O Ceará reafirma sua pluralidade cultural e histórica com os novos dados do Censo Demográfico 2022, que revelam um avanço notável na diversidade indígena do Estado. De acordo com o levantamento divulgado pelo IBGE, o território cearense abriga mais de 56 mil indígenas distribuídos entre 140 etnias e 51 línguas originárias, um retrato vibrante da resistência e da reconstrução das identidades tradicionais. O crescimento é expressivo em relação ao Censo de 2010, quando foram identificadas 93 etnias e 43 línguas, sinalizando um processo de fortalecimento político, social e cultural dos povos indígenas cearenses.
O estudo destaca que 80,5% da população indígena do Estado, cerca de 44 mil pessoas, declarou o nome do povo ao qual pertence, evidenciando o protagonismo na afirmação das raízes e na reivindicação do reconhecimento étnico. Esse movimento reflete não apenas a ampliação das políticas de valorização cultural e territorial, mas também o resultado de décadas de mobilização das comunidades em busca de visibilidade e legitimidade.
Entre os povos mais numerosos estão os Tapeba, com mais de 11 mil pessoas, seguidos pelos Tremembé e Pitaguari, ambos com populações acima de seis mil integrantes. Outros grupos, como os Potiguara, Anacé e Tabajara, também mantêm presença significativa em diferentes regiões do Estado. O levantamento ainda registra etnias de menor número, como os Guarani, Kalabaça, Tubiba-Tapuia, Tupinambá e Gavião do Ceará, além de povos em processo de retomada e reorganização identitária, reforçando a complexidade do tecido cultural cearense.
O crescimento da diversidade indígena no Ceará vai além dos números e indica uma transformação simbólica: a consolidação de um território que reconhece sua ancestralidade e valoriza o pluralismo de suas vozes.
