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Nunca é tarde para aprender; conheça a história do catador Jerônimo Bispo, que concluiu uma pós aos 63 anos

Que conferir uma história de superação? Trazemos aqui o relato do catador de materiais recicláveis, Jeronimo Bispo, que retomou os estudos e se formou na pós-graduação na Universidade Federal da Bahia, aos 63 anos.

Jeronimo sempre gostou de estudar, apesar da tarefa não ser fácil na sua rotina. Ele começou a trabalhar aos 9 anos para ajudar a mãe a criar os irmãos mais novos e parou de frequentar a escola quando tinha 18, época em que se mudou para Camaçari.

Foi apenas em 1986, aos 24 anos, que ele conseguiu retomar os estudos, se formando técnico em Instrumentação Industrial. Depois disso, ainda nos anos 1990, concluiu o segundo grau em Administração de empresas. Duas décadas depois, em 2012, se graduou em Administração pela Unifacs.

E embora essas conquistas já fossem grandes feitos, ele não parou por aí: neste mês, Jeronimo recebeu o certificado de conclusão do curso de pós-graduação em Gestão de Resíduos Sólidos Socialmente Integrada da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Com o novo diploma, ele pode exercer a função de administrador e catador na Cooperativa de Materiais Recicláveis de Camaçari (Coopmarc), onde trabalha desde 1999. “Eu saía do polo, vinha para a cooperativa, pegava o carro-plataforma com a grade e a gente ia catar papelão”.

“As pessoas me encontrava na rua e dizia assim: ‘você é um técnico catando papelão?’. E eu respondia: ‘não, eu não estou catando porque eu quero, é porque preciso’. Estou dentro da cooperativa e quero ajudar”, relembra.

Jeronimo acrescenta que todos os diplomas vieram de muito esforço. “Quando não estava na cooperativa, estava em casa estudando, pesquisando, fazendo trabalho junto com o grupo que formamos, de quatro colegas. As pessoas falavam: ‘ficou rico e tal’. Eu dizia: ‘não, gente, estou estudando, está uma correria muito grande’.”

Aos 51 anos, em 2008, Jerônimo se tornou presidente da cooperativa e iniciou a graduação. O trabalhador lembra que era considerado o “vovô da sala”, e que não era mais “tão simples” aprender. “A gente já sabe que a cabeça não é tão boa, e alguma coisa a gente já esquece, precisa se esforçar mais. Por isso, eu tive que parar mesmo, ficar dentro de casa para poder estudar”.

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Por minha vasta convivência profissional durante anos com a sociedade de Fortaleza, aprendi a captar notícias em suas mais preciosas e seguras fontes. Por perceber que no contato com esses registros sociais estava a fonte de minha vocação, resolvi criar meu próprio espaço na mídia virtual, reunindo uma equipe capaz e competente.

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