Capibaribe Neto traça, com ironia e contundência, um retrato ácido do Brasil atual — um país à beira do caos, erguido com intolerância, farsas e contradições.
De um lado, o ódio mortal; do outro, a raiva gêmea do ódio. Os ingredientes, a intolerância, as agressões, insultos, provocações, acusações, falsidades, mentiras. Eita, Brasil bom! Falta pouco para os duelos ao pôr do sol ou às primeiras luzes do amanhecer. A picanha prometida não chegou à mesa e muito menos os meios para ganhar a grana e comprar a tal da carne. Anistia só valeu para a corriola antiga.
Perpetradores de crimes modernos, como o do batom na saia da estátua de pedra e do golpe fajuto que nem precisava de um bandaid, com generais melancias, tipo borra botas… uma palhaçada só. O mestre de obras, metido a besta, rufião careca, prepotente.
Um Dino sáurio gordo, comunista milionário, uma ministra verde, uma outra de narizinho comprado apontando sujeiras alheias com os dedos imundos. Uma esculhambação só. Não bastasse a orgia privada, o gerente viajor arrotando alto, cuspindo no vizinho separado pela linha do equador, ameaçando brigar com meia dúzia de teco-teco é uma caminhão de baladeiras contra aviões invisíveis.
Está tudo pronto, falta pouquinha coisa, tascar mais uma porretada com a tal da Lei Magnitsky em meia dúzia de aloprados e pega pra conferir na câmara e no Senado e toda uma geração estará pronta, com sangue nos olhos para dar os primeiros passos “novo trôpego” em direção ao melhor vazio imprevisível com cheiro de canabis no ar. Isso, sim, é um caos bem planejado.