Salete em Sociedade - José Augusto Lopes

No amplo contexto do convívio social, existem pessoas cujas marcas decisivas de personalidade em muito transcendem os conceitos convencionais de uma definição à primeira vista. Em geral, são pessoas de louváveis méritos, alguns de início insuspeitados, que se somam na mais ampla percepção do seu verdadeiro caráter. Um desses privilegiados seres, múltiplos no somatório particular de virtudes, é a empresária Graça Dias Branco da Escóssia, na qual também merecem ser enfatizados relevantes qualidades de espírito.

Empresária de sucesso, presença de pulso no internacionalmente respeitado Grupo M. Dias Branco, caracteriza-se pela benquerença conquistada entre seus funcionários e contatos, resultante da sua permanente nobreza de atitudes, que jamais cria diferenciações de tratamento entre funções e classes sociais. A mesma prodigalidade de carinho e cordialidade pode ser constatada no relacionamento filial, com D. Consuelo Dias Branco, nos laços maternais com Gisela e Gabriela, esta, na afetuosa união com o Dr. Jório da Escóssia Jr., seu querido esposo. Do pai, inesquecível empresário Ívens Dias Branco, herdou a generosidade de coração e uma espontânea simplicidade, dons raros numa atualidade onde pontificam, por vezes, ranços de empáfia e falsos valores de aparências.

Com minha vivência de décadas em diversas áreas de atuação jornalística, na qual tive oportunidade de conhecer e conviver com um imenso naipe de seres humanos dos mais diversificados procedimentos e matizes, posso afirmar de cátedra que Graça Dias Branco da Escóssia possui inestimáveis inerências (José Augusto Lopes)

Alódia Guimarães tem seu nome bastante associado a aspectos sobremodo alegres e festivos da sociedade cearense, tais como as antológicas festas de debutantes e os sofisticados bailes clubísticos de aniversário das tradicionais agremiações, os quais eram realizados, nos primeiros tempos, de forma um tanto limitada e amadorística. Pode-se atribuir a Alódia a implantação de um pioneiro e decisivo senso profissional no setor.

Cultura e bom gosto foram itens fundamentais na construção da personalidade de nossa enfocada de hoje. Desde menina, seu pai Rui Guedis, intelectual muito respeitado no âmbito da Cultura cearense, previu os crescentes e elogiáveis dotes de sociabilidade da filha, bem como seu evidente poder de comunicação, ao repetir-lhe sempre, de maneira enfática: "Alódia, você é uma festa!...". Os conhecimentos exemplados e ressaltados por seu genitor estruturaram no caráter da jovem a noção de quanto a aquisição do saber é importante no contexto de uma sociedade saudável e construtiva.

Em acréscimo, o bom gosto dos detalhes especificamente interligado à sua futura área de atuação, refletido no brilho da promoção e coordenação de grandes reuniões sociais, ela herdou de sua mãe Carmelita, pioneira em Fortaleza da alta costura com características de requintadas "griffes", que lhe transmitiu a obsessão estética quanto aos detalhes de sua trajetória de criatividade. Com tão apreciáveis legados, não poderia ser de outra maneira, daí a relevante contribuição prestada por Alódia Guimarães ao calendário do que Fortaleza já produziu mais magnificente no campo de várias e marcantes promoções sociais. Casada com Paulo Sérgio Guimarães, é mãe das elegantes Indira, Samyra, Lacira e Aloyra. (José Augusto Lopes)

Personificação de uma "finesse" invulgar, Tereza Maria Távora Ximenes é a enfocada de hoje por José Augusto Lopes na seção "Além das Aparências", do portal Salete em Sociedade.

Seu pai, Virgílio Távora, foi um dos mais influentes e atuantes políticos do Ceará, destacado senador e por duas vezes governador de nosso Estado, primeiro administrador cearense a estabelecer um plano de governo. Sua mãe, D, Luíza Távora, notabilizou-se como a Primeira Dama de ação mais intensa na área social e, por essa razão, era muito querida nas faixas mais humildes da população. A filha Tereza herdou inúmeras das louváveis qualidades dos pais, acrescidas de uma elegância natural e personalíssima.

Além de uma educação refinada, mas sem quaisquer ranços de pedantismo, Tereza pode ser considerada uma das mais elegantes e joviais senhoras da sociedade local, dotada de extraordinário bom gosto nos mínimos detalhes. A suavidade é outro dos traços bem característicos de sua personalidade, que lhe concede um toque de nobreza sem artifícios e a faz figurar com merecido destaque onde quer que esteja presente.

O mais importante é que essa nobreza de valores e atitudes é exercida com o máximo de espontaneidade, até mesmo com o que poderia ser considerado um toque de timidez, a acentuar, de forma bastante gentil, a delicadeza de seu convívio em sociedade. Tereza Távora representa um exemplo digno e notável de como a herança de uma sólida tradição familiar pode ser traduzido de maneira sempre leve e elegante, em palavras e gestual, o que redobra os méritos de sua encantadora herdeira. (José Augusto Lopes)

Na metade do século passado, ocorreu a eclosão do colunismo social no Brasil, também com grande destaque na imprensa cearense, onde, desde 1955, assumiram grande popularidade, nas mais diversas faixas de leitores, nomes como Judith Sendy, Geraldo Silveira, Lúcio Brasileiro, Geraldina Amaral, entre outros. Nessa época, os chamados "colunáveis" se concentravam, sobretudo, em pessoas de famílias tradicionais, inúmeras delas ainda residentes nos casarões do Centro da cidade. As mais abonadas financeiramente moravam em mansões dos bairros do Benfica, Jacarecanga e na já nascente Aldeota, cujo início era então chamado de Outeiro.

Os principais personagens das colunas geralmente eram estimados casais, quase sempre conhecidos como perfeitos anfitriões, tais como Sulamita e José Valdo Cabral, bastante admirados por sua refinada educação e maestria na arte de bem conviver, O universo mais jovem ainda não ocupava lugar mais destacado nas notícias sobre sociedade, o que só viria a acontecer a partir de Marcondes Viana, que criou uma linguagem específica para se comunicar com a juventude e, também de forma expressiva, por meio do comunicativo Cláudio Cabral, filho de Sulamita e José Valdo, bem como herdeiro das elogiáveis qualidades dos pais.

Dotado de espontâneo espírito de cordialidade, que sempre o faz saber lidar com todas as faixas etárias, Cláudio Cabral se mantém durante décadas como um autêntico ícone do colunismo local. Com seu diálogo bastante gentil, acrescido da constante simpatia de seu permanente sorriso, Cabral soube manter, com equilíbrio e competência, a tradição de sua trajetória profissional na mídia e na sociedade cearense, que sempre lhe prestou irrestrito e merecido acolhimento. (José Augusto Lopes)

Foto: Marcos André Borges, Adriano Nogueira e Cláudio Cabral.

Amarílio Cavalcante, que impôs sua abrangente visão administrativa na presidência do tradicional Ideal Clube, é o enfocado de hoje na seção "Além das Aparências", de José Augusto Lopes, em nosso portal.

Respeitada como a agremiação social cearense mais embasada em tradições, nos seus primeiros tempos o Ideal Clube consolidou uma imagem de extrema sofisticação e quase inacessibilidade à maioria da população de Fortaleza. Com as próprias mudanças dos costumes, esse perfil excessivamente elitista se tornou mais condizente com a realidade social e o citado clube, resguardados alguns cânones de seu passado, hoje é um dos locais mais integrados na vida da cidade como um todo.

Vários presidentes do belo clube, que conserva quase inalterada a sua original imponência arquitetônica, na acariciante paisagem da Praia de Iracema, foram administradores dignos e atuantes, que lhe acresceram uma visão cultural louvavelmente participativa. Entre eles, Paulo Studart, Francisco José (Dedé) Barros de Oliveira, Evandro Ayres de Moura e Luís Carlos Aguiar, todos dotados de um espírito transformador, no melhor sentido. Foi no Ideal que lancei meus dois livros ("Colunistas e Colunáveis - Entrevistas sobre o Comportamento Social" e "Legados Inesquecíveis de Amor Cearense") e promovi exposições de apreciados artistas plásticos.

Na atualidade, o Ideal Clube não poderia estar em melhores mãos: o empresário e engenheiro Amarílio Cavalcante mais uma vez reúne o somatório de construtivos méritos de seus brilhantes antecessores, com um destaque sobremodo especial. Refiro-me à sua personalidade singularmente cordial e comunicativa, que promove e estimula o respeito à agremiação nos setores cultural, esportivo e, sobretudo, como símbolo agregador do verdadeiro sentido de convívio social. Amarílio é, indiscutivelmente, o homem certo no lugar certo, motivo pelo qual lhe expressamos nossos reiterados parabéns. (José Augusto Lopes)

Quando Fernô fixou definitivamente sua residência em Fortaleza, já era famoso no Rio de Janeiro, onde se firmou como embelezador e amigo de grandes estrelas da TV Globo. Tive o imenso prazer de promover o coquetel de sua apresentação oficial à sociedade fortalezense, em evento que contou, quanto à divulgação, com o precioso apoio dos queridos colunistas Marcondes Viana e Sônia Pinheiro. O prestigiado encontro já vinha respaldado por um expressivo cartão de apresentação profissional, qual seja o reconhecimento do talento de Fernô em um meio sofisticado e exigente como o das conceituadas atrizes globais.

Com seu caráter extrovertido e personalíssimo, o experiente "coiffeur" de pronto conquistou a admiração da sociedade local, onde mantém sólidas amizades já há décadas, Foi por intermédio dele que tive oportunidade de entrevistar, no maravilhoso restaurante "Sandra's" da inesquecível Sandra Gentil, atrizes do porte de Arlete Salles e Lúcia Alves, ambas grandes amigas do embelezador. As matérias foram publicadas com destaque na imprensa local.

Dono de marcante carisma pessoal, Fernô é sempre muito franco ao emitir suas opiniões pessoais, o que às vezes pode causar um certo espanto, ou reações de surpresa, em pessoas de índole mais vulnerável ou cheias de melindres. Mas ele nunca volta atrás no que afirma e, mesmo assim, termina por conquistar imensas e sólidas amizades, dentro de um círculo que lhe é permanentemente fiel. Esse é, convém ressaltar, um de seus principais méritos, pois revela de todo a transparência singular de um caráter sincero e independente. (José Augusto Lopes)

Nas tradicionais reuniões de grandes empresários com representantes da mídia, geralmente se cria a expectativa da realização de um encontro formal e um tanto distanciado, no qual prevalecerá a sensação de uma pessoa importante, a qual, embora gentil e bem educada, sempre parecerá estar fazendo certa concessão de aparências ao receber seus convidados. Esse clima jamais ocorria em nenhum encontro midiático promovido pelo empresário Ívens Dias Branco (leia-se Grupo M. Dias Branco), em função de sua personalidade a um só tempo simples e carismática, que logo deixava os presentes inteiramente à vontade.

Era sempre agradável e descontraída a presença de Ívens, empreendedor de fundamental importância no processo de desenvolvimento do Ceará, que desde muito jovem vislumbrou novos horizontes de expansão para o legado de seu pai, português Manoel Dias Branco. Assim se expandiu, nacional e internacionalmente, o sucesso da Fábrica Fortaleza, maior indústria de massas e biscoitos da América Latina, e do Moinho Dias Branco, que detém a maior capacidade de armazenamento de grãos no Brasil. Atualmente, o grupo mantém ramificações, inclusive, no campo da construção e da hotelaria, Sua responsabilidade social e humanitária, sem rasgos de exibicionismo, sempre o destacou pela integração na realidade ambiente. Nesse sentido, era marcante o diferencial que destacava sua personalidade.

Um dos traços característicos do caráter de Ívens Dias Branco era sua estimulante cumplicidade e gentileza no trato com pessoas de todas as faixas sociais, inclusive com seu imenso corpo de funcionários, Jamais ostentou ares de soberba, infelizmente comum à frivolidade de certas mentes. Era, podemos dizer com conhecimento de causa, um espírito superior - e esse foi, em nosso entender, seu mais precioso legado, fruto inequívoco de uma louvável personalidade muito além das aparências. (José Augusto Lopes)

José Guedes é um artista plástico privilegiado com múltipla visão cultural, sempre a integrar-se com a realidade social em todos os níveis. Com trânsito nacional e internacional, conquistou respeitável currículo de exposições e participações em importantes mostras. Também se destacou, de forma elogiável, como gestor do Museu de Arte Contemporânea-MAC, no contexto do Centro Cultural Dragão do Mar, que viveu importante fase a partir de sua eclética e inteligente percepção.

Criador sempre estreitamente vinculado à sua criação, para a qual utiliza os mais diversificados recursos, Guedes também se destaca como pessoa pela franqueza sem radicalismos, o que representa indiscutível mérito em um mundo cada vez mais embotado por restrições e limitações de toda espécie. Identifico-me muito com sua paixão pelo cinema e a amplitude de análise que ele possui em relação à Sétima Arte. Ele se integra, como poucos, na comunhão emotiva de todos aqueles que amam verdadeiramente a magia cinematográfica, na qual também reflete seu poder de captação quanto ao poder das imagens.

Lembro de nossos diálogos no "hall" do Shopping Iguatemi, sempre sobre os filmes em exibição e a respeito do que poderíamos absorver deles no sentido de reafirmarmos e expandirmos nossos conhecimentos. Raras discordâncias ocorriam, numa conversação sempre salutar e democraticamente civilizada. Atualmente no comando da Casa D'Alva, José Guedes é destaque por sua maneira lúcida e correta de agir, com firmes e lúcidos posicionamentos quanto às contradições e problemas do mundo polêmico que nos cerca na atualidade. (José Augusto Lopes)

OLGA BARROSO SANFORD é sempre uma presença fulgurante nos eventos sociais, daquele tipo que ilumina um ambiente à sua chegada. Quem a conhece, sabe dessa brilhante irradiação que emana de sua figura, algo que decorre muito em função da beleza interior das pessoas. Desde minha adolescência, tive a honra de frequentar a casa de seus pais, D. Edite e Humberto Jansen Barroso, aonde fui levado por uma pessoa da família, Afonso André de Carvalho Barroso, filho do internacionalmente famoso compositor cearense Paurillo Barroso e meu colega de turma no Colégio São João.

A motivação das visitas eram os selecionados saraus de música erudita promovidos pelo Sr. Humberto, que na época (anos 1950) possuía a melhor aparelhagem particular de som existente em toda a cidade de Fortaleza. Foi assim que tomei contato, juntamente com seus outros frequentes convidados, com as mais importantes obras da música clássica, criadas pelos gênios de Mozart, Beethoven, Bach, Brahms e tantos outros compositores de arrebatadora criatividade.

Parece-me que o clima de musicalidade e bom gosto, tão presente em sua infância e juventude, impregnou a personalidade da bela Olga e continua a se transmitir, até hoje, na nobreza e suavidade de seus gestos e atitudes. Casada com o saudoso João Sanford, construiu uma família exemplar, a partir dos filhos Paulo, Nize, Carla e Maria, todos legítimos herdeiros da fidalguia materna e da cordialidade do pai.

Olga é extremamente ligada às atividades e atualidades culturais e artísticas, o que a torna excelente parceira de conversação sobre os mais diversificados temas, mérito um tanto incomum na superficialidade e na pressa que parecem predominar nos dias atuais. Daí sua presença ser bastante requisitada e apreciada na sociedade de Fortaleza, onde sua classe é sempre citada com merecido louvor. (José Augusto Lopes)

Gurgel do Amaral é conhecido, sobretudo, como o importante pioneiro do embelezamento feminino em Fortaleza. Ele foi responsável pelo primeiro salão cearense a funcionar a partir dos modernos parâmetros no gênero, com irretocável profissionalismo e sempre em busca de constante aperfeiçoamento no setor. De início, foi "descoberto" pela grande dama e notável anfitriã D. Nicinha Pinheiro, que logo lhe projetou o talento em toda a sociedade, com imediato sucesso.

Poucos sabem, entretanto, que meu amigo Gurgel do Amaral também se revelou, na primeira juventude, excelente ator de teatro. Nessa época, eu escrevia textos leves para os palcos, um deles encenado com bom público no Theatro José de Alencar. "Paris à Noite" pretendia fazer o estilo das "revistas musicais" então muito em voga no Rio de Janeiro, em grandes montagens de Walter Pinto e Carlos Machado. Meu citado texto, dirigido por Francisco das Graças Moura, conseguiu ficar duas semanas em cartaz na nossa bela casa oficial de espetáculos, Boa parte desse êxito se deveu à excelente interpretação de Gurgel, que teria cumprido promissora carreira como ator, caso não se consagrasse, de fato e de direito, como notável embelezador.

No momento, com "muita dedicação e paixão", segundo suas próprias palavras e merecido reconhecimento da categoria, ele organiza, juntamente com a irmã Herbênia, de 15 a 17 deste mês, a mais antiga e tradicional Feira Regional de Beleza no Ceará, já em sua trigésima-primeira edição, enquanto anuncia o próximo e concorrido Congresso Regional de Beleza, sempre a objetivar o aprimoramento profissional e integração da classe.

(José Augusto Lopes)

Irineide Silveira é sempre um destaque de beleza e elegância, onde quer que se faça presente. Mas nem todos sabem que, por trás de sua aparência refinadamente educada, está uma mulher intensamente ligada ao universo cultural e artístico, sempre a aprimorar seu já alentado acervo de conhecimentos. É formada em Letras, frequentou as universidades PUC e USP de São Paulo, fez Mestrado nos Estados Unidos.

Um das paixões de Irineide é o cinema, tanto na área dos filmes de arte quanto no universo mágico da fase áurea de Hollywood, com seus fulgurantes astros e estrelas, cultuados até hoje pelos autênticos cinéfilos e verdadeiros apreciadores da Sétima Arte, sob todos os aspectos.

Mal saída da adolescência, ela embelezou a passarela do clube Náutico, quando concorreu ao título de Miss Ceará e se sagrou Miss Fortaleza. Mas Irineide merecia inquestionavelmente o título máximo e assim nosso Estado haveria tido a chance de uma ótima classificação no Miss Brasil daquele ano, no qual não conseguimos fazer sequer uma das finalistas em nível nacional. Ou, quem sabe, até mesmo fazer figura em Long Beach, no Miss Universo.

Fiz parte da imensa torcida pela vitória de Irineide para representar o Ceará no mais importante concurso nacional de beleza feminina. Ela era a candidata francamente favorita do grande público presente ao Náutico, que não poupou aplausos à sua luminosa presença na passarela. Nessa época, as concorrentes provinham das mais tradicionais famílias cearenses, tais como Lia Pires de Castro, Rufina Braga da Justa, Maria Sanford, Rita Nóbrega, Maria de Jesus Holanda e Emília Corrêa Lima (nossa eterna Miss Brasil), entre várias outras. (José Augusto Lopes)

Nesta nova seção, abordarei personalidades com quem convivi, ou de quem presenciei momentos singulares e meritórios, dentro do astral positivo que sempre procuro imprimir aos meus enfoques.

Augusto César Benevides (Guto, ou Gutinho, para os inúmeros amigos que tanto o estimam) é admirado por seu caráter extremamente cordial, bem como pelo inteligente senso de humor. Destacou-se em vários setores da Comunicação, inclusive foi o responsável direto pelos novos tempos da TV Ceará, à qual ele imprimiu dinamismo e modernidade.

Na área da publicidade, Guto fez história na campanha de inauguração do primeiro "shopping" de Fortaleza, o Center Um, ao trazer um elefante, literalmente ao vivo e na plenitude de sua imponência primitiva, para animar e identificar com precisão a abertura do supermercado Jumbo, no então inovador centro de compras. A inusitada presença do garboso animal causou verdadeiro "frisson" em toda a cidade.

Tive a sorte e o prazer de trabalhar diretamente com o saudavelmente irrequieto e criativo Benevides, na época em que ele esteve à frente as sucursal da Bloch Editores em Fortaleza. Foi então que constatei de todo sua amplitude de visão, ao vê-lo decidir apresentar, por meio de inúmeras publicações de circulação nacional, entre elas "Manchete", "Desfile", "Amiga" e "Geográfica Universal". a imagem de um novo Ceará, então já em processamento no plano oficial, como o mais atraente reduto turístico do Nordeste, a oferecer fascinante diversificação de paisagens: belas praias, montanhas e um ensolarado e mítico sertão.

Guto me decretou, repórter da sucursal, e ao fotógrafo João Justino: "Nada mais de um Ceará com o pires na mão, vamos mostrar ao Brasil o que temos de bom e de maravilhoso". Assim é o Augusto César Benevides, tão múltiplo que sempre transcende a linearidade aparente das primeiras impressões. (Jornalista José Augusto Lopes)

1) Do jornalista Flávio Torres, em depoimento ao meu livro Entrevistas sobre o Comportamento Social. - Existem diferenças entre a sociedade do início da minha carreira e a atual. As pessoas eram mais sóbrias, havia um padrão de elegância mais acentuado no comportamento. O que prevalecia não era o dinheiro, mas a linguagem da personalidade e do caráter de cada um.

2) Da grande atriz Fernanda Montenegro, em sua última vinda ao Ceará, num giro pela noite fortalezense após apresentar sua peça num Theatro José de Alencar quase sem público: "Fortaleza é uma cidade de bares cheios e teatros vazios".

3) De Olga Sanford, carismática e elegante empresária, dotada de forte personalidade e luz própria: "Elegância não se relaciona somente a aparência. Requer, também, compromissos permanentes com valores éticos, morais e de educação básica".

1) De Marildes Vinhas Lopes, cinéfila de carteirinha e pessoa de extraordinária sensibilidade. - "O cinema me proporciona momentos de significativa realização sensorial e artística, mas foi Amarcord, de Federico Fellini, o filme que mais me impregnou do verdadeiro sentido e da essência da Sétima Arte".

2) Do grande jornalista Lustosa da Costa, primeiro editor a conceder-me uma primeira página no caderno cultural do jornal Unitario. - "A maioria dos homens cearenses sente acanhamento de agradecer, creio eu por pensarem que o ato de ser gentil venha a comprometer-lhes a imagem de machão nordestino".

3) Da inesquecível atriz Norma Bengell, ativista política de grande evidência durante o período pós-1964. - "Lutei contra o regime militar e discordei frontalmente de seus posicionamentos, mas forçoso é reconhecer que Ernesto Geisel foi o primeiro brasileiro a levar a sério a condição do artista e a regulamentar nosso ofício. Tenho que fazer justiça a essa atitude".

1) De D. Ignez Fiúza, pioneira em Fortaleza no campo dos antiquários e grandes galerias de arte, sempre com especial talento e lastro cultural, em bate-papo no seu Recanto de Ouro Preto. - Nas artes, encontra-se o principal suporte e o maior estímulo ao empenho de viver.

2)De Venelouis Xavier Pereira, em elucidativa conversa, quando trabalhei no jornal O Estado, órgão de imprensa ao qual ele imprimiu, sob seu comando, uma marcante imagem. - Não existe jornalismo sem completa liberdade de expressão, baseada na visão particular de cada profissional de imprensa. Você é livre para expressar o que quiser, José Augusto.

3)Da atriz global Elizabeth Savalla, em entrevista que me concedeu numa de suas temporadas no Theatro José de Alencar. - Não me considero uma grande atriz. Esse é um raro dom que só artistas como Fernanda Montenegro possuem. Apenas dou conta do recado e procuro extrair o melhor de mim nos meus trabalhos, tentando sempre o melhor na caracterização dos personagens.

Da inesquecível jornalista Regina Marshall, em depoimento para meu livro "Colunistas e Colunáveis": "É lamentável, mas apesar do esforço de alguns jornalistas e promotores culturais, o cearense não inclui o hábito de ler nem entre suas formas alternativas de passar o tempo. Claro que existem as honrosas exceções, porém, de maneira quase generalizada, há um desapego em relação às manifestações artísticas e culturais".

Do muito querido colunista Cláudio Cabral, em conversa informal na redação do Diário do Nordeste: "Gosto de recordar em minha coluna momentos inesquecíveis do passado, pois assim posso valorizar a importância das grandes amizades que todos devem cultivar ao longo da vida".

Da formosa atriz Tônia Carrero, em entrevista que nos concedeu quando veio lançar sua autobiografia em Fortaleza: "Beleza física não contribui, como muitos pensam, para a felicidade na vida amorosa. Pelo contrário, por vezes até se torna um fator prejudicial".

Realidade camuflada do Brasil, padrões de comportamento e valorizações de reais talentos são hoje os temas abordados pelas personalidades em foco nas Revelações de José Augusto Lopes.

1-Do jornalista Flávio Torres, em depoimento ao meu livro Entrevistas sobre o Comportamento Social. - Existem diferenças entre a sociedade do início da minha carreira e a atual. As pessoas eram mais sóbrias, havia um padrão de elegância mais acentuado no comportamento. O que prevalecia não era o dinheiro, mas a linguagem da personalidade e do caráter de cada um

2- Do grande e saudoso ator Paulo Autran, quando de sua última vinda a Fortaleza, em bate-papo para a TV no Theatro José de Alencar. - Se eu tivesse de começar minha carreira hoje, não teria conseguido as chances que conquistei. Sobretudo por causa da televisão, atualmente se dá prioridade aos dotes físicos, em detrimento do talento real. Eu nunca fiz o gênero galã.

3-Do cineasta Rogério Sganzerla, que revolucionou a Sétima Arte no Brasil com seu filme "O Bandido da Luz Vermelha", em entrevista a mim concedida na televisão. - O brasileiro tem acanhamento de mostrar a sua realidade, ainda hoje temos complexo de colonizado. Isso, é claro, reflete-se bastante em nossas formas de expressão cultural e artística.

De Cláudio Pereira, cujas limitações físicas nunca o impediram de ser um dos mais atuantes e onipresentes agitadores culturais de Fortaleza, inclusive como Secretário da Prefeitura local, onde marcou presença com sua personalidade expansiva e contagiante - Cultura e Alegria jamais serão palavras incompatíveis, pois no cerne da cultura está o princípio de ser feliz.

De Sônia Pinheiro, brilhante colunista que conquistou a sociedade cearense com seu versátil talento. - Não tenho nenhum preconceito contra os chamados emergentes, respeito os self-made-men que subiram na vida com honestidade. Só procuro excluir de minhas citações quem é comprovadamente mau caráter.

De Marcondes Viana, responsável pela criação de um linguajar jovem no jornalismo de sociedade, sem discriminar os leitores mais velhos, declarou-me com convicção que, tanto ontem como nos dias atuais, só se aceitam elogios, jamais críticas, mesmo construtivas.

De Paulo Betti, renomado ator global, em entrevista que me concedeu para o Diário do Nordeste, sobre a participação do artista na política - Quando se tem um projeto ideológico, em que você acredita no que faz e na medida em que o faz sem cobrar, isso é absolutamente legítimo.

De D. Olga Barroso, que como Primeira Dama do Ceará, então esposa do governador Parsifal Barroso, realizou importante trabalho social em favor dos mendigos e moradores de rua. - Não gosto dos movimentos feministas. A mulher deve estar no seu lugar e o homem no dele. A mulher pode e deve trabalhar, mas sem a preocupação de rivalizar com o homem. Igualar-se é impossível. Somos diferentes, jamais inferiores.

Do grande escritor cearense José Alcides Pinto, que o crítico literário José Louzeiro considerava um talento de nível internacional - A característica mais óbvia da burrice em um ser humano é não se encontrar no seu semelhante. A vaidade e o egoísmo também são aspectos típicos da burrice.

Nosso amigo José Augusto Lopes está dando um tempo na escrita em nosso site. Entretanto, seus textos primorosos merecem um replay. Vem ver!

De Virgílio Távora, em entrevista que me concedeu no seu segundo período de governo, numa declaração reservada - O principal caminho, mais do que qualquer outro, para uma decisiva redenção econômica do Ceará, será uma bem planejada exploração de nossas imensas potencialidades no campo do turismo.

De César Cals de Oliveira, quando governador, em conversa informal na sua casa de praia do Icarai, numa visita a que fui levado pela jornalista Geraldina Amaral, então assessora de D. Marieta Cals. - Embora o turismo se configure de extrema importância no futuro de nosso Estado, creio que a agricultura jamais deva ser subestimada, sobretudo quanto ao aproveitamento maciço das incontáveis e bastante diversificadas potencialidades do caju. Se possível, faria do Ceará uma floresta de cajueiros.

Da grande e inesquecível atriz Bibi Ferreira, em bate-papo na residência do comunicador Irapuan Lima, onde ela se hospedou numa de suas temporadas em Fortaleza. - O pior tipo de censura não é aquela ostensiva e oficializada, mas aquela censura velada que parte da chamada maioria silenciosa da sociedade, onde se abriga tudo que existe de mais intolerante, preconceituoso e reacionário da maldade humana.

Sempre admirada por sua natural elegância, em todos os sentidos, CONSTANÇA TÁVORA é uma presença destacada e prestigiada nos meios sociais de Fortaleza, onde sempre brilha por seu bom gosto, educação e refinada sensibilidade.

1) Até que ponto o convívio social contribui para um mundo mais harmonioso?
- No convívio social, pode-se trocar ideias saudáveis, criar e aprofundar amizades, transmitir os valores morais e compartilhar alegrias e realizações. Seres humanos mais felizes e conectados fazem um mundo mais justo.

2) A sociedade cearense evoluiu ou involuiu nos últimos tempos?
- Nossa sociedade evoluiu, sim. Porém, com a pandemia, as pessoas se isolaram, contribuindo para uma diminuição do convívio social.

3) Qual o seu conceito de elegância?
- Bom gosto, autenticidade e simplicidade.

4) Como colocar em prática as normas de etiqueta e bons modos?
- Com bom senso e conhecimento. É uma coisa intrínseca, que vem da própria pessoa.

5) Cite uma canção, um filme e um livro inesquecíveis.
- Canção: La Vie em Rose, com Edith Piaf. Filme: À Noite Sonhamos, notável cinebiografia do compositor Chopin. Livro: O Baile da Despedida, de Josué Montello.

SOLANGE BENEVIDES revela-se, mais uma vez, biógrafa e escritora de grande sensibilidade. Seu livro Wilson Cirino - entre Velas e Tubarões é meritório, inclusive, por mostrar uma outra face dos meios musicais cearenses e brasileiros, por meio de oportunas denúncias que encorpam a densidade e o valor de sua obra.

1) Como Solange Benevides se descobriu talentosa escritora e pesquisadora?
- Essa grande influência vem do berço. Minha mãe gostava de escrever impressões de viagens em ricas narrativas cheias de emoção. Já minha avó criava versos curtos de amor e a irmã mais velha, Fernanda Benevides, também se dedicou à poesia. Comecei pelos poemas, depois optei pelo gênero textual biográfico. Assim, escrevi sobre a vida e trajetória política de meu avô Chico Ponte e agora lancei um livro sobre a vida do valoroso músico aracatiense Wilson Cirino.

2) Pretende continuar na trilha da arte de escrever?
- Sim, pretendo, sinto-me incentivada. Quem sabe até arrisque um novo gênero literário.

3) Quais as suas principais fontes de inspiração?
- Além da admiração pelas pessoas retratadas, tenho também o prazer de poder contar histórias, vivências e lutas travadas pelos biografados.

4) No seu livro sobre Wilson Cirino, são feitas sérias denúncias sobre o oportunismo nos meios musicais. Como encara tais injustiças?
- Encaro com inconformismo e indignação o fato de ver um artista, que deu enorme contribuição à música cearense e nacional, bem como ao sucesso de tantos conterrâneos, não ter recebido apoio e reconhecimento por parte dessas pessoas que ele ajudou. Os mais famosos lhe deram as costas em momentos cruciais. É triste ver uma promissora carreira ser interrompida por falta de oportunidade. Cirino guarda músicas autorais inéditas que são verdadeiras pérolas.

5) Cite um livro, um filme e uma música de sua preferência.
- Livro: Quarto de Despejo, autobiografia da favelada e catadora de papel Carolina de Jesus. Filme: Tempos Modernos, vi e revi várias vezes, aprecio toda a obra de Chaplin. Música: Smile, também da autoria de Charles Chaplin.

Na respeitada opinião do inesquecível e grande artista plástico Marcus Jussier, EMÍLIA PORTO conectou todas as imagens de sua liberdade, principalmente a liberdade de artista. Com talento de extraordinária visão, superou modismos e antecipou tendências no mundo artístico, a partir da cerâmica até as criações bidimensionais. Segundo Jussier, Emília é autêntica criadora de uma arte ímpar, que atinge com intensa sensibilidade a essência dos seus temas.

1) Como se processou sua incursão no mundo artístico?
- Estimulada por amigos, como o saudoso e grande artista Marcus Jussier, percebi a dimensão de liberdade e integração com o mundo que as artes me poderiam proporcionar.

2) Como o cearense encara o universo cultural dos artistas?
- Em nosso Estado, lamentavelmente ainda não ocorre uma valorização condigna.

3) Em sua opinião, quais os grandes nomes das artes visuais no Ceará?
- Antônio Rocha, Mano Alencar, Vando Figueiredo e os saudosos Cláudio César e Marcus Jussier.

4) Na História e no mundo, quem são seus preferidos?
- Picasso, Van Gogh, Rembrandt, Salvador Dali e Basquiat.

5) Que estilo artístico mais a impressionou?
- O Modernismo.

6) Cite um livro, um filme e uma música.

Livro -Sergio Y. Vai À América do meu filho Alexandre Porto.
Filme -E o Vento Levou
Canção -Pela luz dos Olhos Teus.

MARILZA PESSOA firmou seu nome como produtora responsável por inúmeros literalmente saborosos momentos de grandes eventos festivos em Fortaleza. Por meio de sua confeitaria Bom Bocado, consolidou prestígio em inesquecíveis encontros sociais, com seus magníficos bolos temáticos.

1) Como surgiu sua vocação de criar, com arte, elogiados bolos de aniversários, casamentos e outros eventos de expressivo porte?
-Na minha juventude, as mulheres eram criadas para acumular prendas domésticas, sempre ligadas ao recinto do lar. Mas obtive de meus pais o consentimento para estudar e aperfeiçoar meus dons, já revelados em festas na minha própria casa, quem sabe já a objetivar um futuro ingresso no mercado de trabalho.

2) Como ocorreu esse processo de aperfeiçoamento?
-Desenvolvi minhas tendências artísticas de criatividade na Escola São Rafael. Fiz cursos de pintura e bordados, tive aulas de violão e piano. Estudei culinária, com foco nos bolos, que sempre foram minha paixão.

3) Explique a motivação forte de sua preferência pelos bolos.
- Considero o bolo temático um símbolo maior de todo evento regido pelo sentimento do amor, uma autêntica materialização de carinho.

4) Expresse como o símbolo de um belo bolo é capaz de transmitir tanta emoção.
- É muito significativo que a primeira fatia cortada deva ser oferecida à pessoa que os aniversariantes, ou os noivos, presumivelmente têm mais consideração ou apego.

5) Detém alguma fórmula com o objetivo de sempre assegurar o sucesso de suas criações?
- O bolo deve ter tudo a ver com a personalidade de quem vai oferecê-lo. Esse é um precioso detalhe a ser levado em conta na sua elaboração.

GRAÇA DIAS BRANCO DA ESCÓSSIA detém em si, de forma intrínseca, dons que dignificam o caráter humano. Aquela luz interior que se irradia por todos os setores de sua vida, desde a elegância pessoal ao desempenho como esposa do Dr. Jório da Escóssia Jr., mãe de família, filha, irmã e amiga, bem como na firme atuação de talentosa e dinâmica empresária no Grupo M. Dias Branco.

1) Como iniciou sua atuação no grande grupo empresarial a que pertence?
-Logo que me formei em Direito, carreira para a qual sempre fui vocacionada pelo senso de Justiça que é muito arraigado em mim, meu inesquecível pai, Ivens Dias Branco, confiou-me a administração do Hotel Praia Centro. Ele sempre teve muita firmeza em suas tomadas de atitudes.

2) Seu pai, então, foi um decisivo exemplo em sua vida?
- Um exemplo extraordinário, que união a capacidade empresarial a uma notória sensibilidade como ser humano, bem caracterizada pela forma como sabia se relacionar com o próximo. Ele era obstinado e determinado. No íntimo, foi um grande e constante sonhador.

3) Um dos louváveis méritos de seu pai era sua espontânea e reconhecida generosidade. Como vê esse aspecto do seu caráter?
- Meu pai exercia seu caráter solidário sempre da forma mais discreta possível. Acredito que sempre tem de ser assim. Ajuda alardeada deixa de ser ajuda para se tornar exibicionismo.

4) Qual o seu conceito de família?
- Família é o início de minha história e minha maior riqueza. A família dá sentido à existência.

5) Que tipo de leitura mais a impressionou?
- Em especial, o livro Liderança Positiva, de Guilherme Guimarães, e a biografia de meu pai, eterno norteador de toda a minha concepção de trabalho, de fé e de vida.

Escritora, autora de três livros lançados, detentora de pós-graduação em Psicanálise, BÁRBARA BUSGAIB detém o respeito e admiração dos meios culturais cearenses, sempre também a prestigiar o que acontece de relevante nesse contexto.

1) A quantas andam os movimentos culturais no Ceará?
- Na minha visão, os movimentos culturais locais ainda deixam muito a desejar. Falta, sobretudo, aceitação pública de pessoas interessadas em desenvolver a Cultura.

2) Cite momentos importantes de sua participação no âmbito cultural.
- Quando publiquei meus três livros, quando assumi a presidência da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia e ao terminar minha pós-graduação em Psicanálise.

3) Mencione, em sua opinião, nomes de relevo no contexto da intelectualidade local.
- Núbia Brasileiro (in memoriam), Belchior, Gonzaga Mota, Antônio Albuquerque de Sousa Filho.

4) No campo da música, quais são suas preferências eletivas?
- Todas as letras e músicas inteligentes. Como compositor, admiro em especial Chico Buarque de Holanda. Na qualidade de cantora e intérprete, Maria Bethânia.

5) Um filme inesquecível.
- Na minha infância, Sissi, a Imperatriz, com Romy Schneider.

ALÓDIA GUIMARÃES tem seu nome definitivamente associado à sociedade cearense no que temos de mais alegre e festivo, por meio de promoções antológicas como o Baile das Debutantes e o Réveillon do sofisticado Ideal Clube. Ela fornece, a seguir, alguns dicas que conquistaram seu grande sucesso no setor.

1) A que atribui seu êxito na organização de grandes eventos sociais?
-De princípio, é muito importante identificar-se com os gostos e atentar para a personalidade de cada cliente que nos solicita a coordenação de um acontecimento.

2) Como surgiu sua vocação para as grandes promoções da sociedade?
- Desde menina, meu pai Rui Guedis dizia: a Alódia é uma festa. Como venho de uma família que sempre cultivou a Cultura e o bom gosto, sempre me identifiquei com a criatividade, a beleza e as artes, qualidades que procuro imprimir ao meu trabalho.

3) Quais os méritos herdados de sua mãe?
- Sou filha de Carmelita Guedis, artista da alta costura, que criou e produziu maravilhosas peças para bailes, noivas e debutantes. Herdei dela, entre outros atributos, seu gosto apurado, além de regras preciosas de etiqueta e bom comportamento.

4) Cite outros grandes eventos que a marcaram.
- Os bailes de aniversário do Ideal Clube e a festa de escolha da Garota Ideal.

5) Que mudanças ocorreram, nos últimos anos, na área dos grandes acontecimentos sociais?
- Hoje os eventos são mais ricos e sofisticados, mas sempre estão a requisitar ideias novas e personalizadas, com o predomínio, sobretudo, do bom gosto.

Beleza física é um motivo de encantamento, mas não é o detalhe que se destaca por si só na pessoa de NÉLIA VALENÇA QUEIROZ, cuja aura de beleza advém igualmente do espírito, da maneira de encarar a vida com nobreza de sentimentos e da forma de conviver com o próximo.

A seguir, transcrevemos declarações de Nélia em entrevista a esta coluna.

1) Seu saudoso marido, Edson Queiroz Filho, chegou a incursionar na área política. Qual sua opinião sobre o tema?
- Leio pouco sobre política atualmente porque, apesar de meu temperamento priorizar a tranquilidade, não perdi a capacidade de indignar-me com tantas coisas que não me parecem justas ou coerentes.

2) Fale-nos sobre seu conceito de amor.
- Amor é a mola mestra do mundo, no sentido mais amplo desse conceito. Vive-se e constrói-se por amor - e pela Fé, que é o amor em sua essência mais pura e abrangente. A Fé nós põe de pé todos os dias e está presente em tudo. Dessa forma, consigo enxergar felicidade nas mínimas coisas.

3) Cite-nos livros que a impressionaram.
- Uma Breve História do Cristianismo, de Geoffrey Blainey, e Catarina, a Grande, de Robert K. Massie.

4) Filme inesquecível.
- Uma Mulher, Uma Vida, com Sophia Loren.

5)Sua filosofia de vida.
Viver é aprender todos os dias, distante, muito distante, da arrogância e da prepotência.

FÁTIMA DUARTE é um atuante exemplo de valorização do trabalho da mulher no campo empresarial. Ela sabe entender, como se faz necessário, a importância da sociabilidade e do espírito de classe, em integração com outras áreas, a ampliar e afirmar a criatividade e capacidade de realização empresarial feminina, que tanto se tem feito impor nos últimos tempos.

1) Qual a importância da mulher no contexto das empresas cearenses?
- Com situações machistas acontecendo diariamente dentro das companhias, a busca por igualdade ainda é uma luta constante e real para a mulher de negócios no universo corporativo. Mas as lideranças femininas têm grande poder transformador dentro das empresas, diversificando os pontos de vista e dando mais visibilidade para questões de gênero.

2) Que relevância tem a constância da vida em sociedade?
- A vida em grupo possibilita crescimento, aponta oportunidades, mas nem sempre a convivência é simples. Conviver é o desafio de encontrar harmonia nas relações, equilibrando planos compartilhados em visões de mundo diferenciadas.

3) Qual sua visão da temática social?
- Os temas sociais se tornaram a grande preocupação do século XXI. Cada vez mais, os países e seus líderes estão preocupados com o conforto de todos, desde a integração do indivíduo na sociedade até a sua acessibilidade.

4) Uma viagem inesquecível.
- Leste da Europa.

5) Uma canção que marcou sua sensibilidade.
- London, London, de Caetano Veloso.

6) Leitura predileta.
- Jesus, o maior psicólogo que já existiu.

IRINEIDE SILVEIRA é sempre uma presença de notável destaque, sob diversos aspectos. São várias as qualidades que reúne sob a égide de uma forte personalidade. Bela, elegante, culta, inteligente e bem informada sobre tudo que acontece no universo sócio-cultural, Irineide Silveira faz jus à admiração conquistada.

1) Atividades culturais merecem o devido estímulo no Ceará?
- Somos deficientes em eventos culturais de nível. Entretanto podemos adquirir vasta cultura geral, se nos interessamos por filmes, leituras de jornais, livros e procuramos ouvir boa música, além de vermos alguns excelentes canais em televisão. A Internet também é um item importante, porque num simples toque nos conectamos com o mundo.

2) Qual o principal papel das redes sociais?
- Redes sociais permitem compartilhar informações entre pessoas e operar em níveis diversos como profissional, de relacionamento, dentre outros. É o meio de comunicação mais eficaz, largamente usado por todos, independentemente de sua classe social.

3) Cite um filme inesquecível.
- O belo Dr. Jivago, dirigido por David Lean, baseado na obra de Boris Pasternak, com Omar Sharif, Julie Christie e Geraldine Chaplin nos desempenhos principais. No cenário da revolução comunista de 1917, narra a história de amor entre Lara e Jivago, com bela e romântica trilha sonora de inspiração russa. Filme indispensável, atualmente.

4) No campo musical, quais suas preferências?
- As músicas do admirável Cole Porter, compositor americano dos anos 1940. Night and Day é uma de suas mais belas e famosas criações.

5) Uma grande obra literária.
- Hamlet, de William Shakespeare, pelos ensinamentos que contém, uma síntese de todos os sentimentos humanos.

OLGA SANFORD possui formação erudita, pois nasceu no lar de D. Edite e Humberto Jansen Barroso, onde se cultivava intensamente o amor à música clássica e às atividades culturais. A bela Olga, viúva do cavalheiro João Sanford, é mãe de filhos adoráveis - Nize, Carla, Maria e Paulo. Um padrão de charme e elegância, muito querida na sociedade cearense.

1) Como surgiu seu louvável empenho de trabalhar como voluntária social, em benefício das comunidades carentes?
- Fui criada dentro dos princípios de que amar e ajudar o próximo é uma premissa cristã fundamental, sobretudo em favor dos mais necessitados.

2) Cite uma música inesquecível.
- Dentro da formação clássica de meu pai, que promovia saraus artísticos em nossa casa, aprecio a qualidade da música em si, independente do gênero que a define.

3) Um filme marcante.
- Talvez pareça redundante citar Casablanca, que é quase uma unanimidade, mas esse filme tem o roteiro que é considerado talvez o mais perfeito na história do cinema.

4) Momentos Inesquecíveis.
Todos os passados ao lado da minha família, bem como aqueles em que me sinto útil ao trabalhar em favor dos carentes.

5) Já que é ligada à música clássica, qual seu compositor predileto no gênero?
- Talvez siga a preferência do meu pai e opte pelo sublime romantismo de Brahms.

Ethel Whitehurst é daquele tipo de pessoa concentradora de atenções aonde quer que vá, por seu somatório de méritos pessoais e profissionais. Foi a grande responsável pela divulgação e profissionalização internacional do artesanato cearense, detentora de inúmeras e merecidas premiações, a irradiar seu talento e dinamismo a partir da encantadora loja Yamor da Ethel.

1) Como surgiu a paixão pelo artesanato em sua vida?
- Sou carioca, mas desde os 15 anos convivo com o artesanato do Ceará, quando minha mãe Yara veio do Rio para Fortaleza e começou a produzir camisolas. Eu fazia desenhos para as bordadeiras. Enfim, surgiu a Yamor da Ethel e minha dedicação fez a empresa crescer. Em 1980, fizemos a primeira exportação para os Estados Unidos e passei a participar de Feiras de Negócios nacionais e internacionais. A Yamor da Ethel ganhou o mundo...

2) O que classifica como sua maior realização?
- É difícil classificar um momento maior de realização profissional, valorizo por igual os inúmeros prêmios e homenagens que recebi.

3) Que canção mais lhe toca a sensibilidade?
- Emoções, o grande êxito de Roberto Carlos, porque simboliza um somatório de todos os bons momentos vividos.

4) Cite um livro que a impressionou.
- O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald, pela inteligente crítica social e humana que ele contém.

5) Um filme inesquecível.
Casablanca, de Michael Curtiz, um clássico do cinema, com antológicas interpretações de Ingrid Bergman e Humphrey Bogart.

6) Sua filosofia de vida.
- Creio que nasci para ser feliz - e nada me demove dessa certeza.

IRENE MOTA é presença de permanente destaque nos meios jurídicos e sociais de Fortaleza. Ao exercer a função vitalícia de Defensora Pública revela seu meritório apreço às causas dos carentes de Justiça, além de reiterada afinidade com todo um contexto ligado às atividades culturais e à realização plena do ser humano.

1) Por que a opção pela carreira jurídica?

-Desde criança, tenho arraigado dentro de mim o sentido de Justiça em relação aos menos favorecidos. O curso de Direito me daria uma visão mais profunda dos problemas sociais.

2) O trabalho da mulher já é devidamente valorizado?
- Não, a mulher ainda não ocupa seu merecido espaço no mercado de trabalho.

3) Cite uma canção que marcou seu universo sentimental.
-La Barca, de Luís Miguel, em um período profundamente caracterizado por saudável romantismo.

4) Um livro que a impressionou de modo marcante.
- A Viagem de Théo, de Catherine Clement.

5) Momentos decisivamente inesquecíveis de sua existência.
- Nascimento dos meus filhos Gláudia, Glauber e José.

6) Um ideal de vida.
- Ser feliz e saber valorizar a felicidade.

MÔNICA ARRUDA personifica uma prova de que a autêntica elegância é um item sempre presente em todos os aspectos de um destaque social, evidência que a torna tão apreciada e requisitada nos mais importantes eventos e reuniões de Fortaleza.

1 - A Cultura merece o devido apreço no contexto social fortalezense?
Ainda se faz muito necessária uma maior atualização da sociedade local em relação às atividades culturais.

2 - Qual a importância da Internet no mundo atual?
O lado positivo das redes sociais se encontra no mérito de possibilitar conexões mais rápidas entre as pessoas, sobretudo em casos de emergência.

3 - Cite um livro que a impressionou profundamente.
Arquipélago Gulag, de Alexander Soljenitsin, pelo brilhante estilo e contundente mensagem em favor da liberdade.

4 - Uma canção que a marcou.
My Way, na excelente interpretação de Frank Sinatra. Letra e melodia se equivalem em beleza e emoção.

5 - Sua viagem para sempre inolvidável.
Volta ao mundo por quatro continentes, em 1976. Inesquecível.

6 - Momentos mais preciosos de sua vida.
O nascimento de cada filho. Nenhuma outra emoção se compara.

Nas últimas semanas, foi editada a seção Bons Modos Virtuais, na qual apontei os principais deslizes e gafes cometidos por internautas, hoje bem mais comuns e constantes do que no início do funcionamento das redes virtuais. Isso não é algo que ocorre só em nosso País, mas assumiu características assustadoras no Brasil.

Lamentavelmente proliferam pessoas que agridem outras sem nenhuma razão que justifique tal fúria. Palavrões e expressões grosseiras são emitidas indiscriminadamente, em um desfile quase contínuo de vulgaridades, baixezas e até calúnias passíveis de punição legal.

A partir da próxima semana, faremos o inverso. E enfocaremos personalidades que se caracterizam pela educação, fineza de modos e atitudes inteligentes. Terei o maior prazer em redigir e exaltar com méritos os Perfis em Destaque da sociedade cearense.

Assédios sexuais vulgares, e até mesmo perigosos, são hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

Assédios de ordem física, sobretudo quando eivados de más intenções e expressões chulas, é um dos piores aspectos das redes virtuais. A sexualidade deve sempre fazer parte de uma forma digna de relacionamento, respaldada por sentimentos elevados de aproximação entre dois seres humanos.

Geralmente, os sedutores vulgares, algumas vezes com intuito criminoso de extorsão, iniciam suas investidas de forma sutil e envolvente. É preciso tomar precauções antes de dar-lhes atenção e, assim, fornecer-lhes campos mais livres para agir.

Em casos extremos, caso o assédio persista, resta o recurso da denúncia, se bem que os assediadores sempre se camuflam em perfis fictícios. Mas há como identificá-los. Nesse contexto, entretanto, existem pessoas de boa fé, em busca de um relacionamento sério. Nunca usam expressões vulgares, mas, ainda assim, sempre é necessário usar a perspicácia e tomar cuidados.

Como agir em meio a agressões nas redes sociais é hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

É no tumultuado campo da política que os conflitos e a intolerância se fazem sentir com mais intensidade nas redes sociais. O ideal, como manda o bom senso, seria ignorar as agressões de caráter mais intenso. O autocontrole, nesses casos, é fundamental.

Geralmente é posta à prova a capacidade de resistência e circunstancial indiferença das pessoas mais educadas e sensíveis, dotadas de princípios educacionais mais sólidos e isentas da contaminação de impulsos vulgares.

Pior é quando rasteiras provocações partem dos considerados bons amigos e até dos familiares. Mas o silêncio continua a ser a melhor resposta. Nenhum antítodo para o mal consegue ser mais forte do que a indiferença.

Corresponder às atenções do próximo é hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

Não custa nada ser gentil e responder a um cumprimento virtual, mesmo de um desconhecido, a exemplo de um Bom Dia ou Boa Tarde. A pessoa que o envia, ainda que não pertença ao seu círculo mais íntimo, teve a delicadeza de lembrar-se de você e desejar-lhe o transcurso de momentos felizes.

Algumas pessoas sem muito boa vontade com o próximo argumentam que esse rápido cumprimento virtual é um ato puramente mecânico, sem maiores implicações afetivas. Pensar dessa forma é fazer um julgamento superficial e apressado.

Ninguém pode imaginar e aquilatar o que representa para uma pessoa sensível, em alguns casos carente, sentir que alguém corresponde às suas demonstrações delicadas e espontâneas, dentro de um civilizado espírito de cordialidade e sociabilidade.

Comentários desatentos sobre fotos antigas são hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

Sempre que comentar a postagem da foto de um contato, verifique antes se não se trata de TBT, por vezes datado de vários anos atrás. Às vezes a pessoa retratada está bem mais magra, ou mais gordo e envelhecido, nos dias atuais, o que fará contrastante, ou até mesmo ridículo, o juízo de um comentário desantenado.

Até pode parecer chocante se você emitir uma opinião como se estivesse referindo à aparência do contato no momento presente, diante de uma foto que, na realidade, é antiga. Muitas gafes são cometidas nesse sentido.

Geralmente o ano da fotografia é indicado na postagem, mas muitos não se dão sequer ao trabalho de dar uma rápida conferida. No mínimo, isso demonstra uma falta elementar de atenção e pode resultar, em alguns casos, numa tremenda descortesia.

Utilidade louvável de certos grupos nas redes sociais é hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

Uma das mais válidas formas de se utilizar redes sociais é quando você tem uma alteração de saúde e procura grupos de pessoas portadoras do mesmo tipo de problema, com quem poderá trocar informações sobre o tema.

Obviamente, essas informações deverão ser posteriormente checadas com seu médico, mas poderão servir de importante base na elaboração das consultas.

Os grupos temáticos também são bastante válidos quanto a outros tipos de pesquisas, inclusive em áreas culturais, quando reúne fãs de cinema, música, teatro, literatura, artes visuais. Fotos antigas e resgates de memória são outras motivações bastante procuradas, em meio a esse lado positivo e produtivo da comunicação virtual.

Multiplicidade dúbia de perfis nas redes sociais é hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

Há internautas que têm diversos perfis diferentes, às vezes em um só sítio como o Facebook, com dados que chegam a se contradizer. Dá a impressão de que existe algo a esconder ou manipular. No mínimo, é uma atitude que leva à desconfiança.
Pode acontecer que sejam perfis hackeados, ou de há muito desativados por alguma razão justificável. Ocorre, também, que as redes virtuais às vezes demoram muito para tomar atitudes saneadoras, mesmo quando insistentemente solicitadas.
Em um mundo já tão cheio de dúvidas e incertezas, lidar com dubiedades no mundo virtual é um problema desnecessário a mais. Sempre se certifique, portanto, da autenticidade dos contatos e perfis com os quais você interage.

Repetição de mensagens já defasadas é hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

Ao repassar uma postagem recebida, preste atenção se seu conteúdo não está de há muito superado, ou se foi de alguma maneira desmentido por fonte confiável. Faça sempre o que estiver ao seu alcance para sedimentar e ratificar credibilidade junto aos contatos virtuais.

Por vezes existem pessoas, presumivelmente bem informadas, que repetem mensagens relacionadas a fatos e desenlaces ocorridos há meses, ou até mesmo há anos, como se fossem bem atuais, sem qualquer indicação de que não se trata de um acontecimento recente.

Da sua credibilidade e capacidade de informação vai depender a confiança e permanência do círculo de amigos que você pretende manter nas redes sociais das quais participa.

Divulgação intencional de fake news é hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

É inconcebível que uma pessoa, pelo menos razoavelmente esclarecida quanto a noções de honestidade e dignidade, preste-se ao papel de repassar fake news, mesmo quando consciente da inveracidade das notícias veiculadas.

O ideal seria que as redes sociais fosse usadas apenas como um veículo de comunicação produtivo e saudável, um elo de aproximação e informação fidedigna entre as pessoas, jamais como uma fonte de enganos, armações escusas e desavenças.

Esse procedimento correto não pretenderia inibir, em lato senso, os conceitos e a forma de pensar dos internautas. Apenas afastaria o recurso deplorável de distorcer evidências com intuitos de má fé, ou até mesmo somente pelo mero e mórbido prazer de enganar o próximo.

Ligações em horários inconvenientes são hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

Uma das normas fundamentais de bons modos nas redes sociais diz respeito aos horários aconselháveis para se fazer ligações. Evite realizar chamadas, a não ser que o contato seja amigo de sua intimidade, depois das 22 horas ou muito cedo pela manhã. Existem outras formas de contornar sua própria insônia.

Esse tipo de chamada fora de hora, em momentos normalmente considerados de repouso, só se torna cabível na ocorrência de evidentes fatos emergenciais, que necessitem da intervenção do contato chamado e requeiram soluções inadiáveis.

Existe a exceção quanto a pessoas que morem em países distantes, com fusos horários diferenciados, dos quais você precisa se certificar antes. Por fim, há a hipótese de ambos os contatos serem insones contumazes, no caso das ligações tardias, e de haver um explícito consentimento mútuo em relação a horários livres.

Usar assuntos culturais como forma de consolidar amizades é hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

Para consolidar uma amizade virtual estimulante e reciprocamente agradável, nada melhor do que enfocar seus comentários nas preferências culturais de seu contato, a exemplo de cinema, literatura, música e artes plásticas. Você descobrirá essas predileções naturalmente. Com o decorrer dos diálogos, elas sempre se revelam.

Elos culturais são sempre muito fortes e contribuem para desenvolver conhecimentos a respeito de diversificadas áreas. Se você se interessa pelo tema, procure sempre estar informado e atualizado, para se sentir mais seguro em suas abordagens e comentários.

Contatos com tendencias culturais sempre gostam de trocar informações. Mas seja sempre natural, nunca assuma ares de doutrinador, pois isso revelará uma faceta dominadora e não muito agradável de sua personalidade.

Ironia sem inteligência, nas redes sociais, é hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

Um dos aspectos negativos das redes virtuais é a maldade implícita que se pode revelar por meio de certo tipo de ironia rasteira, com flagrantes toques de vulgaridade e, o que é pior, com pretensos tons de inteligência
Tais comentários geralmente partem de pessoas sem nenhuma consciência das suas óbvias limitações, as quais fazem uso de um suposto senso de humor, agressivo e ilimitado, sem a mínima noção do que seja criatividade.

Daí as citações pretensamente culturais, aberrantes e deslocadas, palavras e frases com erros linguísticos clamorosos, pensamentos sem qualquer articulação. O que pretendia ser original, ou pelo menos engraçado, torna-se um veículo de notória inveja ou total ausência de senso do ridículo.

Insistência nas chamadas sem resposta é hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

Nunca insista em chamar à exaustão, nas redes sociais, uma pessoa que não o atenda dentro de um aceitável espaço de tempo. Três chamadas sucessivas são um limite razoável. Já é hora de parar, pelo menos por alguns minutos.

Se o contato não responde de pronto aos seus chamados, evidentemente deve estar ocupado no momento, ou, em outra hipótese, não está querendo interagir com você no momento. Sua insistência, no caso, poderá ser considerada inoportuna.

Só será justificável continuar a persistir nas ligações no caso de o assunto em pauta ser de indiscutível urgência, ou que envolva evidente interesse mútuo. Ainda assim, convém deixar um recado sobre o teor ou relevância do tema a ser tratado.

Mudanças de costumes inseridas no contexto das redes sociais é hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

É claro que, na atual e suposta modernidade, ninguém pode ater-se rigorosamente às normas rígidas dos tradicionais códigos e receituários de comportamento usados no passado, até mesmo de um passado relativamente recente.

Também entra em jogo a evidência de que a Internet é um meio diferenciado das demais formas de comunicação, e conseguiu absorver, como nenhuma outra, as diversas mutações sofridas pelos costumes sociais nos últimos tempos. Na realidade, ocorreram marcantes variações. Nem sempre louváveis, ressalte-se.

Mas nunca se deve esquecer que, a exemplo do que acontece no âmbito das leis, ainda subsistem regras pétreas e imutáveis, que fazem parte da carta básica de uma convivência civilizada, seja qual for a faixa social a que se pertença.

Divergências e discussões em redes sociais são hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

Um diálogo virtual de poucos minutos, mesmo sem indagações invasivas ou indiscretas, já poderá revelar, pelo menos de leve, a personalidade de sua nova e pretendida amizade no contexto de uma rede social. A prática lhe concede, em boa parte, essa capacidade de discernir.
Divergências ou discussões saudáveis, sem arroubos desnecessários de parte a parte, podem até contribuir para um modo construtivo de formar opinião e se posicionar em relação a um tema.
É muito importante sempre podar os excessos verbais e não ultrapassar os limites convencionais de uma boa educação. Não se trata de concordar sempre, mas de saber dialogar. Às vezes se torna difícil, mas raramente é de todo impossível. Tome cuidado, para não criar uma pessoa hostil dentro de sua privacidade, ou até mesmo um futuro inimigo.

Evitar lugares comuns nas redes sociais é o tema hoje dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

Seja sempre gentil, até mesmo um pouco formal, nos primeiros diálogos com um novo contato.
Cada espaço numa rede social representa um reduto de privacidade como qualquer outro na vida de um indivíduo.
Evite lugares comuns que possam parecer falsos ou pouco naturais. Não tente forçar uma intimidade que realmente ainda não existe. Procure sempre ser você mesmo, sem qualquer tipo de exagero.

Amizades verdadeiras surgem de forma espontânea. Constatação de afinidades tem seu próprio ritmo, sem necessidade de imposições ou dissimulação. Tudo nasce de maneira espontânea, sem necessidade de precipitações. Lembre-se sobretudo que, no cerne da coisa, o mundo virtual tem suas próprias regras, algumas delas beirando a utopia. Atitudes e palavras do mundo real nem sempre funcionam a contento.

Tome cuidado com os costumes vigentes em outros países, quando interagir com estrangeiros. Leia hoje nos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

Se seu contato é de outro país, antes de tudo procure tomar conhecimento dos costumes locais, daquilo que seja permitido ou proibido, ou até mesmo considerado inconveniente em sua nação de origem. No Oriente Médio, por exemplo, há milhares de internautas querendo interagir com brasileiros.

Jamais tome qualquer tipo de intimidade com uma mulher oriental, sempre a trate muito respeitosamente. Embora na maioria dos países do Oriente Médio a mulher esteja numa espécie de segundo plano no contexto familiar, subordinada ao homem, ela detém imenso respeito por parte dos parentes.

Transgredir os costumes dos países orientais, mesmo apenas virtualmente, pode acarretar-lhe severos revides.
E nunca será demais mencionar a intensidade dos preconceitos lá existentes, onde certos desvios sexuais podem ser punidos até com a pena de morte.

Ao repassar uma mensagem, sempre averigue antes se é uma mentira. Leia hoje nos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

Antes de passar adiante uma mensagem que lhe enviaram, assegure-se não estar ajudando a veicular uma notícia fake, às vezes uma mentira óbvia, na maioria dos casos eivada de más e deturpadoras intenções. Contribuir com esse tipo de coisa, mesmo sem maus e deliberados propósitos, contribui para a perda de sua credibilidade.
O ideal seria que as redes sociais fossem usadas apenas como um meio de comunicação produtivo, instrutivo e saudável, um elo de aproximação entre as pessoas, mesmo quando emitindo opiniões discordantes, porém de forma civilizada.
Divergências de opinião podem ser discutidas de forma moderada, com a ausência de expressões excessivamente agressivas, depreciativas ou pejorativas. Sobretudo, sem ranços ostensivos de rasteiros preconceitos e injusticáveis discriminações.

Como reagir a ofensas agressivas e gratuitas nas redes sociais é hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

Existem, na realidade, tipos de gratuitas e excessivamente agressivas ofensas virtuais, às quais a mais tranquila das pessoas não consegue ficar de todo indiferente. Há um limite de aceitação para tudo na vida.
Assim, em casos extremos, grande parte dos internautas não consegue conter uma resposta que considere à altura da grave falta de respeito. Quando esse revide se torne inevitável, pois afinal somos humanos, procure sempre não extrapolar seus princípios elementares de dignidade e postura ética.
O ideal mesmo será controlar-se e não dar nenhuma resposta. Exerça, simplesmente, o que o talentoso homem de Comunicação Braz Theóphilo convencionou classificar como o deleite de deletar. E ponto final.

Certificar-se de que foi realmente convidado virtualmente para uma reunião é hoje tema dos comentários de José Augusto Lopes.

As vezes alguém posta em sua rede social a ocorrência de um evento festivo, de caráter íntimo e familiar, mas isso não significa necessariamente que o convite foi dirigido para você. Quando o é, geralmente solicita a confirmação de presença.
Na ausência dessa solicitação, há maneiras de se confirmar a existência de um convite efetivo e específico. Sutilmente. Pergunte, por exemplo, qual é o traje pedido para a reunião, ou se existe um convite exibível à entrada. O silêncio da outra parte já será uma forma de exclusão.
Evite ser uma presença não desejada. Nada há de mais desagradável, nos círculos sociais mais privados, do que ser considerado um penetra ou intrujão que comprometerá a privacidade do ambiente.

Faltar a compromissos previamente confirmados nas redes sociais é hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

Marcar um compromisso pelas redes virtuais tem o mesmo valor de um encontro marcado ao vivo, ou por convites impressos formais, com horário e local previamente acertados. Nunca falte sem apresentar uma justificativa plausível, com a devida antecedência.

Lembre-se que a outra pessoa pode ter modificado toda a agenda particular de um dia inteiro, só para atender a esse compromisso. Somente por um motivo inarredável, sua falta se tornaria compreensível.

Apresentar desculpas por ter de estar ausente a algo que foi antecipadamente combinado em detalhes, por meio da atual importância que se é atribuída às confirmações estabelecidas nas redes sociais, configura uma falta de atenção e consideração quanto ao seu contato e merece uma retratação fidedigna.

Invasão indevida de grandes espaços em perfis alheios é hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

A não ser entre contatos de reafirmados e ratificados laços de amizade, torna-se uma invasão de privacidade a postagem no time-line alheio, sem permissão prévia, de textos e fotos por vezes inoportunos e inconvenientes, dos mais diversificados teores.

Vale ressaltar que essa utilização não autorizada do espaço de seus contatos, entre as postagens dos perfis, tem sua louvável lista de excessões, tais como a realização de eventos culturais e artísticos, que são sempre bem-vindos e merecem ser massificados nas redes sociais.

Deve-se atentar, entretanto, para a não repetição de eventos já ocorridos e consumados, o que denota evidente falta de informação e atualização por parte de quem enviou a postagem.

Diálogos nas redes sociais podem ser facilmente desvirtuados. Veja hoje nos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

Delicadeza não se mede pelo número de palavras, mas pela maneira como elas são ditas. Algumas vezes você pode ser indelicado, mesmo sem ter essa intenção, somente por causa da forma como se expressa.

A má vontade e o desinteresse parecem adquirir mais ênfase através do mundo virtual. Poucas palavras podem exprimir um universo de atenção e carinho, mas do mesmo modo conseguem conter desatenção e rudeza.

A forma de expressão reflete muito o caráter de uma pessoa. Por isso, pense duas vezes antes de dizer alguma coisa ou formular uma opinião, dentro do quase sempre apressado e abreviado contexto dos diálogos nas redes sociais.

Pensar duas vezes antes de pretender dar conselhos é hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

Faz-se necessária a existência de uma amizade sólida para você se julgar com o direito de dar conselhos peremptórios e radicais a um contato virtual, a não ser que o conselho em questão resulte num benefício necessário e evidente.

Sempre será conveniente lembrar que certos assuntos só devem ser tratados em OFF, nunca em comentários públicos, mesmo se levando em conta uma amizade já razoavelmente consolidada. Isso representa um básico princípio ético.

Tal como a realidade em lato senso, o universo virtual requer, em qualquer tipo de relacionamento, maciças e constantes doses complementares de tato nos dizeres e respeito mútuo.

Desculpas indelicadas e inconvincentes são hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes

É uma demonstração de fineza lembrar-se das datas especiais na vida de seus amigos das redes sociais, tais como aniversários, natalícios de parentes próximos, comemorações de bodas de casamento, recebimentos de prêmios e honrarias, bem como todo tipo de conquistas pessoais e profissionais.

Fique sempre atento e, mesmo que já tenham decorridos dias após o transcurso das datas especiais, sempre é conveniente lembrar-se delas, com desculpas obviamente sinceras e convincentes para justificar o involuntário atraso.

Ninguém perde nada em ser gentil e cumprir imprescindíveis atitudes de cortesia, muito pelo contrário, e essa é uma das formas mais concretas de consolidar a imagem de uma personalidade amiga, sociável e plena de saudável cordialidade. Um ótimo domingo a todos!

Bisbilhotices inoportunas são hoje o tema dos Bons Modos Virtuais de José Augusto Lopes.

Quando souber do falecimento de alguém, mesmo que seja de um amigo, preste seus sentimentos à família enlutada, mas nunca peça detalhes sobre as circunstâncias do triste fato. Além de denotar curiosidade um tanto mórbida, sempre é constrangedora a prestação de esclarecimentos sobre ocorrência tão dolorosa.

Se explicações acontecere, devem partir dos próprios parentes ou amigos mais íntimos do falecido, de maneira discreta e espontânea.

Não só na morte, como na vida, perguntas impertinentes sobre casamentos, empregos, rendas, separações e coisas no gênero denotam um reprovável espírito de bisbilhotice, bastante inadequado a uma pessoa que se diz bem educada.

Nada é mais desagradável do que você estar conversando com alguém e, de repente, o outro lado emudece. Isso sem lhe dar qualquer tipo de satisfação, mas, provavelmente, porque resolveu atender outro chamado que julgou mais interessante.

É um direito se escolher o que acha melhor, ou mais conveniente no momento. Mas deixar o outro a falar sozinho, sem ao menos uma rápida justificativa, é uma imensa desatenção.

Mais destoantes são as justificativas depois, quando vêm, que quase nunca conseguem dissimular a falta de jeito. As desculpas soam sempre inconvincentes. Pior é que você fica com a obrigação de retomar o fio da conversa, pois o desatencioso jamais se lembra do que conversou anteriormente.

Lembre-se que, ao ingressar numa rede social, você se propõe a interagir com pessoas das mais variadas tendências e atividades. Em geral, no caso dos perfis autênticos, as características principais de cada pessoa são razoavelmente delineadas, na exposição de seus dados, fotografias e outros tipos de apresentações.

A primeira coisa a fazer, antes de incluir alguém em seu quadro de contatos, é certificar-se de que possui um mínimo de afinidades com a pessoa em questão. Uma rápida visão das postagens já lhe fornecerá uma ideia básica, pelo menos em linhas gerais, de quem será seu próximo contatado e, quem sabe, futuro bom amigo.

Veja se não existem antagonismos fortes entre você e o outro. Numa conversa atenta de poucos minutos, mesmo sem perguntas invasivas ou indiscretas, habitualmente de mau gosto, já dá para se captar a futura dimensão de uma amizade virtual. Seja simpático, mas de princípio sem exageros, dentro dos limites primordiais de uma educação saudável. Use, sobretudo, a inteligência de saber discernir.

Dos antigos aos atuais colunistas de sociedade, a queixa é unânime. O fortalezense é quase sempre extremamente impontual, raramente chega na hora marcada a um evento, seja de qualquer gênero, para o qual foi especialmente convidado. Nada britânico, digamos em apelo ao humor.

Formou-se um círculo vicioso. O mau hábito já é tão comum que os anfitriões atrasam conscientemente o início de seus eventos, porque já sabem o quanto têm de esperar pelos convidados.

Esse tipo de atraso se torna um problema para pessoas, inclusive repórteres e fotógrafos, que têm uma agenda profissional a cumprir e se embaralham com tais injustificáveis demoras.

Outra falta de gentileza bastante comum é o desatencioso costume de não confirmar, ou sequer responder, a convites personalizados, o clássico R.S.V.P., o que causa por vezes imensos transtornos a cerimonialistas e promoters, sobretudo quando se trata de um acontecimento mais formal, com locais marcados.

A partir da próxima semana, faremos enquetes entre nossos leitores, sobre temas diversificados. Para dar um exemplo sobre o modelo a ser seguido, repetimos hoje antiga enquete com a inesquecível jornalista Regina Marshall.

- Quais são os três mais reprováveis senões detectáveis em certos setores da nossa sociedade, em sua opinião.

1 - A maioria dos cearenses não cultiva a leitura, nem mesmo entre seus hábitos alternativos.
2 - A falta de informação impede uma maior constância de assuntos agradáveis e construtivos, durante as reuniões sociais.
3 - Em função das razões citadas, o gosto pela maledicência vai bem além dos limites de uma fofoca trivial e sem maldade intrínseca. Falta o imprescindível senso de humor para suavizar os comentários.
Respostas de Regina Marshall em entrevista a José Augusto Lopes, no livro Colunistas e Colunáveis.

Tereza Gomes, simpática moça residente numa modesta casa do bairro de Jacarecanga, a cuidar de uma mãe enferma, sempre foi movida por um singular sentimento de ajuda ao próximo, fosse qual fosse a escala social a que a pessoa pertencesse.

Ela se dividia dando apoio, suporte moral e solidariedade humana entre todos os amigos que a ela recorressem. Ao mesmo tempo, redobrava seu afã de servir indistintamente aos mais carentes, sempre a coletar dádivas para distribuir entre crianças, idosos e necessitados da periferia, como anônima e vocacionada benfeitora.

Romeu Prado, um dos grandes amigos que a conheceu bem e a acompanhou até o último dia de sua luta contra uma enfermidade terminal, considerava Tereza Gomes um anjo perdido na Terra.

Minha própria vida pode ser nitidamente dividida em duas fases, antes e depois de conhecer Tereza. Foi por meio dela que aprendi, com absoluta clareza, o quanto um coração humano pode atingir dimensões inimagináveis, pelo simples prazer de doar-se desinteressadamente, com o único objetivo de fazer o Bem.

Raras personalidades foram tão estimadas e admiradas na sociedade de Fortaleza quanto o médico Régis Jucá. Cardiologista renomado em todo o Brasil, abraçou sua profissão com vocação irrestrita, inclusive em relação aos juramentos de honra, dignidade e abnegação proclamados no recebimento do diploma.

Régis foi um cavalheiro na mais abrangente extensão desse conceito. Tinha uma mente avançada quanto aos convencionalismos preconceituosos de uma sociedade ainda provinciana, sobretudo no tocante à distinção discriminatória entre classes sociais. Atendia ao mais humilde de seus clientes com a mesma distinção dedicada ao mais influente deles.

Em sua modéstia, não gostava de ser chamado de Dr., sempre disponível para situações de emergência. Além de sua indiscutível sabedoria na qualidade de médico, ele também entendia do coração humano dentro de um simbolismo espiritual e dignificante.

Dotado de singular nobreza moral, Régis Jucá era um cidadão sempre atento às causas de reivindicação social dos carentes e amigo incondicional de todos aqueles que passavam por seu competente trato.

Por Tarcísio Tavares haver sido tão versátil em criar e movimentar circunstâncias especiais, no contexto sociocultural de Fortaleza, é difícil escolher sua atuação mais marcante no perfil histórico da cidade. Mesmo quando atuava nos bastidores, seu estilo era de pronto reconhecível nos mais diversos meios de comunicação.

TT tinha imensa paixão pelo cinema. Ele conseguiu tirar os filmes de arte do âmbito restrito da elite intelectual ao levar as sessões artísticas para um modesto cine de subúrbio, o Familiar da pracinha de Otávio Bonfim. Formou um público que reunia sofisticadas senhoras da Aldeota e casais de namoradinhos suburbanos, ligados pelo democrático fascínio da Sétima Arte.

Grande valor da publicidade local, desde os tempos da merecidamente cultuada agência Publicinorte, Tarcísio ainda lograva dividir seu tempo com diversas atividades de sucesso, como as que exerceu com maestria na movimentada programação da Oboé Cultural, onde por várias vezes tive a honra de fazer apresentações de lançamentos literários.

Ao lado de sua querida Marcilia, em reuniões descontraídas e memoráveis, lançou saudáveis modismos e estilos de comportamento, além de criar um mais descontraído tipo de linguagem, que ele cultuava desde seus programas radiofônicos cheios de humor, nos quais denunciava, de forma inteligente, as mazelas sociais e urbanas de sua amada Fortaleza.

Em vários anos de convívio diário, pude constatar com clareza e confirmar, ao longo do tempo, as marcantes qualidades de caráter e dedicação profissional de Salete Araújo, um dos importantes pilares da coluna de Regina Marshall no Diário do Nordeste, por sua natural capacidade de Dotada de uma personalidade discreta e isenta, como se faz necessário nos meios jornalísticos, Salete desde cedo se impôs à confiança e à admiração dos colegas e, o que é de suma importância, da imensa legião de leitores da respeitada colunista com quem atuava.

Não foi surpresa, portanto, que por último decidisse enveredar por uma carreira solo nas redes sociais, a consolidar o que há muito conquistara por direito e competência, quanto à fixação de uma imagem muito querida e respeitada por todos, a obter merecido êxito em suas promoções.

Fico feliz em participar de sua coluna na área cultural de cinema e artes. Hoje, a irradiante comunicadora marca sólida presença na benquerença da sociedade cearense e assegura, por certo, uma longa e promissora trajetória para seu trabalho no universo da informação. Em decisivo, Salete Araújo é um nome que fluiu e despontou para ficar.

Desde a adolescência, Regina Marshall era personagem das colunas sociais da cidade. Ainda muito jovem, foi eleita Rainha da Imprensa do Ceará, título que lhe concedeu o registro como jornalista. Mesmo assim, fez questão de cursar a Faculdade de Comunicação da Universidade Federal do Ceará - UFC. Assinou sua primeira coluna no jornal O Estado. De pronto, a ousadia de suas abordagens criou -lhe uma imagem muito própria no contexto da imprensa cearense.

Regina não usava meias palavras para dizer o que achava certo ou errado, não importando o grau de influência dos seus alvos, vários deles detentores de poderosos posicionamentos sociais e políticos. Sua desabrida franqueza lhe rendeu processos jurídicos e até tenebrosas ameacas. Mas nada a fazia retroceder.'

Sempre fazendo uso de seu inteligente senso de humor, a singular jornalista me declarou em entrevista. - Só cito na minha coluna quem for notícia, não faço o jogo dos potentados nem me submeto a tráfico de influência.

Nossa última entrevista, feita para o excelente caderno Siará de Germana Cabral, ocorreu sob um belo pôr de sol no Ideal Clube e ficou gravada em minha mente como um dos momentos marcantes de minhas diversificadas atividades profissionais. Foi quando Regina Marshall me falou a frase lapidar que se segue. Falar com subterfúgios é se acanhar da própria alma, disse-me ela com enraizada convicção.

Conheci Fernanda Quinderé em um palco, especificamente no Theatro José de Alencar, ainda adolescente mas já luminosa pela presença de seu talento como atriz, numa montagem do glorioso Teatro Escola do Ceará, notável contribuição de Nadir Pápi Saboya à Cultura cearense. Esse talento foi confirmado várias vezes, inclusive em festivais de amplitude nacional.

A promissora carreira teatral de Fernanda foi interrompida pelo seu primeiro casamento, o qual, se por um lado impediu uma trajetória artística que se prenunciava brilhante, por outro lado trouxe ao mundo filhos maravilhosos. Manuel Neto, Caio, Fernandinha, Lina Leonor e Beatriz.

Nossa amizade se solidificou quando Fernanda retornou a morar em Fortaleza e passou a atuar no jornalismo. Foi quando mantivemos em conjunto uma apreciada página de entrevistas no Correio do Ceará, dos Diários Associados, sempre a enfocar nomes famosos como Ivan Lins, Selma Egrei, Carlos Zara, Edney Giovenazzi, Aderbal Freire Filho.

Depois de longa permanência no Rio de Janeiro, onde casou com o famoso músico Luiz Eça, Fernanda Quinderé voltou a marcar presença no teatro, em Fortaleza, em esporádicas, porém sempre marcantes, intervenções.

Protagonizou, também, um programa de entrevistas na TV Diário, sempre a reafirmar a versatilidade de um talento voltado para o mundo cultural e artístico, de forma inequívoca e abrangente.

Sólidos laços de amizade que me unem a Augusto César Benevides foram herdados de nossos pais, Daniel Lopes e Fernando Benevides, que eram muito amigos e tinham vários pontos em comum nas suas louváveis personalidades. Lembro-me bem de seus longos papos no agradável terraço de nossa casa na Praia de Iracema, sempre sobre temas positivos e belos da vida.

Vim a conhecer Guto vários anos depois, ele ainda adolescente mas já a pontificar na vida social da cidade, sempre com sua natural tendência de agregar pessoas e denotar irresistível vocação para os aspectos criativos da existência. Destacou-se muito cedo na propaganda e foi um dos criadores da campanha de lançamento do Center Um, primeiro grande shopping de Fortaleza.

Nossa amizade viria a consolidar-se em definitivo quando Guto Benevides foi meu chefe na sucursal cearense da Bloch Editores/TV Manchete. Então percebi de todo a invulgar dimensão do seu talento e a largueza de visão que me possibilitou, e ao fotógrafo João Justino, mostrar ao Brasil, por meio das revistas de grande circulação nacional da Bloch, um outro lado do Ceará, pleno de belezas e atrações turísticas.

Guto Benevides ensinou-me, e a quantos tiveram ou têm o privilégio de conviver com ele, como se colocar em prática um pacto permanente de alegria com a vida, embora sempre atento quanto à denúncia de aspectos destrutivos ou corrosivos do cotidiano. Grande Guto.

Conheci Irene Mota quando ela era muito jovem. Foi bastante solicitada para participar de concursos de beleza, mas sua rota existencial seria bem outra, evidência que fui levado a constatar à proporção que nos fomos tornando grandes amigos.

Seu amor à Cultura, a sede de conhecimentos e uma consciente seriedade de propósitos profissionais logo assomaram e deram identidade ao caráter de Irene. Sua admiração pela carreira jurídica se fez sentir com invulgar intensidade e até hoje marca em decisivo a fortaleza impressa na acertada opção profissional.

Todos os louváveis predicados de Irene Mota são embasados na inteligência e em um incomum poder de análise sobre pessoas e fatos. Ela sabe discernir, com precisão, o perfil de todos com quem convive, detalhe extremamente sensível e útil em sua profissão.

Sinto orgulho de ser amigo de Irene Mota, admiro-lhe o talento, a acuidade psicológica e o acerto com que ela sabe distinguir o joio do trigo. Uma mulher de fibra, marcante e especial.