O Museu da Imagem e do Som do Ceará abre suas portas para uma imersão sensorial que transforma a relação entre arte, tecnologia e corpo. De 3 a 6 de dezembro, o equipamento cultural recebe a mostra Sinergia, um percurso gratuito que reúne artistas cearenses em produções que exploram o cruzamento entre linguagens, utilizando recursos como imersão visual, sonoridade expandida, mapeamento de vídeo e performances interativas. Integrante da Rede Pública de Equipamentos Culturais do Governo do Estado do Ceará e gerido com a parceria do Instituto Mirante, o MIS reafirma seu papel como espaço de experimentação contemporânea ao apresentar obras que revelam novos modos de sentir, criar e interagir.
A programação ocupa vários ambientes do museu e destaca a potência de uma geração de artistas que investiga o impacto das tecnologias sobre o corpo, o território, a memória e a subjetividade. A abertura, no dia 3, às 17h, na sala imersiva, apresenta Criar sobre presenças: um gesto político e poético, de Aspásia Mariana e Lara Lima. A obra propõe um encontro entre ficção e realidade por meio de vídeo, projeções, trilha sonora original e efeitos visuais, construindo uma dramaturgia que dança com presenças e ausências. Aspásia, artista de formação transversal, e Lara, pesquisadora do corpo e da voz, se unem em uma performance que investiga a relação entre gesto, tecnologia e a potência criadora das mulheres.
Na quinta-feira, dia 4, às 17h, também na sala imersiva, o público encontra a força de MulherMáquina!, de Thaís de Campos, um experimento cênico e audiovisual que combina projeção, som ao vivo e cena para transformar vulnerabilidades pessoais – como menopausa, ansiedade, envelhecimento e esgotamento – em arte. A artista, radicada em Fortaleza e reconhecida pela atuação multilinguagem, mergulha no próprio corpo como campo de pesquisa, criando uma obra pulsante, íntima e atravessada por fabulações que reinventam a relação entre a vida e a criação.
Na sexta-feira, 5 de dezembro, às 18h30, a praça do MIS se torna palco da apresentação Ode ao Mar Atlântico, de Eric Barbosa. Unindo experimentalismo musical, referências ancestrais e performance sonora, o artista constrói um ambiente que transita entre improvisação, ritmos de terreiro, biofonia e camadas narrativas que evocam a força simbólica do mar. O projeto reúne colaboradores de diferentes áreas, criando uma experiência que funciona como ritual, investigação e celebração das múltiplas escutas possíveis.
Encerrando a programação de performances, o sábado, dia 6, às 19h, traz para a praça do MIS o show Tempo Bravo, da banda Vacilant. Explorando uma fusão entre som, imagem e performance, o grupo apresenta composições originais, novas criações e até um cover, articulando múltiplas linguagens para propor um mergulho em atmosferas visuais e sonoras. Um cubo de três metros coberto por tecido translúcido funciona como peça central da cena, recebendo videomapping e projeções que transformam o espaço em um organismo vivo. As imagens, ora espectrais, ora oníricas, moldam um ambiente de suspensão onde música, luz e vídeo se fundem em constante metamorfose.
No mesmo dia, das 15h às 17h, a sala imersiva recebe a reapresentação dos projetos desenvolvidos no Ateliê de Criação Conexão Criativa, programa formativo do MIS que selecionou seis artistas, Duda Barros Leal, Arquelano, vince aderaldo, Vitória, Lurex e Wellington Gadelha, para dois meses de experimentação em linguagens tecnológicas. O processo resultou em uma performance interativa que reflete a importância da pesquisa coletiva e da integração entre artistas e público, destacando a tecnologia como meio de invenção e campo de construção de conhecimento.
A mostra Sinergia reafirma o MIS Ceará como um território pulsante de inovação, onde arte, tecnologia e afetos se cruzam para criar novas experiências sensoriais e estéticas. Em quatro dias de programação intensa, o museu celebra a pluralidade criativa do estado e convida o público a experimentar obras que expandem fronteiras e provocam novos olhares sobre o mundo.
