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As floradas de Fortaleza

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la.  (…) É certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação”. Cecília Meireles

Aprendi com a cronista Erilene Firmino a observar a primavera e a florada dos Ipês amarelos em Fortaleza. Por algum acaso da vida, meu caminho durante todo o tempo em que trabalhei no veículo de comunicação em que nos conhecemos, era a Avenida Domingos Olímpio. Essa movimentada via da cidade tem uma ciclovia inteira dedicada aos “pés de cuscuz”, como muita gente apelida as árvores quando estão com as flores todas ocupando as suas copas.

Por conta do meu trabalho como repórter e as crônicas dessa amiga em um tempo em que eu ainda nem sabia que podia ser lida para além das notícias e reportagens, eu passei a reparar na primavera em Fortaleza.

Na capital cearense, só temos o período de seca e de chuvas. Aqui, só inverno e verão. Vivendo pertinho do Equador, temos poucas variações nas estações do ano.


No entanto, se você prestar bem atenção, temos tempos que se seguem ordenados para que as ruas se pintem de diversos tons vibrantes. Tem o tempo do flamboyant, com sua flor vermelha com laranja e que cria uns tapetes vermelhos lindos nos meio fios, especialmente no fim da Avenida Bezerra de Menezes, pertinho do Colégio Santa Isabel, perto do mês de junho. Tem umas árvores apressadas nesse ano, quem puder, dê uma olhada na descida da Igreja da Prainha, ali do lado do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. O chão tá vermelho de flor. 

Os pés de jambo também são bem exibidos com suas flores pink. Não sei o tempo certo delas, mas sei que os jambeiros que vi por esses dias já estavam com frutos. Há dois meses, era o tempo dessas flores.

Fim de julho e inicio de agosto, é a vez dos cajueiros encherem a cidade de pólen. Com isso, é só esperar pelo aumento nos casos de rinite alérgica. Umas florezinhas miúdas, cor de rosa, capazes de tanto estrago e tanto perfume.


Em agosto e setembro, os ipês rosa e amarelo explodem pela cidade toda. Eu gosto de associar os ipês ao renascimento e à primavera discreta que a Erilene me apontou em um tempo que eu não notava esse tipo de detalhe. Setembro, para mim, é tempo de lembrar que é possível mudar de rota, seja por acontecimentos importantes ou mesmo por ser o mês que antecede o do meu aniversário. 

Entretanto, ano passado, só me dei conta da florada dos ipês uns quinze dias antes, ao avistar um ipê rosa florido enorme na praça da Igreja Nossa Senhora das Dores, na Avenida Bezerra de Menezes. 


O ipê amarelo se tornou um dos símbolos da cidade de Fortaleza. Não acho que mereça esse título porque essas árvores não são tão presentes assim por aqui. Pelo menos, ainda não. Bem que eu queria que fossem. 

Aqui, a população parece ter o mesmo apego pouco às arvores como têm ao patrimônio histórico. São raras as pessoas que sabem o nome das flores, das árvores. Tanto faz. Qualquer coisa é só plantar um pé de Nim que tem sombra. Eu acho tão estranho.

Que tal prestar mais atenção? Esse olhar aguçado me ajuda a perceber que Deus gosta de presentes inesperados. Quem mais pod

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Por minha vasta convivência profissional durante anos com a sociedade de Fortaleza, aprendi a captar notícias em suas mais preciosas e seguras fontes. Por perceber que no contato com esses registros sociais estava a fonte de minha vocação, resolvi criar meu próprio espaço na mídia virtual, reunindo uma equipe capaz e competente.

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