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Janja da Silva aposta em casaco com bordado palestino na ONU: moda, cultura e resistência

Na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o olhar não se voltou apenas para os discursos dos líderes mundiais, mas também para o estilo carregado de significado da primeira-dama do Brasil, Janja da Silva. A escolha foi um casaco com o tradicional bordado palestino Tatreez — peça que, mais do que moda, é memória e resistência.

Ao aparecer no evento ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Janja fez da roupa um manifesto silencioso, mas poderoso. “Por mais um ano, trago as mulheres palestinas junto a mim na abertura da Assembleia Geral da ONU. Me visto com o tradicional bordado Tatreez, feito por mãos majoritariamente femininas, ao longo dos séculos”, afirmou em vídeo publicado nas redes sociais.

O casaco, com seus pontos geométricos coloridos, tornou-se uma espécie de passaporte cultural. “Esses pontos geométricos coloridos contam a história de luta e resistência de um povo que vem sofrendo reiterados ataques desde o início dos conflitos na Faixa de Gaza, atingindo em sua maioria mulheres e crianças”, escreveu a primeira-dama em outra postagem.

A mensagem ecoou em um cenário já marcado pela fala de Lula, que, ao abrir os debates, afirmou: “Nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza”. O presidente lamentou ainda a ausência de Mahmoud Abbas, líder da Autoridade Nacional Palestina, impedido de comparecer presencialmente aos Estados Unidos por restrições de visto.

Janja, por sua vez, reforçou que não se trata apenas de moda ou solidariedade momentânea. “Em maio de 2025, a ONU Mulheres estimou que, desde o início do conflito em 2023, mais de 28 mil mulheres e meninas foram mortas em Gaza”, destacou no mesmo post. Ao seu estilo despojado, acrescentou que sua escolha é também uma forma de manter viva a narrativa das que muitas vezes não têm voz.

Não é a primeira vez que a primeira-dama se posiciona sobre o tema. Desde o início dos ataques, ela tem se mostrado alinhada com a defesa da solução de dois Estados, pauta histórica da diplomacia brasileira. Em sua publicação mais recente, trouxe ainda um trecho do discurso do próprio Lula: “Ali, sob toneladas de escombros, estão enterradas dezenas de milhares de mulheres e crianças inocentes. Ali também estão sepultados o Direito Internacional Humanitário e o mito da superioridade ética do Ocidente”.

Com estilo que mescla moda, política e afeto, Janja reforça que suas escolhas nunca são casuais. “Seguiremos nos colocando ao lado da paz, dedicando nossos esforços para que todas as pessoas possam viver suas vidas com segurança e dignidade em seus territórios”, concluiu.

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Por minha vasta convivência profissional durante anos com a sociedade de Fortaleza, aprendi a captar notícias em suas mais preciosas e seguras fontes. Por perceber que no contato com esses registros sociais estava a fonte de minha vocação, resolvi criar meu próprio espaço na mídia virtual, reunindo uma equipe capaz e competente.

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