A sessão extraordinária inaugural do Supremo Tribunal Federal no segundo semestre, realizada na sexta-feira 1º, foi na prática uma ocasião para prestar solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes e repudiar a tentativa de interferência externa no processo contra o ex-presidente Bolsonaro, embora alguns silêncios tenham sido ouvidos, mas nas manifestações nem tão comedidas dos pares de Moraes, no caso, Gilmar Mendes e Barroso, sobrepo-se à fala do próprio Alexandre, quase vociferando, ao demonstrar a sua indignação relacionada cancelamento de seus cartões de crédito e outros penduricalhos.
O jargão “espírito de corpo”, evidenciado na abertura dos trabalhos do Supremo, referia-se a um forte sentimento de união, solidariedade e lealdade entre os membros do grupo. Essa coesão interna específica, manifestou a identificação com os objetivos e valores do grupo, superando diferenças individuais em prol de um propósito comum: o primeiro castigo mundial imposto ao, digamos, “rei da cocada preta”.
Tudo parecia estar de bom tamanho aquele “somos todos Alexandre de Moraes…”, mas teve o jogo do Corinthians e o ministro foi. Foi e correu para a galera. De repente, os gritos e gestos — torcedores exibindo seus limitados cartões de crédito, debochando do ministro sem.
Numa fração de segundo, o ministro perdeu a fleuma imposta pela liturgia do cargo de supremo e exibiu o dedo do meio para a turba ignara. Gesto obsceno e incompatível com o togado em evidência mundial, impôs aos seus pares do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, a mesma afirmação: “somos todos o Ministro Alexandre de Moraes!”