Dois estudos recentes elaborados por economistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pelo Observatório do Clima sugerem que a Petrobras pode se tornar protagonista da transição energética no Brasil, desde que redirecione seus investimentos para fontes de baixo carbono. A pesquisa alerta para o risco de o país enfrentar a chamada “bolha de carbono” — situação em que ativos de petróleo e gás perdem valor diante da queda da demanda global por combustíveis fósseis.
Entre as medidas propostas estão a ampliação de investimentos em biocombustíveis, hidrogênio verde e energias renováveis, a criação de infraestrutura de distribuição para novos combustíveis e a realocação de recursos que hoje estão voltados à expansão do refino e da extração de petróleo em áreas sensíveis, como a Foz do Amazonas. Os pesquisadores defendem que a estatal alinhe seu plano de negócios às metas internacionais do Acordo de Paris, visando neutralidade de carbono até 2050.
Embora reconheçam que o petróleo ainda terá relevância por algum tempo, os estudos indicam que a dependência excessiva dessa commodity deixa o Brasil vulnerável a choques econômicos e compromete os objetivos climáticos globais. Para os autores, a Petrobras tem condições de diversificar seu portfólio e fortalecer a inovação tecnológica em energias limpas, tornando-se referência internacional em sustentabilidade.
Em resposta, a companhia informou que prevê US$ 16,3 bilhões em investimentos em projetos de baixo carbono no plano estratégico 2025-2029, além de um fundo específico de US$ 1,3 bilhão para acelerar iniciativas de descarbonização.