Era consenso que placas de proteínas malformadas eram as causadoras do Alzheimer. No entanto, um estudo da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, indica que a gordura acumulada em células de defesa do cérebro pode ter papel igualmente decisivo na progressão da doença.
O Alzheimer é uma doença que afeta o funcionamento do cérebro de forma progressiva, prejudicando a memória e outras funções cognitivas. Ainda não se sabe exatamente o que causa o problema, mas há indícios de que ele esteja ligado à genética.
Essa doença é o tipo mais comum de demência em pessoas idosas e, segundo o Ministério da Saúde, responde por mais da metade dos casos registrados no Brasil. O sinal mais comum no início é a perda de memória recente. Com o avanço da doença, surgem outros sintomas mais intensos, como dificuldade para lembrar de fatos antigos, confusão com horários e lugares, irritabilidade e mudanças na fala
Nessa nova pesquisa, foi observado que a microglia — células imunológicas responsáveis por eliminar resíduos no sistema nervoso central — perde eficiência quando fica sobrecarregada de lipídios. Essa disfunção favorece o acúmulo de placas de beta-amiloide, característica clássica do Alzheimer.
O trabalho, publicado na revista Immunity em 10 de junho, mostrou que microglias próximas das placas beta-amiloides armazenam o dobro de gordura em relação às mais distantes. Carregadas desse excesso, elas conseguem remover até 40% menos das proteínas tóxicas.