A osteoartrite, popularmente chamada de artrose, afeta cerca de 600 milhões de pessoas no mundo, provocando dor, rigidez e inchaço nas articulações. Essa degeneração articular está diretamente ligada ao envelhecimento, e estima-se que 73% dos pacientes tenham mais de 55 anos. Com o aumento da longevidade global, projeta-se que até 2050 o número de pessoas afetadas possa atingir 1 bilhão, de acordo com estudo publicado no The Lancet Rheumatology.
Embora ainda não haja cura, existem formas de reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida. O movimento regular, a perda de peso, o cuidado com os pés e a informação de qualidade sobre a doença são elementos essenciais no manejo da artrose. Durante o 42º Congresso Brasileiro de Reumatologia, a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) divulgou novas diretrizes sobre o tratamento não medicamentoso da condição, com base em uma seleção criteriosa de estudos científicos que indicam práticas eficazes para pacientes.
O principal fator para a melhora dos sintomas é a prática de exercícios que o paciente consiga incorporar à rotina. Alongamento, fortalecimento muscular, atividades aeróbicas e exercícios voltados ao equilíbrio, coordenação e consciência corporal ajudam a reduzir a dor, aumentar a mobilidade e prevenir quedas. Modalidades como yoga e tai chi podem trazer benefícios especialmente a idosos, promovendo segurança nos movimentos e maior controle das articulações.
O controle do peso também desempenha um papel importante, já que a obesidade intensifica os sintomas da doença, principalmente nos joelhos. A prática de atividades físicas contribui para a redução da sobrecarga nas articulações, aliviando dores e prevenindo complicações futuras.
Além disso, a escolha de calçados adequados é fundamental. Solados flexíveis e amortecedores, boa fixação frontal e posterior e palmilhas específicas ajudam a proteger articulações desgastadas e reduzir o risco de quedas. Para pacientes com desgaste no compartimento lateral do joelho, palmilhas com cunha medial podem trazer benefícios, enquanto o uso de cunhas laterais em casos de desgaste medial não apresenta efeito comprovado.
Essas orientações reforçam que o manejo da artrose vai além do uso de medicamentos, sendo necessário combinar movimento, prevenção de fatores de risco e acompanhamento especializado. As diretrizes completas devem ser publicadas ainda este ano em periódico científico, oferecendo referência confiável para profissionais de saúde e pacientes.