O comércio cearense mostrou mais uma vez sua força e capacidade de recuperação. Em agosto de 2025, o setor registrou crescimento de 1,5% em relação a julho, superando a média nacional de 0,2%, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada pelo IBGE. No comparativo com o mesmo mês do ano anterior, o avanço foi de 2,3%, consolidando uma tendência de alta que se reflete também nos acumulados do ano (2,9%) e dos últimos doze meses (3,9%).
O resultado positivo é sustentado por segmentos que têm se mostrado estratégicos para a economia local, como o de produtos farmacêuticos, com alta de 9,7%, e o de combustíveis e lubrificantes, que cresceu 9,5%. Setores ligados ao bem-estar e à casa, como móveis (+6%) e vestuário e calçados (+4,5%), também impulsionaram as vendas, refletindo o aumento do consumo doméstico e a melhora gradual da confiança do consumidor.
No varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, o Ceará apresentou leve alta de 0,4%, ficando abaixo da média nacional (0,9%). Ainda assim, quando se olha para a comparação anual, o estado manteve vantagem: crescimento de 2%, enquanto o Brasil registrou queda de 2,1%. O desempenho foi favorecido principalmente pelos setores de construção civil, com alta de 2%, e atacado de alimentos, bebidas e fumo, que avançou 3,2%.
Apesar do cenário positivo, alguns segmentos ainda enfrentam retração. As vendas de equipamentos de informática e comunicação recuaram 40,4%, reflexo da desaceleração nas compras corporativas e do alto custo dos eletrônicos. Também houve leve queda em eletrodomésticos (-1,1%) e livros, jornais e papelaria (-0,2%), impactados pelo consumo digital e pela mudança nos hábitos do público.
O desempenho do comércio cearense ganha relevância não apenas pela consistência dos números, mas também pela forma como se conecta a uma nova agenda econômica voltada para a sustentabilidade e inovação regional. Em Fortaleza e outras cidades, cresce o número de empreendedores que adotam práticas de logística verde, redução de resíduos e parcerias com produtores locais, medidas que, além de fortalecer o comércio, reduzem o impacto ambiental e aumentam o valor percebido pelo consumidor.
Com uma economia cada vez mais diversificada e uma base de pequenos e médios negócios em expansão, o Ceará mostra que desenvolvimento e sustentabilidade podem caminhar juntos. O avanço do comércio, aliado a práticas mais conscientes de consumo e produção, reforça o papel do estado como protagonista na retomada econômica do Nordeste e sinaliza um futuro mais equilibrado entre crescimento e responsabilidade ambiental.
