As obras de Mano Alencar e Edmar Gonçalves atravessaram o Atlântico para serem expostas no Clube Ténis Estoril, de 28 de outubro a 4 de novembro, como parte integrante da Mostra Ceará em Portugal.
Cada um dos artistas conta a história de um povo que aprendeu a resistir e a se reinventar com o que a terra e o mar oferecem. Nas pinturas de Mano Alencar, as velas evocam o movimento e a travessia.
São memória viva das jangadas e dos pescadores que desafiam o vento e o tempo, figuras que moldaram a paisagem e o imaginário do litoral cearense. Ao lado delas, a carnaúba representa o sustento e a persistência: dela tudo se aproveita, das folhas à raiz, símbolo da sabedoria de um povo que transforma escassez em abundância.
Com Edmar Gonçalves, o caju se torna corpo, cor e pulsação. Fruto originário do Brasil, profundamente ligado à história do Ceará, ele carrega, em sua forma, a fusão entre natureza e cultura, alimento e afeto. É um signo de identidade e memória, um elo entre o território e as pessoas que dele vivem.
Realizadas em acrílico sobre tela, todas as obras medem 30 x 30 cm, formando um conjunto de 24 trabalhos que, mesmo em pequenas dimensões, revelam uma força pictórica e simbólica imensa.
