Faleceu hoje, aos 89 anos, Robert Redford — ator, diretor, produtor e ativista cujas escolhas artísticas e valores moldaram o cinema americano nas últimas seis décadas. Ele faleceu em sua casa em Sundance, Utah, cercado por familiares.
Nascido em 18 de agosto de 1936 em Santa Mônica, Califórnia, Redford iniciou sua carreira no teatro e na televisão antes de se firmar no cinema no fim dos anos 60. Seu carisma físico (o “golden boy” de Hollywood), combinado a uma presença introspectiva, logo lhe garantiu papéis icônicos. Entre seus filmes mais lembrados estão Butch Cassidy and the Sundance Kid (1969), ao lado de Paul Newman; The Sting (1973); All the President’s Men (1976); The Way We Were (1973); bem como trabalhos mais maduros como The Natural (1984), Out of Africa, All Is Lost (2013) e The Old Man & the Gun (2018).
Além de actor, Redford empreendeu carreira sólida atrás das câmeras. Em 1980, ele dirigiu Ordinary People, filme que lhe rendeu o Oscar de Melhor Diretor e também o prêmio de Melhor Filme. ([Wikipedia][3]) Ele também foi reconhecido com prêmios honorários, entre eles o Oscar Honorário (Academy Honorary Award), Golden Lion de Veneza por carreira, Medalha Nacional das Artes nos EUA, Legião de Honra da França e a Medalha da Liberdade (Presidential Medal of Freedom).
Privadamente, Redford teve uma vida marcada por perdas e compromissos. Foi casado duas vezes; teve quatro filhos com sua primeira esposa, Lola Van Wagenen, dois dos quais — Scott e James — já faleceram: Scott ainda bebê, vítima da síndrome de morte súbita infantil, e James em 2020, por câncer.
Posteriormente, casou-se com Sibylle Szaggars, com quem viveu anos mais tranquilos dividindo sua paixão pelo meio-ambiente, pelo apoio à cultura independente e pelo estilo de vida mais próximo da natureza, especialmente em Sundance.
A imensa contribuição de Redford para o universo cinematográfico também se expressa fora das câmeras: ele fundou, em 1981, o Sundance Institute, e o festival que leva esse nome se tornou uma das principais vitrines do cinema independente mundial. ([AP News][6]) Seu ativismo ambiental e social foi outra faceta que caminhou junto à sua trajetória artística, fazendo dele uma voz respeitável também fora do entretenimento.
Robert Redford deixou um legado que vai muito além de sua filmografia: ele personificou a interseção entre arte, consciência social e independência criativa. Sua morte marca o encerramento de uma era em que um artista podia ser também agente de mudança — mas suas obras, instituições e ideais devem seguir inspirando gerações.