consciência corporal nas abordagens de: Feldenkrais, Antiginástica, Ginástica Holística e Hanna Somatic; Fundamentos das Terapias Tradicionais Chinesas - UECE.
Também é pioneira no desenvolvimento do trabalho de integração em Eneagrama e Yoga, com publicação de artigo no livro: Eneagrama Sementes de autoria de Domingos Cunha e colaboradores. Ministrou aulas e cursos por 5 anos na Clínica Ventura, de Psicologia - Centro Avançado de Práticas para o Desenvolvimento Humano em Fortaleza-CE.
Sua metodologia de ensino educativo, preventivo e terapêutico, perpassa por sua própria experiência pessoal, a partir de tudo o que aprende, experimenta e vivencia. Nossa entrevistada ama ensinar as pessoas a se reconectarem com elas mesmas com auto amor, auto respeito e autocuidado.
Ensina Yogaterapia com abordagem em Educação Somática – métodos psicossomáticos para o desenvolvimento da consciência corporal, Meditação para desenvolver presença e ampliação da consciência como caminho para a paz interior e Eneagrama para a gestão das emoções, em abordagem Transpessoal onde corpo/mente/coração/espírito se inter-relacionam em constante comunicação.
Além de atender em cursos individuais, já ministrou formações e palestras na Enel - Companhia Energética Ceará, Sefaz - Secretaria de Estado da Fazenda, Associação das Religiosas da Instrução Cristã, na UFERSA - Universidade Federal Rural do Semiárido, na Medicina Preventiva da Unimed e no Ministério Público do Estado do Ceará. Confiram uma conversa sobre bem-estar e autoconhecimento.
O Eneagrama traz com ele uma sabedoria antiga e atual e que ajuda muito no autoconhecimento. Como você se interessou pelo tema? Já atuava em alguma área próxima?
O Yoga entrou na minha vida em 2001, bem antes do Eneagrama! Assim como o Eneagrama, o Yoga também é um caminho de autoconhecimento e eu já vinha trilhando essa jornada em direção a mim mesma, a minha essência. Porém, em um determinado momento, eu tinha consciência de alguns padrões de pensamentos e emoções que se repetiam em mim e começaram a me incomodar, mas não tinha clareza sobre: Por que esses padrões de repetiam? De onde isso vinha? Teria relação com o quê? O que verdadeiramente a minha alma sentia falta? E quando o nosso desejo está alinhado ao verdadeiro desejo do nosso coração, os caminhos se abrem para isso, o universo conspira a favor para trazer até nós o próximo passo que irá nos ajudar na jornada. Então, conheci o Eneagrama em 2011 e de lá para cá ele faz parte da minha vida!
Você percebe que as pessoas hoje tem buscado mais por conhecimento? Como o Eneagrama pode ajudar nisso?
Bom, acho que é bem relativa essa busca por conhecimento nos dias atuais, porque, com as redes sociais, as pessoas têm acesso à muita informação, e, nesse contexto, acho que muita coisa fica na superficialidade sem um verdadeiro aprofundamento. Vejo que estamos passando por uma fase crítica em nossa jornada evolutiva como Ser Humano. Atualmente, vivemos os maiores índices de doenças e transtornos psicoemocionais. Fomos capazes de evoluir muito, tecnologicamente falando, mas vejo uma estrada ainda longa em nossa evolução como espécie humana. Ainda há muita falta de consciência e conhecimento sobre o que é ser, Ser Humano! Essa compreensão envolve um crescimento com amadurecimento para saber lidar com as próprias emoções, porque a maior parte das nossas atividades, seja pensar, agir ou sentir, são induzidas pelos nossos sentimentos. Assim como também envolve a busca por respostas acerca de perguntas sobre: Quem sou eu? De onde vim? Por que estou aqui? Qual o propósito? As respostas a essas questões só podem ser encontradas através de um caminho espiritual que conduz a pessoa em direção à sua essência e essa é a jornada que o Eneagrama nos oferece, onde a pessoa humana é o centro do processo.
Qual a origem do Eneagrama?
Acredita-se que o Eneagrama surgiu no século IV, em Alexandria, cidade do Egito localizada na região do Mediterrâneo onde reuniam-se os saberes de diversas tradições antigas. Veja que é uma sabedoria muito antiga, porem sempre muito atual. No início do século passado, o Eneagrama foi resgatado e trazido para o ocidente por Gurdjieff, e, posteriormente, nas décadas de 60 e 70, os estudos da moderna psicologia avançaram com as obras de Oscar Ichazo, psicólogo boliviano e Cláudio Naranjo, psiquiatra chileno.
Em verdade, o Eneagrama está em um processo de evolução continua. É importante ressaltar que o Eneagrama não foi inventado, mas sim se desenvolve e cresce ao longo dos tempos, através de um processo profundo de escuta e observação do funcionamento do comportamento humano.
É um símbolo Universal, representado por uma figura geométrica que nos oferece um verdadeiro mapa de navegação interior, nos dando orientação e uma maior compreensão sobre o funcionamento do nosso universo interior.
E O Eneagrama tem relação com a psicologia? De que forma ele se relaciona com a saúde mental?
Sim, podemos dizer que o Eneagrama está em uma ponte entre a Espiritualidade e a Psicologia. Como falei anteriormente ao longo dos tempos, sobretudo na forma como aprendemos o Eneagrama hoje, conhecimentos da psicologia foram sendo integrados ao Eneagrama exatamente por ele nos oferecer meios que nos permitem ver e entender melhor a nós mesmos e aos outros, apontando para nossas principais questões psicológicas, e os nossos pontos fracos e fortes nas relações interpessoais. E sobretudo porque depende da disposição da própria pessoa para realizar uma autoanálise honesta consigo mesma, fator que muitas vezes pode travar o processo terapêutico quando a pessoa não alcança a tomada de consciência necessária na terapia.
O curso é voltado para qual público? O que as pessoas poderão aprender com isso?
O curso é para todos os públicos. O mais importante para participar dessa jornada de autoconhecimento é ter a motivação para se conhecer!
Entregaremos aos participantes possibilidades concretas de transformação:
Esse curso pode ajudar também na gestão de pessoas em empresas?
Através desse curso oferecemos uma Mentoria do Ser a Luz do Eneagrama ensinando a pessoa a humanizar seus conflitos internos e auto gerenciar melhor as suas emoções. Vejo que, da mesma forma com que colocamos energia para gerenciar bem uma empresa, ou a sua casa também é imprescindível saber gerenciar a sua casa interior, fazer a faxina interna de muitos pensamentos e emoções que bloqueiam a respiração e a capacidade de atenção plena, de foco, de presença! Qualquer gestor, líder ou colaborador de uma empresa que esteja trilhando esse caminho de desenvolvimento através do seu próprio auto cuidado, com todo certeza terá maiores habilidades para se comunicar, lidar com conflitos, traças melhores estratégias, desenvolver pessoas e muitas outras habilidades quando ele mesmo se trabalha.
Sua mãe também atua na promoção da saúde como cirurgia plástica. Ela te influenciou de alguma maneira nesse caminho profissional?
A minha mãe me educou sempre dizendo: minha filha faça sempre o bem! Isso foi se infiltrando na minha mente. Com relação ao meu caminho profissional, mas, na verdade, eu é quem fui com o tempo trazendo ela para o caminho espiritual! Mas ela sempre me apoiou muito em todas as minhas escolhas e eu sou muito grata por isso!
Quais os seus hobbies?
Em meus momentos de lazer, adoro estar com a minha família, ir à praia, tomar um banho de mar, ler, nadar, cuidar das minhas plantinhas, assistir um bom filme com meu marido, tomar um vinho com amigos, e amo todos as oportunidades para viajar.
Como faz para cultivar a espiritualidade? E o bem estar físico?
Praticar Yoga, meditar e a oração fazem parte do meu estilo de vida, da minha rotina diária de purificação e limpeza interior que para mim são vitais, essenciais. Também adoro caminhar, sinto que exercito o meu olhar, a forma como vejo e percebe os lugares, as coisas quando estou caminhando, vejo por um ângulo diferente.
Indique um filme, um livro e uma série.
Filme: Como estrelas na terra
Livro: Mulheres que correm com os lobos – Clarissa Pinkola Estés
Série: Uma nova mulher
Cirurgia vascular como
vocação e missão
Por Kelly Garcia
Nossa entrevistada dessa semana é a cirurgiã vascular Marianna Mendonça de Almeida Thiers Cals. Aos 24 anos, concluiu a graduação em Medicina e em 2011 iniciou sua residência médica em Cirurgia Geral, seguida da cirurgia vascular, ambas em São Paulo. Atua também na área da cirurgia endovascular, ecografia vascular e fleboestética.
É casada com o administrador Bruno Cals de Oliveira, que, atualmente, divide sua rotina de trabalho entre São Paulo e Fortaleza, e é mãe da Sofia e Bruno Filho.
É sócia da VY`A Concept Clinic, juntamente com a dermatologista Priscila Távora e a endoscopista Raíssa Eufrásio. Confira uma conversa sobre Medicina, Estética e cuidados para manter o bem-estar.
Você atua na área de cirurgiã vascular, com muita competência, e recentemente inaugurou sua clínica, a VY'A Concept Clinic. Como você percebeu que tinha vocação para a Medicina? O que a fez optar pela cirurgia vascular?
Desde muito criança dizia a todos que seria médica. E, ao contrário do que possa se pensar, naquela época não havia qualquer parente ou amigo próximo da família que fosse médico, e nunca fui induzida a escolher esta profissão pelos meus pais (sou filha de arquiteta e de corretor de imóveis). Desde pequena gostava de cuidar, confortar e aliviar o dor do próximo. Durante a residência de cirurgia geral (pré-requisito para cirurgia vascular), me apaixonei pela grande campo de atuação nessa especialidade, onde posso exercer desde a parte diagnóstica (com o doppler vascular), quanto o tratamento clínico e cirúrgico das doenças venosas (varizes, tromboses) e arteriais (obstruções e aneurismas..).
Na nossa sociedade, pernas bonitas são muito valorizadas, especialmente nesse tempo em que as pessoas estão sempre buscando sua melhor versão. O que fazer para prevenir os indesejados vasinhos e varizes? E quais são os principais tratamentos indicados?
O principal fator de risco para varizes é a genética. Quando os pais têm varizes, a probabilidade de o filho ter varizes chega a 90% aproximadamente. Porém algumas medidas podem ser feitas para prevenir, tais como: controle do peso, evitar: o sedentarismo, uso de anticoncepcionais, cigarro... Hoje em dia, graças ao avanço da Medicina e das tecnologias, muitos tratamentos de varizes são realizados em consultório, com retorno imediato às atividades laborais e sem necessitar de repouso. Dentre os tratamentos, temos o laser transdérmico, a escleroterapia, espuma, flebectomia.
É verdade que usar meias de compressão ajuda a melhorar a circulação? E a alimentação, também influi?
Sim, no caso de doenças venosas (varizes). Já quando há obstrução no sistema arterial (sangue que sai do coração, rico em nutrientes e oxigênio), a meia pode agravar a situação. Uma alimentação balanceada, uma ingesta hídrica adequada (dois litros ao dia) e dieta com baixo teor de sódio melhoram a circulação do nosso corpo.
Além da cirurgia vascular, o que o paciente encontra na Clínica VY'A? Quais os diferenciais?
Nosso paciente encontra uma equipe de dermatologia com foco em estética facial, corporal e capilar, ginecologia estética e funcional, endoscopista bariátrica, nutricionista, fisioterapia dermatofuncional dentre outros. Nosso diferencial está em oferecer uma visão 360 graus para nosso paciente, englobando a estética, o bem-estar e o emagrecimento saudável.
Como você faz para se manter sempre atualizada em sua área de atuação?
Procuro sempre ler os artigos publicados, tanto nacionais quanto internacionais e buscar novos conhecimentos em congressos e cursos. Inclusive, estive agora no mês de abril em Londres participando de congresso internacional (o Charing Cross) e pude acompanhar a evolução mundial no âmbito da cirurgia vascular.
Quais os seus hobbies?
Viajar e apreciar um bom vinho.
Como faz para cultivar o bem estar e a espiritualidade?
Mantenho disciplina com atividade física com alimentação balanceada e sempre agradeço a Deus pela dádiva da vida.
O que mudou na sua forma de viver depois da maternidade e do casamento? Como é sua rotina?
Tenho um casal de filhos, a Sofia, com 5 anos e Bruno Filho, com 4. Com eles, aprendi o significado mais lindo do amor, o amor de mãe, educando, rindo, brincando e fazendo os meus filhos felizes com as coisas simples da vida. Levei e levo a maternidade de uma forma tranqüila e sempre com o lema que “sou a melhor mãe que posso ser”. Com o casamento, só melhora a cada dia, mesmo o Bruno passando a maior parte do tempo em São Paulo. É sempre uma novidade, como se estivéssemos no começo do namoro. Minha rotina se divide entre Fortaleza (com o trabalho e a educação dos meninos) e São Paulo. Todos os finais de semana estamos juntos.
Nos indique um livro, uma série e um filme.
As cinco linguagens do amor. Game of Thrones, A procura da felicidade.
A arte de
lapidar sorrisos
Por Kelly Garcia
Nossa entrevistada da semana é a bela e competente odontóloga Lize Bezerra de Menezes. Aos 24 anos, concluiu a graduação em Odontologia em dezembro de 2021 e hoje se aprimora fazendo pós-graduação em Dentística em Goiânia. Está noiva do engenheiro de Produção Gabriel Sanford e ultimando os preparativos do casamento, que será em 2024. Filha amada de Ivana Bezerra Rangel, tem na mãe um grande exemplo de força e perseverança. Confira um papo descontraído sobre escolhas profissionais e hobbies.
Como vc optou pela Odontologia? Era um desejo desde a infância?
Quando era pequenininha, dizia que queria ser dentista ou artista. Na adolescência, descartei completamente e achei que queria Medicina ou Arquitetura. Mas no terceiro ano do Ensino Médio, fui pra uma Feira de Profissões e o relato da dentista me fez brilhar os olhos, vi que era aquilo que queria fazer: transformar vidas através do sorriso.
Como está sendo atuar na área? Quais serviços seu consultório oferece?
Maravilhoso! O começo da carreira nem sempre é fácil, mas me realizo na Odontologia! Atuo como clínico geral, fazendo consultas de prevenção e diagnóstico, restaurações posteriores e estéticas, clareamento dental, lentes de contato e facetas, gengivectomia e aplicação de toxina botulínica.
Você está fazendo uma pós-graduação em Dentística. O que isso irá agregar ao atendimento aos seus pacientes?
Além de me especializar no que diz respeito a estética dental, me aperfeiçoando nas lentes de contato e faceta, tanto com resina composta como com cerâmicas, a minha pós-graduação também abrange bastante a parte funcional, devolvendo saúde anteriormente à estética! Faço na Equipe Dentística, em Goiânia, é um curso bem diferenciado.
Qual a área da Odontologia que você mais gosta? Pretende atuar na estética também?
A parte de poder devolver o estético do sorriso, atrelada a devolver saúde e função é o que me faz brilhar os olhos! Também atuo na parte estética, mas meu foco mesmo são os dentes.
Você está em um momento muito especial, planejando o seu casamento. Como tem sido esse período? Como você tem se sentido?
É um momento de mistos sentimentos, mas muuuuito gostoso de viver! Sempre foi meu sonho planejar essa fase e sabendo que está sendo com a pessoa certa, torna tudo ainda mais especial e emocionante.
Sua mãe é uma empreendedora nata e divulgadora incansável das belezas do nosso Ceará. Você nunca pensou em empreender ou atuar em alguma área próxima ao segmento de eventos por causa dela? O que você mais admira na sua mãe?
Poderia dizer que a admiro em todos os sentidos, literalmente! Mas sua humildade, garra e determinação em todos os projetos que se propõe a participar, a disponibilidade de ajudar os outros, a bondade de coração são pontos que me inspiram desde pequena, e como mãe então… Já somos muito parecidas fisicamente e quero ser cada vez mais parecida com ela “por dentro” também.
Quais os seus hobbies?
Adoro ler e posso dizer que estudar também entra nos hobbies. Gosto sempre de me manter atualizada na minha profissão. Amo viajar com a família e o namorado, sair com os amigos e curtir a praia. Recentemente, comecei a correr e já virou hobby também, já querendo me preparar pra alguma maratona.
Nos indique um filme, uma série e um livro.
Filme: Divertidamente - apesar de ser infantil, sempre me traz lições diferentes.
Série: This is us - choro em quase todos os episódios, mas aborda assuntos lindíssimos.
Livro: A coragem de ser imperfeito - indico pra todo mundo.
A incansável busca pelo equilíbrio
entre beleza e naturalidade
Por Kelly Garcia
Odontólogo Júlio Alves Cruz é um apaixonado por estética. Formado em Odontologia pela Unichristus, concluiu a graduação em 2019, mas antes de concluir o curso, já havia realizado cursos na área de Harmonização Facial. Fez mais de 50 cursos pelo Brasil agora, sempre nas instituições mais renomadas, como no Instituto Tereza Scardua. Em Fortaleza, foi um dos pioneiros no Ultraformer MPT, aparelho que tem a finalidade de fazer um lifting facial não cirúrgico e bioestimular o colágeno (agendamento - (85.99105-6529). Além de se aprimorar em sua profissão, é um cidadão do mundo e também ama viajar. Confira mais na nossa entrevista.
Como aconteceu o seu encantamento pela área da estética? E pela harmonização facial?
Aconteceu de uma forma muito simples e direta. Fui fazer um botox e na mesma hora, senti que queria trabalhar com a estética. Deu muito certo!
Você já chegou a atuar em outra área? Qual? Quais foram os principais aprendizados dessa época?
Além da estética, durante a faculdade de Odontologia tive a oportunidade de trabalhar voluntariamente com idosos e amava!
Quais os diferenciais do seu consultório?
Sempre penso em levar o que há de mais moderno para meu paciente. Hoje, por exemplo, estamos com o Ultraformer MPT, com sedação consciente e estou trazendo um lançamento agora em maio para a clínica. Aguardem!
Quais foram as últimas atualizações que você fez na sua área de atuação? Sabemos que você é um apaixonado pela harmonização facial.
Estou indo no próximo dia 10 para São Paulo, para um curso de laser, que promete muitas novidades!
Você acha que vale tudo na busca por um rosto perfeito? Ou existe um limite?
Eu sempre penso em naturalidade, o saber envelhecer, com naturalidade e beleza! Não gosto de exageros, e sim, tento colocar limites para meus pacientes.
Já aconteceu de você precisar convencer alguém a não realizar um procedimento?
Já sim. Muitas vezes, o paciente chega pensando em fazer algo, mas mostro para ele o que seria melhor naquele momento.
Você acha que os filtros dos aplicativos tem gerado uma insatisfação exagerada nas pessoas? Como isso se reflete na busca por procedimentos estéticos?
Com certeza. Quando usamos alguns filtros, nos tornamos outras pessoas. Então, de certa forma, isso leva o paciente à uma busca por mudança, que pode ser na melhoria da pele, aumentar o lábio, fazer um lifting facial.
Existe uma idade mínima para modificar as linhas naturais do rosto?
A partir dos 25, já podemos fazer alguns procedimentos preventivos, como o botox preventivo e o peeling para manter uma pele perfeita. O paciente que investe nele cedo, vai sempre estar jovem.
Além de ser um excelente profissional, você tem outra paixão: viajar! Nos fale um pouco sobre isso e nos conte a respeito de algum lugar que tenha te surpreendido.
Meu trabalho e viajar são minhas paixões. Sempre que sobra um tempinho, estamos viajando. Essas últimas viagens foram bem marcantes porque a Suíça é um quadro pintado à mão. Já a Bolívia, com suas paisagens naturais, e a experiência de ver tudo diferente na Tailândia, a cultura deles que desperta tanta curiosidade. Eu amo!
Como vc alimenta a sua espiritualidade? E como cultiva o bem-estar físico? É adepto de exercícios e dieta, por exemplo?
Tenho minhas orações diárias, sou muito agradecido a Deus por tudo, não faço nada na minha vida que não seja pela permissão Dele, sempre oro pedindo sua permissão. Eu tento fazer musculação, mas não sou constante pela correria da vida, quero mudar isso. Dieta é ponto bem difícil em viagem, eu me permito a conhecer a culinária onde estou.
Nos indique uma série, um filme e um livro.
Estou vendo atualmente The Crown, um filme que assisti recentemente e que marcou: "Silêncio", um livro: O Poder do Hábito.
Dedicação às artes nacionais
Vale a pena ver de novo
Por Kelly Garcia
Nosso entrevistado da semana é o editor e empresário no setor cultural Max Perlingeiro. Nascido no Rio de Janeiro, em 1950, é graduado em Engenharia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1973). Organizou diversas exposições de arte no Rio de Janeiro, em São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Brasília, Londres, Lisboa, Buenos Aires e Paris. Em 1980, criou a primeira editora especializada em livros sobre arte brasileira no país – Edições Pinakotheke, cujas publicações têm conquistado premiações nacionais entre eles o Prêmio Jabuti por três edições.
Também dirige a Pinakotheke Cultural no Rio de Janeiro, a Pinakotheke São Paulo e a Galeria Multiarte, em Fortaleza. Desde 2019 é professor do curso de Pós-Graduação da Escola de Artes Visuais do Parque Lage no Rio de Janeiro e atua desde 1983 como administrador das mais relevantes coleções de arte no Brasil. Conheça um pouco de sua história em nossa entrevista deste domingo.
Você é extremamente conhecido por suas galerias, no Rio, Fortaleza e São Paulo. Como o universo das artes chegou até você?
A arte chegou ainda na minha juventude, há 55 anos. Em 1979, após trabalhar como funcionário de uma das maiores galerias de arte moderna do Brasil, nasceu a Pinakotheke no Rio de Janeiro, em seguida, Fortaleza e finalmente São Paulo.
Você já trabalhou em outras áreas? Quais?
Sou engenheiro de formação, mas nunca trabalhei com engenharia. Dei aula na minha juventude na preparação de jovens para fazer vestibular. Hoje, dou aula no Parque Lage, no Rio de Janeiro.
Nos fale um pouco da mostra em homenagem ao Leonilson.
Desde o último dia 25, a Galeria Multiarte está com uma exposição em homenagem ao fortalezense Leonilson, intitulada “Leonilson e a Geração 80”.
Nosso convite é que todos venham visitar “Leonilson e a Geração 80.”, já que essa exposição reúne um acervo precioso de obras de José Leonilson de Bezerra Dias e de diversos outros artistas que participaram da marcante mostra "Como vai você Geração 80?" na Escola de Artes Visuais do Parque Lage em 1984. A mostra conta também com obras de Adir Sodré de Souza, Alex Vallauri, Beatriz Milhazes, Chico Cunha, Ciro Cozzolino, Daniel Senise, Fernando Barata, Gervane de Paula, Gonçalo Ivo, Hilton Berredo, Jorge Guinle, Leda Catunda, Luiz Zerbini e Sergio Romagnolo, que participaram do evento do Parque Lage.
Voltando à sua carreira, como você escolhe suas coleções?
Nossa coleção tem um componente de afeto muito grande. Temos os nossos heróis e com eles, fomos construindo uma coleção da qual gostamos muito.
Quais as principais peculiaridades do mercado de obras de arte? Como é a sua atuação?
O mercado de arte no Brasil é muito jovem, se comparado com os mercados em outros países. E hoje, os artistas brasileiros finalmente têm um projeção global bastante significativa.
Como você avalia a importância da Galeria Multiarte para Fortaleza?
Foi criada em 1987 e foram 34 anos ininterruptos de atividades, sempre fiel aos seus propósitos. Ao longo do tempo, foram apresentadas quase 100 exposições, sempre acompanhadas de um catálogo ilustrado. Artistas icônicos vieram a Fortaleza pelas mãos da Multiarte, e, nos últimos anos, através da visão extraordinária da Bia, a Multiarte virou um polo irradiador de cultura e discussões na cidade através dos Grupos de Estudo Multiarte, hoje conduzidos pelo Victor com muita competência. Simultaneamente, a Bia criou o Espaço Familia, com atividades infantis dentro das exposições. Uma ação emocionante! Na oportunidade, cabe ressaltar as parcerias com instituições no Estado do Ceará, entre outras, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, o Centro Cultural Unifor, Museu de Arte da UFC, Prefeitura Municipal de Fortaleza e Prefeitura Municipal de Sobral.
Liderança política
que vem do DNA
Por Kelly Garcia
Nosso entrevistado desse domingo é Raphael Pessoa Mota. Advogado, chegou a exercer, entre 2010 e 2012, o cargo de Secretário da Corregedoria do Tribunal do Trabalho da 7ª Região. Em 2012, foi eleito presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção da Região Metropolitana de Fortaleza – OAB/RMF, com sede em Maracanaú.
Casado com Rafaela, com quem tem três filhos, Raphael Filho, Théo e a recém chegada, Beatriz, é super dedicado à família e ama compartilhar momentos com eles.
Com a militância política vocacionada em seu sangue, logo Raphael decidiu seguir os passos do seu tio, o ex-Governador do Ceará, Gonzaga Mota, e do Prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, quando, em 2016, deu início a sua caminhada político-partidária, lançando-se candidato à vereador de Maracanaú pelo MDB.
Em seu primeiro mandato, como vereador, Raphael se destacou por sua atuação parlamentar fortemente pautada na política pública da saúde, educação e social, com posicionamento firme na elaboração de planos municipais que direcionam a cidade para o futuro. Sempre visando a melhoria da qualidade de vida dos maracanauenses e no debate de políticas públicas para o desenvolvimento e integração de Maracanaú e Região Metropolitana.
Reeleito vereador, Raphael licencia-se de seu mandato, no início de 2021, para, atendendo o convite do prefeito Roberto Pessoa, assumir a Secretaria de Infraestrutura, Mobilidade e Desenvolvimento Urbano. Na Seinfra, sob a liderança do prefeito Roberto Pessoa, Raphael está a frente de uma equipe de técnicos e colaboradores vocacionados e comprometidos com o desenvolvimento da cidade, como a requalificação de grandes avenidas e melhorias na malha viária com investimentos históricos em diversos bairros e a implantação do Programa Passe Livre. Confira um pouco sobre a sua trajetória na nossa entrevista.
Hoje você atua como Secretário de Infraestrutura de Maracanaú, mas já trilhou um longo caminho, como advogado, líder classista e vereador. Nos conte um pouco dos aprendizados dessa trajetória.
Gratidão e reconhecimento. Ninguém faz nada sozinho. Na minha trajetória, sempre fui abençoado por pessoas que me ajudaram a vencer os desafios durante minha caminhada, seja na qualidade de Secretário da Corregedoria do Tribunal do Trabalho da 7ª Região, Presidente da OAB (subsecção da RMF), Vereador de Maracanaú e, agora, Secretário de Infraestrutura, Mobilidade e Desenvolvimento Urbano do Município de Maracanaú. Até na construção da minha família, fui abençoado por uma mulher maravilhosa. Portanto, sou muito grato a todos que me ajudaram a chegar até aqui.
Sabemos que a política está no seu sangue dos dois lados da família, tanto do lado paterno, com a influência do seu tio ex-governador Gonzaga Mota, como do lado materno, com Roberto Pessoa. Desde a adolescência, você já se sentia atraído por esse caminho? Como teve certeza de seguir?
Desde criança, eu acho. Cresci vendo tanto o Gonzaga Mota, a quem eu chamo de Tio Totó, com o Roberto Pessoa, sempre cercado de muitas pessoas, além de outros tios que foram prefeitos e meu pai, Antunes Mota, que já exerceu os cargos de Secretário municipal e estadual, bem como de vice-prefeito de Ibaretama. Observando o trabalho de todos em atender prefeitos, lideranças, conversando, viajando pelo interior do Ceará, indo à Brasília. Vendo de perto a disposição e compromisso que sempre tiveram em atender, ajudar e resolver. Tudo isso me influenciou muito. Tive a oportunidade de conhecer políticos que foram importantes para o nosso Ceará e para o nosso país, desde a redemocratização. Acredito que isso vocaciona a gente.
Você tem suas raízes familiares com origem na região da fronteira entre as cidades de Caucaia e Maracanaú. Desse lugar, o que mais te marcou?
Sem dúvida, o Leilão da Taquara, com os festejos de Nossa Senhora da Imaculada Conceição. É uma tradição que começou com meu bisavô Raimundo Pessoa de Araújo, o Doca da Taquara, há 111 anos. Quando eu era criança, meus pais ou meu avô, José Pessoa de Araújo, sempre me levavam... hoje eu tenho muito orgulho de, todos os anos, ser o ajudante do leiloeiro Raimundo, puxando o leilão.
Quais os seus principais projetos como secretário de Maracanaú? O que já foi feito e o que você ainda pretende realizar?
Há importantes projetos em andamento, com as diretrizes do Prefeito Roberto Pessoa. A exemplo, do Programa Passe Livre que iniciamos ano passado e que, em cerca de um ano, já garantiu a gratuidade no transporte coletivo para mais de dois milhões de usuários, entre estudantes e beneficiários do Bolsa Família. Há ainda o Programa de Transporte e Logística – Translog, que garantiu mais de sessenta milhões de dólares na requalificação de importantes avenidas do Distrito Industrial, bem como a requalificação/melhoria viária de diversas vias e avenidas em todos os bairros de nossa cidade. São recursos investidos em drenagem, pavimentação, iluminação, arborização e urbanismo. Além de melhorar o transporte de cargas para o Distrito Industrial, que é o coração da economia do Estado, este projeto garante uma nova vocação urbanística para o Distrito Industrial, porque oferece a população novas áreas de esporte e lazer. O ano de 2023 foi muito importante para os desportistas e os maracanauenses apaixonados pelo esporte, pois com compromisso e determinação no avanço das obras do Estádio Almir Dutra, recepcionamos jogos da primeira divisão do campeonato cearense. É importante registrar, ainda, a reforma e revitalização de várias unidades básicas de saúde, equipamentos da assistência social, equipamentos esportivos etc. Contudo, estamos focados em entregar a reforma do Hospital Municipal, possibilitando um avanço considerável na política pública de saúde.
Na sua opinião, qual é a maior alegria ao atuar na política?
Poder contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas. É muito gratificante ouvir de uma mãe que o filho só teve a oportunidade de fazer um curso ou uma qualificação porque agora ele pode andar de ônibus sem pagar a passagem. É muito bacana receber um abraço de agradecimento por tirar o sofrimento de famílias, com intervenções pelo poder público, que tinham suas casas invadidas pela água na quadra chuvosa. Em suma, acredito que a política, que dizer a boa política, se assemelha ao sacerdócio, participa ativamente que tem vocação. E vocação não se explica.
Além da sua profissão, você construiu uma bela família, ao lado da sua esposa e com seus três filhos. Quais as atividades que mais gosta de realizar com eles?
Eu gosto de tudo (rsrsrss). Gosto muito de jogar bola com os meninos, passear, ir ä praia, praticar atividades radicais, etc. Adoro cozinhar com eles... é um hábito que fazemos toda semana. Eu e os meninos vamos para a cozinha e preparamos alguma coisa especial para a Rafaela. Agora, com a mais nova, por enquanto, a gente só se agarra, mas já, já, estará nos acompanhando (rsrsrs).
Quais os seus hobbies?
Ultimamente, eu estou numa fase mais fitness (rsrsrs). Mas gosto muito de livros e séries. Aliás, eu sou daqueles que acompanha as novelas e ainda comento sobre o Big Brother, rsrsrs
Nos indique um filme, um livro e uma série.
Gosto muito de filmes baseados em história real, mas se é para indicar, e como cearense com orgulho, sugiro “O Shaolin do Sertão”. Um livro, indicaria “Sapiens - Uma breve história da humanidade”. Uma série? Gostei muito de “Suits”.
Escrita e fotografia como fontes
de beleza e energia positiva
Por Kelly Garcia
Nossa entrevistada da semana é a premiada escritora, jornalista e fotógrafa Sandra Fontenelle. Jornalista por formação, escreveu três livros infantojuvenis e tem participação em antologias nacionais de crônicas, contos e poemas, sendo uma das vencedoras do Prêmio Off Flip de Literatura 2022, com a crônica poética A Toalha de Labirinto. Silêncios é o seu segundo e-book de haikais, antes veio Mundo Sensível, ambos para o público jovem e adulto e que estão disponíveis na plataforma da Amazon. Participou do 20o. Salão Internacional de Artes, da Galleryspt, em Portugal, sendo premiada pela obra fotográfica "Assinatura", como a melhor obra digital, em março deste ano. Confira uma conversa sobre escrita, inspiração, recomeços e a força da linguagem.
Como a escrita autoral se tornou importante em sua vida? Você já escrevia na infância e na adolescência?
A escrita autoral se tornou importante para mim como uma forma de consciência de um ser no mundo. Antes disso, as minhas atividades estavam mais voltadas para casa e não iam além disso. Mesmo as minhas fotografias estavam guardadas, embora fotografasse com relativa frequência. Mas o fato é que, em 2019, eu passei por sérios problemas pessoais e eu utilizei a escrita como forma de inserir no meu mundo sentimentos mais positivos, mais prazerosos. Na época, eu não tinha essa consciência, mas hoje vejo que a literatura entrou em minha vida como processo de cura. Mas eu não me utilizei da escrita para me queixar da vida, embora eventualmente isso aconteça, mas de forma sutil. Eu normalmente expresso sentimentos bons, para elevar o espírito.
Não lembro de escrever na infância, mas na adolescência adorava as aulas de redação, tanto que ao terminar o Ensino Médio, tinha certeza que me dedicaria a uma profissão que envolvesse a escrita, daí fui para o Jornalismo.
Ao entrevistar outras jornalistas que são escritoras, percebi que, em alguns casos, o ofício as distanciou da literatura. Como foi com você?
Quando eu terminei Jornalismo na UFC, eu não tinha ciência de que queria me tornar escritora, mas eu já tinha algumas inserções na profissão e andava muito insatisfeita. Eu queria fazer algo mais lírico, mais pessoal, diferentemente do jornalismo que é mais informativo, mais objetivo e um tanto quanto impessoal. Depois disso, eu viajei para o exterior e minha vida ganhou outro rumo, dedicando-me mais à criação das minhas filhas. Vi-as crescer, tinha condições financeiras para isso, e poder acompanhá-las não tem preço. Hoje elas estão crescidas, e eu, escrevendo o que gosto.
Você tem três livros infanto juvenis. Como foi o processo de criação deles? Você se inspirou em alguma coisa do cotidiano?
O cotidiano me inspira muito. Não somente o meu cotidiano, mas o cotidiano que observo nas ruas, na relação com outras pessoas. Acho bem interessante essas pessoas cheias de imaginação que escrevem livros de ficção, porém devo admitir que a imaginação não é o meu ponto forte. Então, faço da realidade a matéria-prima para a minha escrita, lembrando que a realidade é riquíssima, basta um olhar mais cuidadoso para percebê-la. A criação dos meus livros infantojuvenis veio numa mescla de resgatar sentimentos bons com as experiências do cotidiano.
Para os Haikais, já aconteceu de alguma imagem trazer uma poesia consigo?
Muitas imagens me inspiram muitos haikais. São imagens que presencio, que vejo na internet, ou imagens que construo a partir de uma sensação do passado.
Com a crônica poética "A Toalha de Labirinto", você venceu a edição do Prêmio OffFlip de Literatura em 2022. Como se deu o processo de criação desse texto?
"A Toalha de Labirinto" começou quando eu não tinha consciência de nada. Explico melhor: Quando eu era criança e viajava de férias para o Aracati, via aquelas mulheres da aldeia de pescadores tecendo a renda do labirinto, enquanto os seus maridos iam pescar em alto mar. Elas ficavam em solo, cuidando da casa, das crianças e ainda arrumando tempo para a sua arte. Eu só conhecia o labirinto porque em minha casa tinha uma toalha lindíssima dessa renda, que a minha mãe usava só em ocasiões especiais. Mas quando eu vi aquele trabalho de perto, instantaneamente registrei em minha memória a minha admiração e o meu respeito por essas mulheres. Então, "A Toalha de Labirinto" foi esse resgate.
Você lançou seus livros na Bienal. Como foi para você essa experiência?
Participar da Bienal foi uma experiência incrível porque tive contato com o público e o contato com outros escritores. Foi muito proveitosa aquela nossa experiência de ter um estande para os autores independentes, isso fortaleceu laços e estabeleceu parcerias, além do conhecimento de gente talentosa.
A fotografia é uma das suas linguagens mais potentes. Como ocorreu esse contato e essa paixão pela imagem?
Quando eu estudei Comunicação Social na UFC, as disciplinas de Fotografia eram voltadas ao fotojornalismo, e eu não me interessei muito. Entretanto, quando estive na Alemanha, eu frequentei, como aluna convidada, o Curso de Cinema, da Kunsthochschule (Escola Superior De Artes), de Kassel. Foi aí que descobri a fotografia artística, (isso ainda no período analógico, rsrsrs) e de lá para cá, não parei mais.
Recentemente, você venceu um Prêmio Internacional de Fotografia, na vigésima edição do Salão Internacional de Artes, da Galleryspt, em Portugal e foi premiada com a melhor obra digital. Como você apura o seu olhar para registrar imagens únicas?
Acho que isso tem a ver com que você não se contentar com o óbvio. Se um objeto lhe parece belo, procure novas formas de explorá-lo além daquela que primeiro lhe venha à cabeça. E também não duvide: o belo está em toda parte, às vezes, nos pequenos detalhes, não somente naquelas paisagens deslumbrantes. O mágico pode ser descobrir o simples...
Você poderia nos adiantar algo dos seus novos projetos?
Eu tenho um manuscrito de crônicas/contos na gaveta, esperando a hora oportuna para publicar. Também estou começando a produzir fotozines, o que virá depois disso eu não sei dizer.
Que conselho você daria para as escritoras que estão iniciando nesse mundo da escrita e da autopublicação?
Bom, tenham muito cuidado com os "gaviões". Existe muita gente oportunista querendo tirar proveito do escritor iniciante, porque sabe o quanto vale para ele a publicação do seu livro. Não ceda os seus direitos autorais e, principalmente, cuidado com as falsas promessas, tudo tem que ser à base do contrato.
Você já teve um bloqueio criativo. Se sim, como fez para superar?
Olha, eu não escrevo sempre com a mesma frequência. Quando eu escrevo menos ou não escrevo, eu não me desespero, simplesmente deixo rolar. Acho que essas pausas que a gente dá é uma necessidade do próprio cérebro. Ultimamente, entretanto, uma coisa que quero fazer é ir atrás de experiências pela cidade: observar pessoas, lugares, comportamentos...tudo isso a que chamam vida!
Quais os seus hobbies?
Ler e ouvir música.
Nos indique um filme, uma série e um livro.
Filme: Philadelphia, diretor: Jonathan Demme
Série: The Crown, de Peter Morgan
livro: Ética, de Spinoza
Dinamismo e criatividade na realização de sonhos
Vale a pena ver de novo
Por Kelly Garcia
Competente Mafrense Sousa trocou o Direito pela realização dos sonhos dos outros, como cerimonialista. Com quase três décadas dedicadas ao setor, Mafrense faz parte da história dos momentos inesquecíveis de muita gente. Diretor da Mafrense Eventos, com sede no bairro Edson Queiroz, atua nos segmentos de eventos, casamentos, aniversários, formaturas, corporativos e agora está lançando uma equipe para o infantil. Amante dos destinos exóticos, já visitou mais de 50 países e ama ler e ver filmes de arte. Confira mais sobre esse grande profissional na nossa entrevista, que, inclusive aniversariou essa semana.
Como e quando você iniciou sua trajetória como cerimonialista?
Iniciei a minha trajetória no ano de 1992, quando conheci a Marilza Pessoa do Bom Bocado, o que mudaria para sempre a minha vida profissional. Para trabalhar com ela como cerimonialista, abri mão de exercer a minha carreira no Direito, a qual era recém formado e já estudava para prestar os exames da ordem. Desde então, abracei a profissão e todos os dias agradeço pela escolha que fiz.
Quais os principais aprendizados que você teve durante todos esses anos no mercado?
O meu principal aprendizado veio com o amadurecimento como ser humano e profissional. Aprendi a dar mais valor às pequenas coisas, e maior respeito ao próximo.
Já atuou em outras áreas? Quais? Quais eram os seus sonhos de profissões na infância?
Não atuei em outras áreas, pois estava no início de carreira, e logo me vi completamente envolvido nessa área de eventos. Mas, meu sonho de criança era ser ator.
Na sua opinião, qual o principal diferencial do Mafrense no mercado de eventos?
O principal diferencial da Mafrense Eventos é o processo de se reinventar o tempo todo. A gente não para e não tem se acomodado. O tempo todo estamos nos reinventando.
Ao longo dos anos, na sua opinião, o que mudou no ramo dos eventos e festas?
Ao longo desses anos, as festas mudaram completamente, um novo conceito foi formado. Naquela época, quando iniciei nesse caminho profissional, as festas eram planejadas pelos próprios pais. Hoje em dia, saem a cara da noivas e aniversariantes. E atualmente, as redes sociais contribuíram muito para essas mudanças.
Você é conhecido pela tradição e a competência em grandes eventos. Como conseguiu esse diferencial?
Na verdade, a gente permanecer no mercado há tantos anos, depois de uma nova geração de profissionais que surgiram nesse processo, não é fácil! Procuro, o tempo todo, novas ideias, novos caminhos. Minha cabeça não para, as coisas vão surgindo e vamos aprimorando.
Quais suas principais referências como empresário do ramo de eventos? E como cerimonialista?
A minha principal referência vem da seriedade e do excesso de responsabilidade como encaro o meu trabalho, e com isso ganhei muitos frutos, como o respeito e a fidelização da minha seleta clientela.
Quais os seus hobbys?
O meu principal hobby realmente é viajar! Sou apaixonado por destinos exóticos. Afinal, já são mãos de 50 países, e muitos deles repetidos.
Lembranças que se traduzem em versos
Vale a pena ver de novo
Por Kelly Garcia
Nossa entrevistada desse domingo é a escritora, professora e crítica literária Aíla Sampaio. Cearense da região do Cariri, professora da Seduc e da Unifor, com doutorado em Literatura Comparada pela UFC, tem oito livros publicados, entre eles, Literatura no Ceará (2019) e A carne do tempo (poemas, 2020/21). É apaixonada por Literatura, Cinema, Artes Visuais, vinho e viagens. Confira uma conversa descontraída sobre inspiração, escrita, memória e livros.
Você é uma autora muito atuante na cena literária, já há muito tempo, seja escrevendo seus livros ou mesmo como na comissão de concursos literários. Como isso tudo começou? Quando você se assumiu como escritora?
Como comecei a ler muito cedo, também comecei a escrever muito cedo. Sempre fui muito sonhadora, então viajava na imaginação com os Contos de Andersen e adorava a ideia de que a vida pudesse ser uma grande fantasia. Embora apaixonada pelas narrativas, foi a poesia o primeiro gênero que eu exercitei, por influência dos poetas românticos que li aos 10 anos. Participei de Concursos literários entre 1985 e 86 e lancei o meu primeiro livro em 1987 e o segundo em 1991, antes de entrar para o Curso de Letras na UECE. Passei muito tempo sem escrever, fazendo especialização e mestrado, com um senso de autocrítica muito severo. Só em 2012, quando lancei "De olhos entreabertos", comecei a me senti uma escritora. Com "A carne do tempo" veio a minha certeza. Quanto aos Concursos Literários, somente quando afirmei meu nome como professora de Literatura, passei a ser convidada para fazer parte de Comissões Julgadoras. Foram muitas. Cito especialmente a minha participação nos Prêmios Cidade de Fortaleza (na época do saudoso Claudio Pereira), Prêmio de Literatura Unifor e Prêmio Ideal de Literatura.
Você é do Cariri. De que forma isso influenciou na sua escrita? Tem muitas lembranças dos tempos que morou por lá?
Morei no Cariri até os 14 anos. Foi nessa época que comecei a escrever um diário para falar do meu dia a dia e registrar memórias. Guardo as melhores lembranças das paisagens verdes, das festas no colégio, do riacho na cheia, do cheiro molhado de terra, do gado do meu pai se espreguiçando no curral, dos quintais bem varridos da minha infância. Todas essas imagens aparecem nos meus textos. Fecho os olhos e percorro aquelas estradas que me atravessam até hoje em forma de saudade.
Você se considera uma pessoa saudosista? Por quê?
Sim. Sou muito ligada às minhas raízes interioranas, à figura do meu pai, que perdi aos 6 anos, então aciono sempre a minha memória para recuperar pedaços de momentos, traços, vivências. Guardo a lembrança de tudo o que a vida me obrigou a deixar pelo caminho; penso que lembrar é uma forma reviver.
Como vê a relação entre o fortalezense e a memória da cidade? Concorda que há um desapego? Como lida com isso?
Infelizmente, temos a cultura de desvalorizar tudo o que "envelhece". Enquanto na Europa prédios centenários são supervalorizados, aqui, vão se transformando num estorvo. Ainda hoje se fala no Castelo do Plácido, derrubado para construção de um supermercado, onde hoje fica a CeArt; mas casas antigas continuam a ser derrubadas para a construção edifícios ou são desfiguradas para se transformarem em prédios comerciais. Recentemente assistimos à demolição da belíssima edificação onde funcionava o Boteco Praia, na Beira Mar... Vejo isso como pobreza de valores, falta de lastro cultural. Uma tristeza essa visão de emergente!
De onde você tira inspiração para as suas poesias?
É a vida que me inspira. Sou muito sensível e tudo me toca. A escrita é o meu modo de sobreviver aos caos interior e exterior.
Quais são as suas principais influências como escritora?
São muitas. Na verdade, tudo o que leio me inspira. Mas vamos citar alguns escritores: na poesia, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meirelles, Hilda Hilst, Francisco Carvalho; na prosa, Machado de Assis, Clarice Lispector, Lygia Fagundes Teles, Raduan Nassar e Milton Hatoum.
Quais os seus hobbys?
Cinema, Leitura, café ou vinho com amigos/as e o maior de todos: viagens!
Randal Pompeu e um novo futuro à vista
Unifor 50 Anos
Trazemos este domingo, uma valiosa conversa com o Randal Pompeu, já publicada pela Unifor, para compreender a importância e influência da Universidade de Fortaleza para a sociedade, além de celebrar os 50 anos de história de quem segue ensinando, aprendendo e fazendo acontecer. Confira alguns trechos da entrevista a seguir.
Randal Martins Pompeu assumiu a Reitoria da Universidade de Fortaleza no início de 2023, coincidindo com a celebração dos seus 30 anos de Unifor (Foto: Ares Soares)
A Unifor completa 50 anos. Qual a relevância da Universidade no desenvolvimento educacional, científico, cultural e econômico do Ceará? O que podemos destacar de contribuição nestas quatro esferas?
A relevância da Universidade de Fortaleza para o desenvolvimento educacional, científico, cultural e econômico do Ceará é bastante significativa, pois a Unifor foi criada pelo Chanceler Edson Queiroz com o propósito de melhorar os índices sociais do Ceará e do Nordeste, que eram críticos há 50 anos. Essa carência generalizada se devia à falta de oferta de ensino superior. Por já ter nascido Universidade, a Unifor sempre teve o compromisso de reverter em benefícios para a sociedade o que se produz de conhecimento no campus.
Percebemos essa contribuição nos mais de 110 mil profissionais graduados. Igualmente percebemos essa contribuição nos diversos projetos de pesquisa e de extensão, cujos resultados geram impactos positivos até mesmo em âmbito nacional, como o capacete Elmo, vital durante a pandemia de Covid-19, e as exposições do Espaço Cultural Unifor, que tem um forte viés educativo para promover o conhecimento por meio da arte.
De que maneira a Unifor forma profissionais cidadãos há meio século? Quais os valores e ações da Universidade neste sentido ao longo das décadas?
A formação de profissionais cidadãos está no DNA da Unifor pelas razões que motivaram sua criação, pelo então Chanceler Edson Queiroz, e pelo compromisso de ser uma Universidade cujos frutos do ensino, da pesquisa e da extensão devem chegar à comunidade externa. Importante acrescentar que os valores, hoje são extremamente valorizados pelo mercado, que estima profissionais mais humanos e éticos, além de empreendedores com propósito. Portanto, esses fundamentos hoje se encontram consolidados no dia a dia da nossa comunidade acadêmica.
Quais as perspectivas para o futuro da Universidade de Fortaleza e o que podemos esperar dela nos próximos anos?
Estamos muito atentos à implantação de processos inovadores na Unifor, tanto na gestão como no ensino, na modalidade presencial e a distância. Assim como à internacionalização da instituição, tendo em vista a excelência da formação do nosso aluno e a sustentabilidade da Universidade. Naturalmente, para atingir todas essas metas, podemos prever que teremos muito trabalho pela frente.
Depois de 30 anos como colaborador, o que a Unifor representa pessoalmente para o senhor?
Tendo em vista que, como colaborador, eu vivo a Unifor há 30 anos — seja na condição de professor, coordenador, diretor, chefe de gabinete, Vice-Reitor e agora Reitor —, posso dizer que esta Universidade representa muito mais do que um ambiente de trabalho para mim, até porque também fui aluno aqui. É o lugar onde eu cresci como profissional e ser humano, onde eu conheci e sigo convivendo com pessoas extraordinárias, com quem ensino e aprendo diariamente.
Aos 50 anos, o que a Universidade de Fortaleza tem de mais relevante para celebrar?
Sem dúvida, é importante reconhecer as realizações alcançadas ao longo de cinco décadas, tantos sonhos e projetos de vida concretizados com o apoio da Unifor. Porém, o que temos de mais relevante para celebrar neste momento são as perspectivas de realizações futuras, os próximos 50 anos. Ainda há muito a realizar, os desafios são imensos. Mas encaro com positividade o futuro, pois já estamos trabalhando em sinergia com professores, colaboradores e gestores, sempre com o apoio inestimável do Conselho Curador da Fundação Edson Queiroz, instituição mantenedora da Universidade de Fortaleza.
Uma paixão que se
tornou ofício e propósito
Por Kelly Garcia
Nossa entrevistada desse domingo é a talentosa designer de joias e ceramista Suzane Farias, que tornou-se joalheira por paixão. A cearense, autodidata, produz joias contemporâneas de forma artesanal desde 2004.
Dentre as suas principais coleções, estão a Aldemir Martins e a Lino Villaventura. O reconhecimento de seu trabalho veio com premiações em concursos, como o 2º Lugar - Categoria Joias Comerciais no 3º prêmio EMBRARAD em abril de 2007, com o conjunto Gérbera. Ainda a classificação no XV Prémio IBGM de Design de Joias em 2010 - categoria Joia com lapidação diferenciada com o pendente Pião, e, em 2019, como finalista na Categoria Joias de materiais alternativos do 1º. Prêmio Design Experience, com o anel Multi Bolas.
Seu trabalho também esteve presente em diversas exposições no Brasil e também em Paris, Madri, Berlim, New York e Punta Del Leste entre outras.
Em 2021, a designer iniciou uma nova fase do seu trabalho, onde une joias e cerâmica. Além de joias, nessa nova fase, ela passou a criar peças utilitárias e decorativas, que ela intitula de joias para casa.
Confira uma conversa leve e descontraída sobre inspiração e propósito.
Sabemos que você é advogada por formação e que vem de uma família com muitos membros nessa área de atuação. Como decidiu dar o start em sua trajetória como joalheira?
As joias chegaram na minha vida por acaso. Sempre fui apaixonada por elas e principalmente pelas pedras. Comecei fazendo peças para mim e daí não parei mais. Saí do Direito, troquei de nome. Até então, era conhecida como Suzane Machado e passei a usar o Farias em homenagem à minha mãe e ao apoio que recebi dela na época. Isso aconteceu por volta de 2004 .
No design de jóias, você é autodidata. Como escolhe os cursos e formações para estar sempre atualizada e com a criatividade afiada?
No começo, estudei bastante para entender como era o trabalho do designer de joias, como era o processo de criação, as coleções, enfim, como tudo funcionava. Participei de alguns pequenos cursos de aperfeiçoamento de desenho, mas hoje estou ampliando o leque, tudo de arte me interessa! No momento, estou fazendo um curso de escultura, de torno e permaneço nas aulas semanais de cerâmica.
Entre suas criações, você homenageou vários artistas e monumentos de nossa terra. Entre os artistas, Aldemir Martins e Lino Villaventura, assim como fez uma peça inspirada no Theatro José de Alencar. Você acha importante essa valorização do que é nosso?
Sempre achei. Desde o início, meu olhar sempre foi voltado para o que é nosso! Para minha terra, minhas raizes. Também sempre procurei valorizar o que é daqui. Profissionais, colaboradores, lapidários, os daqui sempre estiveram em primeiro lugar nas minhas escolhas!
Nesses quase 20 anos trabalhando com jóias, foram muitas as peças premiadas. Nos fale um pouco sobre esse reconhecimento.
O reconhecimento para mim é combustível! Me faz querer continuar e acreditar que estou no meu melhor caminho.
Em 2021, você decidiu iniciar uma nova fase em sua trajetória de designer, juntando jóias e cerâmica. E também começou a fazer peças utilitárias e decorativas. Como decidiu dar esse novo passo? E como tem sido esse novo aprendizado?
A cerâmica chegou na minha vida num momento de muitas mudanças e de muita reflexão e veio para ficar! Estou completamente apaixonada pelo universo e cheia de planos. Sei que ainda estou no começo do aprendizado, mas vislumbro muitas realizações ao longo desse caminho.
Pode adiantar pra gente algum de seus novos projetos nessa área?
Atualmente estou fazendo um curso de escultura e ainda esse ano pretendo trazer novidades!
Como faz para sempre estar de bem com a vida? Gosta de meditação, atividade física?
Dentre as mudanças que implementei na minha vida nos últimos tempos, está a meditação. Atividade física, eu já prático há alguns anos de forma regular e é nítida demais a diferença que isso fez e faz na minha vida em todos os sentidos! Hábitos que adquiri e não deixo mais!
Qual a mulher que mais te inspira? Por que?
Sem a menor dúvida, a mulher que mais me inspira até hoje é minha mãe! Ela é daquelas mulheres que realizam! Daquelas que agregam, que unem, e isso para mim é admirável!
Nos indique uma série, um filme e um livro.
Uma das mudanças que implementei na minha vida, é não assistir mais TV. Mas, assisto a um bom filme de vez em quando, claro! Indico MILAGRE NA CELA 7, filme lindo e emocionante! Séries, vejo menos ainda, mas me indicaram e achei bem divertida EMILY EM PARIS. Livros, tenho sempre alguns na minha cabeceira. Recomendo “Histórias lindas de morrer “ de Ana Claudia Quintana Arantes. Vale muito a pena a leitura! E coloquei na cabeceira ontem Vicent Van Gogh : Minha história, que acredito também seja uma excelente dica de leitura.
Direito como paixão
e propósito de vida
Por Kelly Garcia
Nossa entrevistada da semana é a advogada Cyntia Mirella da Costa Farias Sales. Coordenadora Adjunta do Observatório da Educação Jurídica no Estado do Ceará, pela OAB/CE, é professora, mestre, doutora e pós-Doutora em Direito. Hoje, aplica todos esses conhecimentos no escritório LCG Advocacia e como professora. Nos momentos de folga, ama estar rodeada da família, ao lado das filhas Isabella e Letícia e do marido Davi e participando de movimentos católicos. Confira uma conversa leve sobre o Direito e como ele influi na vida de todos nós.
Como você decidiu pelo Direito? Era sua primeira opção de profissão nos tempos do vestibular?
O Direito sempre foi uma grande paixão para mim e, por isso, minha primeira e única opção. À época em que fiz o vestibular, minha irmã e minha mãe cursavam Direito. Meu padrinho é advogado e por doze anos foi presidente da OAB – Subseção Arapiraca/AL, de modo que sempre estive rodeada de familiares e amigos que vivem o Direito e que buscam a efetiva Justiça.
Desde a graduação, você tem sempre buscado se aprimorar. Nesse sentido, fez Mestrado em Direito Constitucional na Unifor, Doutorado em Filosofia do Direito na PUC-SP e Pós-Doutorado em Direito Econômico das Relações Internacionais na Unifor. Você tem alguma área preferida no Direito?
O Direito como um todo me envolve. Sou sócia do Escritório LCG Advocacia e nele temos ampla abrangência, com foco no Direito Preventivo Empresarial, Trabalhista, Comercial e de Família, sendo este último, em especial, o meu maior afeto.
Você também é professora de Direito. Ademais, é Coordenadora Adjunta do Observatório da Educação Jurídica no Estado do Ceará, pela OAB/CE. Quais são as delícias e desafios dessa área de atuação?
Atuar no Direito é estar em constante estudo. Porque as leis mudam de acordo com a dinâmica social e, por esta razão, estão sempre se reformulando. Comecei a atuar profissionalmente como professora de Direito. Dei aulas em São Paulo e aqui em Fortaleza. Atualmente, dedico todo o meu conhecimento adquirido no Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado à prática na advocacia. Associar tanto estudo à aplicação prática faz toda a diferença! Contudo, para manter o fomento aos estudos, coordeno, juntamente com outros colegas, o Observatório da Educação Jurídica no Estado do Ceará, pela OAB/CE, grupo pioneiro no nosso Estado onde atuamos em diversos projetos interessantíssimos como Congressos, Palestras, idas à Universidades e Faculdades não só na nossa capital, mas em todo o Estado do Ceará.
Você também é advogada e sócia no Escritório LCG Advocacia. Como faz para conciliar tantas atividades?
Quando trabalhamos com amor isto deixa de ser um trabalho. Buscar a Justiça por meio do Direito e pensá-lo como um todo humaniza meu dia a dia e transforma toda ação em pretensão de satisfação ao meu cliente. No Escritório LCG Advocacia, somos um time onde os conhecimentos e forças de trabalho se somam. Do mesmo modo, sempre que sou solicitada ao trabalho na OAB/CE que trata do Ensino Jurídico no Estado do Ceará me preenche. Quando morava em São Paulo, escrevi uma Cartilha chamada OAB VAI À ESCOLA aprovada pelo governador para ser distribuída em todas as escolas públicas do Estado de São Paulo. Saber o Direito é um direito de todos.
Que conselho você daria para quem está começando a cursar a graduação em Direito?
Dedique-se! Permita-se conhecer o Direito em sua amplitude! Não se limite a decorar normas, artigos e súmulas. O Direito é muito maior que isto! A vida de todos nós é baseada em regras de convivência onde o Direito é uma condição sine qua non, indispensável. Entender o Direito permite irmos além dos códigos, porque nossa vida está fundamentada em valores onde o Direito nos permite ter acesso a eles.
Quando você não está atuando no Direito, o que gosta de fazer?
Estar rodeada da minha família é, se dúvidas, o que me causa mais prazer! Sou casada há quase doze anos com o Davi que, somados há sete anos de namoro, significam 19 anos de amor, companheirismo, paixão, respeito, admiração e amizade. Com ele tive duas lindas filhas: a Isabella, de sete anos, e a Leticia, de quatro anos. Ademais, estar com meus pais, sogros, irmã, cunhados, sobrinhas e amigos, me completa! Somos uma família unida no amor de Deus e participamos de dois Movimentos Católicos: a Equipe de Nossa Senhora e o Caná.
Quais são seus grandes exemplos como juristas?
Foram muitos os professores e juristas que me inspiraram e continuam inspirando ao longo da minha jornada. Mas resumirei citando meu padrinho José Ventura de Farias, por sua bravura e paixão pelo Direito; à Professora Maria Helena Diniz, com quem tive a honra de ser sua aluna no Doutorado e tanto me ensinou; e ao professor Boaventura de Sousa Santos por ser múltiplo: um professor universitário, cientista social, jurista, autor de diversas obras, filósofo da ciência, ativista e poeta.
Nos indique um filme e um livro.
Um filme que sempre me alegra a alma ao assistir é Um lugar chamado Notting Hill, pois é leve onde aborda o amor, a aceitação às diferenças, a cumplicidade, complexidade e a simplicidade da vida.
Já um livro de cabeceira para mim é o Justiça: O que é fazer a coisa certa, de Michael J. Sandel, em que consiste em uma das leituras mais modernas e provocativas aplicadas na Universidade de Harvard propondo-nos a um desafio de meditar sobre conflitos cotidianos mostrando como uma abordagem mais segura da filosofia pode nos ajudar a entender a política, a moralidade e também a rever nossas convicções valendo como um convite oportuno para renunciarmos a disputas políticas e avaliarmos se somos capazes de ter uma discussão sensata sobre em que tipo de sociedade realmente queremos viva.
Pioneirismo e maestria nos
procedimentos estéticos e na cirurgia plástica
Por Kelly Garcia
A médica cirurgiã plástica Yhelda Felício é a nossa entrevistada desse domingo. Influenciada pelo gosto materno por aprimorar a beleza feminina, já que a sua mãe, conhecida como Madame Izaura, foi a primeira esteticista de Fortaleza, ela optou pela Medicina como caminho profissional há mais de quatro décadas. Pioneira em Cirurgia Íntima e em muitos procedimentos como a atual Harmonização Facial, a médica já atuou em muitos consultórios e hospitais fora do País e segue se aprimorando para levar o que há de mais moderno para os seus pacientes. Confira uma conversa leve sobre medicina, estética e os desafios de cultivar o belo sem exageros nesse tempo pós moderno de tanto imediatismo.
Você conta com mais de quatro décadas de experiência na cirurgia plástica. Certamente muita coisa deve ter mudado em todos esses anos. Nos conte algumas dessas mudanças, especialmente no perfil dos pacientes.
Realmente, a mudança é enorme! Com o advento da internet, o paciente hoje nos procura com o "diagnóstico" feito e às vezes nos sugerem "tratamentos", de acordo com o modismo da vez. O profissional tem que estar muito bem atualizado e seguro de seus conhecimentos, pois está muito em voga nomearem procedimentos básicos e lançarem como novos procedimentos. Na verdade, esses tratamentos nada têm de novo, apenas o nome. São alguns exemplos: harmonização facial, lipo HD e cirurgia plástica funcional. Outra questão importante é que um paciente somente deve se submeter a um tratamento cirúrgico se tiver saúde física e mental. Posso afirmar que aproximadamente 50 por cento dos pacientes não estão aptos para se submeter a uma cirurgia plástica exatamente por esses motivos. O imediatismo faz a maioria querer apertar em um botão ou tomar uma pílula para receber transformações instantâneas, principalmente, físicas. E isso não existe.
Por que você escolheu ser médica? E por que optou pela cirurgia plástica?
Meu saudoso pai, Raimundo Felicio Neto, queria ser médico. Porém, perdeu seus pais muito jovem e era arrimo de família. E nesse tempo, só havia Faculdade de Medicina na Bahia e no Rio de Janeiro, portanto sem chance de realizar o seu sonho. Talvez o seu desejo tenha me influenciado. Minha mãe, Izaura de Alencar Felicio, foi pioneira em Fortaleza como esteticista. Foi ela quem trouxe para Fortaleza os produtos Avon, dos Estados Unidos e Dr. Payot, da França. Madame Izaura, como era conhecida, cuidava da beleza e da aparência das mulheres elegantes de nossa sociedade. Me criei no ambiente da beleza e da estética. Talvez ela tenha me transmitido o desejo e o amor no cuidar, que ela fazia com maestria. Os conselhos de beleza que ela escrevia no jornal local e ensinava no Senac, até hoje nos são úteis. Minha querida mãezinha era uma mulher de vanguarda.
É verdade que hoje os homens também estão procurando mais os consultórios de cirurgias plásticas e estéticas? Quais são os procedimentos mais procurados por eles?
Iniciamos com 1 por cento de cirurgias plásticas em homens. Porém, após um ano, já conseguimos 30 por cento de nossa clientela masculina. A Lipoescultura com seringa abdominal e de flancos, pela procura de um corpo atlético, tipo "tanquinho" é o procedimento campeão entre eles. Em segundo lugar, o tratamento de ginecomastia. . Também o homem pode receber prótese especial masculina de silicone na mama, para simular que é bastante malhado. O rejuvenescimento facial também é bastante procurado.
E pelas mulheres, quais são os procedimentos queridinhos?
Na mulher, o queridinho é a Lipoescultura com seringa de abdômen, flancos, culotes e glúteos. As cirurgias mamárias, tanto de redução por via axilar, que evita cicatriz na mama, como de aumento com sua própria gordura e/ou com prótese de silicone gel, estão em segundo lugar. assim como elevação de face interna das coxas e lifting dos braços (problema do tchauzinho). Em seguida, vem o implante de silicone em pernas e/ou implante de gordura em pernas (também realizado em homens). Após a nossa entrevista no Jô Soares, tanto a cirurgia íntima como o implante de silicone em pernas teve uma acentuada procura, porém, com a pandemia todos os procedimentos reduziram consideravelmente.
Com o avanço da Medicina, hoje é possível até melhorar o aspecto de áreas que antes eram tabu, como a região íntima. Nos fale um pouco sobre o que pode ser feito e quais os procedimentos mais procurados nesse sentido.
O médico cirurgião plástico Pierre Fournier, pioneiro da lipoescultura com seringa, em maio de 1989, realizou o primeiro curso no Brasil, precisamente aqui em Fortaleza em minha clínica e em mim, pois me submeti a lipoescultura com seringa no meu abdômen e flancos e recebi minha própria gordura em minha face, ou seja, a atual harmonização facial. Uma cliente minha, de 65 anos, que tinha operado as mamas e feito lifting facial comigo, soube da novidade e me solicitou receber gordura em seu púbis. Eu achei fantástica a sua ideia, então liguei para Paris e perguntei ao professor Fournier se era possível. Ele foi muito honesto e me disse que jamais havia implantado gordura em púbis, porém, seria possível, sim, implantar gordura em qualquer região do corpo que tenha gordura. Graças a Deus, foi um sucesso e aí então iniciou-se no mundo a Cirurgia Íntima. O nome foi ideia do Dr. Fournier. Realizamos a primeira Cirurgia Íntima e ele forneceu esta feliz denominação, que foi aceita por toda comunidade médica que realiza o revolucionário método. Passei a ser convidada nos quatro cantos do mundo levando a nossa experiência. Inclusive, na atualidade, é um dos procedimentos mais realizados nos Estados Unidos. E eu fui a primeira médica a apresentar a Cirurgia Íntima em Beverly Hills. Inclusive, o terceiro procedimento mais procurado pelos homens é o implante de gordura em pênis, assim como entre as mulheres, que procuram bastante corrigir a hipertrofia dos pequenos lábios e o clitóris enclausurado. O quarto procedimento cirúrgico mais procurado entre as mulheres na minha clínica também é a correção de hipertrofia dos grandes lábios e lifting na região.
Como faz para estar sempre atualizada em sua área de atuação?
Não paro de me atualizar. Antes da pandemia, sempre participei ativamente como conferencista em Congressos Nacionais e Internacionais. Fiz Mestrado em Cirurgia Plástica na UFC (Universidade Federal do Ceará), concluindo em novembro de 2003. Nosso estudo, totalmente original, foi sobre o trauma em mama, como estudo comparativo entre a cirurgia mais realizada no mundo que é a técnica de Pitanguy, a técnica do T invertido X Técnica de redução e elevação mamária via axilar, de nossa autoria. Também sou Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, do ISAPS, da Sociedade Iberolatinoamericana e recebo as revistas eletrônicas. Estou sempre em busca de aprimoramento.
Quais os seus hobbies?
Nado 500m no mar, no mínimo, duas vezes por semana. Gosto também de cuidar do meu jardim, com minhas rosas e minha horta, jogar "baby tênis", em que jogo com meu filho em minha casa, uma ou duas vezes por semana e praticar Yoga.
Você gosta de viajar? Quais os destinos que mais te marcaram?
Graças a Deus, viajei muito, conheci todos os continentes. Fui até na Albania e na Oceania, assim como no Oriente Médio, Georgia, Kingdom of Bahrain. Entretanto, depois da pandemia, o melhor mesmo é curtir minha Fortaleza, que amo de paixão.
Você é adepta de alguma religião? Como faz para estar sempre conectada com o sagrado?
Sou católica apostólica romana. Diariamente, início o meu dia juntinho de Deus, com, no mínimo, duas horas de orações. Também tenho o hábito de rezar o terço mariano antes de dormir.
E para manter o bem estar, quais são os seus hábitos?
Sempre cuido da alimentação, evito excessos, porque menos é mais. Durmo, no mínimo, seis horas diárias. Também estou sempre em dias com as prevenções médica e odontológica anuais. Procuro conversar com Deus, ler, publicar. Operar para mim é semelhante a um tesão sexual. Dançar e tomar uma boa champanhe, principalmente com meus filhos e minha netinha.
Nos indique uma série, um filme e um livro.
Uma Série: Café com cheiro de mulher. Filme: Uma linda mulher. Um livro: Bíblia Sagrada Católica.
A vida e suas surpresas
como inspiração que se renova
Por Kelly Garcia
Nossa entrevistada da semana é a advogada, psicanalista e escritora Alana G. Alencar. Natural de Fortaleza, formada em Direito pela Universidade de Fortaleza, é também poetisa, compositora e produtora cultural. Publicou cinco livros (Trago do Verbo - 2002); (Poema Canção - 2003); (Nunca Sei Dizer Direito - 2006); (Detalhes da Alma de Alguém - 2018), Metáforas de uma Análise - 2021). Também contribuiu para uma coluna na Revista Publico A – Direito e Poesia (2012/2015) e participou das Edições da Revista Literária Espiral nº 6, 7 e 8.
Foi integrante da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo (ACLJ), na qual foi idealizadora e executora dos Saraus na ACLJ – 1ª Edição (Ideal Clube) 2ª Edição (Sky Lounge – BS Designer Corporate Towers) 3ª Edição (Iate Clube), 4ª Edição (Santuário das Águias – suspenso devido à pandemia). Ainda participou do Festival de Monólogos "Solos Brasileiros" em 2019 onde foi autora do monólogo intitulado “A Solidão de Ser Mistério".
Alana também atua como produtora dos shows de seu grupo literomusical “Soul de Áries”, com poemas e músicas autorais desde 2019. É uma das Idealizadoras do Sarau "Alucinação" (2021) e do Sarau Misturarte (2022). Confira uma conversa sobre inspiração e como as diversas linguagens da arte podem contribuir com mais beleza para a vida.
Além de ser formada em Direito e ser psicanalista, você também é poeta com cinco livros publicados. Como a escrita interage com suas profissões?
Minha escrita é o que tenho de mais bonito. Me torna uma mulher menos dolorida às dores do mundo... assim posso levar mais leveza às outras coisas que cercam minha vida particular, incluindo o trabalho na esfera judiciária e a clínica. Já a literatura, que também contribui de forma direta, me amplia a capacidade de enxergar o que está à minha volta.
Como você se inspira para criar as poesias? Qual tema mais te instiga a escrever?
Não sei exatamente o que me inspira... tenho a sensação de viver inspirada. Faço poesia toda hora. Com tudo. Por tudo. Em troca de nada. E assim tem sido...
Escrevo o que sinto e o sentimento, seja ele qual for, é meu tema preferido... acredito que resistimos ao que nos ameaça quando conseguimos olhar para aquilo que nos atravessa a alma.
No tempo em que você integrava a Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, você organizou vários saraus?
Desde o ano passado, também idealizou os saraus Alucinação e Misturarte. Como você se encontrou como produtora cultural?
Trabalho com a produção de saraus desde 2002. Sou uma criatura extremamente criativa e a necessidade de fazer acontecer meus livros me levou a produzir os respectivos lançamentos. Uma coisa vai puxando a outra. Adoro festa. Adoro gente arrepiada. Adoro ver as pessoas tomadas pelo encanto da arte... isso me mantém produzindo.
Você acha que Fortaleza é uma cidade bacana para organizar eventos?
Apesar dos pesares, sim. É difícil... mas é bacana. A gente encontra no caminho gente que quer ajudar e quer ver acontecer.
Quais os desafios?
Os maiores desafios, penso, são: ir contra a falta de educação (problema social) e encontrar pessoas dispostas a investir financeiramente em artistas desconhecidos.
Outra faceta sua está na música, com os shows do grupo literomusical "Soul de Áries". Como surgiu esse projeto?
Sou uma música frustrada, mas uma compositora que tem dado certo. Amo música e musicar. Gosto de estar sempre navegando entre melodias, então a Soul de Áries foi/é uma tentativa de estar perto do que amo.
Como autora, com a sua experiência, quais os principais desafios de se publicar livros em Fortaleza?
Não acredito que o desafio seja de publicar livros em Fortaleza, mas sim de publicar livros. Parece que tudo neste ofício é desafiador, desde a criação intelectual até o imposto cobrado em cima do papel. Entre encontrar patrocínio para rodar o livro e enlaçar leitores, há um arsenal de desafios, seja aqui ou em qualquer lugar do Brasil.
O cenário literário vem mudando, na sua opinião?
Não sei. É certo de que a vida por si só já é uma constante mudança. Natural que o cenário literário também seja. Ao mesmo tempo que temos grandes escritores, tem havido, por algumas pessoas, o abandono da boa escrita. Às vezes, em meio aos diversos textos que leio, sinto que falta zelo pela língua, pela palavra. Enfim, não sei responder muito bem porque meu olhar não está voltado às pesquisas sobre essa questão.
Seu pai, Mano Alencar, é um dos artistas plásticos mais requisitados em Fortaleza. A arte dele influiu na sua escolha por caminhar como artista também, embora em outra linguagem?
Talvez sim. Mas não posso dizer com certeza. Ser artista, e inevitavelmente percorrer esse caminho, cada vez mais me chega como um fato que não se traduz por uma escolha.
Tive acesso à arte (todas elas) desde muito cedo, então isso pode ter contribuído para que meu caminho fosse, por mim, reconhecido mais cedo.
Quais suas principais influências como escritora?
Álvaro de Campos.
E como cantora?
Canto de teimosa. Mas não sou cantora. Tenho influência de muitos cantores para os meus poemas (e letras), como Belchior, Caetano, Chico, Raul Seixas, Cazuza, Diana, Odair José e tantos outros...
Você está escrevendo algum livro? Pode adiantar algo pra gente dos seus novos projetos?
Sim! Espero lançar esse ano meu primeiro livro de Contos, Tristes Flamboyants.
Nos indique uma série, um livro e um filme.
Série: Os Bórgias. Livro: Frankenstein, de Mary Shelley. Filme: A Última Estação.
A memória e as histórias
como paixão e propósito
Por Kelly Garcia
Nossa entrevista da semana é com a empresária Gabi Michelin, idealizadora de Histórias Contadas, que é uma empresa focada no resgate e registro das memórias de histórias de vida de pessoas, famílias e organizações empresariais. Nascida em Campinas, mora na capital paulista há quase 30 anos. Publicitária pela FAAP, com MBA em marketing pela ESPM e mestre em gerontologia social pela PUC-SP, trabalhou por 22 anos somente no ambiente corporativo na área de Consumer Insights, até descobrir sua paixão por conhecer, ouvir e registar as memórias e histórias de vida, histórias familiares. Fez disso um novo caminho. Com formação em terapia sistêmica, idealizou e fundou essa empresa, que faz o resgate das memórias de vida e histórias familiares, produzindo livros lindos e únicos. Virginiana, com três filhos, é apaixonada por flores e adesivos e quer deixar ao mundo mais amor e muitas histórias contadas. Veja mais nessa nossa conversa leve e inspiradora sobre memórias e o seu poder transformador.
Você é publicitária pela FAAP, com MBA em marketing pela ESPN e mestre em gerontologia social pela PUC-SP. Como surgiu a ideia de montar a empresa Histórias Contadas?
Surgiu em uma das aulas de psicologia da família, no mestrado de gerontologia social. Estavamos refletindo sobre o papel do longevo nas famílias, as falas, as escutas e a falta de espaço, de momentos, de escuta sobre essas historias de vida, aprendizados, passagens. Senti um desejo imenso de dar voz à esse legado, esses saberes, de ouvir essas histórias, registrar e deixar acessível.
Quais tipos de histórias vocês contam?
Contamos todo tipo de histórias. Não há história de vida boa ou ruim, há história bem contada! A maioria das histórias que produzimos são as histórias de família, nas quais resgatamos
as memórias desde as mais antigas gerações, e vamos contando sobre essas trajetórias de vida, os causos vividos. Sempre tem histórias muito interessantes. Eram outros tempos não é? Outras dificuldades, batalhas.
Há muita procura também pelas histórias de vida individuais, principalmente como um presente para essa pessoa da qual vamos contar a história. Filhos que presenteiam pais, tios, ou amigos.
Mas produzimos também livros de outros temas, como bodas de ouro, histórias das receitas familiares, etc. Outros que já fizemos são os livros com a história de marcas, empresas, principalmente as familiares. Muitas começaram pequenininhas e os avós ou pais construiram muito. Esses livros empresariais são lindos e muito usados pelas empresas nos relacionamentos com clientes e parceiros.
Quanto tempo geralmente leva entre as entrevistas e o livro estar pronto?
Depende. De forma geral, de três a oito meses, dependendo do número de contadores que participarão, do conteúdo a ser abordado, da disponibilidade dos clientes para o projeto e também do desejo do cliente para o tamanho e profundidade de conteúdo do livro. Tem clientes que pedem por algo mais sucinto, enquanto outros gostam de muitas e muitas páginas.
Como é o processo de escuta?
Nós chamamos essa escuta de "sessões de memórias".
São conduzidas por profissionais especializados do time da Histórias Contadas, com roteiro previamente estruturado e percorrendo por todos campos importantes
da história em questão.
Respeito, cuidado, bom trato e delicadeza são nossas
ferramentas. O exercício de resgate das memórias merece tal cuidado pois estão guardados num local emocional privilegiado e profundo. Cada sessão leva em torno de até uma hora e meia, podendo ser feita presencialmente ou online, pelo aplicativo Zoom. Os clientes simplesmente adoram as sessões de memórias.
De que forma a terapia sistêmica influenciou nesse seu novo trabalho?
Eu fiz a formação em terapia sistêmica pois começamos a nos deparar com muitas questões, que chamamos de 'nós familiares', nas sessões de memórias. E que familia que não os têm, não é mesmo? Conhecendo a família, suas relações e olhando de forma sistêmica e amorosa para isso, conseguimos, através da escrita sensível, apresentar uma nova perspectiva para esse sistema, a perspectiva do amor e das boas relações.
Porém, esse trabalho sistêmico não precisa acontecer em todos os projetos. Somente naqueles que o cliente deseja.
Em algum momento sentiu um frio na barriga por estar mudando de área profissional?
Ainda sinto! Deixar 26 anos de experiência em pesquisa de mercado, a vida de executiva, não é facil. Mas fiz essa transição devagar, com tempo para perceber e aprender que muito do que eu trouxe de lá, eu uso aqui. Atualmente estou 100% com Histórias Contadas, um trabalho que realiza minha alma, onde encontrei meu propósito de vida. Um privilégio poder fazer essa escolha.
Quais as delícias e desafios de se fazer um livro sobre a história de alguém?
Os desafios... acho que o maior é não se perder no tempo, nas infinitas histórias, se não, não tem fim. Por isso, hoje, temos uma gestora de projetos na equipe que faz o cronograma acontecer direitinho!
As delícias é todo o mais, as sessões de memórias, o planejamento gráfico, que é muito especial, pois vamos atrás de elementos gráficos da própria história... é muito personalizado mesmo! Digo que é um trabalho artesanal!
Antes de atuar nessa área profissionalmente, você chegou a fazer algum livro para a sua própria família?
O primeiro livro que fizemos foi o Antônia. O livro sobre a história de vida da minha tia Nica, a Antônia. Minha avó materna, Maria, irmã de Antônia, faleceu no parto do meu tio. Minha mãe tinha 3 aninhos e meu outro tio tinha 5. No leito de morte de minha avó, tia Nica estava com ela e prometeu que cuidaria das 3 crianças de Maria. Prometeu para ela e fez isso por toda sua vida. O projeto 'Antônia' nasceu como um desejo de contar a hiatória de vida dessa mulher linda, guerreira, batalhadora e amorosa, mas foi também uma forma de minha mãe e seus irmãos agradecerem àquele SIM. A Tia Nica ficou tão, tão, tão feliz com seu livro. E foi aí que eu senti que este era meu novo caminho.
Qual a sua relação com Fortaleza? Do que você mais gosta aqui da nossa cidade?
Eu simplesmente amo Fortaleza. É impressionante como eu me conecto com essa cidade. Me sinto bem quando estou aí, mas mais que isso. Eu fiz amizades verdadeiras aí! Pessoas que me são raras! Gosto dos passeios e programas que faço... gosto mais de ir as compras aí do que aqui em São Paulo acredita?! Ah, e o mais importante: o amor da minha vida é daí! Nos casamos em Fortaleza, numa festa linda no Iate Clube, organizada pela mestre Alódia Guimarães!
Pode adiantar algum detalhe dos projetos para esse ano?
O primeiro projeto é realizar muitos livros! E Fortaleza esta no meu radar... tantas histórias para contar por aí! E já aprovamos o primeiro projeto de livro de uma família de Fortaleza. Estarei mais por neste semestre! Este mês que lançamos oficialmente a "caixinha de memórias" ... é uma caixinha produzida por MH Studios, com muitas memórias de vida, para ser dada como presente.
E para o segundo semestre, teremos outro produto presenteável, mas ainda é surpresa.
Quais os seus hobbies?
Familia é meu hobbie. Pode ser? Amo estar com meus filhos, meu marido, meus pais, irmãs, sobrinhos...
Ah... também faço coleção de stickers...adesivos de todo tipo!
Entre a escrita, a psicologia e o voluntariado
Vale a pena ver de novo
Por Kelly Garcia
Nascida na Fazenda Facão, em Quixeramobim, Célia Maria Leite é servidora pública federal aposentada. Psicóloga com ênfase em oncologia, é mãe de duas filhas e avó de um neto. Escritora, pesquisadora, poeta, artista plástica e ceramista. Coautora de 54 livros. Com 4 livros solo, suas obras foram expostas na 90ª, 91ª e 92ª Feira de Livro de Lisboa no Stand/Brasil, a convite da Rede Sem Fronteiras. Sócia efetiva da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil/AJEB-CE também é correspondente do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais/InBrasCI (Rio de Janeiro-Brasil). É também acadêmica efetiva da Academia Internacional da União Cultural (Taubaté-Sao Paulo-Brasil), titular de cadeira 13-CE, patronesse Maria Tomásia, da Académie des Lettres et Arts Luso-Suisse, patronesse Princesa Isabel e da Academia Luso-Brasileira de Letras (Rio Grande do Sul-Brasil). Membro do Horizontes da Poesia (Portugal) e do Instituto Internacional Cultura em Movimento (Rio de Janeiro-Brasil). Ainda é autora dos livros:
"Curiosidades da Culinária Nordestina, Mulheres Sertanejas"; "Histórias Contada em Sobre Tela e Gruta Casa de Pedra", "História e Conquista da Casa da Princesa (pesquisa arqueológica) e Casa da Princesa - Lendas e Encantados (ficção e arqueologia)".
Além de escritora de 54 livros em coautoria e de quatro como autora, você também é psicóloga com ênfase em Oncologia. De que forma a escrita e a psicologia tem parceria em sua vida? Quem veio primeiro?
A leitura e o escrever vieram de forma tardia em minha vida, pois comecei a trabalhar muito jovem.
A psicologia levou-me a descobertas além do imaginário. Pesquisas e experiências me estimularam a repassar os conhecimentos através do registrar através da escrita. Como psicóloga com ênfase em Oncologia falou mais alto o desejo de servir aos mais necessitados, que faz parte da minha vida como um sacerdócio.
O que mais te inspira nas suas criações literárias?
O dia a dia, a alegria e a tristeza, a começar por uma pena a rodopiar no ar, são fonte de inspiração.
Qual o escritor que você mais admira?
Como sou membro da AJEB-CE e de várias academias nacionais e internacionais, gosto da escrita de todos. Não tenho um escritor preferido. Depois que termino de ler um livro, ele fica a passear nos meus pensamentos. Portanto, gosto mais do último livro lido.
Desde 2019, você tem sido reconhecida com muitas homenagens, por todo o Brasil. Você, assim como muitos escritores, também se sentiu mais encorajada a criar e a mostrar suas artes durante a pandemia? Por que?
A professora Conceição Seabra, ao conhecer meus escritos guardados na gaveta gostou deles. Apresentou-me na Associocão das Jornalistas e Escritoras do Brasil, (AJEB-CE), onde ela é sócia. Então, em 2019, participei da primeira Coletânea. No ano seguinte, veio a pandemia e fiquei cinco meses em uma fazenda, quando dei início na escrita. Lá no Sertão Central do Ceará é onde está parte das minhas inspirações, tendo como aliada a Mãe Natureza. Devo citar também que, durante a pandemia, fiz, cursos de desenho, de meditação, de história da Arte e de violino on-line. Assisti e participei de várias lives. Entre várias publicações, na época o texto de minha autoria que emocionou-me foi cujo o título: 2020 Pede Perdão, publicado no Jornal O Estado (Ceará), folha de Opinião.
Além das atividades como escritora, você também é voluntária em alguns projetos. Nos fale um pouco sobre essa experiência.
Com a orientação do Oncologista e Mastologista Profº. Luiz Porto, cofundador e presidente do Grupo de Estudo e Educação Oncologista (GERON), atuo como voluntária, orientando nas criações de associações sem fins econômicos localizadas no sertão central do Ceará (Brasil), tais como: Associação da Fonte de Vida, em Madalena e Associação Luz e Vida, “Casa de Apoio”, em Quixeramobim. Também sou coautora de vários projetos sociais.
Já passou por algum bloqueio criativo? Como fez para superar?
Até o momento não passei por nenhum tipo de bloqueio criativo, pois a inspiração chega de mansinho e fica passear em toda minha alma.
Qual a influência do sertão na sua trajetória como escritora?
Nasci em uma fazenda. Lá é o meu refúgio e recupero as minhas energias para o meu viver. O meu umbigo fui enterrado na porteira do curral do gado leiteiro.
Quais os seus projetos para o futuro?
Morar perto das minhas filhas e do neto. Continuar a escrever, viajar, estudar, pesquisar e pintar.
Como ter se tornado avó mudou sua forma de ver o mundo?
Ser avó é uma dádiva divinal, é a certeza que a sua descendência continuará.
Você pratica alguma religião? De que forma isso contribui para sua vida?
Foi batizada no Catolicismo e sou praticante. Todas as religiões são importantes para o caminhar da humanidade e nos levar a praticar o bem e desenvolver o amor fraterno.
Quais os seus hobbies?
A leitura, natação e equitação.
Nos indique um filme, um livro e uma série.
O filme que levou à profunda reflexão foi o Império do Sol, dirigido por Steven Spielberg, baseado no romance do escritor J.G. Ballard. A série que indico é a de Maria Magdalena. Quanto à sugestão de um livro, indico o de minha autoria com o título Casa da Princesa - lendas e encantados.
A escrita infinita
de Luciana Braga
Por Kelly Garcia
Nossa entrevistada da semana é Luciana Braga. Professora, pesquisadora, escritora e desenhista, é natural de Fortaleza/ CE e doutoranda em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará. Entre as suas experiências na literatura e na ilustração, ela é autora da capa da obra Mulheres do Ceará: Literatura, cultura, arte e ofícios (2019), cronista no Coletivo Tear de Histórias e poeta no Coletivo Poexistência, co-autora e ilustradora da antologia Todas as formas que há de amar (2020). Ainda participou das coletâneas Pelo direito de amar (2021) e Histórias de uma quarentena (2021). Foi contemplada em 2022 pelo prêmio de Literatura Unifor, integrando a Coletânea de Crônicas organizada por Batista de Lima. É sua própria ilustradora. Atualmente, lançou seu primeiro livro de crônicas solo, intitulado Escrita Infinita (2021), publicado pela Luazul Edições e composto por 16 crônicas ilustradas. Nessa obra, a imagem não é mera ilustração, texto e imagem estão entrelaçados. Confira uma conversa leve sobre os caminhos da literatura, da escrita e da ilustração, que podem muito bem conduzir a universos incríveis.
Como a escrita surgiu na sua vida? Escrevia desde criança? E a literatura?
R. A escrita literária surgiu na infância ainda, quando uma professora criou um projeto de criação literária em sala de aula. A ideia era escolher imagens e depois contar a história delas. Eu tenho o meu livrinho grampeado até hoje, ele se chama "Viajando com as palavras". Eu tinha dez anos quando o escrevi. Mas antes dos dez, eu já fabulava. Sempre gostei de contar histórias. Se não as escrevia, eu dava vida a elas nas minhas brincadeiras com bonecas. O amor pela Literatura surgiu na mesma época, gosto do marco de quando minha mãe me esqueceu na escola e eu passei um dia inteiro lá. Naquele dia, eu fui apresentada à biblioteca. Não conhecia esse espaço, porque usava meu tempo livre para brincar. Li nesse dia "A princesa Sherazade" e nunca mais parei de ler.
Além de escritora, você também é ilustradora. A escrita e o desenho surgiram juntos na sua trajetória? Quem chegou primeiro?
R. Não, o desenho surgiu primeiro. Eu aprendi a desenhar antes de escrever e ler. Acho que esse é o caminho natural das crianças, mas eu continuei desenhando e desenvolvendo meu traço e técnicas. Não é de se estranhar que no meu primeiro livro solo, a ilustração também tenha surgido antes das narrativas. Antes de escrever, eu sempre visualizo a cena. Meu universo literário é composto por imagens infinitas que procuro traduzir em palavras.
Você ainda é professora da Rede Estadual de Ensino e está concluindo o doutorado em Literatura Comparada. De que forma essas experiências dialogam com a sua escrita?
R. O fato de ser professora me ajuda a ampliar meu universo narrativo, porque um escritor escreve sobre tudo o que o rodeia. Quando assumo uma turma de alunos, eu também me insiro de certa forma na vida deles e as histórias deles vão se entrelaçando com a minha. Isto tudo é matéria para criação literária. Os adolescentes ampliam meus horizontes de observação do mundo. E o doutorado me apresenta a rotina de leitura e escrita acadêmica, o que me obrigada a ler ainda mais e melhora minha forma de escrever. Acredito que todo escritor é também um grande leitor. E não existe pesquisador em Literatura que não seja um leitor em tempo integral. Está tudo interligado.
Você acredita que o professor tem um papel preponderante na formação de leitores? Como isso funciona?
R. Acredito sim que os professores, principalmente os de Língua Portuguesa e Literatura, contribuem de forma direta para a formação, afinal eu sou o resultado desse processo e possuo muitos alunos que atribuem a mim o amor desenvolvido pelos livros. Essa é a parte mais gratificante. O funcionamento desse processo é complexo. Não acredito que um simples projeto de leitura em sala de aula resolva. A criança e o adolescente são essencialmente observadores. Dessa forma, dar o exemplo é o melhor caminho. Não adianta eu mostrar infinitos slides sobre como a literatura é importante se meus alunos nunca me verem lendo. Eu sou o exemplo vivo de tudo o que eu falo. Talvez por isso, eles ainda acreditem em mim e experimentem mergulhar nas páginas de um livro. Óbvio que a gente direciona. Não dá para entregar um clássico para uma criança e esperar que ela compreenda profundamente. Ser coerente e pensar no tipo de aluno ajuda. Eu não gosto de adotar um único livro, eu valorizo a liberdade de escolha literária dos meus alunos. É esse o caminho que eu sigo, mas lógico que existem inúmeros outros. Cada realidade fará o professor escolher o mais adequado.
Você escreve crônicas, poesias e hoje está trabalhando no seu primeiro romance. Tem algum gênero que você considere como preferido?
R. Pergunta difícil e escorregadia. Quando eu escrevo em verso, eu me conecto com meus sentimentos mais íntimos, mas camuflo as emoções com infinitas metáforas. Quando escrevo em prosa, procuro ser simples, tocar no cotidiano, sem largar o lirismo. Penso que cada gênero investiga um lado diferente meu. Eu gosto de ambos processos. Não consigo escolher. Até porque minha prosa é poética. Mesmo quando escrevo minhas crônicas, eu não abandono a poesia.
Uma dos seus temas preferidos na escrita é o amor na perspectiva LGBTQIA+. Tanto que você já fez parte de duas antologias e sempre que pode, inclui o tema em seus textos. Você acha que o assunto é pouco abordado hoje? De que forma a literatura contribui para acabar o preconceito nesse sentido?
R. A comunidade LGBTQIAP+ faz parte da Literatura há muito tempo, quer seja na autoria, ainda que com a identidade resguardada ou como personagens. No entanto, nas literaturas mais antigas, o amor entre essas pessoas era visto como algo patológico. Atualmente, ainda há muito disso infelizmente, porque ainda existe preconceito. No entanto, esses dissidentes estão ganhando pouco a pouco espaço para escrever sobre seus desejos sem camuflagens. Eu vivi em um ambiente fruto desse preconceito e fui vendo ele se transformando no dia-a-dia. Esse tema está dentro da minha sala de aula, da minha família e dentro de mim. Eu quero que essas pessoas se sintam representadas como sujeitos desejantes. Quero me sentir representada também. Penso que é um papel pessoal e social que preciso desempenhar com minha literatura e não acredito que a literatura vai acabar com o preconceito, mas se a literatura reflete o mundo e esses temas estão aparecendo de um jeito diferente na literatura é sinal de que algo está mudando. Eu acredito no processo à longo prazo e continuarei fazendo a minha parte.
Recentemente, você foi uma das agraciadas no Prêmio de Literatura Unifor. Como foi a emoção de se saber escolhida? E como se inspirou para aquele texto tão emocionante?
R. Eu fiquei muito feliz em ter sido escolhida, porque confesso que não tinha grandes esperanças. A gente se sabota demais e estou acostumada a ver pessoas mais velhas ganhando esses prêmios. Foi gratificante saber que os critérios estão mais abrangentes e que várias gerações podem fazer parte de um único livro. A crônica "Meu grito rompe o céu" surgiu a partir de uma sessão de terapia. Como eu disse, tudo o que me cerca é matéria para literatura. Então, eu parti de um elemento biográfico para criar o literário.
Quais os seus projetos de livros em andamento?
R. Atualmente, Sol está em processo de diagramação. É meu primeiro livro infantil e não está sendo ilustrado por mim, então o processo é diferente e mais demorado porque preciso dialogar bastante com a ilustradora. Mesmo assim, eu espero continuar fazendo essas parcerias na Literatura infantil, porque dou oportunidade a outros artistas. Esse livro será parte de um projeto social. Eu espero que todos os meus livros infantis sigam essa linha. Além disso, estou revisando o meu livro de contos eróticos, O Gozo dos Signos e acabo de finalizar a escrita do meu primeiro livro de poemas, o Poemas de Dentro. O romance ainda está com a escrita em andamento. A parte de publicação é a mais lenta, porque sou muito perfeccionista.
Como os leitores podem adquirir seus livros?
R. Atualmente, o único livro à venda é o Escrita Infinita . Sou uma escritora independente, então os livros são adquiridos diretamente comigo através do Instagram (@luciana_braga7 / @escrita.infinita / @braga.drawing) ou pessoalmente em algum evento literário. Eu costumo sempre andar com livros na bolsa. É assim que escritores independentes vendem seus livros, aproveitando as oportunidades.
Nos indique uma série, um filme e um livro. Desafio para uma libriana raiz, mas vamos lá:
Série: This is Us ( Está se tornando a série da minha vida)
Filme: One Day (Baseado no livro de mesmo título do autor britânico David Nicholls. Eu sempre digo que este filme sou eu)
Livro: Felicidade Clandestina , de Clarice Lispector. (Surpreende zero pessoas e é meu livro favorito da autora.)
Randal Pompeu
um novo futuro à vista
Por Kelly Garcia
Neste domingo, trazemos os melhores momentos da recente entrevista com o mais novo reitor da Universidade de Fortaleza, Randal Pompeu. Doutor em Gestão, ele comenta sobre o papel da tradição em responsabilidade social como força transformadora e de ensino, além de compartilhar as perspectivas para o futuro da instituição.
Após 18 anos como Vice-Reitor de Extensão e Comunidade Universitária, ele assume o mais alto cargo do campus ao qual já dedicou três décadas de compromisso e resultados de destaque.
Graduado em Engenharia Civil e mestre em Informática Aplicada, professor Randal conquistou seu título de doutor em Gestão pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Portugal. Em 2011, sua tese “A Responsabilidade Social da Universidade na Formação de Capital Humano e como Ferramenta de Desenvolvimento Local Sustentável” explorou os casos da Unifor e da UTAD, reforçando sua trajetória e competência no assunto.
É docente do Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas (PPGA) da Unifor, onde ministra a disciplina Responsabilidade Social Corporativa. Além da docência, ele acumula experiência em cargos de gestão na Universidade: foi coordenador do curso de Informática, chefe de gabinete da Reitoria e diretor de Extensão, antes do setor virar Vice-Reitoria. Confira um pouco de seus projetos e de sua trajetória na Universidade.
Desde muito cedo sua vida foi permeada pelo mundo acadêmico, tendo sua família seguido um longo histórico universitário. Seu avô Antônio Martins Filho, inclusive, foi um dos fundadores e primeiro reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC). De que forma essa tradição familiar influenciou sua paixão e trajetória profissional em instituições de ensino superior?
Meus pais são ligados à universidade: meu pai foi procurador, minha mãe foi procuradora e professora universitária e meu avô, Antônio Martins Filho, um visionário do ensino superior, foi fundador da Universidade Federal do Ceará, com quem eu tinha muita proximidade. E sou casado com Gina Pompeu, também professora universitária, assim como meu filho Victor Pompeu.
Fiz graduação na Unifor, onde cursei Engenharia Civil. Trabalhei oito anos no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). Eu havia morado um período na França, trabalhando com computação, e estava migrando da área de engenharia e construção para a de informática. Quando voltei, em 1993, fui convidado pelo chanceler Airton Queiroz para ser professor e coordenador do curso de Informática. Fiquei lá por sete anos, quando tive a oportunidade de reestruturar a matriz curricular do curso. Fiz mestrado em Informática Aplicada, com área de concentração em educação a distância. Lembro que promovemos vários cursos de capacitação aqui para ensinar a usar o Windows, o Word, o Excel – que ainda era algo distante da realidade das pessoas.
Depois, fui chefe de gabinete do Reitor Antônio Colaço, quando passei mais para a parte administrativa, continuando a dar aula. Em seguida, exerci a função de diretor de Extensão durante alguns anos e depois de Vice-Reitor de Extensão. Nesse momento, pude desenvolver e aliar a minha prática profissional, de trabalhar com empresas e ter uma visão empresarial, com o meu conhecimento universitário. Acumulei experiências nos anos em que morei fora, na Itália e na França, e isso me deu vivência e abertura internacionais, que eu pude implementar na Universidade de Fortaleza. Exemplo disso foi a criação da Assessoria Internacional da Unifor.
Com uma formação profissional abrangente, de que forma esses conhecimentos se complementam em sua atuação enquanto dirigente de uma universidade?
Essa interdisciplinaridade é muito importante na vida de um profissional. Eu tive a oportunidade de ter uma formação bem eclética, passando por várias áreas do conhecimento. Fiz alguns cursos de pós-graduação, dentre eles um na Itália sobre recursos hídricos. Na minha dissertação de mestrado, meu projeto foi sobre educação a distância para a Unifor. Depois fiz doutorado em Gestão, na Universidade de Trás-os-Montes, em Portugal.
Todas essas áreas, aparentemente diferentes, acabam se complementando. E, para mim, essa experiência foi muito positiva porque todos os campos se encaixaram e me complementaram como profissional. Vivenciar o mundo empresarial como engenheiro e construtor foi uma experiência muito relevante. Trabalhar em órgão público, como no DNOCS, já me propiciou a expertise da gestão pública. Portanto, são visões que vão se completando, e isso vai fortalecendo a trajetória profissional. É fundamental essa experiência com formações diferenciadas, mas que tenham uma complementaridade, uma transversalidade dos saberes.
Durante os quase 20 anos em que esteve à frente da Vice-Reitoria de Extensão de Comunidade Universitária, a Unifor foi certificada com o “Selo Instituição Socialmente Responsável” por 18 vezes consecutivas. Em sua tese de doutorado, você tratou sobre a responsabilidade social da universidade na formação de capital humano, além de ser uma ferramenta para o desenvolvimento local sustentável. De que forma enxerga o papel da instituição na transformação da sociedade e na melhoria da realidade em que vivemos?
A Universidade de Fortaleza é uma instituição comprometida com o social. Veja aqui a realidade do próprio Dendê, onde a Universidade sempre foi muito presente na vida dos moradores. A Escola Yolanda Queiroz, que funciona no campus da Universidade de Fortaleza há 40 anos, é um dos maiores projetos de responsabilidade social da Fundação Edson Queiroz. A responsabilidade social faz parte do DNA da Unifor.
Esse compromisso da responsabilidade social que a Unifor possui é exemplar. Posso afirmar isso, pois sou professor do Mestrado e Doutorado em Administração da Unifor na disciplina de Responsabilidade Social Corporativa e sou pesquisador na área de responsabilidade social universitária.
Uma evidência desse compromisso é a conquista, por 18 anos consecutivos pela Unifor, do “Selo Instituição Socialmente Responsável”, outorgado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES). Vejo isso como um elemento agregador à formação do nosso aluno e futuro profissional.
Em seu novo cargo como Reitor, o senhor pretende seguir e expandir o trabalho com a responsabilidade social na Trata-se de um compromisso que a Universidade de Fortaleza possui ao manter projetos nessa área, pois é crescente a demanda por projetos de responsabilidade social e ambiental. A Universidade está sempre se adaptando às novas realidades e demandas e, com certeza, a responsabilidade social é um dos eixos que a Unifor vai implementar cada vez mais.
O senhor entra na Reitoria da Unifor no ano em que se celebra os 50 anos da instituição, uma data que marca meio século de tradição em excelência de ensino, pesquisa e extensão. Como tem se preparado para assumir a responsabilidade de guiar uma Universidade reconhecida nacional e internacionalmente?
Meu preparo, além da minha formação acadêmica, vem da minha experiência profissional. Eu acredito que o trabalho só funciona com dedicação, junto das pessoas que possam ajudar na gestão e na tomada de decisões. Um dos fatores primordiais do trabalho é estar realmente comprometido, integrado e gostar do que faz.
É claro que, como o próprio lema da Unifor diz, “ensinando e aprendendo”, todo dia se ensina, mas todo dia se aprende alguma coisa, e eu espero aprender sempre. Espero contar com o apoio do corpo docente, discente e colaboradores para juntos seguirmos promovendo o crescimento da Universidade de Fortaleza.
Estar presente neste momento de celebração dos 50 anos é uma honra e uma alegria para mim, tendo em vista as várias experiências exitosas no ensino, na pesquisa e na extensão, com credibilidade e reconhecimento nacional e internacional.
Estamos vivenciando uma nova realidade. O ensino a distância tende a ser marcante nos próximos anos.
Para finalizar, o senhor poderia compartilhar quais são os principais desafios para essa nova era da Universidade? Quais os planos futuros para alcançar tanto as metas novas quanto as recorrentes da missão e dos valores da instituição?
A maior missão da Unifor é formar profissionais comprometidos com o meio onde vivem e onde atuarão. Essa é a grande meta da Universidade ao trazer novas tecnologias, fazer novas parcerias com empresas, com outras universidades e desenvolver projetos de pesquisa e de extensão.
A modernidade e a tradição
no design de jóias autorais
Por Kelly Garcia
A designer Sandra Pinheiro, formada em filosofia e arquitetura, acredita no poder e na força das Mulheres, que por meio dos diferentes estilos de vida e nuances guiam a arte. Precursora da joalheria autoral no Ceará celebra duas décadas de sucesso.
Com olhar visionário, ela criou sua marca homônima na capital cearense com foco em vestir mulheres determinadas, de bom gosto e que buscam versatilidade para diferentes momento do dia e ocasiões.
Sempre pensando no futuro, Sandra Pinheiro acredita que, para preservar o DNA da marca e garantir sua identidade, eé preciso participar de todo o processo de produção das joias com a mesma paixão e compromisso. Desde o desenho, a definição das formas, pedras e cores, tudo tem seu olhar apurado e bom gosto. Dessa forma, Sandra acredita que o momento atual é propício para uma maior valorização e ressignificação das joias.
Confira uma conversa leve sobre moda, design e propósito de vida.
Sabemos que a loja de joias era um sonho antigo seu e que tudo começou ainda nos seus tempos empreendendo na decoração. Nos conte um pouco sobre esse início.
Ser mãe era meu sonho, como o de muitas mulheres. A maternidade é transformadora e um momento de muitas mudanças na vida de qualquer mulher, e com o passar dos anos, chegam também muitas responsabilidades e novos desafios. Quando meus três filhos cresceram, percebi que era hora de voltar a se preocupar comigo e com minha vida profissional. Comecei minha trajetória empreendedora com a loja de decoração Emporium Casa, comercializando objetos que eu mesma garimpava em minhas viagens, outra paixão. Em certo momento, montei um corner num pequeno espaço na loja com algumas joias, e para minha surpresa, foi um sucesso. E, com o passar do tempo, a demanda foi crescendo. Fui aprendendo cada mais sobre joias, e como não conseguia encontrar peças do jeito que eu queria, comecei a desenhar os meus próprios modelos. Daí surgiu a ideia de criar a nova marca, especializada em joias, a Sandra Pinheiro Joalheria.
Quais os principais aprendizados que você teve durante todos esses anos no mercado? Hoje, o público é mais seletivo?
Empreender não foi uma tarefa fácil. Foi preciso coragem, determinação e persistência. Com a chegada de bons resultados, comecei a investir em conhecimento, fiz cursos de design e criação, li muito sobre produtos, materiais e investi em pesquisa de tendências e comportamento, enfim... fui me preparando para ter um melhor desempenho como empreendedora. Também foquei em ter uma boa equipe, pois não fazemos nada sozinhos, e hoje me orgulho do meu time. Celebrando duas décadas, percebo que o público é bem mais seletivo, diversas alterações no mercado também influenciaram a mudança no comportamento do consumidor, e a tecnologia foi um fator importantíssimo para essa transformação. Mudou não só a relação de consumo, mas a forma como nos comunicamos. A internet reduziu essa distância. Com um clique, o consumidor compra um produto a centenas de quilômetros e o recebe no conforto de sua casa. Por isso a importância de investir no digital e em redes sociais é fundamental, além de compreender de que forma meu produto estará preparado para suprir os desejos e as necessidades dos meus clientes.
Você também atuou na decoração de interiores. Essa área chegou a influir em algo na sua trajetória como designer? Qual era o seu sonho de profissão na infância?
Com certeza minha experiência na minha loja de decoração, Emporium Casa, influenciou a minha trajetória na joalheria, pois o design sempre esteve presente em todas as áreas e em todos os elementos que eu buscava para atender meus clientes. O design trabalha inovação, identidade, comunicação e qualidade. E com toda bagagem que adquiri observando o mercado, não foi difícil investir na minha nova profissão. Sempre pensei que seria arquiteta, por isso fiz a faculdade, porém a vida me apresentou novos caminhos, mas tenho certeza que minha formação foi fundamental para que minha trajetória fosse bem sucedida.
Na sua opinião, qual o principal diferencial da Sandra Pinheiro Joias?
Minha criação é autoral, pois eu acredito que a exclusividade é muito importante para o mercado de alto luxo. Meu desafio é conhecer muito bem meu público pois isso é de suma importância para surpreendê-lo.
Como se inspira para criar as coleções?
Busco inspiração nas minhas paixões: a família, a moda, as viagens e a história da arte, para criar e inovar a cada peça.
Quais suas principais referências como empresária e designer?
Minha primeira e principal referência é minha mãe, Rosele. Muito orgulho da mulher fantástica que ela é. Admiro também Luiza Trajano e sua incrível trajetória como empresária e empreendedora social de sucesso. Marcas de joias que admiro: Tiffany, Bulgari, Cartier e Van Cleef & Arpels.
Como cuida do corpo e da mente? Quais seus rituais de beleza e para manter aserenidade? Quais os seus hobbys?
Eu acredito no equilíbrio entre necessidades físicas e mentais, fundamental para garantir nossa qualidade de vida. Atualmente, frequento a Clínica Mundo Akar onde participo de terapias para meu equilíbrio físico, espiritual e mental. Meus rituais diários são simples, faço meus treinos na academia, procuro ter uma alimentação saudável, bebo bastante água, tento manter o meu sono equilibrado e não pode faltar o lazer, viajo sempre que posso, curto muito meus netos que me proporcionam momentos maravilhosos... enfim, pra mim, ser feliz é o que me mantêm leve e viva!
Gosta de ler? Qual o livro mais recente que leu? E o filme? Nos indique uma série.
Livro mais recente que eu li: Contos Mágicos – A verdade escondida em cada um de nós
(Emanuela Gomes)
Filme: Simplesmente Complicado (Direção Nancy Meyers)
Série: Emily em Paris, gostei muito pois é bem leve e tem muita informação de moda.
Como cuida da espiritualidade? Tem algum santo de devoção?
A reflexão da espiritualidade é o primeiro passo para encontrar seu próprio lugar no mundo. Ser grato, praticar o perdão e a oração são meus pilares. Meu santo de devoção desde muito jovem é Menino Jesus de Praga.
Quais os seus projetos profissionais para o futuro?
Quero criar metas audaciosas; Não quero ter medo de inovar, calculando os riscos; Pretendo criar novos produtos que sintetizem minha identidade; Trabalhar com propósito; Valorização da diversidade, saúde e bem-estar; O empreendedorismo é, também, um lugar de empoderamento feminino e na Sandra Pinheiro somos todas mulheres, e me orgulho disso!
Um visionário das
leis e dos eventos
Por Kelly Garcia
Advogado Jardson Cruz, ao assumir a presidência do Náutico, levou sua experiência e organização como empresário do Direito para um dos clubes mais tradicionais de Fortaleza, o que transformou a entidade em um polo dinâmico de eventos importantes, como o tradicional Carnaval da Saudade, que este ano contará com várias novidades. Conheça um pouco mais sobre ele em nossa entrevista exclusiva:
Como decidiu pelo Direito? Chegou a exercer outras profissões?
Sempre pensei em exercer a carreira de advogado. Apesar de possuir três graduações (Direito, Engenharia Civil e Administração de Empresas) foi na Advocacia, onde estou há mais de duas décadas, que me realizei profissionalmente, não obstante as outras duas formações serem de grande importância.
O que você mais gosta na carreira de advogado?
Na carreira de advogado o que sempre gostei foi de poder buscar a justiça defendendo, muitas vezes, novas teses e demonstrando junto ao julgador que o nosso cliente é possuidor de um bom direito.
Qual foi o momento de mais emoção na sua trajetória profissional?
Quando do início da minha carreira, em 1996, consegui através de uma medida judicial que o filho da Sra. Lourdes (diarista do nosso escritório) ocupasse uma das vagas do concurso público federal a qual se submeteu, sendo hoje oficial da Aeronáutica. O brilho de alegria nos olhos daquela mãe realmente foi o meu melhor honorário.
Você tem algum hobby? Qual?
Tenho como principais hobbies: viagens, leituras e praias.
Qual lugar mais o impressionou? Quais as suas praias preferidas?
No Brasil, os cânions do Rio São Francisco, pela grandiosidade da natureza e no exterior, o Santuário de Fátima (Portugal) pela energia transbordante da fé. Minhas praias preferidas são a do Forte (Bahia) e Jericoacoara (Ceará).
Como se sentiu quando assumiu a presidência de um dos clubes mais tradicionais do Estado, o Náutico? Quais foram os seus principais desafios? Foi associado na juventude? Chegou a praticar algum esporte por lá?
Quando assumi a Presidência do Clube Náutico, senti o peso da enorme responsabilidade em dirigir um Clube tradicionalíssimo com imensos problemas, desde a ausência de recursos até a ausência de um setor de RH. O principal desafio, ainda estou na primeira gestão, foi de tentar equilibrar financeiramente o Clube, implantando uma gestão totalmente profissional. Hoje, não devemos a nenhum fornecedor e a nenhum empregado, mantendo rigorosamente em dia todas as obrigações sociais pertinentes aos funcionários. Sou sócio do clube desde 1985 e pratiquei um pouco natação.
Estamos bem próximos à realização de mais uma edição do Carnaval da Saudade. O que o folião poderá encontrar de novidade?
Vamos ter esse ano a LV edição do Carnaval da Saudade, uma festa mais do que tradicional, e estamos convidando toda a sociedade cearense. Neste ano, a grande novidade, além da Orquestra Brasas Seis, com seus seis músicos, também contaremos com a participação da Banda Transacionais. Vai ser no dia 11 de fevereiro, Sábado Magro. Nesse ano, vamos fazer uma homenagem ao grande compositor Zé Keti, autor de grandes sucessos, como A Voz do Morro e A Máscara Negra. O tema central dessa edição será "Da Lapa aos Salão de Pierrôs". A decoração será toda em torno disso, inclusive, do malandro, da Lapa, do samba. As vendas já iniciaram na secretaria do clube e no 3242. 4310 e também de forma virtual. Esperamos vocês!
Quando a paixão pela história,
quadrinhos e a escrita se torna ofício e missão
Por Kelly Garcia
Nosso entrevistado desse domingo é o jornalista, escritor, editor e produtor cultural Raymundo Netto. Autor de "Um Conto no Passado: cadeiras na calçada" (ganhador do Edital de Incentivo às Artes da Secult), "Os Acangapebas" (Prêmio Osmundo Pontes da Academia Cearense de Letras e Edital de Incentivo à Literatura da SecultFOR), "Crônicas Absurdas de Segunda" (Edital de Incentivo às Artes da Secult e finalista do Prêmio Jabuti de Literatura), "Quando o Amor é de Graça!" (Edital de Incentivo às Artes da Secult), "Cronologia Comentada de Juvenal Galeno", "Centro: um coração malamado", "Padre Cícero: o filme", "Nilto Maciel: perfil biográfico" e dos infantojuvenis "A Bola da Vez", "A Casa de Todos e de Ninguém", "Os Tributos e a Cidade", "Boto Cinza Cor de Chuva", é cronista convidado do Vida &Arte do jornal O POVO desde 2007.
Coeditor das revistas literárias "CAOS Portátil", "Para Mamíferos" e curador da "Maracajá"; foi coordenador de Políticas do Livro e de Acervos da Secult-CE (2008-2011), responsável pelas publicações de suas coleções. Também exerceu o cargo de curador da IX Bienal Internacional do Livro do Ceará, foi redator do Prêmio Literário para Autor Cearense, criador e coordenador da I Feira do Livro do Ceará em Cabo Verde ("Da Terra da Luz à Claridade". Recebeu a Medalha Boticário Ferreira em 2012. Criou e executou diversos projetos projetos editoriais e de cursos em EaD, sendo alguns deles finalistas e ganhadores do Troféu HQMIX e do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. Atualmente, é gerente editorial e de projetos da Fundação Demócrito Rocha (FDR). Confira uma conversa leve sobre escrita, literatura e história.
1. O seu primeiro romance, Um Conto no Passado: cadeiras na calçada, traz um pouco sobre a história de Fortaleza e um dos bangalôs mais bonitos da cidade em outros tempos, a Itapuca Villa, onde morava a família Salgado. Nos fale um pouco sobre a sua relação com essa edificação e a história da cidade.
Quando conheci essa edificação, que se localizava na Guilherme Rocha, passava todos os dias por ela, no ônibus da linha “Conrado Cabral”, sentado no lado do sol, para admirá-la. Adolescente, gostava de coisas antigas, imaginava como fôra construída, a vida de quem morava por lá, como seria no seu interior e coisas do tipo. Ela foi demolida para construir uma escola. Era a única no gênero na cidade, ali, em Jacarecanga, o primeiro bairro chique de Fortaleza. Quando a derrubaram, me indignei, determinei-me a um dia escrever um livro falando sobre aquele “crime”, e me veio do nada um título “Um Conto no Passado”. Muitos anos depois, já com 38 anos, decidi cumprir a promessa e iniciei a escrita. Só que, no meio da magia, aquele livro passou a ser um romance, cujo “momento dourado” acontece na Itapuca Villa, e no qual a personagem principal é a cidade de Fortaleza.
A obra traz fotos minhas de algumas edificações que ainda existiam. Algumas delas, depois, também se foram, como quase uma regra em Fortaleza. Mais tarde escreveria um infantojuvenil denominado A Casa de Todos e de Ninguém, que se passa também naquela casa (muito bem ilustrada por Tarcísio Garcia) e na história ela é salva por alunos e a comunidade do entorno que se unem com o objetivo de promover o seu tombamento como patrimônio.
Acho que, de certa forma, boa parte do que escrevi e fiz passa por essa luta desigual em prol do patrimônio histórico, artístico e cultural de nossa cidade e estado.
2. Como começou a escrever ficção? Você já trabalhou em outras profissões, antes de ser editor e produtor cultural?
Minha graduação foi em Fisioterapia. Fiz vários cursos de especialização, aperfeiçoamento, montei uma clínica particular, trabalhei na Clínica da Escola de Aprendizes-Marinheiros do Ceará. Um dia, talvez em delírio, pensei: “onde está a arte na minha vida”, abandonei a profissão e passei a trabalhar com cartilhas em quadrinhos – havia atuado antes no Cinema de Animação na Casa Amarela - e com design gráfico, até conhecer o Parque Ecopoint, que, na época, estava sendo planejado (2000) e ingressei na equipe, trabalhando ali com projetos de educação ambiental e treinando estagiários de Biologia e Veterinária por dois anos. Atuei por mais dois anos numa faculdade de Teologia e, só depois, escrevi o meu primeiro livro, um romance, que seria premiado pelo I Edital de Incentivo às Artes da Secult (2005). Com isso, decidi “passar um tempo” conhecendo o meio literário de Fortaleza, e não saí mais, publicando tantos outros livros em gêneros variados. No meio de tudo isso, ingressei em 2007 no caderno “Vida & Arte” do O POVO e, em 2008, na Coordenadoria de Políticas do Livro de Acervo da Secult-CE, de onde sairia apenas em 2012, quando convidado a fazer parte da Fundação Demócrito Rocha, onde, hoje, atuo como gerente editorial e de projetos.
3. Quais foram os principais aprendizados do tempo em que foi coordenador de Políticas Públicas e de Acervos da Secult-CE? E como curador da Bienal? Para alguém que gosta tanto de livros, deve ter sido um tempo muito rico...
Trabalhar na administração pública foi um presente que guardo até hoje. Sou filho de edital, do primeiro do estado do Ceará. Antes a “política de balcão”, de “apadrinhamentos”, reinava. Com os editais, a rigor, havia a chance de ser mais democrático o processo de apoio a novos autores, entre outros artistas das diversas linguagens. Claro, isso funciona dependendo de quem gerencia o processo, pois é, sim, possível burlar o processo. Durante minha passagem na Secult, fiz o possível para manter essa idoneidade, além de garantir mais recursos, espaços e reconhecimento dos atores da literatura cearense, independentemente das “panelinhas”, pois eu transitava por várias, a não ser naquelas nas quais eu não era bem-vindo, pois trabalhar com honestidade, competência e engajamento causa sentimentos negativos em algumas pessoas, curiosamente, algumas delas reconhecidas como militantes da mesma causa.
Na gestão que participei, tive oportunidade de aprender muito sobre essa política de editais, sobre os engessados fluxos e processos, e também na edição e publicação de livros raros da nossa literatura. Aliás, foi a gestão que mais publicou livros, e livros de relevante importância histórica e/ou estética. Depois de minha saída (2012), com mais de cem títulos publicados, sem contar editais e premiações inéditas, a Secult imprimiu apenas dois livros. Quando de minha saída, recebi da Câmara Municipal de Fortaleza a Medalha Boticário Ferreira, pelos serviços prestados à cultura cearense.
4. Você escreve crônicas no jornal O POVO há mais de uma década. Como se inspira para os textos?
Ultimamente, você tem escrito contos também? Em qual gênero se sente mais confortável para criar?
A minha inspiração, hoje, começa quando chega o dia de entregar minha colaboração ao caderno “Vida & Arte”. Ela vem. E se não vem, eu vou buscar e faço assim mesmo. Os temas me chegam da minha rotina. Podem ser qualquer coisa, mas partem, a princípio, de um estranhamento. Algo que chama atenção. Penso no “se”. E “se” isso fosse assim ou assado? Sigo adiante, rapidamente, para um fluxo da história, algo que poderia acontecer, mesmo sendo, a rigor, inadmissível. Assim, me chega o primeiro desfecho, mas pode vir mais de um. Se esse desfecho for algo muito natural, se é muito possível, se seria algo como a primeira opção, eu descarto e vou atrás de outra solução, nem sempre possível, mas que poderia, imagino, causar um espanto, uma graça, ou mesmo uma rejeição. Essa, certamente, será a melhor. Sim, tenho escrito contos também.
Gosto demais de contos, que é um gênero muito difícil, só não mais do que a poesia. Tenho contos que me deixaram muito feliz. Boa parte deles está em Os Acangapebas. A crônica é mais leve, permite maior liberdade, e não exige muito do seu autor, mas isso não significa ser mais confortável. O autor nunca pode sentir essa comodidade na escrita. É fundamental que haja uma tensão, um movimento que não necessariamente implique sofrimento, mas que o deixe em alerta, sempre mirando o olhar (presumido) de suas leitoras e seus leitores.
5. Como gerente editorial e de projetos da Fundação Demócrito Rocha, você criou várias iniciativas, como os cursos sobre Literatura Cearense, Patrimônio Histórico e outros. Como esses projetos podem impactar na formação de leitores e cidadãos mais conscientes de seu papel na sociedade?
Os cursos produzidos pela universidade Aberta do Nordeste (Uane) da Fundação Demócrito Rocha (FDR) têm objetivos distintos, mas todos eles trazem em seu bojo o desejo de transformação social. Todos esses cursos citados alcançam todos os municípios cearenses e todos os Estados brasileiros. O curso “Literatura Cearense”, por exemplo, teve cerca de 40 mil inscritos no Brasil, enquanto o de “Formação de Mediadores de Leitura” teve 120 mil. O curso “Literatura Cearense”, a meu ver, é revolucionário, cumprindo, no século XXI, o que a Padaria Espiritual, o Clã, “O Saco”, entre outros movimentos e periódicos almejaram no passado: levar a literatura produzida no Ceará para todo o país e, se possível, para além dele. É gratificante demais realizar esses projetos. Ah, e esse cursos continuam disponíveis na plataforma da Uane: cursos.fdr.org.br.
6. Quais os seus hobbies?
Alguns dos meus hobbies são bem parecidos com o meu trabalho... (risos) Entre eles, claro, LER! Não apenas livros, mas HQs. Entre os livros, leio muitos autores já renomados, de gêneros distintos, para compensar o tempo perdido, inclusive antologias. Entre as HQs, as melhores são as italianas: Tex, Júlia Kendall, Martin Mystere, Dylan Dog etc.
Também gosto muito de cinema e assisto a séries cômicas dos anos 90.
7. Está com algum livro novo no prelo? Pode adiantar pra gente algum projeto de 2023?
Estou com dois títulos novos que pretendo, se possível, lançar em 2023.
Um deles é Fantásticos!, uma reunião de contos no gênero, que eu gosto muito, mas com um jeitinho diferente, passando pela nossa rotina, embora desconstruindo a realidade em busca do insólito. Alguns dos textos, porém, trazem, propositalmente, o aspecto mais clássico da literatura fantástica. Acho que vai agradar. O outro, um livro de crônicas, Coisas Engraçadas de não se Rir. Como o título revela, é um apanhado de coisas que poderiam ser até engraçadas, que pululam o script de comediantes, mas que se referem ao ridículo do ser humano, aquilo que, aparentemente, é inexplicável, incompreensível, com uma boa dose de exagero, claro, e muita ironia. E viva o humor!
Entre a escrita da prosa,
da poesia e as suas costuras
Por Kelly Garcia
Nossa entrevistada desse domingo é a escritora Yara Fers. Nascida em Ribeirão Preto (SP), hoje mora na Bahia. Entre suas publicações estão os livros: Sádica sílaba (Ed. Patuá, 2021), Desmecanismos (independente, 2021), Haicactos e mandacarus (independente, 2022), Meio magma, meio magnólia (Ed. Penalux, 2022) e Anatomia de um quase corpo (independente, 2022), sendo os primeiros poesia e este último sua primeira narrativa longa. Também participou de antologias e revistas literárias.
Foi premiada em vários concursos, como Finalista Capa no Prêmio Candango de Literatura 2022, 3° Lugar Poesia Prêmio Off Flip 2022, 5° lugar Poesia Prêmio Barueri de Literatura 2021, 2° Lugar Slam Momento Lírico Educa Rap UFRB 2022, 4° lugar Concurso Tâmaras 2021, Menção Honrosa Poesia Concurso Abdala Mameri 2020, entre outros.
Ainda foi jurada do Concurso Sem Fronteiras pelo Mundo, Vol 6 – 2021. Participa dos coletivos Escreviventes, Poexistência, NuaPalavra e Papel Mulher. É da equipe do Portal Fazia Poesia. Em 2022, fundou a Editora Arpillera, de livros artesanais. Publica no instagram @yara.fers. Confira uma conversa leve e inspiradora sobre a escrita e o empreendedorismo relacionado a ela.
Como você e a escrita se encontraram? Você escrevia desde adolescente? Tinha coragem de mostrar ou era daquelas guardava na gaveta?
Escrevo literatura desde a infância. Comecei a escrever poemas aos oito anos de idade, por influência do meu pai, que era também poeta. Os primeiros poemas que li foram dele. Quando fiz um primeiro poema, meu pai comemorou e declarou ao mundo que eu era poeta. Isso certamente me motivou muito. E não parei mais.
Eu nunca fui de esconder meus escritos. Na adolescência, formei e participei de grupos de poetas na escola e na cidade. Ia a saraus, lia meus poemas, participava de concursos na escola, quando fui do grêmio promovi concursos também.
Depois, já na vida adulta, comecei a publicar no meu primeiro blog, Atraversando, desde 2006. Naquela época não tinha redes sociais, mas por meio dos blogs um escritor seguia o outro, tecia relações literárias.
Você tem quatro livros de poesia, apesar de ter começado a publicar apenas em 2021. Como fez para ter tanta produção em tão pouco tempo? Como é o seu processo de criação?
Como eu escrevo há muitos anos, quando consegui publicar um livro eu já tinha muito material. Então, uma parte do que publiquei foi dos anos anteriores.
Mas no início de 2021 eu também deixei de trabalhar em empregos não relacionados à escrita e literatura, para focar mais na minha escrita.
Então passei a trabalhar com revisão, leitura crítica, ghost writing, escrita para redes sociais, ministrando oficinas e cursos de escrita. Mesmo que esse tempo de trabalho não seja voltado exclusivamente à escrita dos meus livros, eu preencho minha rotina com atividades relacionadas a ela. Então, isso também me ajuda a ler e escrever mais.
Meu processo de escrita é muito intencional e consciente. Eu escrevo com bastante frequência, quase todos os dias. Lapido bastante cada texto meu.
Seu livro mais recente, "Anatomia de um quase corpo", foi publicado de forma independente e concorreu ao Prêmio Kindle. Como foi escrevê-lo? Como foi a recepção do público?
O Anatomia de um quase corpo foi uma experiência única na minha escrita. Escrever prosa é muito diferente e foi um desafio. Mas eu precisava colocar essa história no mundo, então estudei bastante para fazer isso.
Mas, apesar de fazer cursos e ler obras sobre a escrita narrativa tradicional, eu segui um caminho híbrido, construindo uma prosa poética. Foi o caminho pelo qual eu consegui engrenar essa escrita, misturando o que aprendi com as características da poeta que eu já era.
A receptividade do público leitor também foi muito diferente. A conexão que uma pessoa tem quando ouve ou lê um poema pode ser muito forte, mas em geral é momentânea. No romance, quem lê se conecta de forma muito profunda com os personagens, torce e sofre com eles.
E eu senti muito isso nos comentários de quem leu o Anatomia. Foi único ter a experiência de me ligar desta forma com as pessoas leitoras!
Mesmo sem ter vencido o prêmio, me sinto muito feliz pela jornada que essa obra está percorrendo e ela significa muito para mim.
Você integra vários coletivos femininos. No que essa troca com outras mulheres escritoras acrescenta em seu criar artístico?
Acredito que sem a coletividade eu não seria a escritora que sou hoje. Participar dos coletivos de escritoras, como o Coletivo Escreviventes e o Coletivo Poexistência, me fortalece muito. Aprendemos umas com as outras, nos apoiamos, nos lemos, nos ajudamos onde uma sabe mais caminhos que a outra.
Recentemente participei da Bienal do Ceará e da Flip como autora. Estar na Bienal com o Mulherio das Letras e na Flip com o Coletivo Escreviventes, por exemplo, foi algo que deu muito mais espaço a todas nós. Espaços que não teríamos individualmente. E isso são apenas dois pequenos exemplos concretos do que conquistamos na coletividade.
O mundo espera que haja rivalidade entre nós, mas caminhamos juntas e isso nos engrandece.
Recentemente, você criou a Editora Arpillera, focada em livros artesanais. Como surgiu a ideia?
Tudo começou com a publicação independente de forma artesanal de dois livros meus: Desmecanismos e Haicactos e Mandacarus. Eu já conhecia outras autoras que tinham experiências de publicações artesanais, como a Mel Renault e a Monique Malcher. E resolvi fazer o artesanal do meu jeito, com a minha personalidade e conectado ao conteúdo desses dois livros.
A experiência de construir todo o projeto sensorial de um livro é única e me apaixonei por ela. E eles também tiveram uma boa receptividade.
Tanto que recentemente o livro Desmecanismos foi um dos dez finalistas na categoria capa no Prêmio Candango de Literatura, um prêmio nacional importante.
Isso foi um grande motivador para que eu e Thiago, meu companheiro de vida, decidirmos fazer mais artesanais, não apenas para mim, mas para outras pessoas autoras que queiram trilhar esse caminho e não saibam como. E queremos que esses livros artesanais sejam tão valorizados quantos os demais impressos por gráfica. Existe espaço no mercado editorial para o livro artesanal e vamos mostrar isso.
Além de escritora, você também é jornalista. A profissão também ajuda a inspirar na escrita ou são estradas separadas?
Na minha experiência, são estradas separadas. E, por muitas vezes, o jornalismo inclusive atrapalhou a minha escrita literária. Por isso eu hoje busco focar em trabalhos remunerados mais voltados à literatura.
Como tem sido a sua experiência em Fortaleza? Tem gostado da cidade?
O Ceará tem muitas belezas, e a literatura certamente é uma de suas principais. Aqui, conheci dezenas de escritoras e escritores, uma literatura viva, rica e diversa, que não encontrei em outros lugares do país.
Pretendo voltar a morar na Bahia, mas os laços literários que construí aqui certamente vão permanecer.
Quais são os seus hobbies?
Gosto muito de ler, e de passear e viajar para paisagens em que eu me conecte com a natureza.
A leitura, mais do que uma necessidade para mim como escritora, é um prazer cotidiano.
Pode adiantar pra gente algum projeto especial de 2023?
Para 2023, um dos principais desafios é o trabalho com a Editora Arpillera. Estamos recebendo originais agora e as primeiras publicações serão no ano que vem.
Além disso, pretendo lançar um novo curso de escrita, mais denso e diferente das oficinas que costumo ministrar.
Tenho dois livros de poemas já escritos que pretendo buscar a publicação de alguma forma. E estou trabalhando em um novo romance, mas este não sei se termina em 2023.
Em breve, devem sair também os meus primeiros livros infantis, publicados pelo clube de assinaturas Mini Mega Leitor.
Sem dúvida, a literatura está no coração dos meus planos para o ano que vem e isso me deixa muito empolgada com o futuro.
Solidariedade que virou
inspiração para livro infantil
Por Kelly Garcia
A cearense de Caucaia Sooder Maria, presidente e fundadora da ONG Sooder Maria - Misericórdia, Caridade e Igualdade, que leva o seu nome, irá lançar o seu primeiro livro infantil - "A Pequena Maria a semente do amor". Apresentação será na Livraria Leitura, a partir das 14h30 deste domingo, 4, no Shopping Rio Mar Fortaleza.
Sooder Maria tem na solidariedade sua missão maior de vida. Hoje, sua instituição ajuda pessoas em situação de vulnerabilidade em vários países, como Nepal, Etiópia e Tailândia, mas o desejo de ajudar ao próximo vem ainda da infância carente, na comunidade Jardim do Amor, junto aos 11 irmãos e os pais agricultores. Confira um pouco de sua bela história de vida na nossa entrevista deste domingo.
Já te entrevistamos antes e sabemos que sua história com a solidariedade vem desde a infância. Mas, conta pra gente: Como surgiu esse desejo de escrever um livro infantil? Qual o seu objetivo com esse novo projeto?
Esse era um desejo antigo: de incentivar as crianças a aprenderem novos idiomas, estimulando a leitura e a solidariedade. Com o livro, nós conseguimos unir tudo isso e muito mais!
Ao lidar com várias instituições e famílias nas nossas missões pelo Brasil, uma das coisas que nós identificamos foi a carência de materiais educativos.
Queremos agregar alguns programas ao ensino complementar para incentivar a leitura. O desenvolvimento mental é tão importante quanto os programas de nutrição. A gente acredita que, após alimentarmos nossas crianças, nós devemos dar algo para elas pensarem e refletirem.
Você demorou muito tempo entre criar a história e publicar? Como foi o seu processo de criação?
Foi tudo bem rápido e imersivo! No primeiro instante, tudo era apenas uma motivação, mas logo se tornou algo real. Foram vários dias e noites revisando imagens e texto. A primeira versão foi toda feita à mão, e a partir disso começamos a organizar todo o livro.
E nas muitas instituições que você ajudou (e ajuda) com a sua ONG Sooder Maria - Misericórdia, Caridade e Igualdade, você percebe que as crianças não têm acesso à leitura? O que você acha que poderia ser feito nesse sentido, para que elas gostassem mais de ler?
Sem dúvidas, existem vários locais onde a gente percebe muita carência no incentivo à literatura. Seja ela adulta ou infantil. A leitura sempre será um instrumento de transformação e melhoria de uma sociedade.
Projetos como o nosso livro são ferramentas que contribuem nesse sentido.
O seu livro é bilíngue. Você pretende levá-lo para outros países?
O nosso trabalho é desenvolvido internacionalmente. O português representa nossa cultura brasileira. Já o inglês é uma língua internacional. Futuramente, teremos versões em alemão e francês, que são as línguas oficiais da Suíça: que é o país onde oficializamos a nossa organização.
Quais as lembranças infantis mais queridas que você guarda do Jardim do Amor? Naquela época vocês inventavam muitas brincadeiras?
Cirandas, brincadeiras de roda, esconde-esconde, adivinhações, piqueniques.... Eu também sempre gostei muito de nadar nos rios!
Guardo com carinho a lembrança de todas essas coisas da minha infância! Lembro também que eu gostava muito de brincar com os animais e passar horas na natureza.
Aqueles foram bons tempos de harmonia e aprendizagem. Essas lembranças me fazem persistir, lutar e desenvolver projetos que beneficiem as comunidades carentes do nosso estado, e me estimula a expandir essa corrente pelo país e pelo mundo!
Como você se sente após mais essa realização? Você pretende lançar outros livros?
Nós já tínhamos um outro livro produzido para uma faixa etária diferente... Mas optamos por começar as nossas publicações com as crianças. Acreditamos que nesse mundo lúdico e puro nós podemos aprender ao mesmo tempo em que a gente se diverte.
Moda como caminho e vocação
Por Kelly Garcia
Renata Alencar Pinheiro, empresária proprietária da Maison Giverny, descobriu sua vocação para a moda ainda na faculdade de Direito. Chegou a concluir o curso na Universidade de Fortaleza (Unifor), mas logo optou por seguir o ramo empresarial da moda, ao qual se dedica há 13 anos. Mãe dedicada, se divide bem entre suas atividades profissionais e com os filhos, Beatriz, Matheus e Marcela, com quem programa todos os anos viagens que aliam lazer e aprendizado. Tudo isso só é possível graças ao pai parceiro de todas as horas, o marido Marcelo Pinheiro, médico radiologista, sempre presente na vida das crianças. Tendo o seu lar como um paraíso, Renatinha ama ler e assistir filmes e séries na companhia deles. Confira mais detalhes na nossa entrevista!
Como e quando você teve o insight para abrir a Maison Giverny?
O projeto da Maison Giverny nasceu quando ainda era universitária. Amadureci a ideia e coloquei em prática o sonho antigo, logo que me formei. Sou formada em Direito pela Universidade de Fortaleza. E optei por realizar um sonho fora da minha área acadêmica, mas hoje me considero realizada.
Quais os principais aprendizados que você teve durante todos esses anos no mercado?
Aprendemos muito com os desafios. E, nesse mercado, são muitos. Mas, o principal aprendizado, sem sombra de dúvidas, foi a serenidade para sobreviver em um mercado de constante instabilidade econômica. As crises repercutem mais rápido no varejo. Precisamos empreender, mas sempre com parcimônia.
Já atuou em outra área? Qual? Qual era o seu sonho de profissão na infância?
Atuei na minha área acadêmica, mas, na prática, tive a certeza de que aquele não era o meu sonho.
Meu sonho de infância sempre foi atuar no mundo moda. Criar e atender me fazem feliz.
Na sua opinião, qual o principal diferencial da Maison Giverny no mercado da moda?
O diferencial da Maison Giverny está com certeza no atendimento especializado e voltado para as necessidades de cada cliente.
Quais suas principais referências como empresária?
Tenho muitas referências e saio absorvendo o que cada uma tem de melhor em busca de oferecer o melhor que puder para as minhas clientes.
Defina elegância para nossos leitores.
Elegância vai além do que se veste, uma pessoa elegante no comportamento nos faz esquecer até o que ela vestia...
Quais as suas marcas e estilistas preferidos?
Amo Valentino.
Quais os seus hobbys?
Corrida, leitura e degustar um bom vinho ao lado de meu marido.
Qual o lugar mais lindo que já visitou?
Cada lugar em sua época mais apaixonante. Alpes Suíços no inverno, ilhas do Caribe no Verão e amo a Itália sempre!
E para qual sempre volta pra recarregar as energias?
Para recarregar as energias não preciso ir longe, não. Minha casa, meu paraíso.
Pra você, família é...
Meu alicerce. "lugar" pra onde retorno quando preciso recarregar energias. Estar com eles me fortalece. Em qualquer lugar do mundo.
Como cuida da espiritualidade? Tem algum santo de devoção?
Nossa Senhora de Fátima. Me protege, me fortalece e me guia.
Você tem investido bastante tempo no esporte. Nos conte um pouco sobre como essa paixão começou e quais competições já venceu.
Sempre gostei de esporte. A corrida, em especial, me acompanha há bastante tempo, aprendi com meu esposo Marcelo Pinheiro. Mas, comecei a competir ano passado ao entrar para assessoria Evolution Multsports. Após avaliação, nosso coach, Thiago Pimenta adaptou minha planilha para as maratonas. Me senti segura para participar de provas de 42k, após treinos e fortalecimento muscular, que garantiriam a performance sem maiores riscos de lesões. E foi além das minhas expectativas! Logo na minha primeira prova, 42k, na Maratona do Rio de Janeiro, já veio o índice para Boston (a única das Majors que exige índice para inscrição). Realizei dois sonhos de uma única vez. Correr a primeira maratona e ingressar na prova mais famosa do mundo.
Antes disso, durante os treinos para o Rio, participei de provas locais. Na corrida das Estações, veio o primeiro pódio. Maratona de Fortaleza, me classifiquei entre as 10 primeiras colocações. “No Iron 70.3 Fortaleza 2022 conseguimos o 2º lugar no revezamento, foi uma experiência incrível. ”Mas o que sempre me fez muito bem foi participar das provas, o clima contagiante do esporte. Nunca foi pretensão me classificar entre os melhores, pois sou amadora e tem muita gente preparada no esporte. Vivenciar o esporte me torna uma pessoa mais saudável e mais feliz
Como você se prepara para as competições? Você tem uma alimentação regrada?
Me preparo para as competições, mesclando fortalecimento muscular com meu personal, Cleber Amorim, treinos de corrida e natação da Evolution e mobilidade com alongamento com a Corpore por Lana Diniz. Quanto à alimentação, não considero regrada, porque sempre gostei de uma alimentação saudável. Sigo o plano alimentar do Dr. Valden Capistrano, que vem me acompanhando desde o primeiro ciclo de maratona. E me adaptei super bem. Nada demais! Só comida de verdade, calculada para a minha necessidade calórica. Evito ao máximo ultraprocessados.
O que mudou na sua vida após os novos hábitos? As crianças também sentem vontade de te seguir nesse tipo de caminho? E o marido?
O que mudou na minha vida?
Quanto à rotina, não mudou muita coisa, apenas as provas e corridas de rua evidenciaram e intensificaram a atividade que já fazia parte da nossa vida. Obviamente, que, estando inserida em um ambiente social onde as pessoas respiram esporte, você acaba captando mais informações sobre saúde, bem estar, longevidade, performance... Os interesses se voltam para uma vida mais saudável. Sim, as crianças cresceram em ambiente que valoriza o esporte, naturalmente elas sentem vontade de praticar esportes e adoram acompanhar as corridas. Inclusive, ficaram maravilhados com o Iron. Meu marido é o meu principal incentivador. Aprendi a correr com ele.
Tecnologia e bom atendimento que viraram tradição
Vale a pena ver de novo
Por Kelly Garcia
Luiziane Cavalcante cresceu em meio às vendas de óculos, jóias e relógios da Itamaraty, a empresa familiar fundada pelos seus pais, Panta e Luiza Cavalcante, na década de 60. Até hoje, a Itamaraty não parou mais de crescer e já está na terceira geração da família, com Luiziane e a irmã, Cristiane Araújo e o filho de Luiziane, Panta Neto. Sempre prezando por valores como inovação, respeito às pessoas, valorização, transparência e determinação, a Itamaraty busca ser a melhor experiência em saúde visual e moda para as famílias de Fortaleza. Para isso, conta com profissionais altamente qualificados, que recebem treinamento contínuo, além de estar presente em três cidades, Fortaleza, São Luís e Teresina e possuir laboratório óptico próprio, o único com padrão de qualidade total ISO 9001 e que garante entrega rápida nos óculos de sol e de grau. Confira um pouco sobre essa querida empresária em nosso perfil semanal.
Sua família é ligada ao ramo das óticas em Fortaleza, já desde o seu pai, Pantaleão Cavalcante. Quais as lembranças da sua infância? Você lembra da Itamaraty já nessa época?
Sim, nasci dentro de loja, pois meus pais sempre trabalharam juntos. Desde pequena ajudava, adorava brincar de vender, de caixa e fazer as embalagens de presentes! Passei por todos os setores da empresa, aprendi de tudo um pouco. Sempre vivi o comércio na veia.
Hoje, vocês sempre estão em busca das melhores e mais modernas tecnologias em óculos de sol e de grau. Quais mudanças você percebeu no gosto dos clientes em todo esse tempo?
Estamos sempre buscando o que existe de melhor e mais moderno para os nossos clientes. Inclusive, lançamos agora uma coleção de lentes Digitais 4k de última geração, chamada Optiker para os nossos clientes de forma exclusiva. E o diferencial é que entregamos rápido, pois fabricamos aqui mesmo no nosso laboratório próprio.
As armações Pantas são modernas e atuais e uma inovação como marca própria. Como essa ideia surgiu?
Sim, tem várias marcas exclusivas, desenvolvidas por nós, que procuramos sempre lançar novos modelos e cores a cada três meses, com lançamentos de acordo com as coleções das estações.
Qual o diferencial da Itamaraty?
Estamos há 55 anos buscando ser a melhor experiência em saúde visual e moda para os nossos clientes e suas famílias.
Você hoje se considera realizada na sua profissão?
Sou muito feliz, amo o que faço, ao lado da minha irmã, e sócia, Cristiane. O meu filho, Panta Neto, trabalha conosco e já é a terceira geração da Itamaraty iniciada pelos meus pais, Panta e Luiza Cavalcante.
Quais os seus hobbys?
Amo pedalar e dançar.
Qual o lugar mais lindo que já visitou?
Gostei de todos que já visitei, amo viajar, mas não tenho um em especial.
Como cuida da espiritualidade?
Meditando todos os dias, ao despertar. Rezando, fazendo sempre o bem ao próximo! Também sempre doamos óculos de grau para crianças e pessoas carentes em ações junto ao Rotary e Sociedade Cearense de Oftalmologia. Acho importante ser solidário com quem mais precisa.
Inspiração nas letras
Vale a pena ver de novo
Por Kelly Garcia
Seridião Montenegro é um dos nomes mais atuantes do cenário literário contemporâneo cearense. Ex-presidente da Academia Fortalezense de Letras e da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, é sócio efetivo da Academia de Letras dos Municípios Cearenses e do Instituto do Ceará - Histórico, Geográfico e Antropológico. Pertence ainda à Associação Brasileira de Bibliófilos e é autor de sete livros e já prepara outros projetos literários. Entretanto, só se tornou escritor após concluir seu ciclo de trabalho profissional como Auditor Fiscal da Receita Federal e como Procurador da Fazenda Nacional, cargos que exerceu no serviço público federal. Antes, foi vereador de Fortaleza, professor e técnico de Educação do Estado e sub-chefe do Gabinete do Vice-governador do Ceará. Pai de sete filhos e avô de dez netos, ele hoje se divide entre os compromissos das muitas atividades das quais faz parte, a rotina da escrita e o convívio familiar, além da leitura de bons livros e a diversão proporcionada por filmes e seriados. Confira mais sobre sua trajetória em nossa entrevista.
Você além de escritor com vários livros publicados, muito ativo nas academias literárias, ainda é procurador da Fazenda Nacional aposentado e foi até vereador de Fortaleza. Quais os principais aprendizados de cada fase?
Na verdade, Kelly, somente tive condição de me dedicar à atividade literária e de participar de Academias de Letras e outras entidades culturais, após a aposentadoria. A minha vida profissional me proporcionou um longo aprendizado. No gabinete do Vice-Governador, onde exerci a função de subchefia e de gabinete, aos 21 anos de idade, procurei me espelhar na figura de aprendiz com meu tio, o vice-governador Joaquim de Figueiredo Correia, com quem aprendi que ser político é a forma mais sublime de servir à sociedade. É praticar a lealdade, inclusive com adversários políticos, é ter espírito público, é direcionar os recursos públicos, com critério e honestidade, em favor das pessoas mais carentes, é colocar acima dos interesses pessoais, o interesse público. Como vereador de oposição, em Fortaleza, aos 24 anos, aprendi a reagir a propostas indecorosas, quando tive o constrangimento de receber ofertas tentadoras, todas recusadas, de empregos para parentes, e outras benesses, em troca de apoio político incondicional, que me obrigaria a votar sempre, sem discutir, e dar voto favorável a todos os projetos de iniciativa propostos pelo Executivo. Recusei e denunciei à imprensa, por entender que a liberdade, para criticar e oferecer sugestões construtivas, é inegociável. Na Superintendência da Receita Federal, tive a felicidade de fui chefiar uma Divisão, sob a chefia do superintendente Audízio Mosca de Carvalho, um homem simples, sério, correto, com grande capacidade de liderança e, apesar da idade, aberto às inovações tecnológicas, com quem aprendi, por seu exemplo e conduta ilibada, que a tributação não é instrumento de opressão dos contribuintes, mas de aplicação da justiça social. Durante os 17 anos em que chefiei a área responsável pelos trabalhos de revisão das declarações de imposto de renda e de execução das malhas, no Ceará, Piauí e Maranhão, ele jamais permitiu qualquer ingerência política nessas atividades. Tive ampla liberdade, sem nenhuma interferência, de conduzir os trabalhos de revisão e das malhas de imposto de renda. Na Procuradoria da Fazenda Nacional, aprendi que é possível, com boa metodologia de trabalho, atuar em grande quantidade de processos judiciais, sem perder a qualidade das teses jurídicas formuladas em favor da União.
Depois da dupla de livros Expresso para o Passado e Expresso para o Futuro, que tiveram muito sucesso, quais publicações você colocou no mundo?
Depois dos dois primeiros livros, “O Expresso do Passado” e “Expresso para o Futuro”, do gênero memorialista, publiquei “Discursos, Memórias do Coração”; “Crato – Princesa do Cariri, Capital da Cultura, Oásis do Sertão”; “Massada – Heroísmo e Morte na Luta entre Judeus e Romanos”; “Hilma Montenegro, na Esplanada da Vida”, em homenagem ao centenário de minha mãe, historiadora Hilma Correia Montenegro; e “Uma História de Amor às Letras”, resgatando a história da Academia Metropolita
Seridião Montenegro é um dos nomes mais atuantes do cenário literário contemporâneo cearense. Ex-presidente da Academia Fortalezense de Letras e da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, é sócio efetivo da Academia de Letras dos Municípios Cearenses e do Instituto do Ceará - Histórico, Geográfico e Antropológico. Pertence ainda à Associação Brasileira de Bibliófilos e é autor de sete livros e já prepara outros projetos literários. Entretanto, só se tornou escritor após concluir seu ciclo de trabalho profissional como Auditor Fiscal da Receita Federal e como Procurador da Fazenda Nacional, cargos que exerceu no serviço público federal. Antes, foi vereador de Fortaleza, professor e técnico de Educação do Estado e sub-chefe do Gabinete do Vice-governador do Ceará. Pai de sete filhos e avô de dez netos, ele hoje se divide entre os compromissos das muitas atividades das quais faz parte, a rotina da escrita e o convívio familiar, além da leitura de bons livros e a diversão proporcionada por filmes e seriados. Confira mais sobre sua trajetória em nossa entrevista.
Você além de escritor com vários livros publicados, muito ativo nas academias literárias, ainda é procurador da Fazenda Nacional aposentado e foi até vereador de Fortaleza. Quais os principais aprendizados de cada fase?
Na verdade, Kelly, somente tive condição de me dedicar à atividade literária e de participar de Academias de Letras e outras entidades culturais, após a aposentadoria. A minha vida profissional me proporcionou um longo aprendizado. No gabinete do Vice-Governador, onde exerci a função de subchefia e de gabinete, aos 21 anos de idade, procurei me espelhar na figura de aprendiz com meu tio, o vice-governador Joaquim de Figueiredo Correia, com quem aprendi que ser político é a forma mais sublime de servir à sociedade. É praticar a lealdade, inclusive com adversários políticos, é ter espírito público, é direcionar os recursos públicos, com critério e honestidade, em favor das pessoas mais carentes, é colocar acima dos interesses pessoais, o interesse público. Como vereador de oposição, em Fortaleza, aos 24 anos, aprendi a reagir a propostas indecorosas, quando tive o constrangimento de receber ofertas tentadoras, todas recusadas, de empregos para parentes, e outras benesses, em troca de apoio político incondicional, que me obrigaria a votar sempre, sem discutir, e dar voto favorável a todos os projetos de iniciativa propostos pelo Executivo. Recusei e denunciei à imprensa, por entender que a liberdade, para criticar e oferecer sugestões construtivas, é inegociável. Na Superintendência da Receita Federal, tive a felicidade de fui chefiar uma Divisão, sob a chefia do superintendente Audízio Mosca de Carvalho, um homem simples, sério, correto, com grande capacidade de liderança e, apesar da idade, aberto às inovações tecnológicas, com quem aprendi, por seu exemplo e conduta ilibada, que a tributação não é instrumento de opressão dos contribuintes, mas de aplicação da justiça social. Durante os 17 anos em que chefiei a área responsável pelos trabalhos de revisão das declarações de imposto de renda e de execução das malhas, no Ceará, Piauí e Maranhão, ele jamais permitiu qualquer ingerência política nessas atividades. Tive ampla liberdade, sem nenhuma interferência, de conduzir os trabalhos de revisão e das malhas de imposto de renda. Na Procuradoria da Fazenda Nacional, aprendi que é possível, com boa metodologia de trabalho, atuar em grande quantidade de processos judiciais, sem perder a qualidade das teses jurídicas formuladas em favor da União.
Depois da dupla de livros Expresso para o Passado e Expresso para o Futuro, que tiveram muito sucesso, quais publicações você colocou no mundo?
Depois dos dois primeiros livros, “O Expresso do Passado” e “Expresso para o Futuro”, do gênero memorialista, publiquei “Discursos, Memórias do Coração”; “Crato – Princesa do Cariri, Capital da Cultura, Oásis do Sertão”; “Massada – Heroísmo e Morte na Luta entre Judeus e Romanos”; “Hilma Montenegro, na Esplanada da Vida”, em homenagem ao centenário de minha mãe, historiadora Hilma Correia Montenegro; e “Uma História de Amor às Letras”, resgatando a história da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, na comemoração de seus 15 anos de existência, desde 25/06/2005.
Como você vê a leitura entre a nova geração? Você acha que a educação tem piorado com o advento das novas tecnologias?
O índice de leitura de livros pelos brasileiros, de apenas dois por ano, é muito baixo. Para melhorar esse vergonhoso índice, têm sido muito úteis as recomendações feitas por educadores, sugerindo aos pais que introduzam desde cedo, na rotina dos filhos, o hábito de leitura; que evitem utilizar a leitura como castigo; e que adquiram, para os filhos, livros de personagens conhecidos e conteúdo interessante. Para as novas gerações, a versão virtual de livros é mais um atrativo, que poderá, aos poucos, reduzir o excesso de seu envolvimento com as redes sociais, cedendo espaço para a atividade de leitura. São evidentes os benefícios da tecnologia em favor da educação, por proporcionar facilidades incríveis no campo da pesquisa e, em época de pandemia, por tornar possível a continuidade das aulas, por meio virtual.
Como sua rotina de escrita e leitura? Você escreve todos os dias? Quanto tempo dedica à leitura todos os dias?
Depois da aposentadoria, consegui criar uma rotina voltada para a escrita, dedicando no mínimo seis horas por dia à atividade de pesquisa e escrita. Deixei um horário de cerca de uma hora, no início da noite, para leituras.
Qual a importância que a maçonaria teve na sua vida?
Fiquei alguns anos na maçonaria, onde cheguei a exercer o cargo de juiz maçônico. A maçonaria é uma grande instituição, que tem como principais objetivos ajudar as pessoas a fortalecer o caráter, aprimorar a formação moral e espiritual e aumentar os horizontes culturais. Considero que foi muito importante para mim o período em que pude participar da maçonaria.
Quais os seus hobbys?
Meus principais hobbys são a leitura, a pesquisa histórica e a escrita. Em tempos normais, gosto de viajar para conhecer a cultura de outros países e também para conhecer cidades do interior do Brasil; gosto de banho de mar, de receber filhos e netos na casa de praia e de assistir filmes românticos, de aventuras e de ação. Mas meu hobby favorito é a música: tenho cerca de 5 mil discos de vinil, os antigos LP, com boleros, rumbas, tangos, sambas, baiões, frevos, forrós, xaxados, pagodes, lambadas, mas também com muita música internacional e clássica. Eu trabalho diariamente ao som de boas músicas.
Qual lugar mais lindo que você já visitou?
O lugar mais lindo que visitei (duas vezes) foi a Ilha de Capri, no sul da Itália, com sua Gruta Azul, em que a luz do sol, passando por uma cavidade sob a água, cria um reflexo azul que se projeta e ilumina toda a caverna.
na de Letras de Fortaleza, na comemoração de seus 15 anos de existência, desde 25/06/2005.
Como você vê a leitura entre a nova geração? Você acha que a educação tem piorado com o advento das novas tecnologias?
O índice de leitura de livros pelos brasileiros, de apenas dois por ano, é muito baixo. Para melhorar esse vergonhoso índice, têm sido muito úteis as recomendações feitas por educadores, sugerindo aos pais que introduzam desde cedo, na rotina dos filhos, o hábito de leitura; que evitem utilizar a leitura como castigo; e que adquiram, para os filhos, livros de personagens conhecidos e conteúdo interessante. Para as novas gerações, a versão virtual de livros é mais um atrativo, que poderá, aos poucos, reduzir o excesso de seu envolvimento com as redes sociais, cedendo espaço para a atividade de leitura. São evidentes os benefícios da tecnologia em favor da educação, por proporcionar facilidades incríveis no campo da pesquisa e, em época de pandemia, por tornar possível a continuidade das aulas, por meio virtual.
Como sua rotina de escrita e leitura? Você escreve todos os dias? Quanto tempo dedica à leitura todos os dias?
Depois da aposentadoria, consegui criar uma rotina voltada para a escrita, dedicando no mínimo seis horas por dia à atividade de pesquisa e escrita. Deixei um horário de cerca de uma hora, no início da noite, para leituras.
Qual a importância que a maçonaria teve na sua vida?
Fiquei alguns anos na maçonaria, onde cheguei a exercer o cargo de juiz maçônico. A maçonaria é uma grande instituição, que tem como principais objetivos ajudar as pessoas a fortalecer o caráter, aprimorar a formação moral e espiritual e aumentar os horizontes culturais. Considero que foi muito importante para mim o período em que pude participar da maçonaria.
Quais os seus hobbys?
Meus principais hobbys são a leitura, a pesquisa histórica e a escrita. Em tempos normais, gosto de viajar para conhecer a cultura de outros países e também para conhecer cidades do interior do Brasil; gosto de banho de mar, de receber filhos e netos na casa de praia e de assistir filmes românticos, de aventuras e de ação. Mas meu hobby favorito é a música: tenho cerca de 5 mil discos de vinil, os antigos LP, com boleros, rumbas, tangos, sambas, baiões, frevos, forrós, xaxados, pagodes, lambadas, mas também com muita música internacional e clássica. Eu trabalho diariamente ao som de boas músicas.
Qual lugar mais lindo que você já visitou?
O lugar mais lindo que visitei (duas vezes) foi a Ilha de Capri, no sul da Itália, com sua Gruta Azul, em que a luz do sol, passando por uma cavidade sob a água, cria um reflexo azul que se projeta e ilumina toda a caverna.
Arte como investimento
seguro e meio de vida
Por Kelly Garcia
Nosso entrevistado da semana é Newton Whitehurst de Castro. Especialista em curadoria e História da Arte pela Academia de Belas Artes Milano (IT) e em Arte Contemporânea pela NABA (IT), atua no Mercado das Artes Plásticas desde 2004, tendo sido responsável por curadorias de exposições no Brasil e na Europa. Ainda é consultor comercial no mercado de artes e curador em coleções particulares e acervos institucionais.
Com experiência no mercado financeiro, tem se dedicado à formatação de negócios e gestão de coleções com foco em investimentos. Atualmente, tem voltado seus esforços e experiência para desenvolver projetos com ênfase na responsabilidade social, desenvolvendo junto aos artistas iniciantes e/ou em situação de risco, métodos de divulgação e comercialização dos seus trabalhos. Confira uma conversa leve sobre arte, propósito e viver do que se ama.
Como o seu caminho profissional cruzou com as artes? Você chegou a exercer outra profissão antes?
Sempre fui envolvido com arte desde a infância, mas tive muitos outros negócios de comércio, indústria e distribuição. Até o dia em que resolvi viver fazendo somente o que amo.
Como é o mercado de curadoria e artes plásticas no Brasil? É promissor?
Brasil tem um grande mercado de arte, mas poucos especialistas para orientar os investidores. Cada ano, surpreende com mais colecionadores e grande artistas sendo revelados e levados para outros países.
Hoje, você reside em Portugal. Quais as principais diferenças do mercado artístico no Brasil e em Portugal?
Hoje, eu resido em Portugal e Berlim a maior parte do tempo. Tenho clientes em toda Europa e o próximo passo de expansão é a Suíça. Cada cidade em que começo a desenvolver o Menu das Artes tem suas peculiaridades e demandas… existem artistas que são melhores para vender em determinado país e o fato de o menu ser hoje internacional ajuda muito na colocação desses artistas no mercado.
Como a arte pode ter relação com o mercado financeiro e o mundo dos negócios?
Hoje, meu principal negócio nas artes é o investimento em arte, tenho alguns investidores standart’s e alguns que investem pelo visto gold em Portugal. Tenho dado excelentes resultados, o que faz com que cada vez mais investidores me procurem. Arte, se orientada a compra com especialistas, é um excelente investimento e seguro.
Quais os seus principais projetos na área de responsabilidade social? Como tem sido essa atuação?
Dar a liberdade para artistas viverem da venda de suas artes é meu propósito de vida e tenho tido sucesso nisso. Tenho um programa que ajuda artistas refugiados e ou em situação de risco a se posicionar no mercado da Europa e, nesse caso, não cobramos comissões e ajudamos com toda energia que conseguimos. Nesse momento, temos colaborado bastante com a causa dos milhares de artistas ucranianos refugiados.
Quais os principais cursos que você fez para atuar nessa área?
Todos os anos, eu vou para a Itália e faço algum curso a mais. Mas, minha base, foi na Academia de Brera, em Milão e, depois, História da Arte e Arte Contemporânea na NABA Milão também. Mas, o que me dá mais conhecimento, é a convivência com arte e artes por quase um vida inteira e, profissionalmente, por quase 20 anos.
O carinho que sua mãe, a empresária Ethel Whitehurst, tem com o artesanato teve alguma influência no início de sua carreira como curador?
Minha mãe mudou a vida de milhares de pessoas, impactando socialmente nosso Estado e continua fazendo com muito amor e paixão. Ela investia em arte quando eu era apenas uma criança e isso despertou em mim o interesse nas artes e nos investimentos.
Uma das suas ações mais importantes no momento é na divulgação da arte ucraniana. Como se deu esse contato e como está sendo essa divulgação e parceria?
Poucos dias antes da guerra, eu estava em Kiev desenvolvendo o projeto Menu das Artes lá e já conhecia muitos empresários e artistas. Quando a guerra começou, muitos me pediram ajuda e conselhos e foi tudo muito rápido. Consegui me juntar a alguns amigos e fizemos doações de materiais e agora eu posiciono eles, fazendo exposições e distribuindo a arte deles sem cobrar comissões.
Quais os seus hobbies?
Coleciono moedas e viajo bastante.
Nos indique um livro, um filme e uma série.
Art the whole story.
Com amor, Van Gogh
Não assisto séries, prefiro leituras.
Protagonismo e competência no ramo dos eventos
Vale a pena ver de novo
Por Kelly Garcia
Enid Câmara, a querida aniversariante deste domingo, fez e faz história no segmento de eventos e turismo. Com a competência que lhe é peculiar, já organizou e coordenou mais de 1.500 eventos. Sua trajetória, marcada pela maestria, ganhou destaque não apenas no Ceará, mas nacionalmente. Entretanto, o começo se deu de uma forma bastante comum, em 1993, quando foi estagiária de uma empresa desse segmento tão importante para o nosso Ceará.
Formada em Ciências Sociais pela Universidade de Fortaleza, é especialista em organização de eventos pela UECE, com formação no Programa de desenvolvimento gerencial – PDG Turismo pela Universidade Fluminense-RJ. Em reconhecimento à sua dedicação e atuação em prol do desenvolvimento do setor de Turismo e Eventos, Enid foi agraciada com diversos prêmios, como o Mulher Empreendedora pelo SEBRAE Nacional, Destaque Empresarial 2005 - Melhor Organização de Eventos no Ceará. Em 2008, ganhou o XII Prêmio MG Turismo, categoria divulgação do Ceará e Troféu Patativa do Assaré.
Ainda recebeu homenagens do Rotary Club, Revista Exotic People, Fecomércio Ceará e dos companheiros de setor.
Enid é muito atuante também nas entidades classistas. Foi presidente do SKAL Internacional de Fortaleza biênio 2009-2011, reeleita para biênio 2011-2013 e Vice-Diretora do SKAL Brasil. Ainda esteve como presidente da Câmara Setorial de Eventos da ADECE (Gestão 2014-2018).Em 2011, tomou posse como integrante da Academia Brasileira de Eventos e Turismo e se tornou a primeira mulher nordestina e cearense a ocupar uma cadeira na ABEVT. Também presidiu a ABEOC Ceará (Gestão 2018-2020), é diretora secretária do Fortaleza Convention & Visitors Bureau, vice-presidente do Sindieventos Ceará e Diretora geral da Prática Eventos. Confira essa trajetória de sucesso, que permanece sempre melhorando a cada dia, especialmente após a retomada dos eventos, como a Expolog, sucesso de público e conteúdo. Vem rever com a gente!
Você tem uma história com o turismo cearense e o mercado de eventos. Nos conte como os seus caminhos se cruzaram com esses setores. Você já fazia eventos na adolescência?
Tudo iniciou em março de 1993, quando entrei como estagiária na Prática Empresarial, que era gerida pela mente brilhante e visionária do Roberto Matoso (In memoriam). Eu nunca tinha organizado eventos antes e estou há 27 anos nesse setor, são mais de 1.500 eventos promovidos/organizados, quem entra nesse universo fantástico dos eventos costuma gostar e permanecer por muito tempo.
Como surgiu a ideia de empreender com a Prática Eventos? Qual o trabalho mais desafiador que vocês já pegaram?
Em janeiro de 1997, transformamos a área de eventos da Prática Empresarial em uma empresa focada somente na promoção e organização de eventos (Prática Eventos) da qual me tornei sócia minoritária.
Sobre o trabalho mais desafiador, todos os eventos são únicos e tem em si particularidades e desafiospróprios, mas acredito que o mais desafiador foi organizar um evento que precisaria de no mínimo 6 meses para sua produção, e o cliente nos contratoupara organiza-lo com o prazo de uma semana e com um feriado no meio, e graças ao empenho de toda uma equipe envolvida ele aconteceu com sucesso e nos trouxe inúmeros aprendizados.
Quais as principais inovações que tem executado ao assumir a direção da Abeoc?
Nesse universo dos eventos é preciso muito trabalho, dedicação e manter-se constantemente atualizado e aberto aos novos aprendizados. Eu acredito muito na educação contínua e partindo desse princípio, tenho realizado na minha gestão, palestras de capacitação para os associados e parceiros, e que abordem os temas mais relevantes para o momento.
Como tem sido a retomada dos eventos, nesse período em que a maioria da população já se vacinou?
A Retomada do setor corporativo acontece de forma gradual, seguindo os protocolos. Esta tipologia de evento precisa de tempo para planejar, captar e executar. Teremos um longo trabalho pela frente para recuperar um setor que foi para o chão. Mas acredito muito da força do empreendedor e do empresário brasileiro.
Qual foi a maior emoção, ao estar novamente comandando um grande evento, atividade que você executa com tanto prazer e dedicação?
Sou apaixonada pelo que faço. Foi um desafio fazer a Expolog de forma híbrida. Muito mais caro e trabalhoso. Mas com fé, muito trabalho, uma equipe muito competente, um comitê técnico forte e atuante e grandes parceiros, realizamos a 16 edição da expolog, um Hab com total de 14 eventos.
Quais são seus hobbies?
Trabalhar e ajudar as pessoas é minha melhor e maior diversão. Quando não estou trabalhando, estou com minha família ou contribuindo com as causas do associativismo e do voluntariado.
Como é a sua relação com a espiritualidade? Tem algum santo de devoção?
Sou devota de São Francisco, sou católica e adepta do autoconhecimento através de terapias, constelação. como forma de se tornar uma pessoa melhor a cada dia.
Um sonho profissional e pessoal ainda não realizado.
Profissional: investir em novos nichos de mercado; Pessoal: morar um tempo fora do país.
É de qual país a sua gastronomia preferida?
Italiana.
Qual o lugar mais lindo que já visitou?
Paris.
E pra onde sempre volta?
Para minha casa. Minha Rocha Lima.
Pra você, família é...
A base de tudo, meu porto seguro.
O cultivo do belo como forma de servir ao outro
Vale a pena ver de novo
Por Kelly Garcia
Uma vida dedicada ao bem estar e ao cultivar do belo em suas pacientes. Assim podemos resumir a trajetória profissional da fisioterapeuta Anna Christina Henriques. Formada pela Universidade de Fortaleza em 1979, atua na área de fisioterapia estética desde então. Em 1983, com a “Physical Center”, procurou tratar os desvios estéticos como uma questão de saúde. Em 1992, buscando novas propostas e com uma sede própria, começou a “Clínica do Corpo” e há quatro anos, buscando renovar ainda mais o conceito, mudou o nome para “Espaço Anna Henriques”.
Atuando na fisioterapia Dermato Funcional com titulação de especialista na área pela Sociedade Brasileira, tornou-se uma das pioneiras deste segmento no Brasil. As pesquisas cientificas que faz, a experiência clínica e acadêmica foram importantes para implantação do primeiro curso de especialização relacionado à área. Exerceu a docência na graduação e pós-graduação em fisioterapia por 20 anos e atualmente ministra cursos nacionais e internacionais na área de eletroterapia e terapia manual.
Consagrada na Comunidade Católica Shalom, onde serve como missionária, Anna é uma mulher moderna, dinâmica, realizada e sempre de bem com a vida, nas suas múltiplas missões de filha de Deus, esposa, mãe, avó e profissional que se dedica a duas grandes paixões: A família e a profissão. Forma com seu esposo Otávio Henriques uma estruturada família de três filhas e cincos netos. Duas delas moram em Miami (Carolina Lupifieri e Debora Jones) e trabalham também na área da estética. A outra filha, Priscilla Capelo, que reside aqui, é uma conceituada profissional na área de decoração de festas.
Hoje, o “Espaço Anna Henriques" oferece tratamentos faciais corporais, pré e pós cirúrgico, nutrição, pilates, RPG, cirurgia plástica, design de sobrancelhas e psicologia. A clínica continua sendo referência na qualidade de atendimento e em tratamentos modernos de peeling, calvície, queda de cabelo, radiofrequência, olheiras, manchas, estrias, celulite e gordura localizada, que são avaliados na sua totalidade, visando um planejamento de tratamento individualizado, objetivando um resultado mais rápido. Fotos: Frisson
Como entendeu que queria ser fisioterapeuta e trabalhar com a área da beleza?
Sempre fui apaixonada pela área da saúde e encantada com a reabilitação através das mãos, quando na juventude conheci o trabalho realizado na antiga ABCR. Por isso, escolhi fazer o curso de fisioterapia, onde ingressei na Universidade de Fortaleza em 1975. A escolha pela área da Estética se deu aos poucos, pois primeiro comecei a trabalhar com os desvios posturais e fui observando que o desalinhamento da coluna vertebral interferia diretamente na distribuição da gordura no corpo.
Em todos esses anos atuando na área, quais foram as principais mudanças no público?
No início, a Fisioterapia Dermato Funcional não era reconhecida como especialidade e a atenção se restringia ao público feminino. Hoje, porém, apesar da crise pela qual nosso país tem passado, o mercado da Estética tem crescido, se estendeu ao público masculino, pois os brasileiros estão mais conscientes dos cuidados e prevenção com a saúde da pele.
Qual o diferencial da sua clínica? Quais são as principais inovações?
Existem no mercado muitos tratamentos que são propostos aleatoriamente, porém sempre atuamos baseado em evidências científicas. Buscando recursos e técnicas disponíveis ao fisioterapeuta, possibilitando assim a articulação com outros profissionais da área, como médicos, nutricionistas, psicólogos e esteticistas. Lançamos agora uma proposta de tratamento para Alopecia (queda de cabelo), em que utilizamos uma nova técnica de Microagulhamento, associado a ativos potencializadores que estimulam os fatores de crescimento.
Quais são os desafios e as delícias de ser fisioterapeuta dermatofuncional?
Neste tempo escasso, em que não se consegue parar as rotinas diárias, acho um desafio restaurar a relação do indivíduo consigo mesmo. Ter um tempo para se cuidar proporciona a autoestima e a autoconfiança e devolve a confiança na sua pessoa, que é criatura amada de Deus.
Como você faz para se manter atualizada na sua profissão?
Conseguimos sempre nos diferenciar pela busca constante de atualizações e aperfeiçoamento de técnicas. Fui uma das pineiras dessa especialidade. Pertenci por mais de dez anos à diretoria da Sociedade Brasileira. Presidi dois Congressos Internacionais, realizados no nosso Estado. Lecionei por vinte anos na Universidade e assim, sempre me mantive atualizada, participando de pesquisas e eventos científicos. Mesmo durante essa pandemia, procurei fazer cursos on-line para retornar aos atendimentos com novas técnicas.
Como se relaciona como divino? Tem algum santo de devoção?
A amizade com Deus, nosso Pai e criador, é uma virtude que precisa ser buscada, exercitada, cultivada. Vivo da Misericórdia de Deus e sei que necessito da Sua presença. Por isso, o busco na Eucaristia, na missa diária, na oração pessoal e comunitária. Como consagrada na Comunidade de Aliança Shalom, tenho Maria Santíssima como minha Mãe e conselheira. Busco nela a graça da docilidade e da obediência à vontade de Deus.
Quais são os seus hobbys?
Sou apaixonada por massas e no período de isolamento social curti muito cozinhar, buscando novas receitas. Também transformei um espaço da minha casa em SPA, formamos um grupo de ZAP e nos encontrávamos pelo aplicativo diariamente para praticarmos exercícios e trocar ideias sobre os cuidados com a saúde.
Qual o lugar mais incrível que já visitou? E para qual sempre volta pra recarregar as energias?
O melhor lugar deste mundo é sempre próximo da minha família. Temos duas filhas residindo nos USA, e a melhor viagem é sempre para estar ao lado delas e dos netos.
Como faz para conciliar a família e as demais atividades?
Não é uma tarefa fácil, até porque o “Espaço Anna Henriques”, está localizado ao lado da minha residência, por isso preciso manter uma organização de horários separando a vida profissional e pessoal.
Pra você, família é...
Trazemos em nossa bagagem de vida, costumes e crenças que aprendemos com nossa família, por isso ela é a base de tudo!! É o maior presente de Deus, o mais valioso, onde encontramos a alegria em passar experiências e aprender com os filhos e netos. Família é a oportunidade de dar sem medidas amor incondicional, sem obrigações ou cobranças.
Os encantos e desafios do
Direito como ofício
Por Kelly Garcia
Nossa entrevistada da semana é a advogada Janayna Lima. Graduada em Direito pela Universidade de Fortaleza, é especialista em Processo Penal e em Direito Previdenciário. Também fez LLM de Direito Empresarial na FGV- RJ. É especializanda em Direito Tributário pelo IBET. Mestra em Direito Constitucional nas Relações Privadas na Universidade de Fortaleza nas áreas de Trabalho e Tributário. Ainda foi conciliadora da 9º UJECC no período (2004-2006). É fundadora e presidente da Comissão de Acompanhamento aos Concursos Públicos da Ordem dos Advogados do Brasil secção Ceará e foi Conselheira Estadual da Ordem dos Advogados do Brasil Secção Ceará. Também é membro da Comissão Nacional da Mulher Advogada, da Comissão Especial de Defesa do Concurso Público ( Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil 2013-2015).
Janayna integrou o grupo Núcleo de Estudos sobre Direito do Trabalho e Seguridade Social. Foi vice-presidente da Comissão de Direito Tributário da OAB-CE e presidente da Comissão de Estudos tributários da RMF.
Também foi diretora do Instituto dos Advogados do Ceará como secretária geral adjunta, membro efetivo do IAC (Instituto dos Advogados do Ceará), membro honorário da ACLJUR (Academia Cearese de Letras Jurídicas).
Hoje é participante do grupo de estudos do ICET (Instituto Cearense de estudos Tributários) e do grupo do Prof. Paulo de Barros Carvalho no IBET (Instituto Brasileiro de Estudos Tributários), além de coordenadora de pós graduação em Direito e Processo Tributário.
Confira uma conversa leve sobre os caminhos do Direito e realizar sonhos profissionais.
Como você decidiu pelo Direito? Era sua primeira opção de profissão nos tempos do vestibular?
Sempre quis e sonhei de profissionalmente exercer a advocacia e docência. Nunca pensei em cursar outra faculdade, nem em exercer outra profissão. Amo ser professora e advogar.
Desde a graduação, você tem sempre buscado se aprimorar. Nesse sentido, fez várias especializações, nas áreas de Processo Penal, Direito Previdenciário e agora está cursando a especialização em Direito Tributário, além de ser mestra em Direito nas relações privadas, nas áreas do Trabalho e Tributária. Você tem alguma área preferida?
Tributário, que é a minha área de atuação, já há algum tempo. O tributário me escolheu e todas as areas são afins do tributário. Por exemplo: trabalho muito bem no Direito Tributário Penal, pois a pós de Processo Penal traz essa confiança nos casos em que trabalho.
Você também é coordenadora da pós-graduação em Direito e Processo Tributário. Como tem sido a experiência como docente? Quais são as delícias e desafios dessa área de atuação?
Sou professora há 20 anos, já ministrei aula para graduação, pós, cursos preparatórios para concursos e em cursos de extensão. Nesse ano, recebi, com muita alegria, o convite em coordenar e ensinar a pós de direito tributário e processo tributário na Unichristus. Estamos organizando um curso bem legal, com diversas novidades e com o ensino voltado para a prática ao aluno, visando trazer mais segurança aos que querem aprender ou se atualizar nas áreas do direito fiscal.
Você também é membro honorária da Academia Cearense de Letras Jurídicas e já lançou dois livros. Como tem sido essa experiência? O que é mais gratificante nesse contato com os leitores?
O primeiro foi sobre Direito Tributário e o segundo, um capítulo de livro sobre ensino jurídico. O terceiro livro já está sendo escrito e será sobre planejamento tributário. É uma experiência maravilhosa e o contato com os leitores, muito enriquecedor. O livro está em oito plataformas virtuais e nas melhores livrarias. "Impostos Extrafiscais" foi fruto da dissertação do meu mestrado e de 20 anos de trabalho. Ele foi escrito com muito zelo e baseado em recentes pesquisas. Possui uma leitura com linguagem acessível para todos que tiverem interesse. Busquei democratizar o conhecimento.
Quais foram os principais aprendizados durante o seu período como vice-presidente da comissão de Direito Tributário da OAB CE? E na Comissão Especial de Defesa do Concurso Público?
A melhor experiência que pude ter foi em servir à minha classe e também os amigos maravilhosos, que fiz para toda uma vida. Na época, também tive a oportunidade de ser conselheira estadual eleita da OAB.
Que conselho você daria para quem está começando a cursar a graduação em Direito?
Primeiro, mantenha boa relação com os professores e colegas. Segundo, leia livros jurídicos e de outros temas.
Terceiro, exercite-se, beba água, faça preces a quem você acredita e alimente-se bem. Quarto, tenha uma estratégia para a faculdade e para quando se formar.
Quais os seus hobbies?
Malhar, ler, assistir filmes sair com meus filhos e amigos.
Quais são seus grandes exemplos como juristas?
Hugo de Brito Machado, Paulo de Barros Carvalho, Denise Lucena, Rui Barbosa, Clóvis Beviláqua e Ana Paula Martinez.
Nos indique uma série, um filme e um livro.
Séries - Grace e Frankie/
Uma advogada extraordinária/Imperatriz
Livros - Tirando os de direito tributário, A Arte da Guerra, a Bíblia Sagrada, O dever do advogado.
Filmes - Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento/Filmes de Bridget Jones/Advogado do diabo/ Homens de honra.
O luxo das flores se une ao
bem querer dos afetos
Por Kelly Garcia
Tatiana Gomes Cavalcante levou a experiência da moda para o ramo da floricultura e assim criou a Luxo Natural, que investe em coleções diferentes e muito criativas para agradar em todas as ocasiões, unindo as belas frases e textos à beleza estonteante das flores, presente em várias cidades brasileiras. Conheça mais sobre seu exemplo de empreendedorismo e sobre como montou a empresa no nosso perfil semanal, assinado pela jornalista Kelly Garcia.
Como surgiu a ideia de montar a Luxo Natural?
Eu trabalhava com moda, mas o mercado estava ficando muito concorrido com a chegada de grandes lojas, como a Zara em Fortaleza, então pensei em mudar de ramo e me encantei pelo mundo das flores, numa viagem que fiz à Tailândia. Lá, pensei: e se eu levar a moda para as flores, já que todas as floriculturas fazem todas a mesma coisa? (Só buquês). Então, resolvi inovar e criei embalagens lindas, frases que emocionam e montei a Luxo Natural.
Quando você percebeu que era hora de ampliar os horizontes e torná-la uma franquia?
Na verdade, ter franquias não era a meta inicial, mas, com o sucesso da marca, fui procurada por muita gente para abrir franquias e então aproveitei a oportunidade. Tá dando super certo!
Onde você busca inspiração para suas coleções presenteáveis? Qual o diálogo que as flores mantém com a moda?
Minhas insipirações vem 100% da moda, me inspiro em grandes marcas como Dior, Chanel, Gucci, Valentino e claro, adapto ao meu ramo, criando coleção de embalagens e porcelanas lindas!
Você percebeu um aumento nas vendas de flores depois da pandemia? A que você acredita que isso se deva?
Na verdade tivemos um aumento de 200% nas vendas durante a pandemia. Como as flores se encaixam no agronegócio, tivemos permissão para nos mantermos funcionando, enquanto lojas e shoppings estavam fechados. O nosso crescimento durante o período foi fenomenal.
No pós-pandemia, deu uma pequena caída não nas vendas, mas no lucro, pois os insumos e flores dobraram de preço para recuperar os prejuízos causados durante a pandemia.
Qual o principal aprendizado que a Luxo Natural proporcionou a você como empresária?
Consciência ecológica, valorização do natural/natureza e, principalmente, a alegria com o que eu faço, ao abrir tantos sorrisos, encurtar distâncias e estar presente em momentos especiais na vida das pessoas.
Como identificou essa lacuna na área de flores em Fortaleza? Como faz para se atualizar nessa área?
Na verdade, caí de para-quedas no ramo. Não fiz pesquisa de mercado e até hoje confesso que não conheço as minha concorrentes... O que eu sabia é que todos faziam mais ou menos tudo igual e eu não queria ser mais do mesmo. Trabalhar com moda me fez enxergar uma floricultura com outros olhos, lançar coleções (acho que ninguém fazia isso). Minhas inspirações não vem de outras floriculturas, a minha cabeça não para!
Quais são os principais desafios da área de decoração e flores e quais as delícias de se atuar nesse setor?
Um grande desafio, acredito que não só do meu ramo, é a logística. Aqui no Ceará, o clima não é propicio para o cultivo de algumas espécies de flores. Por sinal, as rosas e girassóis, que são as espécies mais procuradas e amadas pelas clientes. Portanto temos que trazê-las de fora, através do transporte aéreo ou terrestre, às vezes chegam lindas, às vezes, não... Às vezes, o vôo atrasa e elas nem chegam, e temos que nos virar nos 30. Mas como a natureza é sempre magnifica e nos oferece um leque incrível de tipos e cores, no final, tudo dá sempre certo! Às vezes, penso que Deus dá sempre uma forcinha pra quem trabalha abrindo sorrisos... (risos)
O que a Luxo Natural tem hoje de diferencial para oferecer a seus clientes?
Estamos incansávelmente em busca de novidades para os nossos clientes. Lançamos coleções em todas as datas comemorativas, a nossa equipe de marketing não para nunca! E quando alguma floricultura nos copia, o que acontece com frequência, criamos algo novo!
Qual o maior desafio que teve que encarar como profissional? E na vida pessoal?
Foram muitos. Me formei em Turismo e amava trabalhar na área foi quando veio meu primeiro filho. Na época, tive que optar por cuidar dele ou pausar o trabalho. Depois, criei uma marca de roupas super bacana e diferente de tudo o que tinha por aqui, aí veio a crise e a grande concorrência, perdi a paixão!
Quanto à vida pessoal, todos os dias me deparo com desafios, grandes ou pequenos. Todos são importantes para o meu crescimento, sou grata por tudo o que me aconteceu até aqui!
Atuação forte na medicina e na ajuda a quem mais precisa
Vale a pena ver de novo
Por Kelly Garcia
Nosso entrevistado desse domingo é o oftalmologista Aristófanes Canamary. Dono de uma história inspiradora na Oftalmologia e em entidades filantrópicas, como o Rotary Club, ele se divide entre o atendimento na clínica e a atenção à família que soube formar com Vânia Studart Mendonça Canamary.
Três dos quatro filhos do casal escolheram a saúde como área de atuação e trabalham junto com o pai na Clínica Aristófanes, uma das mais avançadas hoje em Fortaleza nessa especialidade médica. Fábio e Aristófanes Júnior, como oftalmologistas e Cristiane como odontóloga, vocação que seguiu desde criança. Já o filho Márcio é seu parceiro em sua empreitada mais recente, no segmento de imóveis.
Confira um pouco de sua trajetória profissional, sua fé e as muitas premiações e cargos de liderança para os quais foi indicado, graças ao seu brilhantismo e dedicação.
Hoje, a clínica Aristófanes Canamary é uma das mais importantes na cidade, com equipamentos de última geração para o diagnóstico em oftalmologia. Como tudo começou? O senhor se formou por qual universidade? Tinha outros médicos oftalmologistas na família?
Começou quando eu era adolescente, nos meus 16 anos, com a idéia de ajudar aos outros, melhorando na qualidade de vida, e observando a gratidão e o reconhecimento das pessoas quando um médico curava suas doenças. Então achei muito legal e decidi lograr este caminho.
No início dos anos 70, passei no vestibular mais concorrido do Estado do Ceara, que era Medicina pela Universidade Federal do Ceara. Nesta época, só existia vestibular para Medicina nas Universidades federais. Em 1975, como acadêmico de Medicina, participei de um congresso importante da especialidade de Oftalmologia em Fortaleza, promovido pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, a convite do meu primo, Emilson Barros de Oliveira. O que me fez ficar mais empolgado com a Oftalmologia.
Quais os serviços oferecidos hoje pela clínica?
Hoje, a clínica oferece os serviços de consultas oftalmológicas, exames diagnósticos especializados, cirurgias oftalmológicas (catarata, refrativa, retina, glaucoma, pterígio, plástica ocular), e um departamento de lentes de contato para todos os tipos lentes. Temos também serviços odontológicos, com clareamento dental, ortodontia, e harmonização facial.
Vocês têm algum projeto social para o apoio de pessoas mais carentes?
Nós temos um projeto do Rotary “Veja o Rotary com Bons Olhos”. No qual, fazemos o atendimento de todas as crianças da Escola Municipal Jader de Figueiredo Correia, com consultas e entrega dos óculos, em parceria com as Ópticas Itamaraty. Com o surgimento do COVID 19, este projeto foi suspenso temporariamente, mas temos a certeza que logo que passar essa fase, retornaremos.
Como você se sente com seus filhos seguindo sua profissão, e trabalhando juntos, na mesma clínica, inclusive com a filha Cristiane que é odontóloga, que era seu sonho desde criança?
Foi uma grande satisfação e orgulho ter meus filhos Fábio Canamary, e Aristófanes Canamary Júnior trabalhando comigo na mesma clínica. Pois, assim, tenho a certeza de que o meu trabalho iniciado há anos vai ter continuidade com profissionais competentes e capacitados, trazendo benefícios para a população. Quanto à Cristiane Canamary, sempre respeitei sua escolha de ser odontóloga desde criança, por que achava que combinava muito com ela. Orgulho-me de sua dedicação e paixão pela profissão escolhida.
Ser médico envolve muitos desafios e renúncias. Qual a parte melhor da profissão?
Primeira coisa que gostaria de salientar foi a minha grande sorte quando tinha 17 anos, de ter conhecido, uma moça muito especial, simpática e alegre, a Vania Studart, com a qual me casei. Ela foi uma grande incentivadora da minha profissão, tendo muita paciência com a minha falta de pontualidade para com ela, devido às responsabilidades assumidas. As melhores partes da profissão são várias: A gratidão e a satisfação demonstradas pelos meus pacientes no próprio consultório e em eventos sociais. A certeza de que passei minha paixão pela Oftalmologia aos meus filhos, Dr. Fábio e Dr. Aristófanes Júnior. A alegria de ter ao meu lado minha filha, Dra. Cristiane, na clínica. Ter minha esposa Vânia na retaguarda da clínica Aristófanes Canamary. Atualmente, adquiri outra profissão junto ao meu filho Márcio Canamary, na área imobiliária. Por poder ter servido à oftalmologia em vários cargos como: presidência da Sociedade Cearense de Oftalmologia, presidência da Visionlaser (Centro de Correção Visual a Laser), presidência da Cooperativa dos Oftalmologistas do Ceará, direção do Centro Cirúrgico da Visão e presidência do Rotary Clube Fortaleza Barra.
Orgulho-me de ter recebido como reconhecimento da sociedade pela minha profissão a Medalha Boticário Ferreira, o título de Comendador da Ordem Alencarina, o prêmio Brasil de Medicina e Prêmio TOP OF MIND Brazil.
Você é bastante atuante no Rotary. Quais foram os principais aprendizados nessa instituição?
O Rotary é uma grande escola e instituição internacional que nos ensina a fazer companheirismo em “Dar de Si Antes de Pensar em Si”. É um clube de grandes amizades. Tive a satisfação de presidir o Rotary Clube Barra junto com a Vania, primeira dama no período de 2015/2016.
Qual seu hobby?
Assistir filmes em casa.
Como você cultiva a espiritualidade? Tem algum santo de devoção?
Desde 1977, logo após o nosso casamento, participamos do segundo Encontro de Casais com Cristo de Fortaleza (ECC), promovido pela Paroquia da Paz. E, desde esta época até hoje, pertencemos a vários grupos religiosos. Ampliamos para o movimento equipes de Nossa Senhora (ENS). Nossa Senhora de Guadalupe é a patrona de nossa equipe, cuja imagem tem como seu principal local de culto a Basílica de Guadalupe, localizada no sopé do monte Tepeyac, ao norte da cidade do México. Inclusive, estivemos com toda equipe numa peregrinação ao local.
Nos indique um filme.
Filmes têm suas épocas. Um grande filme clássico da época foi “OS DEZ MANDAMENTOS”, com Liz Taylor interpretando Cleópatra com um figurino rico em detalhes. Baseado na Biblia, ”A história de Moises, desde seu nascimento até sua velhice”. Liz, era considerada a mulher mais bonita do mundo. Ultimamente, achei um bastante interessante "A Última Nota”. Com Katie Holmes, Patrick Tewart e Giancarlo Esposito, em que apresenta um período da carreira de HENRY COLE um pianista dedicado ao trabalho. Se afastou dos palcos após a morte de sua esposa. E no retorno lhe apareceu uma crise de ansiedade.
Cirurgia plástica como
vocação e sacerdócio
Por Kelly Garcia
Nosso entrevistado desse domingo é o médico cirurgião plástico Carlos Juaçaba. Advindo de uma família tradicional de médicos, ele fez especialização em Cirurgia Geral no hospital de Ipanema, Rio de Janeiro e depois ingressou na renomada especialização em Cirurgia Plástica na clínica de Ivo Pitanguy. Também teve participação em centenas de congressos nacionais e internacionais. Ainda faz parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Com décadas de experiência na cirurgia plástica e um currículo invejável, com certeza você deve ter percebido grandes mudanças no perfil do paciente ao longo dos anos Você poderia citar algumas?
Acredito que mudou muito, pois com a evolução da Medicina e o refinamento dos procedimentos, os resultados ficaram mais eficientes, bem como a segurança da cirurgia. Dessa forma, isso fez com que o paciente ficasse mais seguro e satisfeito com os resultados.
Por que você decidiu pela Medicina? E pela Cirurgia Plástica?
Vocação é realmente algo intrínseco, já nasce com a gente. Sou de uma família tradicional de médicos!
Você fez sua especialização em cirurgia plástica com o mais importante médico dessa especialidade, o dr. Ivo Pitanguy.
Como foi a experiência? Qual o principal aprendizado?
Ter o privilégio de participar da equipe do professor Pitanguy foi uma excepcional experiência, pois seu caráter ímpar de dividir seus conhecimentos foi fundamental para minha vida profissional. Ele, sempre paternal e educador, nos ensinou tudo! Em especial, a humildade e o respeito ao próximo, no sentido de dar o melhor de si para satisfazer o paciente.
Você já chegou a se recusar a fazer algum procedimento por perceber que a pessoa não estava segura de todo o processo do pós-operatório? Como foi essa experiência?
Recusar é fundamental onde o bom senso não permite que se traia a natureza. Fazer compreender, confortar e não realizar um procedimento em que não vislumbre um bom resultado é o aconselhável, muitas vezes é melhor, porque o procedimento se tornaria um desastre. Temos a obrigação de resgatar a auto estima de nossos pacientes para que voltem a sorrir para a vida.
Quais são os procedimentos mais procurados pelas mulheres no seu consultório? E pelos homens? É verdade que a procura aumentou, entre o público masculino?
Dentre as mulheres jovens, os procedimentos mais procurados são relativos ao corpo, como lipoaspiração e próteses mamárias e nas de mais idade, os procedimentos de rejuvenescimento. Nos homens, são cirurgias de pálpebras e pescoço.
Sabemos que você é um apaixonado por fotografia e por fotos de Fortaleza. Nos conte mais sobre esse hobby.
A fotografia me atrai desde a adolescência, porque ela tem o poder de congelar o tempo e as emoções. Uma fotografia fala mais que mil palavras.
Qual o lugar mais lindo que já visitou em suas viagens?
Toda viagem tem seu encanto, não existe a mais bela, mas o que me atrai são cidades que tenham histórias que me sensibilizam.
No que a sua percepção do mundo mudou após a chegada dos netos?
Tenho apenas uma netinha de dois anos, uma verdadeira dádiva! Nela, vislumbro um mundo melhor, mais humanizado e repleto de amor.
Nos indique um filme e uma série.
Golpe do destino - O filme permite uma reflexão sobre o exercício dos profissionais de saúde ter se tornado exaustivo, com longas jornadas de trabalho, e, nesse contexto, é que surgem as falhas na relação médico-pacientes. Muitos não recebem os devidos tratamentos dignos de qualquer ser humano. O filme é uma verdadeira narrativa, onde o médico deve ser, acima de tudo, um instrumento de cura com humildade e resignação. A vida é o tempo são os dois maiores professores. A vida nos ensina a fazer bom uso do tempo, enquanto o tempo nos ensina o valor da vida. A série que indico é a Versailles.
Fisioterapia e cuidado para recuperar
a auto estima dos pacientes
Por Kelly Garcia
Nosso entrevistado dessa semana, Olavo Ximenes Júnior, tem mais de três décadas de atuação na recuperação de lesões em tecidos, mas tudo começou quando ele cuidava de lesões oriundas de pacientes no leito e nos pós-operatório em Cirurgias Plásticas, como reabilitação na área hospitalar, cardiorrespiratório e traumatoortopédica. Com o tempo, também passou a atender a pacientes queimados e se apaixonou por cuidar e transformar em belo o que não estava tão aparente, para enfrentar o convívio social. Sua trajetória profissional teve início na área de reabilitação em geral, hospital, cardiorespiratório e traumaortopédica. Depois, começou a atuar em reparação, traumas faciais e excessos de tratamentos estéticos. Atualmente, também trabalha com traumas faciais e reparadores e se tornou também acupunturista. De certa forma, os caminhos da família lhe encaminharam para os cuidados com a pele, mesmo na fisioterapia. Sua mãe, Sirliane Ramos, apesar de ter sido estilista, hoje coordena grupo na Cosmetologia. O médico cirurgião plástico Erfon Ramos foi outro dos grandes encorajadores para que Olavo Ximenes Júnior seguisse para ministrar palestras em sua área específica. Hoje, Olavo Júnior também atua na área acadêmica, onde está há 15 anos, lecionando na graduação e pós-graduação na área da fisioterapia do Centro Universitário Uninassau, em que coordena o curso de Fisioterapia e ainda participa de congressos.
O que o levou a escolher a sua área de atuação?
Eu despertei para a área ao sofrer um acidente na adolescência. Tive várias fraturas em uma das pernas por conta disso. Depois, na época da Universidade, me encontrei, ao levar alívio para os pacientes com queimaduras e traumas faciais diversos.
Qual foi (ou é) o maior desafio que encontrou ao longo dos anos na sua carreira?
Os desafios encontrados foram verdadeiros estimulantes para vencê-los, com muito compromisso e profissionalismo, pois trabalho nos três turnos, mas sempre atendo com disposição e carinho aos meus pacientes.
Qual é a maior busca dos seus pacientes?
Atualmente, sou bastante procurado para dar uma melhor funcionalidade à face e ao corpo, assim como deixá-los mais jovens e com uma aparência mais harmônica. Muitos tratamentos reparadores também proporcionam um melhor convívio social ao paciente, já que ele se sente mais à vontade, estando com uma aparência mais jovial e com mais autoestima.
Como você lida com as expectativas e medos dos seus pacientes? Qual é a sensação de conseguir chegar a um resultado esperado por eles?
Lido com os medos e expectativas dos pacientes não entregando tratamentos fantasiosos e sim pautados na ética profissional; tenho amor ao que faço, mas também o cuidado de não pensar apenas em vender tratamentos. Minha missão é cuidar do paciente de forma integra e consciente
Quais os procedimentos que estão em alta nesta época do ano?
Após a pandemia, ocorreu muito envelhecimento facial de várias formas. Por isso, hoje todos querem se cuidar e rejuvenescer a face, assim como cuidar das alterações corporais, melhorar o semblante facial (a calma). Enfim, cuidar do corpo, mente e espírito.
Você falou que, infelizmente, muitos procedimentos estéticos tem gerado problemas permanentes nos pacientes. Quais seriam esses problemas? No que a fisioterapia dermatofuncional pode ajudar?
São procedimentos estéticos que não tiveram o resultado esperado. São os famosos “exageros”, que estão oferecendo aos clientes. Sinto-me grato ao estabelecer esta reabilitação dos que estão aflitos com resultados inesperados. Dessa forma, meu mundo de cuidados se ampliou para os cuidados estéticos, como uma maneira de melhorar tudo o que o paciente acredita não estar bem na sua face e corpo, mas de forma não agressiva. Infelizmente, as pessoas estão esquecendo do limite e este precisa ser respeitado para não gerar deformações, principalmente faciais, as quais nem mesmo o mais próximo ao paciente terá coragem de falar. Faço aqui um alerta sobre o uso de toxina botulínica para pessoas jovens sem marcas estáveis, asssim como os preenchimentos labiais, os quais levam a um envelhecimento mais rápido, devido ao vai e volta do volume (hoje, temos com tratar.
Devido à evolução das pesquisas, temos muitos tratamentos reparadores que auxiliam a recuperação desses problemas. Esses resultados inesperados desse tipo de tratamento deixam o paciente muito deprimido. Cuidado ao querer abraçar a harmonização facial, pois muitas vezes isso tem levado a problemas irreparáveis e difíceis de recuperar. Não acredite em milagres; cuidar de sua face e de seu corpo é algo gradativo que não só engloba as máquinas aplicadas e sim sua alimentação e estilo de vida que leva; um bom sono, atividade física e estar em paz com você já te levará a uma beleza que aflora e demonstrará no seu externo.
No que a sua experiência como professor universitário e coordenador do curso de Fisioterapia da UniNassau tem mudado a sua forma de ver o mundo?
Minha experiência como professor e coordenador me ajuda a saber lidar com várias pessoas e emoções diferentes. Hoje, sou um ser humano bem mais compreensivo.
Como você atua no pós-operatório de cirurgias plásticas?
Fui pioneiro no Ceará nos pós-operatório em cirurgias plásticas, estéticas e reparadoras. O cuidado - uma palavra que sempre coloco em primeiro plano e deve ser continua em nossa vida profissional. Após pandemia de 2020, vi nas redes sociais muitos profissionais utilizando faixas, que denominamos de tapping. Observei bastante sobre as postagens e analisava o quanto poderia ser perigoso o seu uso para uma pele com ausência de sensibilidade e trauma pós cirúrgico. Conclusão: muitos casos chegaram a mim com danos bem intensos na pele de muitos pacientes. Porque estou falando sobre essas novidades? Elas surgem de forma súbita, como novidades para atrair pessoas, para fazer algo diferente, mas devemos ter o cuidado na saúde baseado em evidências. Tivemos que recuperar tecidos machucados e irritados. Por isso, reforço que não devemos procurar um profissional apenas pela novidade e sim pelo respeito que tem ao seu paciente / cliente, lhe acompanhando até a sua recuperação total.
Dessa forma, o pós-operatório em cirurgia plástica deve ser cuidado, respeitando os dias iniciais em que a pele está sofrendo um processo inflamatório, para que, em média de 8 a 10 dias, a sua reabilitação possa ser iniciada de forma segura e sempre com cuidado de não utilizar aparelhagem que proporcione calor e manobras bruscas, pois o tecido está descolado por até 21 dias. Devemos promover a uniformidade desse tecido, prevenindo aderências e fibroses. Algumas técnicas são utilizadas de acordo com a avaliação a cada atendimento que for realizado. Falar de reparo tecidual engloba uma avaliação minuciosa, pois cada caso um caso e não devemos seguir protocolos iguais para todos.
Quais os seus hobbies?
Caminhar e correr na areia da praia, assim como tomar um bom banho de mar.
Qual o seu santo de devoção? Como alimenta a espiritualidade?
Minha espiritualidade segue sempre com meu Terço Mariano e a devoção a Nossa Senhora. Sempre trago Jesus em meu coração e em minhas conversas e à noite, reflito sobre as cinco chagas de Jesus Cristo. O dia todo converso com o nosso Pai maior.
Como recarrega as energias, diante de tantas atividades?
Recarregar as energias é ficar em casa desligado de qualquer compromisso. Uma dica: cuide de seu intestino que, consequentemente, isso ajudará na beleza de sua pele. Tente elevar seu espírito por alguma forma de amor que é o Dom Supremo. Bênçãos a todos.
Uma alemã
nordestina na Literatura
Por Kelly Garcia
Nossa entrevistada da semana é a escritora alemã Yvonne Miller. Natural de Berlim, mora no Nordeste do Brasil desde 2017. Tem crônicas e contos publicados em coletâneas e antologias, como Paginário (Aliás, 2019), A Banalidade do Mal (Mirada, 2020), Histórias de uma quarentena (Holodeck, 2021), Crônicas de uma Fortaleza obscena (Territórios, 2021) e Prêmio de Literatura Unifor 2021 – Crônicas, assim como na revista literária Laudelinas, entre outras. É uma das organizadoras e co-autora da coletânea de contos Quando a maré encher (Mirada, 2021). Participa do coletivo de cronistas nordestinas Tear de Histórias e tem colunas na revista da editora Mirada e no blog do Escritor Brasileiro. Escreve também literatura infantil.
Atualmente mora no interior de Pernambuco, junto com sua esposa, enteada, gato e cachorro. Confira uma conversa leve sobre criação literária, crônica e o papel da natureza na criatividade.
Você nasceu em Berlim, Alemanha. Como veio para o Brasil? Por que a escolha pelo Nordeste?
O clássico: vim por amor. Eu tinha passado um ano em Belém do Pará, trabalhando na Casa de Estudos Germânicos da UFPA, e estava fazendo uma viagem pelo Nordeste antes de pegar o avião de volta à Alemanha. Nessa viagem conheci minha esposa. Foi em Fortaleza, mais especificamente no terminal do Papicu, embora ela ache mais romântico dizer que foi em Jericoacoara. Sendo no Papicu ou em Jeri, fato é que tive que voltar pra Alemanha, onde já tinha assinado um contrato de trabalho. Ficamos num relacionamento à distância durante quase dois anos até meu contrato terminar. Aí eu vim embora com mala e cuia para estar com ela.
Além de falar de forma fluente o português, você ainda é escritora na língua. Como você aprimorou isso? Escreve já a primeira versão em português, ou sua criação se dá na língua materna?
Eu escrevo na língua que a inspiração mandar. Tenho vários contos e contos infantis em alemão e espanhol – outra língua com a qual tenho uma relação forte. Mas ultimamente a Dona Inspiração só me aparece em português. Até tentei já traduzir algumas crônicas minhas para o alemão, mas não gostei do resultado, sempre acho esquisito, meio forçado. Como a crônica é o gênero do cotidiano, penso que é muito natural escrever no idioma desse cotidiano que me rodeia e me inspira, ou seja, em português. Inclusive, quanto escritora me considero mais escritora brasileira – ou nordestina – do que alemã: moro aqui, me inspiro aqui, escrevo aqui, publico aqui; é aqui onde tenho meus coletivos e minha audiência, é aqui onde vivo a Literatura.
Mas isso não significa que outras línguas não tenham também certo papel na minha literatura: como linguista, me interesso muito por idiomas em geral e gosto de brincar e experimentar com eles. Por isso, em várias crônicas minhas aparecem frases ou palavras em alemão, espanhol ou guarani, idioma lindíssimo que comecei a estudar no ano passado.
Na Alemanha, já escrevia contos e crônicas? Nos conte um pouco sobre como se iniciou sua trajetória literária.
Escrevo ficção desde que fui alfabetizada. Mas na Alemanha eu escrevia contos e contos infantis. Comecei a escrever crônicas somente em 2014 quando passei um ano em Belém. Escrevi minhas primeiras crônicas sem saber que eram crônicas porque na Alemanha não existe esse gênero da forma como o conhecemos aqui. Então eu escrevia crônicas achando que eram contos esquisitos. Foi lendo cronistas como Veríssimo e Martha Medeiros que comecei a entender mais esse gênero. Em 2019, já morando em Fortaleza, participei de uma excelente oficina de crônicas no SESC com Fabrício Corsaletti. Ele me apresentou Rubem Braga e foi amor à primeira leitura. Depois disso nunca mais parei de escrever crônicas. Também foi nesse ano que tive minhas primeiras publicações no Brasil.
De onde você tira inspiração para os seus escritos?
Quanto à crônica, são quase sempre situações do meu dia a dia: aquele restinho de sujeira que resiste à pá, os aprontamentos do meu gato, as fugas do meu cachorro, as marmotas dos vizinhos... Mas tem alguns temas que se repetem: perrengues interculturais, a natureza, questões psicológicas (como meu medo de dirigir) e as crônicas de protesto com críticas sociais ou políticas.
Quanto ao conto, gosto de ficcionalizar histórias de outras pessoas, que alguém me contou. Foi assim que surgiram os contos “A breve história da galinha Antonela” e “Halloween”, que estão na coletânea Quando a maré encher. Já o enredo do terceiro conto, “Encontro com as águas”, é completamente ficcional, mas criado em cima de um cenário social e político real.
Além de ter participado de várias coletâneas e antologias de contos e crônicas, você também escreve literatura infantil. Em qual gênero se sente mais confortável para criar?
Sem dúvida na crônica. A crônica é minha casa, meu lar literário, o gênero onde posso ser eu e no qual me sinto mais à vontade.
De que forma participar de coletivos de escrita te ajuda nos seus processos criativos?
Faço parte do coletivo de cronistas nordestinas Tear de Histórias desde 2019 e em 2020 fundei, junto com uma amiga-escritora, o grupo Andanças literárias, onde nos encontramos uma vez por semana para discutir os textos dos integrantes. Os dois têm sido divisores de águas para mim: não só para aprimorar minha escrita, mas também para conhecer outras escritoras contemporâneas, tecer uma rede literária, uma rede de afetos e mútuo apoio. Pode parecer uma frase de efeito, mas é muito verdadeira: juntas somos mais fortes e chegamos mais longe. Uma puxa outra, que puxa outra, que puxa outra. Quando uma ganha, todas ganhamos. Isso na literatura e na vida.
Você está finalizando seu primeiro livro de crônicas solo, as Crônicas da Mata, que traz muito do seu cotidiano morando no interior de Pernambuco. Conta um pouco desse novo projeto pra gente.
Sim, já finalizei. São 50 crônicas e microcrônicas sobre minha convivência com a flora e fauna da Mata Atlântica em Pernambuco, onde moro desde 2020. Além de mim, minha esposa e enteada, os protagonistas do livro são tejus, cobras, caranguejeiras, preguiças, saguis, beija-flores, nosso cachorro, o gato e tantos outros bichinhos mais. A maioria são crônicas leves e humorísticas, algumas com um toque poético ou experimental, mas também tem textos com um tom mais reflexivo e crítico. No fim das contas, não se pode escrever sobre a floresta sem escrever também sobre política. E foi isso que eu fiz. O livro é uma declaração de amor à floresta e um apelo por sua preservação.
Como escritora mulher e estrangeira, você já sentiu o preconceito no Brasil de alguma forma?
Pelo contrário. Sinto-me muito bem acolhida por minhas parceiras e parceiros do crime, como diz Marcelino Freire.
Quais as suas principais influências literárias?
Diria que são as escritoras e escritores contemporâneos que leio constantemente e com quem mantenho sempre uma troca sobre a literatura e a vida. Principalmente as cronistas do coletivo Tear de Histórias e os integrantes das Andanças literárias. Para citar alguns nomes: Luciana Braga, Lícia Coelho, Giselle Fiorini Bohn e Zélia Sales. A Vanessa Passos também é uma escritora muito inspiradora.
Quais os seus hobbies?
Além de ler, sempre gostei muito de fazer esporte: escalada, vôlei, pingue pongue... cinema e teatro também. E os “rolês literários”, claro!
Nos indique um filme, uma série e um livro.
Vou “desobedecer” à pergunta e indicar dois filmes e dois livros, mas nenhuma série, tá?
Filmes: Que horas ela volta?, Professor Polvo
Livros: os romances O caminho de casa, da ganense Yaa Gyasi, e Suíte Tóquio, de Giovana Madalosso
Uma trajetória repleta de
benquerença e talento na comunicação
Por Kelly Garcia
Nosso entrevistado da semana é o multitalentoso jornalista, publicitário, escritor e cinéfilo José Augusto Lopes. Aniversariante do próximo dia 12, José Augusto Lopes atuou no Diário Carioca, Bloch Editores, Diários Associados (Jornais Correio do Ceará e Unitário, Ceará Rádio Clube e Tv Ceará), Rádio Iracema de Fortaleza, TV Manchete, Diário do Nordeste, Slogan Propaganda, SG Publicidade e A.S. Propaganda. Ganhador do Prêmio Colunistas (Revista Propaganda - São Paulo), Troféu Iracema de Imprensa e Prêmio Profissionais da Rede Globo de Televisão. Muito querido na sociedade Fortaleza, ele também é nosso colaborador no site, com a coluna Cinema e Arte, mostrando as suas impressões pessoais de personalidades sempre às segundas-feiras. Confira uma conversa leve sobre os bastidores do jornalismo e a escrita.
Você, mesmo sendo filho único de desembargador, escolheu o caminho do jornalismo e das artes. Por que essa escolha? No que isso impactou sua trajetória.
Meu pai queria que eu seguisse a carreira jurídica. Mas foi ele próprio quem me encaminhou aos livros e às artes, com sua imensa biblioteca e uma devotada paixão ao cinema e ao teatro. Também amava a pintura e a música, tanto erudita quanto popular. Mostrou-me, naturalmente, os caminhos do jornalismo. E eu sempre gostei de escrever, desde bem criança.
Parte de sua carreira foi no Rio de Janeiro, onde você inclusive cursou sua faculdade. Nos conte um pouco sobre as delícias da Cidade Maravilhosa nessa época.
O Rio era isso mesmo que se dizia, a Cidade Maravilhosa. Rica como nenhuma outra em belezas naturais, vivia-se em um mar de tranquilidade e segurança, sem falar na atraente e permanente programação de atividades culturais e artísticas. Aprendi muito no Rio.
Ao voltar para o Ceará, você passou a atuar em vários veículos, tendo o cinema como sua paixão constante. De que forma isso se iniciou?
A paixão pelo cinema, como já disse, herdei do meu pai. Ainda hoje, ao relembrar o CinemaScope e o Cinerama, prefiro ver filmes nas telas grandes das salas exibidoras, embora deteste o atual excesso de efeitos especiais.
Você também foi jurado de vários concursos de Miss. Sabemos que muitas coisas são impublicáveis, mas tem algum bastidor que você possa nos contar?
Muitas vezes, as candidatas cearenses aos concursos de beleza eram menores de idade, o que transgredia as regras nacionais do certame. Várias cearenses, entre elas Rufina Justa, Vera Camelo e Ana Maria Kerth só não foram Miss Brasil porque descobriram que elas tinham apenas 16 anos, embora já tivessem até feito foto com a faixa de vencedora. A idade mínima exigida era 18 anos, no mínimo 17 e meio, como foi o caso de Vera Fischer.
Você foi colunista social por décadas. O que esse segmento tem de melhor e de pior para quem atua nele? Você considera que essa área mudou muito nos últimos anos?
No início, que me perdoem alguns pioneiros, o colunismo social era um tanto fútil, desvalorizava as notícias de cunho cultural, tais como lançamentos de livros, exposições de artes plásticas, espetáculos musicais. Nomes como Heloisa Juaçaba, Nadir Saboya, Paurillo Barroso, B. de Paiva e Ignez Fiúza ajudaram muito a mudar esse quadro.
Além de cinéfilo e jornalista, você também é escritor. Tem algum livro novo em processo de conclusão? qual?
Na verdade, tenho três livros totalmente concluídos. Um deles sobre instantâneos esparsos da memória, outro sobre a Sétima Arte, que para mim é o Cinema, e um terceiro sobre boas maneiras nas redes sociais. Prefiro o livro sobre cinema.
O que você faz nas horas vagas?
Nas horas vagas, leio muito tudo que me cai nas mãos, ouço música, vejo filmes.
Tem algum santo de devoção? Como cultivar sua espiritualidade?
Meu santo de devoção é São Francisco, inclusive conheço a cidade Assis. No meu entender, Francisco é o mais humano, digamos assim, de todos os santificados. Cultivo minha espiritualidade por meio de fervorosas orações diárias.
Nos indique um filme, uma série é um livro.
Um filme - Ladrões de Bicicletas, de Vittorio De Sica.
Uma série - a coreana Navillera, da Netflix.
Um livro - Dom Quixote, de Cervantes.
Direito como vocação e
caminho de realização
Por Kelly Garcia
Nosso entrevistado da semana é o advogado Fernando Laprovitera, sócio do escritório Laprovitera Martins Advogados. Nascido em Fortaleza, já atuou em várias áreas do Direito e hoje foca seus esforços no crescimento do escritório. Confira uma conversa sobre a área jurídica e as suas múltiplas possibilidades.
Apesar de jovem, você tem uma ampla experiência no Direito. Desde atividades em repartições públicas, como a Secretaria de Turismo até mesmo a chefia de Gabinete de Desembargador do TJCE e hoje está à frente de seu próprio escritório de advocacia. De que forma essa experiência contribuiu para a sua atuação hoje no Laprovitera Martins Advogados Associados?
Creio que cada uma dessas experiências que pude ter agrega para o meu momento atual, pois me permitem ter uma visão mais ampla da minha atuação na advocacia.
Como é o trabalho do seu escritório de advocacia hoje? Vocês atuam em quais áreas do Direito?
Hoje, o escritório tem em seu foco o atendimento a empresas, buscando solução interdisciplinar entre as áreas do Direito. Temos nossa atuação focada no direito tributário, societário, contratual e áreas correlatas do cotidiano empresarial.
Como é a estrutura e funcionamento da empresa?
Somos três sócios e, atualmente, contamos com uma equipe de 12 pessoas, dividida em áreas, mas sempre com o zelo de manter a integração das expertises.
A seu ver, o que a tecnologia pode trazer de bom para a divulgação dos serviços de profissionais liberais, como advogados?
A meu ver, com os devidos cuidados para um uso responsável e ético, a tecnologia é forte aliada, no sentido de criar elos entre os prestadores e público alvo. É um caminho natural e inevitável.
Quem é o seu maior exemplo como advogado hoje?
Dentro da advocacia, tive o prazer e a sorte de conviver com nomes de muito valor, mas guardo uma admiração especial pelo Dr. Djalma Pinto.
Como percebeu que o Direito seria a sua vocação?
Não demorei muito a tomar minha decisão pela vida jurídica, tendo nela sempre entendido que a advocacia seria o caminho que mais me satisfaria. Creio que o gosto pela leitura e a permanente necessidade de provocar questionamentos contribuiu muito para que a decisão fosse tomada.
Quais os seus projetos para o futuro?
Meu foco hoje está bem relacionado com o constante aprimoramento do escritório.
Quais os seus hobbies?
Tempo com a família. Se for viajando, melhor ainda!
Nos indique um filme, um livro e uma série.
De filme, A Vida Secreta de Walter Mitty merece uma indicação! É bem leve, mas com uma mensagem muito interessante sobre sabermos apreciar as pequenas coisas da vida e vivermos o momento presente; Dos livros que mais me marcaram, gosto de citar A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera; E sobre série, Família Soprano merece a indicação!
Liderança, inovação
e ética no Direito
Por Kelly Garcia
Nosso entrevistado da semana é o advogado Pedro Jorge Medeiros Filho, bacharel em Direito pela UFC, inscrito na OAB/CE sob o n° 47.700, pós-graduando em Direito Tributário no Insper e sócio da Pedro Jorge Medeiros Advogados Associados. O seu caminho profissional sempre foi pautado pela ética e a liderança. Por isso, durante a faculdade, presidiu a EJUDI, Empresa Júnior de Direito da UFC, quintuplicando o faturamento da empresa durante sua gestão. Além disso, foi finalista de três campeonatos nacionais de debates, representando a Sociedade de Debates da UFC. Confira nossa conversa sobre Direito e suas interfaces com outras áreas.
Mesmo sendo ainda bastante jovem, você sempre tem se destacado em atividades de liderança, isso desde a faculdade. Como você tem aprimorado isso?
Acredito que a parte mais valiosa de qualquer organização são as suas pessoas. Por isso, sempre busquei entender como poderia desenvolver mais a capacidade de gerir equipes e desenvolver talentos. Sendo assim, atualmente, continuo estudando bastante sobre o assunto, tentando sempre aplicar as ideias teóricas à realidade prática.
Como as atividades com vendas se complementam com a atividade jurídica?
A capacidade de negociar é inerente ao exercício da advocacia, já que constantemente precisamos convencer clientes, parte litigantes e magistrados. Além disso, por sua própria natureza, o serviço jurídico só é contratado depois que o cliente possui total confiança no profissional. Por isso, as estratégias de vendas e negociação fazem muita diferença no desenvolvimento da carreira do advogado.
A seu ver, o que a tecnologia pode trazer de bom para a divulgação dos serviços de profissionais liberais, como advogados?
Durante muitos anos, o conhecimento ficou muito restrito ao ambiente acadêmico, mas as novas tecnologias permitiram a sua disseminação para a população em geral, o que possibilitou um maior conhecimento dos cidadãos sobre os seus direitos, por exemplo. Esse fato, consequentemente, ajudou muito na divulgação dos serviços dos advogados e dos demais profissionais liberais, o que é muito positivo. Contudo, em alguns casos, a produção de conteúdo digital pode ultrapassar os limites ético-profissionais, causando efeitos negativos à sociedade.
O seu pai também é um grande advogado, com ampla experiência. De certa forma, ao se formar em Direito, você se espelhou nos passos dele? Como percebeu que o Direito seria a sua vocação?
Claro, meu pai sempre foi meu maior exemplo de pessoa e profissional. Por isso, sempre busco aprender o máximo possível com ele. Já em relação ao momento que percebi que o Direito seria minha vocação, posso afirmar que tudo começou aos oito anos de idade quando passei as férias acompanhando meu pai no trabalho. Depois, as minhas competências e gostos pessoais continuaram me direcionando para o Direito. Por fim, durante a faculdade, tive a certeza de que minha vocação era transformar a realidade de pessoas e empresas, por meio do exercício da advocacia
Quais foram os principais aprendizados na Empresa Júnior da Universidade? De que forma você aplica isso hoje, na sua prática profissional?
Na EJUDI, Empresa Júnior de Direito da UFC, instituição que tive o prazer de presidir durante o ano de 2019, aprendi muito sobre como liderar equipes, resolver problemas complexos, atender clientes e negociar contratos. Nesse sentido, os aprendizados desse período nortearam meu desenvolvimento profissional até hoje, já que constantemente utilizo esses conhecimentos no meu dia a dia.
Quais os seus projetos para o futuro?
No ramo profissional, planejo expandir a Pedro Jorge Medeiros Advogados Associados, ajudando cada vez mais clientes, sem perder a qualidade e o atendimento personalizado. Já no ramo pessoal, tenho um desejo muito grande de construir minha família com base no amor e no cuidado, assim como aprendi na casa dos meus pais.
Quais os seus hobbies?
Meu principal hobby é ir para os jogos do Ceará junto com o meu pai. Além disso, gosto muito de encontrar amigos, ler livros e assistir filmes.
Nos indique um filme, um livro e uma série.
Filme: Invencível; Livro: 12 Regras para a Vida (Autor: Jordan Peterson) e Série: The Last Dance (Arremesso Final).
Entre a escrita,
a psicologia e o voluntariado
Por Kelly Garcia
Nascida na Fazenda Facão, em Quixeramobim, Célia Maria Leite é servidora pública federal aposentada. Psicóloga com ênfase em oncologia, é mãe de duas filhas e avó de um neto. Escritora, Pesquisadora, Poeta, Artista Plástica e Ceramista. Coautora de 54 livros. Com 4 livros solo, suas obras foram expostas na 90ª, 91ª e 92ª Feira de Livro de Lisboa no Stand/Brasil, a convite da Rede Sem Fronteiras. Sócia Efetiva da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil/AJEB-CE também é Correspondente do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais/InBrasCI (Rio de Janeiro-Brasil). É também Acadêmica efetiva da Academia Internacional da União Cultural (Taubaté-Sao Paulo-Brasil), titular de cadeira 13-CE, patronesse Maria Tomásia, da Académie des Lettres et Arts Luso-Suisse, patronesse Princesa Isabel e da Academia Luso-Brasileira de Letras (Rio Grande do Sul-Brasil). Membro do Horizontes da Poesia (Portugal) e do Instituto Internacional Cultura em Movimento (Rio de Janeiro-Brasil).
Ainda é autora dos livros:
"Curiosidades da Culinária Nordestina, Mulheres Sertanejas"; "Histórias Contada em Sobre Tela e Gruta Casa de Pedra", "História e Conquista da Casa da Princesa (pesquisa arqueológica) e Casa da Princesa - Lendas e Encantados (ficção e arqueologia)".
Reconhecida nacionalmente, recebeu várias premiações, como o o Prêmio Literário Dra. Vânia Diniz da Academia de Letras do Brasil-DF com o livro Ebook e a Menção Honrosa na categoria Poesia com o título: Três Mulheres, no Concurso da coordenadoria AJEB-SC, em comemoração ao Bicentenário de nascimento de Anita Garibaldi, considerada a heroína de Dois Mundos (Brasil e Itália), Uma Mulher À Frente do Seu Tempo.
Também atua como voluntária, orientando na criação de associações sem fins econômicos localizadas no sertão central do Ceará (Brasil), tais como: Associação da Fonte de Vida localizada na sede do município de Madalena e Associação Luz e Vida, “Casa de Apoio” na sede do município de Quixeramobim com espaço para abrigar pacientes da zona rural em trânsito que necessitam se deslocar para tratamento, em especial, oncológico. É coautora de Projetos Sociais do CCAPBrasil: Pesquisa em Arqueologia, Adote uma Árvore, no Quintal… na Praça, Educar Crianças para não Punir Adultos, Roda de Leitura, Desenvolvimento da Coordenação Motora, aprendendo a contar e rezar na confecção do Terço (momento religioso). Cursos: de Culinária Experimental, de Capacitação, de Artesanatos e da Feira de Artesanatos das Mulheres Sertanejas. Também coautora do Programa do Hora do Esporte (GEEON). Escreve como colaboradora na página Opinião do Jornal “O Estado” (Ceará). Confira uma conversa sobre escrita, inspiração e voluntariado.
Além de escritora de 54 livros em coautoria e de quatro como autora, você também é psicóloga com ênfase em Oncologia. De que forma a escrita e a psicologia tem parceria em sua vida? Quem veio primeiro?
A leitura e o escrever vieram de forma tardia em minha vida, pois comecei a trabalhar muito jovem.
A psicologia levou-me a descobertas além do imaginário. Pesquisas e experiências me estimularam a repassar os conhecimentos através do registrar através da escrita. Como Psicóloga com ênfase em Oncologia foi o desejo de servir aos mais necessitados, que faz parte da minha vida como um sacerdócio.
O que mais te inspira nas suas criações literárias?
O dia a dia, a alegria e a tristeza, a começar por uma pena a rodopiar no ar, são fonte de inspiração.
Qual o escritor que você mais admira?
Como sou membro da AJEB-CE e de várias Academias nacionais e internacionais, gosto da escrita de todos. Não tenho um escritor preferido. Depois que termino de ler um livro, ele fica a passear nos meus pensamentos. Portanto, gosto mais do último livro lido.
Desde 2019, você tem sido reconhecida com muitas homenagens, por todo o Brasil. Você, assim como muitos escritores, também se sentiu mais encorajada a criar e a mostrar suas artes durante a pandemia? Por que?
A professora Conceição Seabra, ao conhecer minhas escritas guardadas na gaveta gostou delas. Apresentou-me na Associocão das Jornalistas e Escritoras do Brasil, (AJEB-CE) onde ela é sócia. Então, em 2019, participei da primeira Coletânea. No ano seguinte, veio a pandemia e fiquei cinco meses em uma fazenda, quando dei início na escrita. Lá no Sertão Central do Ceará é onde está parte das minhas inspirações, tendo como aliada a Mãe Natureza. Devo citar também que, durante a pandemia, fiz, cursos de desenho, de meditação, de história da Arte e de violino on-line. Assisti e participei de várias lives. Entre várias publicações, na época o texto de minha autoria que emocionou-me foi cujo o título: 2020 Pede Perdão, publicado no Jornal O Estado (Ceará), folha de Opinião.
Além das atividades como escritora, você também é voluntária em alguns projetos. Nos fale um pouco sobre essa experiência.
Com a orientação do Oncologista e Mastologista Profº. Luiz Porto, cofundador e presidente do Grupo de Estudo e Educação Oncologista (GERON), atuo como voluntária, orientando nas criações de associações sem fins econômicos localizadas no sertão central do Ceará (Brasil), tais como: Associação da Fonte de Vida localizada na sede do município de Madalena e Associação Luz e Vida, “Casa de Apoio” na sede do município de Quixeramobim com espaço para abrigar pacientes da zona rural em trânsito que necessitam se deslocar para tratamento, em especial, oncológico. Também sou coautora de Projetos Sociais do CCAPBrasil: Pesquisa em Arqueologia, Adote uma Árvore, no Quintal… na Praça, Educar Crianças para não Punir Adultos, Roda de Leitura, Desenvolvimento da Coordenação Motora, aprendendo a contar e rezar na confecção do Terço (momento religioso). Cursos: de Culinária Experimental, de Capacitação, de Artesanatos e da Feira de Artesanatos das Mulheres Sertanejas. Também coautora do Programa do Hora do Esporte (GEEON).
Já passou por algum bloqueio criativo? Como fez para superar?
Até o momento não passei por nenhum tipo de bloqueio criativo, pois a inspiração chega de mansinho e fica passear em toda minha alma.
Qual a influência do sertão na sua trajetória como escritora?
Nasci em uma fazenda. Lá é o meu refúgio e recupero as minhas energias para o meu viver. O meu umbigo fui enterrado na porteira do curral do gado leiteiro.
Quais os seus projetos para o futuro?
Morar perto das minhas filhas e do neto. Continuar a escrever, viajar, estudar, pesquisar e pintar.
Você já é avó? Como isso mudou sua forma de ver o mundo?
Ser avó é uma dádiva divinal, é a certeza que a sua descendência continuará.
Você pratica alguma religião? De que forma isso contribui para sua vida?
Foi batizada no Catolicismo e sou praticante. Todas as religiões são importantes para o caminha da humanidade e nos levar a praticar o bem e desenvolver o amor fraterno.
Quais os seus hobbies?
A leitura, natação e equitação.
Nos indique um filme, um livro e uma série.
O filme que levou à profunda reflexão foi o Império do Sol, do gênero drama, dirigido por Steven Spielberg, baseado no romance do escritor J.G. Ballard. A série que indico é a de Maria Magdalena. Quanto à sugestão de um livro, indico o de minha autoria com o título Casa da Princesa - lendas e encantados. Aproveito e informo que o mesmo será lançado na 92ª Feira do Livro de Lisboa, a convite Presidente Dyandreia Portugal, da Rede sem Fronteiras.
Vale a pena ver de novo
A gastronomia como vocação e paixão pra vida toda
Por Kelly Garcia
Lia Freire é pura energia e criatividade nos pratos e nos negócios. Apesar de ter percebido muito cedo que seguiria pelo caminho da gastronomia, também cursou Economia e tem experiência em gestão operacional. À frente do Barbras Gastronomia, onde divide o comando com a filha Ana Paula e a mãe Bárbara Freire, soube perceber a lacuna que havia nos serviços de Catering, especialmente durante a pandemia e resolveu empreender nessa área. Apaixonada por conhecer as culturas e saberes culinários do mundo, suas muitas viagens servem não apenas para entreter e descansar, mas para aprender mais sobre sua profissão. Conheça mais sobre Lia Freire na entrevista assinada pela jornalista Kelly Garcia.
Como surgiu seu interesse pela gastronomia? Teve alguma relação com sua mãe? Já brincava com isso na infância?
Desde muito pequena já gostava da cozinha. Minha avó materna foi uma fonte de inspiração e me ensinou muitos dos fundamentos que uso até hoje e minha mãe foi a minha bússola.
2. Quando percebeu que essa seria sua profissão? Quais cursos fez para se especializar?
Muito cedo, mas fiz Economia e não demorou muito para me identificar com gestão operacional e, com isso, ficou claro que gastronomia seria o sentido da minha carreira. Para isso, precisei me qualificar aqui no Brasil e no exterior. Em São Paulo, Paris, Barcelona, Madrid, Lisboa e New York. Cursos de fundamentos clássicos da cozinha, elementos essenciais de uma cozinha de qualidade, entre tantos outros. Ao longo de quase 40 anos de vida profissional, pude ter o meu alicerce em várias escolas. Com isso, coleciono comigo conceitos, conselhos, fundamentos e dicas dos mais preciosos chefs. Devo muito a eles, que sempre compartilham o que sabem para ver seguir adiante seus conceitos.
3. Você consegue viajar e não fazer pesquisa de campo? Como alia as duas coisas? Quais as descobertas mais interessantes que já fez nessas viagens?
Impossível viajar e não fazer pesquisa de campo. Não fica difícil aliar as duas coisas, pois a gastronomia encanta, diverte e através dela conhecemos a cultura e costumes locais e isso enriquece a viagem. Sobre as descobertas, cada lugar tem seu encantamento, mas Mendonza me surpreendeu muito, pude conhecer um vinho com um mosto de uvas cultivadas no vale do alto e outra entre pedras, deu um resultado que nunca esquecerei. E um momento especial foi fazer um curso com Joel Robuchon em seu L'Atelier em Paris, uma experiência que norteou a personalidade da minha cozinha.
4. Como e quando surgiu a intenção de focar no Catering com o Barbra's.
Quando decidimos em fazer festas únicas! Aprendi com minha mãe a ver e sentir o desejo de quem quer fazer uma festa e celebrar é valioso, então levamos a festa!!
5. Você gosta de mesa posta nas suas refeições do dia a dia? Como vê a importância da comunhão das refeições no cotidiano?
Sim, a refeição é o momento de compartilharmos o tempo mais precioso com quem gostamos. À mesa, temos a comida, a bebida, mas com uma mesa bem posta temos afeto, carinho e respeito. São ingredientes imprescindíveis a uma refeição.
6. Você professa alguma religião? Tem algum santo de devoção?
Sou católica, mas fundamentalmente sigo Jesus Cristo. Meu santo querido é Padre Pio e sou devota de Nossa Senhora das Graças. Mas, há alguns meses, iniciei o estudo da Kabballah que me faz buscar mais sabedoria para estar mais próxima de Deus.
7. Qual o saber culinário que mais admira na gastronomia mundial? Qual o seu prato preferido?
As mais soberbas criações são bastante simples. O mais fascinante é que o mundo está em busca do essencialmente simples, fresco, leve e sustentável. Sobre o prato preferido, eu não tenho, sempre que crio algo novo, sinto que podemos viver uma experiência diferente.
8. Quais os seus hobbys?
Leitura, colecionar livros de gastronomia, cinema, teatro, cozinhar com amigos e viajar.
9. Qual o lugar mais incrível que já visitou?
Acredito que sempre vemos coisas incríveis, podemos ir várias vezes a um lugar mas sempre iremos nos surpreender. Mas Giverny na França foi um lugar que me marcou, os jardins de Monet, os quadros vivos.
10. Pra você, família é...
A base e referencial de vida. Somos a essência de tudo se estamos unidos e fortes.
11. Que lições valiosas aprendeu na profissão e que aplica a outras áreas da vida?
Minha profissão é fascinante, todos os dias podemos criar algo novo, precisamos de um time afinado e em perfeita harmonia, todos tem papel vital para que tudo dê certo, isso nos dá a certeza que bons resultados só vem do esforço em conjunto, do entusiasmo, compromisso e muita paixão pelo que se faz.
12. Quem é a mulher que mais te inspira?
Mulheres especiais sempre foram presença vital na minha vida. Uma mulher que sempre me norteou foi Margareth Thatcher, que sempre defendeu o liberalismo clássico, pois o equilíbrio e retidão devem equilibrar suas ideologias.
Vale a pena ver de novo
Bolos para surpreender
Por Kelly Garcia
Adriana Pessoa Serra vem se destacando no universo dos bolos artísticos e aprimorando cada vez mais seus talentos, compondo suas delícias para eventos como aniversários, primeira comunhão, batizados e ainda os aniversários infantis, que são uma de suas paixões. A vocação para as artes foi percebida muito cedo, ainda na infância, ao observar a mãe, Marilza Pessoa, nossa grande diva dos bolos artísticos no Ceará e pioneira nesse ramo. Confira com a gente um pouco dos bastidores da criação das delícias da Cake Mania, que em setembro irá comemorar os seus cinco anos de fundação.
Quais são suas lembranças mais antigas e preciosas no ramo dos bolos artísticos?
Sabemos que você tem grande influência da mãe querida, nossa diva dos bolos artísticos, Marilza Pessoa.
Muito cedo, soube que a arte de alguma forma estaria ligada à profissão que um dia viria a escolher. Mas, foi na Bom Bocado, ao lado da mainha, que começou a minha grande paixão pelo mundo dos doces. Poder transformar uma imagem em um bolo, ou um bordado de roupa de bebê em um bordado de bolo sempre me encantaram. É um trabalho que, sem dúvida, exige muito amor, dedicação e criatividade. Entretanto, meu primeiro insight para criar se deu quando tinha uns seis anos, no jardim da casa da minha avó, fazendo um castelo da Cinderela de wafer. Eu sempre estava por perto, ajudando. Mainha fazia o bolo e eu abria os biscoitos, dava pra ela, separava as jujubas. Nas maquetes da escola, também gostava de ousar e usava os mesmos ingredientes dos bolos, como mármore tingido para as pedras, coco ralado para a grama...
Onde você busca inspiração para as suas criações?
As grandes inspirações surgem de imagens que me fazem sonhar. Por isso, a paixão pela pintura, sem nenhum curso. Fui errando e acertando, como em tudo na vida. Digo: cada bolo pintado é como uma folha em branco... Isso é encantador. Minhas inspirações são em imagens que vejo, como um convite, uma roupa de criança, portões antigos e até mesmo em loja de materiais de construção.
Como surgiu a ideia de empreender com a Cake Mania?
A Cake Mania surgiu do amadurecimento de uma decisão. E tem sido uma decisão acertada porque já temos quatro anos de empresa. Hoje, trabalhamos com bolos infantis, de casamento, Primeira Eucaristia, Batizados, mêsversario, além de docinhos, bem-casados, cupcakes e brownies.
Qual a principal delícia de criar bolos, muitas vezes, a grande vedete de festas que são verdadeiros sonhos?
Acho que desejo ver o brilho nos olhos dos pais, levar um pouco do encantamento que é o nosso lado infantil. Quanto à felicidade da criança, nem se fala. Os bolos são registrados pelas fotos e a cada ano, é mágico ver cada idade, cada transformação.
Como você se aperfeiçoa na sua área?
Vendo tendências. Porém tenho a certeza que é no dia a dia que aprendo mais, com a grande certeza de que ainda tenho muito o que aprender todos os dias. Isso é desafiador.
Vale a pena ver de novo
Dedicação às artes nacionais
Por Kelly Garcia
Trazemos nesse período de férias mais uma entrevista que repercutiu bastante durante o ano, com o editor e empresário no setor cultural Max Perlingeiro. Nascido no Rio de Janeiro, em 1950, é graduado em Engenharia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1973). Organizou diversas exposições de arte no Rio de Janeiro, em São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Brasília, Londres, Lisboa, Buenos Aires e Paris. Em 1980, criou a primeira editora especializada em livros sobre arte brasileira no país – Edições Pinakotheke, cujas publicações têm conquistado premiações nacionais entre eles o Prêmio Jabuti por três edições. Também dirige a Pinakotheke Cultural no Rio de Janeiro, a Pinakotheke São Paulo e a Galeria Multiarte, em Fortaleza. Desde 2019 é professor do curso de Pós-Graduação da Escola de Artes Visuais do Parque Lage no Rio de Janeiro e atua desde 1983 como administrador das mais relevantes coleções de arte no Brasil. Conheça um pouco de sua história em nossa entrevista deste domingo
Você é extremamente conhecido por suas galerias, no Rio, Fortaleza e São Paulo. Como o universo das artes chegou até você?
A arte chegou ainda na minha juventude. Em 1979, após trabalhar como funcionário de uma das maiores galerias de arte moderna do Brasil, nasceu a Pinakotheke no Rio de Janeiro, em seguida, Fortaleza e finalmente São Paulo.
Você já trabalhou em outras áreas? Quais?
Sou engenheiro de formação, mas nunca trabalhei com isso. Dei aula na minha juventude na preparação de jovens para fazer vestibular. Hoje, dou aula no Parque Lage, no Rio de Janeiro.
Como você escolhe suas coleções?
Nossa coleção tem um componente de afeto muito grande. Temos os nossos heróis e com eles, fomos construindo uma coleção da qual gostamos muito.
Quais as principais peculiaridades do mercado de obras de arte? Como é a sua atuação?
O mercado de arte no Brasil é muito jovem, se comparado com os mercados em outros países. E hoje, os artistas brasileiros finalmente têm um projeção global bastante significativa.
Como você avalia a importância da Galeria Multiarte para Fortaleza?
Foi criada em 1987 e foram 34 anos ininterruptos de atividades, sempre fiel aos seus propósitos. Ao longo do tempo, foram apresentadas quase 100 exposições, sempre acompanhadas de um catálogo ilustrado. Artistas icônicos vieram a Fortaleza pelas mãos da Multiarte, e, nos últimos anos, através da visão extraordinária da Bia, a Multiarte virou um polo irradiador de cultura e discussões na cidade através dos Grupos de Estudo Multiarte. Simultaneamente, a Bia criou o Espaço Familia, com atividades infantis dentro das exposições. Uma ação emocionante! Na oportunidade, cabe ressaltar as parcerias com instituições no Estado do Ceará, entre outras, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, o Centro Cultural Unifor, Museu de Arte da UFC, Prefeitura Municipal de Fortaleza e Prefeitura Municipal de Sobral.
O público de Fortaleza sabe valorizar a arte? Por quê?
O Ceará tem hoje um importante núcleo de colecionadores e amantes da arte. Tenho convicção de que a Multiarte teve um papel importante para despertar o interesse deste público com as suas atividades.
Vale a pena ver de novo
Aniversariante da semana, merece todas as homenagens
Por Kelly Garcia
Em honra de uma das damas mais elegantes e queridas da nossa sociedade, trazemos uma das entrevistas que mais repercutiu no nosso site com Graça Dias Branco da Escóssia, que sempre soube unir com maestria as funções de empresária, advogada, mãe de Gisela e Gabriela, esposa de Jório da Escóssia Júnior, filha de Consuelo e avó de Giúlia e Giovanna. Conhecida por sua generosidade e gentileza, teve em seu pai, o saudoso Ivens Dias Branco um grande exemplo de vida. Confira!
Seu pai sempre foi um exemplo de homem, muito dedicado ao trabalho e firme em suas convicções. Qual a sua memória mais forte do seu Ivens Dias Branco? E da sua mãe, qual lembrança você guarda com mais carinho da sua infância?
Posso dizer que o meu pai realmente trabalhou a vida inteira, e tinha o trabalho como um hobby, como costumava dizer. As minhas memórias mais fortes dele estão relacionadas à sua maneira de agir. Ele era um homem determinado e obstinado. Ele não apenas sonhava. Os seus sonhos sempre eram seguidos de um planejamento estratégico bem definido, concluídos, na grande maioria das vezes, com sucesso. Um verdadeiro exemplo para as atuais e futuras gerações. Já a minha mãe, sempre foi uma fortaleza para toda a família. O amor incondicional que ela sempre teve pelo meu pai, a dedicação, cuidado e zelo com a educação dos filhos, enfim, deixava o meu pai tranquilo para empreender as suas conquistas, com a certeza de que em casa tudo estava bem. Até hoje, ela é referência para todos nós e cada filho reconhece o grande legado dela.
Vocês guardam ainda alguma referência da família portuguesa do seu avô, seja em louças, em alguma peça de mobília, de cama ou receitas?
Eu sou tradicional e clássica e o meu pensamento é que não existe vida sem história. Eu possuo prataria, louças, toalhas bordadas, enfim, alguns artefatos que me encantam, primeiramente, pelo valor afetivo, mas, também, pela beleza e riqueza de detalhes. Eu realmente sou encantada por tudo que remete à cultura e às tradições portuguesas.
Você é muito conhecida por sua solidariedade sensibilidade com as causas sociais. Como você escolhe as instituições e pessoas que ajuda?
Fico surpresa com essa afirmação, de ser conhecida por minha solidariedade, até porque não costumo divulgar as minhas ações. Eu realmente acredito que a solidariedade é um grande bem para quem recebe, mas é igualmente benéfico para o doador. Eu não sou de falar, sou de fazer. Gosto de analisar situações as quais posso apoiar, agindo sempre de forma muito discreta, pois, quando faço, não costumo divulgar. É fato que tenho uma grande sensibilidade para identificar situações em que a pessoa sequer chegou a falar comigo e, ao receber o apoio, fica impressionada. Acredito que é um dom que Deus me deu, um verdadeiro privilégio. Posso afirmar, inclusive, que essa é uma herança que herdei do meu pai, que sempre ajudou muitas pessoas sem que ninguém soubesse.
Qual o significado de família, ao seu ver?
O início da minha história e maior riqueza. São as raízes que nos tornam fortes e inabaláveis, que nos mantêm de pé mesmo diante das mais terríveis tempestades. É o que dá sentido à vida. A sua família é um presente de Deus para você, assim como você é para eles. É a tradução de um sentimento único e verdadeiro.
Além de empresária, você também é formada em Direito. Você chegou a exercer a profissão? Porque a escolha? Isso influiu em algo no atual caminho profissional?
Na verdade, a escolha do curso de Direito na minha vida se deu por uma adequação em um dado momento. Eu casei muito jovem e fui morar na Alemanha. Após mais de um ano, quando retornei ao Brasil, já grávida de minha primeira filha, Gisela, mesmo tendo passado essa temporada que estava lá sem estudar, achei que seria interessante prestar vestibular na Federal para Direito, sendo aprovada na primeira tentativa. Acredito que pelo senso de justiça que sempre tive e também por acreditar que é um curso que complementa muitas profissões e que certamente iria somar muito em minha vida profissional. Inicialmente, a minha opção foi pela Medicina e por muito pouco não segui nessa profissão, mas acredito que, mesmo ainda jovem, tomei a decisão mais acertada.
A conclusão do curso coincidiu com a inauguração do Hotel Praia Centro, que me foi confiada a administração pelo meu pai, e acredito que foi uma decisão bem pensada, pois sou uma pessoa muito hospitaleira, que preza por bons serviços e os conhecimentos na área de direito me deram uma sensibilidade nas tomadas de decisões de forma mais justa e correta.
Qual o lugar mais lindo que já visitou? E pra onde sempre volta para recarregar as energias?
Como país, a Itália. Penso ser impossível encontrar tanta beleza e arte em um único país que não seja lá. Como cidade, quem me conhece sabe que é uma resposta fácil, a cidade luz, Paris. Quando vou à Europa, sempre volto por lá, é um lugar onde me sinto feliz. Paris é amor, festa e alegria.
Quais os seus hobbys?
Meu hobby é viajar, conhecer lugares novos, novas culturas. É enriquecedor para mim. É algo que eu realmente gosto de fazer.
Nos conte um sonho não realizado.
Meu grande sonho era ter uma família estruturada e feliz. Felizmente, isso já é uma realidade, ao lado do meu marido, Jório da Escóssia Júnior. Um outro sonho, que está sendo construído, é a perpetuação da grande obra do meu pai, a qual estamos dando continuidade. Sou realmente feliz, pois persigo e realizo tudo aquilo que intento.
Entusiasmo pela
vida e pela escrita
Por Kelly Garcia
Nossa entrevistada dessa semana é a jornalista e escritora cearense Juliana Marques. Apaixonada por literatura, em 2018 fundou o perfil @cronicas_do_cotidiano no Instagram, em que relata suas percepções da vida. É graduada em jornalismo pela Faculdade Cearense, com especialização em Assessoria de Comunicação, por meio de uma bolsa integral, alcançada como mérito acadêmico. Atuou durante cinco anos na produção, reportagem e locução da rádio BandNews FM Fortaleza e durante dois anos na Mandalla Comunicação & Design, desempenhando o relacionamento com a imprensa. Atualmente, integra o grupo de comunicação como assessora de imprensa da Escola de Saúde Pública do Ceará. Confira uma conversa leve sobre inspiração e realizar sonhos.
Você escreve crônicas desde quando? O que te motivou a criar?
Comecei a postar meus textos em 2018, no Instagram, mas, muito antes disso, eu já escrevia meio que inconsciente, mesmo sem classificar os meus textos por gêneros. No ensino médio, por exemplo, escrevi uma história, que hoje sei que foi um conto, e mostrei a algumas amigas. Elas começaram a me dar um bom feedback sobre o material. Diziam que ficaram envolvidas e que não conseguiram parar de ler. Nem sei mais por onde anda esse conto, que escrevi de caneta nas folhas do meu caderno de adolescente que, à época, se preparava para o vestibular. Mas, esse retorno, foi um incentivo pra eu querer investir mais. Foi também no ensino médio, por meio do estímulo de uma professora de Literatura, que o amor pelo universo dos livros nasceu.
Muitas pessoas dizem que o fazer jornalístico trava um pouco a inspiração para escrever textos autorais, sejam eles poéticos ou em prosa. Você concorda com isso?
São realmente técnicas de escrita totalmente diferentes, mas não acredito que um interfira no outro. Sempre que tenho brechas ao longo dia e aos fins de semana, tento relaxar e exercitar minha escrita literária.
Seu primeiro livro - Entrelinhas - foi feito através de financiamento coletivo. Como foi esse processo? Qual o principal aprendizado?
Foi uma loucura incrivelmente diferente para mim! Tive muito medo de iniciar, de ninguém comprar, de não alcançar a meta…Todos esses receios que sentimos quando adentramos em um lugar novo, sabe? Mas, conforme as coisas foram acontecendo e as pessoas se engajando na causa, isso foi me dando fôlego para continuar. Superamos a meta e realizei o sonho de publicar meu primeiro livro. É muito prazeroso saber que estão gostando do que você escreve e que a sua escrita de alguma forma fez o bem a alguém.
Hoje, você, além de escrever textos para as redes sociais, também integra o podcast Pitangas de Mãe, ao lado das escritoras Cibele Laurentino e Ary Amorim. Como é falar sobre maternidade nos dias de hoje? Há muita troca? Ou ainda tem muito julgamento?
Ainda tem muito julgamento. Inclusive, há muito o que se avançar nessa questão da pressão materna, mas estamos aqui para fazer esse diálogo. O projeto do podcast, que foi idealizado pela Ary (Ary Amorim), tem esse propósito, de falarmos sobre o universo da maternidade sem medo do julgamento das pessoas. Afinal, estamos nesse mesmo barco tão intenso e revolto que é criar um ser humano do zero. Uma responsabilidade incrível e desafiadora, que amo demais. Apesar dos desafios, pela falta de tempo, está sendo maravilhoso.
A pandemia, de alguma forma, te inspirou mais a criar?
Passei os dois primeiros anos da pandemia trabalhando home office. Foi uma fase importante de ter vivido, acredito. Estava voltando de uma licença maternidade, depois de muito querer um filho. Então, eu não me permitia estar ausente nos primeiros anos de vida dele. Queria ajudá-lo na introdução alimentar, ver ele falar as primeiras palavras, dar os primeiros passos… Enfim, estar presente. Sei que essa não é a realidade da maioria das mães, infelizmente. Mas, consegui, com uma rede de apoio, é claro. Hoje, considero que foi uma fase em que os meus projetos finalmente saíram do papel, no meu caso, foram para o papel (risos), já que consegui finalizar o meu livro e publicá-lo, mesmo no isolamento e acompanhando o desenvolvimento do meu bebê de perto.
Você está com algum projeto literário novo em vista? Pode nos adiantar algo?
Sim, estou com algumas ideias. O meu segundo livro já está quase todo escrito. Ele é um autobiográfico sobre a minha maternidade, desde as tentativas até à chegada do meu filho. Apesar de ser bem segmentado, esse livro fala, essencialmente, sobre não desistir dos seus sonhos. Então, quero que todos se sintam inspirados com a leitura, sabe? Não necessariamente só as mães. Devo publicá-lo até o fim deste ano de 2022. Também tenho um outro projeto de escrever um romance e até já tenho algumas ideias, mas ainda é um processo que preciso amadurecer.
Quais os seus hobbies?
Gosto muito de ler, óbvio, mas também de assistir séries, ouvir música, ir ao cinema, observar as pessoas, a vida. Tudo isso também é fonte de inspiração.
Diante de tantas tarefas, como cuida do seu bem estar?
Eu tento sempre fazer algo de bom por mim durante o dia. Isso engloba qualquer coisa mesmo, desde tomar um banho mais demorado a ter que sair sozinha para relaxar. Nem sempre consigo, mas não posso deixar de tentar. No mês passado, por exemplo, consegui ir a uma roda de conversa com Mia Couto, Jefferson Tenório e Socorro Acioli. Escritores dos quais sou fã. Foi maravilhoso.
Nos indique um filme, uma série e um livro.
Assisti “Orgulho e Preconceito” esses dias e pensei: como ainda não tinha assistido esse clássico? Já comprei o box com o livro para ler também. A Jane Austen, autora dessa obra, é incrível. Então, deixo os dois (filme e livro) como indicação. De série, sugiro a Modern Love, que é muito inspiradora também.
Coragem e ousadia no
empreendedorismo e na escrita
Por Kelly Garcia
Nossa entrevistada da semana é a empresária e escritora Claudia Carvalho. Sempre muito autêntica e alto astral, acredita que herdou o espírito empreendedor, a alegria de viver e a positividade do pai, Paulo Carvalho e de dona Maruzia Carvalho, sua mãe, herdou a originalidade, a irreverência e o gosto pela leitura, as artes e a harmonia de tudo que é belo. Hoje, dirige dois hotéis em Icaraizinho de Amontada, o Saint Germain Kite (e Wind) Residence, juntamente com os sócios: o filho Mario Biasioli e a nora Monique Pinto. Cria e produz coleções para sua boutique de roupas e decoração Mama Chita e começou a escrever seu novo romance: "Catar Conchinhas no Paraíso" (título provisório).
Ainda sobra tempo para amar, rezar para seu mestre Saint Germain, cuidar da saúde, da beleza e de seu filho, Fernando, que está no espectro do Autismo. É mãe também do muito amado Ian, o filho do meio.
Com formação superior em Recursos Humanos, o que a define melhor é o empírico, a curiosidade, o desafio, o ser livre de convenções e amarras, a criatividade transbordante.
Começou a escrever seu primeiro romance por impulso, o Mulher Brasileira Procura, e considera sua escrita mediúnica recebendo inspiração de sua irmã Fernanda que morreu adolescente num acidente de carro.
Mudou-se de Fortaleza para Icaraizinho de Amontada em 2017 para fugir do tédio e terminar de escrever seu último romance, "O Poder das Lagartixas", que está em negociação para uma possível adaptação para o cinema. Como escritora, tem vários prêmios em contos: Prêmio Luso-brasileiro, "Melhores contistas de 2013", Editora Mágico de Oz. Trofeu "Prêmio Destaque Artístico Cultural da, Sociedade Europeia de Belas Artes", Viena - Áustria, 2013.
Condecorada com as Altas Insígnias da Academia Du Mérito ET Devouement 2012, por trabalhos publicados na França e serviço prestado à cultura. Vencedora de menção honrosa em Milão, Itália, Categoria OURO, no primeiro Concurso Literário Internacional Vozes & Voci, 2012. Claudia ainda fala 4 idiomas fluentemente (Inglês, Francês Italiano, Português) e encontrou em Icaraizinho seu Petit Paradise, diminuindo assim sua ânsia por viajar. Sua viagem hoje é mais interna, através de estudos sobre a espiritualidade, a meditaçao e o fortalecimento da fé como suporte (mais do que nescessário) para vida no mundo caótico.
Após dois casamentos, encontra-se solteira e acha o desafio de ser uma mulher livre nos dias de hoje mais interessante do que o casamento. Até que apareça um amor derradeiro e a faça mudar de ideia. Veja mais no nosso perfil semanal.
Você é conhecida pelo seu dinamismo, alegria e irreverência. Como você se define? Se considera uma pessoa autêntica?
A autenticidade já me trouxe vários problemas. A irreverencia também. Talvez porque eu peque pelo exagero. Hoje busco o autocontrole para não me meter aonde não sou chamada. É difícil! Risos
Escritora premiada, com uma obra em negociação para ser adaptada para o cinema, você chegou a ter vergonha de publicar seus escritos?
Nunca tive vergonha porque nunca pensei em escrever. A escritora da família era minha irmã Fernanda, que morreu ainda adolescente. Comecei a escrever já tarde, por impulso, por isso acredito em escrita "mediúnica". Quando leio o que escrevo, não acredito que seja eu.
Em qual gênero literário você se sente mais confortável? Romance, crônica ou conto?
Gosto de escrever contos porque não tem a pressa da poesia, e tem a síntese que não existe no romance. Recebi alguns prêmio literários em contos, mas sou conhecia pelos dois romances, Mulher Brasileira Procura e O Poder das Lagartixas.
Tem algum ritual de inspiração para escrever? O que mais a realiza na literatura?
Não escrevo quando desejo, infelizmente, mas apenas quando chega uma inspiração, uma ideia, uma boa história. Daí esqueço até de comer e beber água.
Senti-me realizada como romancista quando, ao escrever meu último romance, O Poder das Lagartixas, meus personagens começaram a agir e falar de forma independente. A personagem principal resolveu alterar o final da história e tive um embate com ela, do qual ela acabou vencendora. É uma sensação indescritível! Nada esquizofrênico. É o pleno exercício da arte. E o artista deve ter mesmo um pouco de loucura.
Está escrevendo algo novo? Pode adiantar alguma coisa pra gente?
Comecei o "Catar Conchinhas no Paraíso" (título provisório), um romance sobre a experiência de deixar a cidade grande e morar numa pequena vila turística como Icaraizinho de Amontada. É o contraste entre viver no Paraíso e a vida real. Uma torre de Babel com gente de todos os lugares do mundo, em meio a esta transição planetária que vivemos de grandes proporções. Considero um previlégio viver nesta época. Apesar de tudo!
Você está empreendendo em Icaraizinho de Amontada, com os hotéis Saint Germain Kite e Wind Residence, em sociedade com seu filho e sua nora. Quais os principais desafios de empreender em um lugar assim?
Nunca pensei em empreender em Icaraizinho. Saí de Fortaleza para fugir do tédio. Quando a vida está muito repetitiva, não se evolui. Buscava novas experiências humanas, existenciais, espirituais, ter novas histórias para contar. Empreender na área hoteleira, e agora na moda, veio como consequência e tem sido muito positivo. Sabe-se que o Universo presenteia os corajosos.
Qual o diferencial dos hotéis que você administra?
Um grande presente é empreender com meu filho primeiro, Mario Biasioli, um empresário jovem e dinâmico. Juntamente com minha nora, Monique Pinto, oferecemos uma proposta inovadora no ramo hoteleiro como auto atendimento, auto check-in e check-out, unindo conforto, beleza, modernidade e custo benefício maravilhoso, vem daí o nosso sucesso!
Tem alguma novidade para essa alta estação?
Temos a abertura oficial do Saint Germain Wind Lounge, complexo com lojinhas, bar, restaurante e pousada, sempre com eventos interessantes favorecendo a hospedagem em todos os níveis. Para o próximo ano, teremos o lançamento do Saint Germain Praia Baleia.
E a vida amorosa, como vai?
Meu pai dizia: Casamento é bom e ruim, minha filha, o mais importante é você ter sua independência financeira. Meus pais eram pessoas muito à frente de seu tempo. Nunca me induziram a fazer nada e sempre fiz apenas o que quis na vida. Os bons resultados são meus filhos amados, Mario, Ian e Fernandinho. De resto, prefiro namorar e ser livre. Pode ser que um dia eu mude de ideia, mas tem que valer muito a pena. Aviso para vocês!
Como alimenta a espiritualidade?
A escolha do nome Saint Germain não é aleatorio. Ele é meu mestre, meu guia espiritual, uma hierarquia sagrada de alto poder e me conecto com ele todos os dias.
E o bem-estar e saúde do corpo?
Pratico exercícios físicos e alimentação saudável desde sempre. Tenho em mente a positividade, o rejuvenecimento, não foco no envelhecimento.
Sabemos que você ama viajar. Qual foi o lugar mais incrível que já visitou?
Já viajei muito e não voltaria a nenhum desses lugares, a não ser por um bom propósito - que não seja apenas turístico! A pandemia deve ter me aquietado. Hoje minha viagem mais incrível é a interna.
Como é morar em Icaraizinho? Além dos hotéis, você criou uma marca de roupas e decoração, a Mama Chita. Como se inspira para as coleções?
Busco dias tranquilos em Icaraizinho. Tenho uma tarefa importante, talvez a maior delas, a convivencia com meu filho Fernando, portador do espectro do Autismo. Todos os dias somos os primeiros a chegar na praia, de manhã cedo, e juntos temos a tarefa de limpá-la. Em seguida, sou envolvida com cores e flores na criação da Mama Chita (uma chitaria), marca que desenvolvi para alegrar a vida das pessoas, das costureiras locais, das artesãs e a minha também.
Como é sua relação com a família? O que acredita ter herdado de seus pais?
Reverencio meu pai todos os dias, o Sr. Paulo Carvalho (falecido), homem extraordinário com seu espírito empreendedor, inteligência e alegria de viver. Reverencio também minha mãe, a Sra. Maruzia Carvalho, com sua originalidade, seu olhar exigente voltado para harmonia das formas, das cores e do equilibrio de tudo o que é belo. Espero ter herdado estas qualidades!
Dinamismo para se reinventar
no setor de eventos
Por Kelly Garcia
A empresária Stella Pavan é a nossa entrevistada da semana. Diretora Administrativa da A&M Promoções e Eventos, empresa com selo de qualidade ouro Sebrae e selo de qualidade em Abeoc Brasil, é empreendedora na área de eventos, feiras e congressos. Muito experiente, ela conta com 25 anos de atuação, coordenando e montando mais de 600 eventos de caráter regional, nacional, internacional. Promotora de feiras (online, híbridas e presenciais) no Norte e Nordeste do País, também é diretora da Associação Brasileira de Empresas de Eventos do Estado do Ceará – ABEOC, presidente do Sindicato das Empresas Organizadoras de Eventos e Afins do Estado do Ceará – SINDIEVENTOS. Confira mais sobre a sua inspiradora trajetória no nosso perfil.
Como você decidiu pela área de eventos?
Evento é identificação, evento é vocação, evento vem da palavra eventualidade, e trabalhar com evento é estar preparado para o inesperado. E isso é desafiador e acredito que isso tenha despertado em mim essa grande paixão para trabalhar nesse segmento. E já se foram quase 30 anos.
Do que mais gosta em organizar um grande evento?
Ver nascer um evento desde a concepção, o planejamento até a realização. A sensação é maravilhosa, eu amo minha profissão.
Qual evento considera que tenha sido mais desafiador para organizar? Como fez para transpor esses obstáculos?
O mais desafiador foi fazer os eventos híbridos, o desafio do novo, de fazer acontecer, presencialmente e, ao mesmo tempo, de maneira virtual. O novo assusta mais quando nos deparamos com o resultado final, é engrandecedor.
Estamos vivendo um novo momento, depois da pandemia, especialmente no setor de eventos. O que mudou com a pandemia? Quais foram os principais aprendizados?
O que mudou com a pandemia foi o perfil dos nossos clientes, o nível de exigência nos nossos eventos tem sido bem maior no pós pandemia, a mão de obra qualificada tem sido um grande desafio para os empresários. Com a pandemia, muitos funcionários mudaram de segmento para garantir seus sustentos e isso causou uma escassez de mão de obra qualificada. Com isso, surge um grande desafio para o nosso setor que é a qualificação profissional. O setor necessita de mão de obra qualificada para atender a grande demanda de eventos nesse momento pós pandemia.
Ao assumir a presidência do Sindieventos, quais são os seus planos? O que deve ser implantado nesse primeiro ano de gestão?
Ao assumir a presidência do Sindieventos, encontramos um grande desafio, que é um mercado marcado por uma paralisação mundial. A pandemia mexeu com os mais variados setores da economia e o setor de eventos foi um dos mais atingidos. Então, o nosso desafio à frente do Sindieventos é lutar por políticas públicas que olhem para o setor, investir em qualificação profissional, lutar para que o setor de eventos reaja bravamente a esse momento de retomada e pensar sempre no coletivo. Minha gestão será participativa e com certeza, com o grande time de empresários/diretores faremos uma gestão que marcará um NOVO CICLO NO SINDIEVENTOS CEARÁ.
Quais eventos internacionais e nacionais geriu? Quais foram os principais aprendizados?
Eu já organizei e montei grandes eventos, mas hoje o foco da minha empresa, a A&M Montagens e Eventos, é montar estruturas, estandes para eventos coorporativos e a promoção dos meus próprios eventos. É inovar sempre, pois trabalhar com evento é um desafio constante e nunca desistir de nossos objetivos.
Quais são os hobbies?
Cozinhar e viajar.
Nos indique um filme e uma série.
Filme: Nasce uma estrela
Série: Anne With an "E".
Escrita como herança
e empoderamento
Por Kelly Garcia
Cibele Laurentino nasceu em Campina Grande, Paraíba, mas reside em Conde, no mesmo estado, onde vive com sua família, na Praia de Tabatinga. Filha do saudoso Zé Laurentino, poeta e escritor, cresceu no berço da cultura e viu seu gosto pela leitura e escrita começar na infância, no convívio com poetas populares, cordelistas, cantadores de viola e emboladores de coco. Formada em Gestão em Turismo, atua na área e se dedica à literatura, como escritora e estudante de Letras na Uninter. Ainda é curadora do prêmio Book Brasil 2021 e é a idealizadora do projeto Conversando com escritoras, por meio do qual divulga escritoras brasileiras contemporâneas nas mídias sociais. É autora dos livros Cactus, Nobelina e Todas em Mim é o seu livro mais recente, com 26 contos sobre o universo feminino. Saiba mais sobre essa talentosa escritora na nossa entrevista.
Como você começou a escrever? Era daquelas que escrevia e não tinha coragem de revelar para o mundo? Como isso mudou?
Sim. Sempre escrevi muito, desde criança. Guardei muitos escritos e, com vergonha de mostrar, engavetei por medo. Por comparar minha escrita à poesia do meu pai - Zé Laurentino, poeta popular, cordelista, de versos extremamente rimados e metrificados, enquanto minha poesia sempre fluiu em versos livres. Em 2019, vivia um luto sofrido pela perda dele e decidi criar o canal no Instagram, com intuito de continuar divulgando sua poesia, daí fui mostrando de forma muito intimista a minha também. No passar das publicações, os posts começaram a ser curtidos, compartilhados, elogiados, eu fui me sentindo segura, até selecionar meus textos e publicar meu primeiro livro de poesias pela Amazon - Cactus.
Você é nascida em Campina Grande, Paraíba e hoje mora em Conde, no mesmo Estado. De que forma essa nordestinidade se reflete no seu fazer literário?
O regionalismo, o folclore, os dialetos, a cultura. Sempre presentes.
Seu pai também era poeta e escritor. De que forma ele te influenciou como escritora?
Ele que me apresentou a poesia, que me proporcionou o prazer e alegria de ver poesia na vida, nas pessoas, na natureza. Ele que me proporcionou o convívio com a arte, com poetas populares, cantadores de viola, emboladores de coco, me mostrando a grandeza de cada trabalho. Ele que me apresentou os teatros, as rádios, ele que me apresentou a leitura, a educação. Me ensinou a respeitar a poesia, reverenciar os poetas. Toda essa vivência, admiração atravessa minha inspiração à escrita.
Além de escritora, você também é gestora de Turismo e está fazendo Letras. Como isso se reflete em seus livros?
Escrever requer conhecimento, estudo, leituras, sensibilidade e observações continuas. Sobretudo minha pretensão é escrever melhor cada vez mais. E todo conhecimento adquirido ele vai somar de fato, na minha voz literária.
Quais suas influências literárias, entre os grandes mestres?
Joaquim Manoel de Macedo, Clarice Lispector, Adélia Prado, Ariano Suassuna, Zé Laurentino e outros tantos.
Você foi curadora do Prêmio Book Brasil 2021 e idealizadora do projeto Conversando com Escritoras. O que aprendeu com essas ações? Como tem sido essa troca de experiências?
Duas experiências maravilhosas, de conhecer novos autores, formas de escrever, a pluralidade que permeia o universo cognitivo de cada escritor, é fabuloso. É sobretudo a certeza de que não estou só. Quando fui convidada pelo idealizador do prêmio Book Brasil, o Marco de Sá, para compor a curadoria, fiquei muito lisonjeada, principalmente quando conheci sobre a idealização do prêmio, sobre o que era o projeto social e educacional, sobre o tocante ao idealizador, fiquei apaixonada. Conheci muitas obras maravilhosas que nos orgulham demais.
Psicologia para
reconhecer talentos
Por Kelly Garcia
Nossa entrevistada da semana é a psicóloga e nutricionista Rosângela Oliveira. Nascida na cidade de Sobral, é casada com o deputado estadual Tadeu Oliveira e mãe de Larissa, Manuela e Maria Teresa.
Sempre sonhou com um mundo melhor, acreditando que isso começa a partir de si e de um núcleo familiar, como dizia Madre Tereza de Calcutá : “quer fazer algo para promover a paz mundial? Vá para casa e ame sua família”. Graduada em Nutrição pela Uece, na faculdade se engajou em trabalhos sociais, como o projeto Rondon, onde conheceu seu marido. Formou-se em Psicologia pela Universidade de Fortaleza e, hoje, atua exclusivamente na área da psicologia em Recursos Humanos, em que é vice presidenta e diretora de RH da Odontoart planos Odontológicos, que há mais de 20 anos garante um sorriso saudável e seguro para mais de 140 mil clientes, por meio de uma ampla rede de clínicas próprias e centenas de dentistas credenciados. Entre várias homenagens, recebeu o troféu “Mulheres de Sucesso” em 2018 por sua atuação nas áreas que se propõem. Conheça mais sobre ela em nosso perfil semanal.
Você tem um histórico bem ligado à área social. Nos conte um pouco sobre como essa sua identificação com quem mais precisa começou.
Sempre tive esse contato social na minha família. Meu avô materno, foi um grande comerciante na cidade de Sobral e vereador desta mesma cidade, ligado a uma grande força política e desenvolveu muitos projetos em prol da sociedade. Quando jovem, ingressei em projetos que trazem na sua essência, suporte social como o Projeto Rondon, Pastoral da Criança e outros.
Antes de ser psicóloga, você trabalhou na área da Nutrição. Como deu o start para mudar de área?
Sempre fui muito de dar atenção a quem me procura. Trabalhando em um grande hospital de Fortaleza como nutricionista, dei-me conta que ia sempre além do suporte nutricional com meus pacientes, eu oferecia-lhes, sem nem perceber, um suporte emocional, através da atenção, gentileza e escuta. Foi um tempo de muitas descobertas em minha vida profissional e muitos feedbacks favoráveis para algo mais na minha vida profissional e para que essa decisão fosse amadurecida.
Hoje, você também é vice-presidente e diretora de RH da Odontoart Planos Odontológicos, presente em todo o Nordeste e em São Paulo. Como é sua atuação na empresa? Pretendem ampliar ainda mais a rede?
A nossa empresa hoje é composta por quase 70% de profissionais mulheres. A grande maioria de nossos líderes foram formados por nós mesmos! Digo muito que a Odontoart é uma escola de grandes líderes e grandes profissionais e o nosso maior bem patrimonial são as pessoas. O conhecimento permeia nossa empresa. Temos um Programa de Desenvolvimento de Líderes da Odontoart, (PDLO), aplicando feedbacks constantes, treinamentos periódicos, workshops e um Clube do Livro, inspirando a todos a prática da leitura e oratória. Temos planos e ações estratégicas para expansão por todo o Brasil a pleno vapor.
Como surgiu o Instituto Vida Cidadã? Quais os projetos implementados?
O IVC surgiu de uma parceria com o meu marido, Tadeu Oliveira para ajudar o próximo. Ele traz em sua grade de atuação social a saúde, o empreendendorismo em todas as áreas, a sustentabilidade do planeta e a inclusão.
Você também faz parte do Movimento das Mulheres do Legislativo no Ceará, por conta da dinâmica atuação do seu marido, o deputado estadual Tadeu Oliveira. Nos conte um pouco sobre os trabalhos desenvolvidos pelo movimento.
O MMLC é muito dinâmico. Contamos com braços de apoio de muitas células da Assembleia Legislativa do Ceará, onde traçamos uma abordagem sistêmica no poder público. Está sendo uma grande experiência!
Como faz para cuidar da saúde e do bem estar com uma rotina tão cheia de atividades?
Acredito que a saúde está muito lincada às suas escolhas. Desenvolvo minhas atividades com muito amor e disciplina. A qualidade do tempo é primordial para que tudo dê certo.
Sua vida mudou muito depois que seu marido se tornou deputado?
O mandato demanda muito tempo, mas mesmo assim ele continua um
pai e marido muito presente. É mais uma missão que ele escolheu para a vida e, dessa forma, podemos ter um raio maior em levar melhoria para nossa população. A cada projeto aprovado, é uma felicidade em família. A minha atuação na empresa e na vida pública foi mais exigida, mas não descuido da minha família em nenhuma hipótese.
Quais os seus hobbies?
Gosto de música, de festas, da natureza, da minha casa, de rir, de ficar comigo mesma, amo minha companhia, mas também amo ver pessoas realizadas e felizes
Você gosta de viajar? Qual o lugar mais incrível que já visitou?
Muitooooo! Amo viajar! Agora mesmo estou indo a Gramado com minha filha Larissa, interna em Medicina, para participarmos de um Congresso Internacional com abrangência médica, psicológica e nutricional do ser humano, o “Brain”, e apresentarmos um artigo escrito por nós em parceria e aprovado na grade deste Congresso “O Cenário da Prevalência do Suicídio Mundial: Há Relação com o IDH?”. Imagine como está meu coração de gratidão e felicidade em poder estar partilhando conhecimento com minha filha. Não tem preço! O local mais incrível que conheci até hoje foi a India. É um misto de sensações e sentimentos. Vale a pena atravessar o oceano a caminho da Índia.
Como você alimenta a sua espiritualidade?
Se eu quiser falar com Deus, tenho que ficar a sós… faço meditação e Yoga. Tenho minhas conversas particulares e sinceras com Deus e muitas vezes é no silêncio que encontro grandes respostas. Aprendi que a gratidão é o melhor caminho!
Nos indique um filme, uma série e um livro.
Um filme: Dois papas (fala sobre sucessão)
Um livro: Neurociência para líderes
Série: Estratégias para vencer (5 episódios bem interessantes do mundo dos esportes para lideranças).
A arte que
cura e transforma
Por Kelly Garcia
Artista, cirurgiã-dentista formada pela Universidade Federal do Ceará, Jacinta Cavalcante sempre foi apaixonada pelas artes. Aos 12 anos, fez o seu primeiro curso de pintura em acrílica em Pedra Branca, Ceará, cidade em que nasceu. E ao longo dos anos foi fazendo outros cursos, nas mais diversas áreas, especialmente na escultura, sua linguagem preferida. Participou de inúmeras exposições e está em cartaz em várias em Fortaleza. Saiba mais sobre sua trajetória na nossa entrevista.
Você é cirurgiã-dentista e também artista plástica e escultora. Como os dois caminhos profissionais se cruzaram? Sempre conviveram em harmonia ou você já pensou em se dedicar somente às artes?
Acho que já nasci artista, (risos) pois quando criança gostava de desenhar, cantar, escrever poesias e estórias, gostava principalmente de brincar com barro, já fazia esculturas, sem noção do que estava fazendo, estava construindo brinquedos. Senti bem cedo o gosto pelas artes. Cresci dizendo que ia ser artista. Quando Chegou a época de prestar vestibular, descobri que em Fortaleza não tinha curso de artes plásticas, eu teria que sair do Estado, porém minha mãe não tinha recursos para me bancar fora, então optei por Odontologia, já que um irmão estava fazendo, outro fazia medicina e assim ingressei também na área de saúde. Apesar de odontologia não ser um curso de arte, me encaixei naturalmente e fui gostando muito do curso e hoje sei que todo dentista é um artista. A grade curricular de odontologia está cheia de disciplinas ligadas às artes. Mas preciso confessar que paralelamente à faculdade, fui fazendo também diversos cursos ligados às artes plásticas.
Sempre me dizia que quando me aposentasse iria me dedicar inteiramente às artes plásticas, mas antes que isso acontecesse, tive um diagnóstico de CA de mama, hoje ainda em tratamento (hormonioterapia), e nessa experiência de quase morte, decidi não esperar a aposentadoria. Não somos donos do tempo, e agora resolvi me dedicar um pouco mais às artes. Ainda não me vejo sem a Odontologia e as artes, para mim, ainda funcionam como um hobby.
Você é de Pedra Branca e por lá chegou a fazer algumas oficinas e cursos. Como a sua cidade interfere em seu fazer artístico?
Sou da cidade de Pedra Branca, no sertão central do Ceará. Quando criança, com 6 ou 7 anos, morava na zona rural, num sítio. Nossa casa ficava bem próxima de um açude grande, arrodeado de argila onde comecei minhas primeiras esculturas, sem noção do que eram, construindo meus brinquedos. Com um pouco mais de idade, fomos morar na área urbana e lá fiz cursos de pintura em tecidos e em telas. O fazer artístico expressa muito sobre o indivíduo, do lugar em que ele está inserido, do coletivo em que o artista convive e, portanto, influencia e é influenciado pelo meio em que vive. Tive uma infância numa cidade do interior pequena, mas rica em cultura, numa época de escolas públicas boas, onde a vida das crianças e dos adolescentes eram enriquecidas por movimentos culturais proporcionados pelas escolas, pelos professores, como gincanas, concursos de poesias, aprendíamos português através de letras de músicas de Chico Buarque, Vinicius de Moraes, tínhamos ensaios de peças teatrais, etc.
Na escultura, como se inspira para os seus trabalhos? E nas artes plásticas? Quais técnicas prefere?
Os motivos para inspiração estão em nossa volta quer seja para escultura ou para pintura. Pode ser uma figura humana, animal, uma imagem de revista, uma cena do cotidiano, uma fotografia, um objeto, um livro que você leu, um filme que assistiu ou memórias guardadas. Entre as várias técnicas que utilizo para expressar minha arte, no momento, a que prefiro é a escultura em cerâmica, mas amanhã posso mudar e preferir outra
técnica.
O que você acha imprescindível para se aprimorar nas artes? Tudo interfere na inspiração?
Não ter vergonha de mostrar suas artes mesmo que elas não pareçam boas ou sem sentido. A arte não precisa fazer sentido. Sinta-se livre para imitar, mas não esqueça de citar a referência. Todo mundo começa imitando alguém. Mas imprescindível mesmo é trabalho, trabalho, trabalho. Ou seja, praticar muito. E essa prática começa com um lápis, desenho, esboço. Pratique bastante o desenho, desenvolva Nunca se sinta pronto. Acho que algumas coisas interferem na inspiração como: falta de motivação, pressa em resolver problemas, medo de cometer erros, dificuldade de reflexão.
Você acha que Fortaleza tem ampliado os espaços para as exposições? Como tem sido a recepção aos seus trabalhos?
Houve um aumento no número de aberturas de galerias de arte, aumento de espaços para exposições em cafés, lojas de design de móveis, lojas de decoração e Design de Interiores, espaços expositivos nos shoppings da cidade, até grupos empresariais na área de ensino têm criado galerias em seus espaços. Assim vejo que, aos poucos, Fortaleza está construindo um público consumidor de arte. Só lamento que isso ainda fique restrito a uma pequena parcela da população com um poder aquisitivo maior. Tenho ficado bem feliz com a receptividade aos meus trabalhos por parte dos arquitetos e donos de galerias. Algumas peças já sendo adquiridas por colecionadores de arte.
Quem você mais admira como artista?
Na pintura, admiro muito um artista contemporâneo, austríaco, chamado Voka. Criador do realismo espontâneo. O realismo espontâneo é um estilo com base nas técnicas do realismo, com peso no contraste, misturados à leveza da aquarela, estilo que sigo na minha pintura. Aqui no Ceará, gosto da pintura do Vando Figueiredo, Tulio Paracampos, Andrea Dall’Ólio, Arivanio Alves.
Na escultura, gosto muito do Victor Brecheret, escultor ítalo-brasileiro responsável pela introdução do modernismo na escultura brasileira . Gosto muito de Corbiniano Lins, Abelardo da Hora, Brennand. Aqui no Ceará, gosto de Sérvulo Esmeraldo e mais contemporâneos, Carlos Lebran e José Siebra.
Quais os seus projetos para esse ano? Pretende investir também na sua carreira na Odontologia?
Esse ano, comecei com muita vontade de participar de exposições, compensar o tempo perdido pela pandemia, sem exposições presenciais. Em janeiro estive na exposição “Imersão no Gênero Feminino", no Mauc - na UFC. Em março, estive na exposição “Paralelas", na Unijaguaribe, em Aracati, Ceará. No momento, estou na exposição “8 de Maio – Tudo pela Paz", no Centro Cultural Banco do Nordeste; estou na exposição "Casa Cura", na loja Marel Fortaleza, na exposição “Revelação", do Coletivo 4x4, do qual faço parte, na B.Galeria anexo loja Fastframe. Estou também na exposição “Quem somos no Ceará", no Shopping Benfica em sua galeria de arte, 1º.Piso.
Para esse ano, está prevista a exposição Revelação do coletivo 4x4 no Sesc de Juazeiro do Norte, em agosto, e participação na exposição ad Genomas, de Andrea Dall’Ólio, na Casa José de Alencar e B.Galeria, agora em junho, mas estou trabalhando para uma possível exposição individual. Na Odontologia, muitos planos ainda, (risos). Estou cursando especialização em Harmonização Orofacial, que só será concluída em 2023.
Quais os seus hobbies?
Meu maior hobby é fazer arte. Mas gosto de frequentar cafeterias, bons restaurantes, cinemas, ver exposições em museus ou em galerias de artes.
Gosta de viajar? Já aconteceu de uma viagem inspirar alguma obra?
Acho que devo ser a única pessoa do mundo que não gosta de viajar. Mas gosto muito de viajar pra São Paulo. Amo São Paulo. Para mim ela cheira arte, cultura. Eu me inspiro quase sempre em imagens do cotidiano, sobretudo em pessoas. Em visitas aos museus, exposições, portanto é possível que alguma escultura ou tela tenha sido inspirada por alguma viagem que eu tenha feito.
Como você alimenta sua espiritualidade?
Praticando a caridade. Sou espiritualista e professo o catolicismo romano.
Sou uma pessoa de muita fé. Aprendi com a dor.
Nos indique uma série, um filme e um livro.
- Série: Anne com E
Anne (Shirley Cuthbert ) é a personagem que mais nos ensina, desde a perseguir nossos sonhos e a superar nossos medos. Mas o que ela mais nos mostra é a resiliência, porque apesar das dificuldades que ela têm com tão
pouca idade, ela sempre sabe como superar e ver sempre o lado bom.
- Filme: Ele está de volta
Adolf Hitler desperta no mesmo local em que ficava seu bunker há 70 anos, mas vira um fenômeno da mídia ao ser confundido com um comediante.
- Livro: A Paixão Segundo GH – Clarice Lispector
Consultoria imobiliária
para além do investimento
Por Kelly Garcia
Claudiane Juaçaba não tem medo de inovar e experimentar novas possibilidades. Apos o fechamento da academia CB Fitness Varjota que tinha em sociedade com os irmãos, ela inicia como consultora de imóveis. A intenção, segundo ela, é trazer o melhor para os clientes, entender o que desejam e assim atender a suas expectativas. Sua inspiração, nesse novo momento, foi a consultora Glice Parente, que teve atuação importante quando Claudiane precisou escolher um imóvel nos Estados Unidos. Confira nossa conversa, leve e pontuada pela fé e os grandes exemplos de perseverança, como o de seu pai, o comunicador Augusto Borges, que partiu no ano passado, sua mãe Claudia Borges e sua avó Regina Passos.
1. Começar um novo caminho profissional é sempre desafiador. Como você teve o insight para iniciar essa nova trajetória, dessa vez no ramo de imóveis?
Quando a CB Fitness (academia que eu era sócia dos meus dois irmãos) fechou, por conta de uma obra da Prefeitura, eu fiquei à procura do que fazer. Ano passado, me surgiu a oportunidade de ingressar no ramo imobiliário e isso foi tão inesperado que recebi como um sinal divino e aceitei o desafio.
2. Antes de desejar empreender nesse ramo, você já teve experiência com muitas outras áreas como a comercial, com uma loja e a educacional, com a academia de dança da família. O que você traz de aprendizado dessas duas experiências?
Sempre gostei de lidar com pessoas e todas as experiências profissionais que tive confirmam isso. Me considero uma pessoa extrovertida, alegre e tenho facilidade de me comunicar.
3. Quais os seus objetivos como consultora imobiliária? O que você pretende oferecer para os seus clientes?
Estou entrando no mercado para somar e não para dividir. Espero fazer parcerias com outros profissionais e atender meus clientes da melhor forma possível. Quero entender o que eles realmente desejam, para assim conseguir realizar um bom trabalho e atender a suas expectativas.
4. Você é mãe e avó. O que ter se tornado avó mudou em sua perspectiva de vida?
Ser avó me fez descobrir um amor diferente, pois é tão forte quanto o que temos por nossos filhos e ao mesmo tempo tem um “quê” que não consigo explicar em palavras. Meus filhos: Cadeh, Carlos Henrique e Guga (sobrinho, mas filho de coração) estão ao meu lado, me apoiando de uma forma tão especial que meu coração transborda de amor e de orgulho. Minha nora, é a filha mulher que não tive. Meus irmãos de sangue e aqueles que escolhi como irmãos (os amigos de verdade) também estão muito presentes em minha vida. Me sinto uma mulher privilegiada, por saber que tantas pessoas estão me apoiando e torcendo por mim.
5. Seu pai, Augusto Borges, que partiu recentemente, foi um dos maiores comunicadores da tv e rádio cearenses. Quais as principais lições que seu legado deixou para você como filha? E como profissional?
Meu saudoso e amado pai, Augusto Borges, foi um grande comunicador, ele nos deixou um enorme legado. Nos deu exemplos de caráter, solidariedade, amizade, amor e no seu último ano, o maior de todos, sua fé e resiliência. Foi um grande homem dentro e fora das telas. Que saudade, paizinho. Minha mãe é uma guerreira, trabalhou duro para nos criar e educar. Foi pioneira na dança moderna e minha avó (mulher admirável e de muita fibra) no Ballet Clássico. Tudo isso me ajudou a ser como sou.
6. Quais os seus hobbies?
Acho que precisamos cuidar do corpo e da mente e uma forma que encontrei para fazer isso é a minha musculação. Treino de segunda a sexta e me sinto muito bem com isso.
7. Como cultiva a espiritualidade? Tem algum santo de devoção?
Sou uma pessoa de muita fé e isso tem me ajudado e fortalecido.
8. Qual o lugar no mundo que mais te impressionou? E pra onde sempre volta para recarregar as energias?
Adoro viajar, fiz lindas e inesquecíveis viagens, mas é em Fatima (Portugal) que recarrego as minhas energias. Sou muito, mas muito mesmo devota de Nossa Senhora de Fatima. Minha ligação com ela é muito especial, sei e sinto que ela está sempre intercedendo por mim junto ao seu filho, nosso pai, Jesus Cristo. Quem me conhece, sabe.
9. Como você se imagina daqui a dez anos?
Para ser bem sincera, não imagino como será a minha vida daqui a dez anos, mas desejo estar em paz, com minha família feliz e saudável e o resto entrego nas mãos de Deus e da minha Nossa Senhora.
Os tons marcantes
da arte de Stenio Burgos
Por Kelly Garcia
Nosso entrevistado deste domingo é o artista plástico Stênio Burgos. Nascido em 1954, no município de Crateús, graduou-se em Arquitetura e Urbanismo pela UFC em 1978. Nos anos 1980, estudou desenho e pintura no Estudi Chelsea, em Barcelona (Espanha), onde participou de uma mostra coletiva de pintura na sala Santi Jordi. Também morou na Holanda, o que marcou profundamente seu fazer artístico. Sua exposição Barroco Sertanejo, com curadoria de Denise Mattar segue itinerante e abriu a programação da Caixa Cultural São Paulo em janeiro e segue em cartaz na Caixa Cultural Salvador e, a seguir, nas unidades da Caixa Cultural de Recife e Fortaleza. Saiba mais sobre a sua arte, inspiração e sonhos.
1. Além de artista plástico, você também já atuou como Arquiteto. Como fez a ponte entre as duas áreas? De que forma ter estudado arte em Barcelona influenciou seu fazer artístico?
Escolhi estudar Arquitetura pela sua proximidade com as Artes Plásticas. Desde criança, gostava de desenhar plantas de casas e graduei-me em 1978 pela Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFC. Na época, era funcionário concursado do Banco Central do Brasil e passei a trabalhar no Rio de Janeiro, onde fiquei até 1982, quando pedi demissão e abri um escritório de Arquitetura em Crateús. A adaptação foi difícil e, no ano seguinte, estava de volta ao Rio como bolsista do grupo de estudos Fórum Humanum, atrelado ao Clube de Roma, onde pesquisava novas alternativas na área de habitação. Em 1984, passei a residir em Barcelona e comecei meus estudos de Doutoramento em habitação com bolsa do Ministério das Relações Exteriores de Espanha.
Em Barcelona, matriculei-me no Estudi Chelsie que preparava jovens para ingressar na Escola de Belas Artes e introduzi-me na pintura. Havia redescoberto as portas do paraíso e comecei a priorizar a pintura à Arquitetura, tendo participado de uma exposição coletiva na Caixa d’Estalvis da Catalunya. No final do ano letivo de 1987, a bolsa acabou e tive que voltar para Fortaleza e dedicar-me a minha profissão de Arquiteto, que também gostava muito. Com o tempo, comecei a dedicar mais tempo na apresentação dos projetos, que eram desenhados a nanquim e coloridos com aquarela. No Carnaval de 1999, pintei uma marinha em Amontada, gostei do resultado e comecei a priorizar a linguagem pictórica na minha trajetória.
2. Quais são suas influências, como artista plástico?
A Arte Catalã foi definitiva para minha formação de pintor. No doutorado, estudei duas cátedras sobre o Arquiteto Gaudí, com o Professor Bassegoda, a maior autoridade na época sobre o assunto. As aulas e a vivência com a obra do gênio foram pouco a pouco me despertando o desejo de me introduzir numa linguagem mais plástica. Com a matricula no estúdio, veio a sociabilização com pessoas mais jovens e inquietas e comecei a me introduzir na obra juvenil do gênio Pablo Picasso e a frequentar as muitas exposições contemporâneas nas galerias locais. Nessas visitas, um dia me deparei com uma exposição do sueco Lindström, e fiquei deslumbrado e comecei a querer desenvolver uma linguagem mais matéria, que consolidou-se com a proximidade da obra de Iberê Camargo na minha volta para o Brasil.
3. O que te fez enveredar pelas artes de forma definitiva?
Como diz Tomie Otake, a Arte é um caminho sem volta. Não conceberia minha vida atual sem a disciplina, por vezes tirana, da rotina do ateliê e suas implicações pessoais. Por-se diante de uma tela em branco é desnudar-se e constitui um desafio que pode vir a ser gratificante, mas, por vezes, é muito denso e angustiante.
4. Sua exposição na Caixa Cultural, de certa forma, une o sertão e o barroco baiano. Isso tem a ver com suas origens?
Papai estudou medicina na Bahia, conheceu minha mãe e vieram morar em Crateús. Minha infância sertaneja era compartilhada com longas férias anuais na barroca Salvador. E ai, com as longas conversas que mantive com a curadora Denise Mattar, ela encontrou o caminho da minha narrativa, intitulou a exposição de Barroco Sertanejo e criamos uma intrigante narrativa para minha trajetória pessoal e pictórica.